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O nome dele era Luiz porque nasceu no dia de Santa Luzia, 13 de dezembro de 1912, Gonzaga porque o padre era devoto de São Luiz Gonzaga, e Nascimento porque nasceu no mesmo mês de Jesus (…) A gente poderia dizer que existe o Nordeste antes e depois de Luiz Gonzaga.” Essa foi uma das histórias contadas pelo professor e pesquisador José Augusto de Almeida no lançamento da Caravana Luiz Gonzaga Vai à Escola. O evento aconteceu na última sexta no Museu da Gente Sergipana e foi uma mostra da Caravana que pretende levar música, dança, fotografias e histórias do Rei do Baião à dez escolas da Região Metropolitana de Aracaju.

Durante a abertura idealizador do projeto, Zezito de Oliveira, fez uma viagem até a sua infância para ressaltar como pode ser importante educar também pela arte. “Quando eu era criança uma memória forte que tenho da minha escola era uma apresentação de bonecos e uma apresentação musical de um grupo de jazz”. Para Zezito , às vezes, essa forte memória até incomodava. “Eu me perguntava por que, em alguns momentos, eu lembrava mais disso do que dos conteúdos das matérias. Talvez pelo fato do que marque bem as pessoas é a arte, a música. Precisamos pensar mais na educação pela arte. ”

Zezito Oliveira, idealizador da Caravana Luiz Gonzaga
Histórias do Velho Lua e lançamento do site
Durante o evento também foi lançado e apresentado o Blog da Caravana [link para caravanaluizgonzaga.com.br] pelo webdesigner Jefeson Melo e com ilustrações de Maxi Ferreira. O blog funcionará como um diário de bordo da Caravana e tem como objetivo dar suporte de informações para professores e alunos.

No pátio interno do Museu foi montado parte da exposição fotográfica itinerante com banners sobre várias fases da vida de Luiz Gonzaga selecionadas “a dedo” pelo colecionador José Augusto de Almeida.

E se depender do conteúdo da palestra de José Augusto, boas histórias do Rei do Baião estão garantidas para os alunos das escolas públicas. O pesquisador mostrou vídeos, contou histórias de várias fases de Luiz Gonzaga e da Serra do Araripe onde o sanfoneiro nasceu. No público presente estava também a garotada das oficinas de dança do Ponto de Cultura Juventude e Cidadania, vinculado a Ação Cultural – Instituição realizadora da Caravana. Crianças e adolescentes cheios de energia dos bairros Eduardo Gomes e Conjunto Jardim estavam na expectativa da próxima etapa do lançamento.
DA PLATÉIA PARA O PALCO

Isso porque os jovens saíram da condição de platéia para serem destaques, pois era o momento das apresentações de dança. Um desses meninos é Iago Bezerra, de 12 anos, que se vestiu com uma roupa que lembrou a indumentária de Luiz Gonzaga. Iago conta que achou interessante se apresentar e na oficina de dança do Ponto de Cultura já fez muitos amigos. A coreografia que Iago e seus amigos do bairro Eduardo Gomes apresentaram foi “Cartinha a Luiz” , coordenada pelo professor Carlos Henrique, e trabalhou vários fragmentos de músicas.
O segundo grupo, formado pelas meninas da oficina do Conjunto Jardim, apresentou “O despertar das meninas”, coreografia criada pela professora Cristiane dos Anjos, que tinha como trilha a música “Xote das Meninas” . Depois da apresentação quem não parava de bater fotos de celular com suas colegas era Kelly Stefani, de 14 anos, “gostei muito de dançar, antes conhecia Luiz Gonzaga só de nome”. Próximo a Kelly, estava seus pais cheios de orgulho. “É importante levar cultura para a educação”, disse o pai Laércio Ferreira.

Kelly Stefani, 14 anos
Meininas da  oficina de dança do Conjunto Jardins
ARTE NAS ESOCOLAS
Presente no evento estava também um dos acordeonistas mais bem conceituado no estado, Evanilson Vieira, o “maestro” da orquestra Sanfônica de Aracaju. Evanilson destacou que o projeto é uma provocação para a música ser levada às escolas. “Esse trabalho é importante porque o jovem gosta de Luiz Gonzaga, mas para gostar ele precisa primeiro conhecer. Outra coisa importante é que existe a uma lei que estabelece música nas escolas e projetos como esse pode servir de provocação para que o poder público cumpra essa lei”.
Evanilson do Acordeon: importância de música nas escolas
E a Caravana Luiz Gonzaga já está empolgando o coordenador pedagógico da Escola Júlia Teles de Nossa Senhora do Socorro, Emanuel Braga. “Iremos trabalhar Luiz Gonzaga como conteúdo transversal com vários professores. Queremos dar continuidade às ações da Caravana”, afirmou. E uma das ferramentas que possivelmente poderá ser utilizadas é uma Cartilha que vem sendo elaborada pela equipe da Caravana com sugestões para trabalhar as músicas de Luiz Gonzaga nas escolas.
Emanuel Braga, coord. pedagógico da Escola Estadual Júlia Teles
CASACA DE COURO E PRÓXIMA PARADA…
A noite do lançamento foi encerrada com a apresentação da Banda Casaca de Couro, de figurino inspirado em Luiz Gonzaga, com um repertório clássico do Rei do Baião e outras músicas não tão conhecidas do grande público. A animação de casais que se arriscaram no passo do forró contagiou o espaço.
A próxima parada da Caravana Luiz Gonzaga está prevista para o dia 12 de setembro na Escola Estadual Petrônio Portela, no Conjunto Augusto Franco. A expectativa já é grande.
O projeto Caravana Luiz Gonzaga vai à Escola é realizado pela Ação Cultural e foi contemplado no prêmio Funarte do Centenário de Luiz Gonzaga e teve como apoiadores no Lançamento o Instituto Banese, Banco do Nordeste, Centro de Criatividade, secretarias de Estado da Educação e Cultura, Fundação Aperipê e SEBRAE.


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