sábado, 6 de dezembro de 2008

(NOVAS TECNOLOGIAS) Quatro Coisas para pensar em rede...

Enviado por: "Egeu Laus" egeulaus@terra.com.br

Resistir à tentação de fazer redes de instituições (entidades,
organizações).


Muitas vezes, é necessário, para começar um projeto ou mesmo para dar
respaldo à sua implantação, reunir instituições em torno de um
propósito. Pode-se até chamar esse conjunto de instituições de rede.
No entanto, redes propriamente ditas, ou seja, redes distribuídas, não
podem ser compostas por instituições hierárquicas (centralizadas ou
descentralizadas, quer dizer, multicentralizadas) . Redes distribuídas
devem ser de pessoas (P2P). Portanto, é necessário conectar as pessoas
diretamente à rede, mesmo que essas pessoas ainda imaginem estar ali
representando suas instituições. Ocorre que um membro conectado à rede
não pode ser substituído por outro membro da mesma instituição
(nenhuma pessoa é substituível em uma rede). Além disso, as redes
devem ser compostas pelas pessoas que queiram participar delas,
independentemente de estarem ou não “representando” instituições, pois
redes não são coletivos de representação, mas de participação direta
ou de interação — sem mediações de instituições hierárquicas.

Resistir à tentação de fazer reuniões para discussão ou deliberação
com os membros da rede.


Rede é uma forma de organização que não se baseia no ajuntamento,
arrebanhamento, confinamento de pobres coitados em uma salinha
fechada, onde, em geral, discute-se o que outros (que não estão ali)
devem fazer. Sim, pois se for para fazer alguma coisa, então, não se
trata de reunião de discussão e sim de atividade coletiva. Outra coisa
nociva é a tal da reunião para decidir algo, sobretudo pelo voto. Isso
é um desastre! Se houver necessidade de votar para decidir, é sinal de
que o assunto não está maduro. Se estivesse, a solução se imporia
naturalmente.

Ter sempre presente que fazer rede é fazer amigos. Tão simples assim.
Então, as pessoas devem estabelecer comunicações pessoais entre si,
uma a uma. Cada membro da rede é um participante único,
insubstituível, totalmente personalizado, que deve ser tratado sempre
pelo nome, valorizado pelo que tem de peculiar, incluído pelo
reconhecimento de suas potencialidades distintivas. Nada, portanto, de
circulares impessoais, panfletos, chamamentos coletivos. Nada de
mobilização de massa. Quem gosta de massa são os candidatos a
condutores de rebanhos, que estabelecem uma relação vertical,
autoritária e paternalista com o povo.

Levar em conta que rede é um campo para a emergência do fenômeno da
multilideranç a.
Cada um pode ser líder em algum assunto de que goste e domine, por
meio do qual seja capaz de propor iniciativas que sejam acolhidas
voluntariamente por outros. Redes não podem ter líderes únicos,
líderes de todos os assuntos, dirigentes autocráticos que tentam
monopolizar a liderança e impedir que os outros a exerçam.

Augusto de Franco
criador da http://escoladeredes.ning.com

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