sábado, 23 de maio de 2009

VAMOS CAPTAR RECURSOS PARA/COM OS ARTISTAS E GRUPOS CULTURAIS EMERGENTES?

No último sábado (16/05/09) recebi a visita de Seu José, pedreiro, roteirista de cinema autodidata, inclusive com premiação no Edital do Programa Doc TV e morador do bairro Santa Maria. No decorrer das quase três horas de conversa, percebi que ele compartilha de alguns pontos de vistas conosco.

Na opinião dele a capacitação é prioridade e por isso ele é um assíduo freqüentador dos cursos e oficinas ofertados pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, vinculado a Prefeitura Municipal de Aracaju. Atualmente está buscando o apoio do SEBRAE para ter acesso a conhecimentos na área administrativa, financeira e de legislação.

O seu José chegou até nós em função da informação que recebeu acerca da parceria que fizemos com o Sebrae em 2008 e que culminou na realização de palestras e cursos sobre elaboração de projetos para captação de recursos e de empreendedorismo cultural.

No decorrer da conversa, ele nos contou que costuma acessar a internet constantemente para ficar a par das noticias referentes à oportunidade para a captação de recursos na área do audiovisual e outras questões relacionadas à arte e cultura.

Por coincidência, será? , quando o Seu José adentrou na sala da diretoria do Gonzagão, tinha terminado de conversar com uma colega professora e integrante do consórcio cultural. Naquele momento estava utilizando os melhores argumentos que pude construir para tentar convencê-la da necessidade de somar forças para constituirmos uma equipe de elaboradores de projetos, considerando as dezenas de editais disponíveis no mercado.

Mais adiante na conversa com seu José esta preocupação também apareceu e na reunião seguinte do consórcio cultural que aconteceu na segunda-feira passada coloquei a questão no centro do debate. Na oportunidade afirmei que precisamos dar atenção especial a este problema. Falei para as pessoas na reunião que poderíamos enquadrar a maioria dos presentes nas categorias de criadores artísticos, produtores, mobilizadores ou arregimentadores mas, o numero de pessoas com perfil de elaboradores de projetos é bastante reduzido.

Como conseqüência, temos a pouca participação dos artistas e grupos culturais ligados ao consórcio cultural nos editais.

Na reunião, lembrei do exemplo do seu José dizendo que, além de ter a necessidade de pessoas que se disponham a elaborar projetos com os artistas e grupos culturais emergentes, faz-se necessário que todos busquem mais conhecimentos nas áreas do planejamento cultural, da captação de recursos, de editais e dos aspectos referentes a legislação cultural e do terceiro setor.

Agindo desta maneira, os agentes culturais facilitam o trabalho de quem assume a tarefa de traduzir para a linguagem escrita e dos gráficos a imaginação, a sensibilidade, a beleza e a emoção dos produtos culturais que a criatividade e a garra de muita gente são capazes de realizar.

Evidente que a linguagem escrita e os gráficos são limitados e não conseguem traduzir tudo, mas, sem um texto e orçamento bem elaborados o acesso aos recursos públicos e privados que estão disponíveis para a cultura se torna bastante difícil.
Quem se habilita?

Este texto terá uma segunda parte

sábado, 2 de maio de 2009

Iran defende mais investimentos público para a cultura

O deputado Iran Barbosa defendeu nesta quarta-feira (29/4) a aprovação, ainda este ano, do Plano Nacional de Cultura (Projeto de Lei 6835/06). “O Plano permitirá ampliar o acesso dos brasileiros aos bens culturais”, disse, depois de participar da audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Câmara (CEC) com o ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Iran considera a área cultural como estratégica para o desenvolvimento social do País. “É fato que o aumento do acesso à cultura propicia um crescimento no Índice de Desenvolvimento Humano, o que contribui para a queda na violência”, considerou.

Ele defende, também, maior investimento público no setor cultural. “Não é mais possível conviver com a segregação que impede o acesso de milhares de brasileiros, em especial os nordestinos, aos livros, aos computadores, aos espetáculos teatrais e de dança e às salas de cinema”, afirmou.

O deputado lamentou que a imensa maioria do povo brasileiro não tenha acesso à cultura, a não ser através da televisão, e mesmo assim de forma precária, como forma de passar o tempo.

Substitutivo – Para Iran, o Plano Nacional de Cultura é fundamental para ampliar o acesso à cultura. A relatora do PNC, deputada Fátima Bezerra (PT-RN), afirmou durante a audiência pública que pretende apresentar um substitutivo ao PL 6835/06, em junho deste ano.

De acordo com Iran, a expectativa é de que o substitutivo seja aprovado pela Câmara e pelo Senado até o fim de 2009.

Apartheid – Dados divulgados nesta quarta-feira pelo ministro da Cultura revelam que, atualmente, apenas 13% dos brasileiros freqüentam cinema, e não chega a 20% o acesso da população a qualquer produto cultural. Além disso, apenas 5% dos brasileiros visitaram um museu alguma vez na vida.

Para Iran, cabe ao Estado garantir recursos para políticas públicas de incentivo à cultura e ajudar a ampliar o acesso dos brasileiros a estes produtos. A criação do PNC está prevista na Constituição desde 2005, quando foi aprovada a Emenda 48.