No último sábado (16/05/09) recebi a visita de Seu José, pedreiro, roteirista de cinema autodidata, inclusive com premiação no Edital do Programa Doc TV e morador do bairro Santa Maria. No decorrer das quase três horas de conversa, percebi que ele compartilha de alguns pontos de vistas conosco.
Na opinião dele a capacitação é prioridade e por isso ele é um assíduo freqüentador dos cursos e oficinas ofertados pelo Núcleo de Produção Digital Orlando Vieira, vinculado a Prefeitura Municipal de Aracaju. Atualmente está buscando o apoio do SEBRAE para ter acesso a conhecimentos na área administrativa, financeira e de legislação.
O seu José chegou até nós em função da informação que recebeu acerca da parceria que fizemos com o Sebrae em 2008 e que culminou na realização de palestras e cursos sobre elaboração de projetos para captação de recursos e de empreendedorismo cultural.
No decorrer da conversa, ele nos contou que costuma acessar a internet constantemente para ficar a par das noticias referentes à oportunidade para a captação de recursos na área do audiovisual e outras questões relacionadas à arte e cultura.
Por coincidência, será? , quando o Seu José adentrou na sala da diretoria do Gonzagão, tinha terminado de conversar com uma colega professora e integrante do consórcio cultural. Naquele momento estava utilizando os melhores argumentos que pude construir para tentar convencê-la da necessidade de somar forças para constituirmos uma equipe de elaboradores de projetos, considerando as dezenas de editais disponíveis no mercado.
Mais adiante na conversa com seu José esta preocupação também apareceu e na reunião seguinte do consórcio cultural que aconteceu na segunda-feira passada coloquei a questão no centro do debate. Na oportunidade afirmei que precisamos dar atenção especial a este problema. Falei para as pessoas na reunião que poderíamos enquadrar a maioria dos presentes nas categorias de criadores artísticos, produtores, mobilizadores ou arregimentadores mas, o numero de pessoas com perfil de elaboradores de projetos é bastante reduzido.
Como conseqüência, temos a pouca participação dos artistas e grupos culturais ligados ao consórcio cultural nos editais.
Na reunião, lembrei do exemplo do seu José dizendo que, além de ter a necessidade de pessoas que se disponham a elaborar projetos com os artistas e grupos culturais emergentes, faz-se necessário que todos busquem mais conhecimentos nas áreas do planejamento cultural, da captação de recursos, de editais e dos aspectos referentes a legislação cultural e do terceiro setor.
Agindo desta maneira, os agentes culturais facilitam o trabalho de quem assume a tarefa de traduzir para a linguagem escrita e dos gráficos a imaginação, a sensibilidade, a beleza e a emoção dos produtos culturais que a criatividade e a garra de muita gente são capazes de realizar.
Evidente que a linguagem escrita e os gráficos são limitados e não conseguem traduzir tudo, mas, sem um texto e orçamento bem elaborados o acesso aos recursos públicos e privados que estão disponíveis para a cultura se torna bastante difícil.
Quem se habilita?
Este texto terá uma segunda parte
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