Terças e Quintas, das 16 às 17h30
Aula de Dança-Yoga.
Todos os domingos, das 14 às 18h
Circo Gonzagão
Um encontro das artes circenses aberto ao público.
Este evento está sendo realizado em parceria com a Cia. de Palhaços “O mínimO” e Ong Secirco.
Dia 10, quinta-feira, das 19 ás 22h
Abertura do Telecentro "O Gonzagão" a comunidade.
Parceria Petrobrás/Secretaria de Estado da Cultura
Aula inaugural abordando o tema: A inclusão digital como vetor do desenvolvimento.
Em abril.
Abertura do Forró do Candeeiro no Gonzagão
Para os amantes do autêntico forró pé de serra e das culturas populares.
Dia 14, segunda, das 19 às 22h
Reunião do Consórcio Cultural do A. Franco e Adjacências.
Ensaios da Quadrilha Junina Asa Branca
Dias 02,09,16 e 23, quartas, das 19 às 22h
Dias 04,11,18 e 25, sextas, das 19 às 22h
Dias 05,12,19 e 26, sábados, das 16 às 19h
Dias 06,13,20 e 27, domingo, das 16 às 19h
Dia 21, segunda, das 19 às 22h
Ensaios da Quadrilha Junina Luiz Gonzaga
Dias 01,08 e 15, terças, das 19 às 22h
Dias 03,10 e 24, quinta, das 19 às 22h
Dias 05,12,19 e 26, sábados, das 19 às 22h
Dias 06,13,20 e 27, domingo, das 19 às 22h
Ensaios do Grupo Peneirou Xerém
12 e 26, sábado, das 14 às 17h
30, quarta, das 19 às 22h
Bingo
19, sábado, das 14 às 17h
Observatório Sergipano de Politicas Culturais. Espaço de mobilização, articulação e (in)formação em politicas culturais
segunda-feira, 31 de março de 2008
CURSO DE FITOTERAPIA PLANTAS MEDICINAIS E PRODUTOS NATURAIS
29/04/2008- TERÇA- FEIRA
08h00min - Abertura do Curso e Dinâmica de Apresentação;
08h30min- Palestra sobre a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos – Dr. Ângelo Antoniolli- vice reitor da UFS;
09h00min- Debate;
10h30min- Lanche;
11h00min- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde – PNPIC; Introdução a Fitoterapia, Histórico, Botânica de Plantas Medicinais Fitoterapia na Rede de Saúde, Legislação, Princípio Ativo;
14 as 18 h – Reconhecimento das Plantas – Farmácia Viva - Parque da Sementeira;
30/04/2008 – QUARTA FEIRA
08h00min – Conceitos Importantes, Plantas e suas Indicações, Formas de Preparo e Receitas: Tinturas (antiinflamatórias, antifúngicas e cicatrizantes) e banhos naturais; Pomadas e óleos naturais; Sabão e xampu natural; Lambedores; Sabonetes de fruta e plantas.
10h00min – lanche
10h15min- Coleta, Cultivo, Secagem e Armazenamento das plantas;
14h00min- Aula Prática – Preparação de chás, tinturas. Sabonetes, pomadas, óleos, xampu e sabonete artesanal.
16h00min- Avaliação e Encerramento
DATA: 29 A 30 DE ABRIL DE 2008
LOCAL: SALA DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE DO BRASIL/ARACAJU- Rua Própria 222- Centro - anexo Rádio Cultura.
CARGA HORÁRIA: 16 Horas.
HORÁRIO: 08 às 12 e 14 às 17 HS.
INFORMAÇÕES - 3255- 2622 / 88146794
INSCRIÇÕES – Até o dia 25 Abril de 2008.
VAGAS – 30 Participantes.
TAXA – R$ 25,00
DEPÓSITO BANCO BANESE-AGÊNCIA 061, CONTA – 03-100195-7.
FORNECIMENTO DE CERTIFICADO PELA UFS
APRESENTAÇÃO:
O Movimento Popular de Saúde (MOPS) existe desde 1989 em Sergipe com o objetivo de articular os grupos de base na luta por uma saúde pública de qualidade e o resgate das práticas culturais e populares.
A fitoterapia, como prática integrativa é um fenômeno social no mundo atual, caracterizada por suas inter-relações biológicas, sociais, culturais e econômicas. Ao mesmo tempo em que as ciências da pós-modernidade ressaltam uma mudança de paradigma, saindo do modelo cartesiano e reducionista para um modelo holístico com a valorização do todo. Nele incluindo: a relação do homem com a natureza e a utilização de recursos naturais de forma sustentável. Assim, vemos que o uso de plantas medicinais fitoterápicas é estimulado, principalmente nos movimentos sociais em decorrência da valorização da cultura popular pelos usuários do sistema de saúde.
A Resolução nº. 338/04, do Conselho Nacional de Saúde que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, a qual contempla, em seus eixos estratégicos, a "definição e pactuação de ações intersetoriais que visem à utilização das plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos no processo de atenção à saúde, com respeito aos conhecimentos tradicionais incorporados, com embasamento científico, com adoção de políticas de geração de emprego e renda, com qualificação e fixação de produtores, envolvimento dos trabalhadores em saúde no processo de incorporação dessa opção terapêutica e baseada no incentivo à produção nacional, com a utilização da biodiversidade existente no País";
O Decreto nº. 5.813, de 22 de junho de 2006, aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que garante à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.
O campo das Práticas Integrativas e Complementares contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA), conforme WHO, 2002. Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.
OBJETIVOS:
- Articular o saber científico e popular nas práticas de saúde, envolvendo o conhecimento das plantas medicinais e a produção de produtos naturais, orientando para aspectos de conservação da natureza, cuidados na coleta das ervas, e desenvolvendo de práticas de manejo sustentável.
- Fortalecer o Coletivo de Práticas Culturais e Populares de Saúde do Mops Sergipe;
- Sensibilizar a população para implantação do centro de formação de práticas Integrativas de saúde e de geração de renda.
- Divulgar a política nacional de Práticas Integrativas e Complementares e de plantas medicinas e fitoterápicos
METODOLOGIA:
O curso será dividido em momentos teóricos e atividades práticas. A troca de experiências será precedida de aulas expositivas, rodas de discussões e práticas de campo. A metodologia será participativa e problematizadora, partindo do conhecimento dos participantes e valorizando a troca de conhecimentos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
o Abordagem teórica: Introdução a Fitoterapia; Reconhecimento das plantas medicinais; Legislação Brasileira sobre Fabricação e Comercialização de Fitoterápicos; Tinturas (antiinflamatórias, antifúngicas e cicatrizantes) e banhos naturais; Pomadas e óleos naturais; Sabão e shampoo natural; Lambedores; Sabonetes de frutas.
COLETIVO DE PLANTAS MEDICINAIS E ALIMENTAÇÃO NATURAL / MOPS SERGIPE
08h00min - Abertura do Curso e Dinâmica de Apresentação;
08h30min- Palestra sobre a política nacional de plantas medicinais e fitoterápicos – Dr. Ângelo Antoniolli- vice reitor da UFS;
09h00min- Debate;
10h30min- Lanche;
11h00min- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde – PNPIC; Introdução a Fitoterapia, Histórico, Botânica de Plantas Medicinais Fitoterapia na Rede de Saúde, Legislação, Princípio Ativo;
14 as 18 h – Reconhecimento das Plantas – Farmácia Viva - Parque da Sementeira;
30/04/2008 – QUARTA FEIRA
08h00min – Conceitos Importantes, Plantas e suas Indicações, Formas de Preparo e Receitas: Tinturas (antiinflamatórias, antifúngicas e cicatrizantes) e banhos naturais; Pomadas e óleos naturais; Sabão e xampu natural; Lambedores; Sabonetes de fruta e plantas.
10h00min – lanche
10h15min- Coleta, Cultivo, Secagem e Armazenamento das plantas;
14h00min- Aula Prática – Preparação de chás, tinturas. Sabonetes, pomadas, óleos, xampu e sabonete artesanal.
16h00min- Avaliação e Encerramento
DATA: 29 A 30 DE ABRIL DE 2008
LOCAL: SALA DOS CURSILHOS DE CRISTANDADE DO BRASIL/ARACAJU- Rua Própria 222- Centro - anexo Rádio Cultura.
CARGA HORÁRIA: 16 Horas.
HORÁRIO: 08 às 12 e 14 às 17 HS.
INFORMAÇÕES - 3255- 2622 / 88146794
INSCRIÇÕES – Até o dia 25 Abril de 2008.
VAGAS – 30 Participantes.
TAXA – R$ 25,00
DEPÓSITO BANCO BANESE-AGÊNCIA 061, CONTA – 03-100195-7.
FORNECIMENTO DE CERTIFICADO PELA UFS
APRESENTAÇÃO:
O Movimento Popular de Saúde (MOPS) existe desde 1989 em Sergipe com o objetivo de articular os grupos de base na luta por uma saúde pública de qualidade e o resgate das práticas culturais e populares.
A fitoterapia, como prática integrativa é um fenômeno social no mundo atual, caracterizada por suas inter-relações biológicas, sociais, culturais e econômicas. Ao mesmo tempo em que as ciências da pós-modernidade ressaltam uma mudança de paradigma, saindo do modelo cartesiano e reducionista para um modelo holístico com a valorização do todo. Nele incluindo: a relação do homem com a natureza e a utilização de recursos naturais de forma sustentável. Assim, vemos que o uso de plantas medicinais fitoterápicas é estimulado, principalmente nos movimentos sociais em decorrência da valorização da cultura popular pelos usuários do sistema de saúde.
A Resolução nº. 338/04, do Conselho Nacional de Saúde que aprova a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, a qual contempla, em seus eixos estratégicos, a "definição e pactuação de ações intersetoriais que visem à utilização das plantas medicinais e de medicamentos fitoterápicos no processo de atenção à saúde, com respeito aos conhecimentos tradicionais incorporados, com embasamento científico, com adoção de políticas de geração de emprego e renda, com qualificação e fixação de produtores, envolvimento dos trabalhadores em saúde no processo de incorporação dessa opção terapêutica e baseada no incentivo à produção nacional, com a utilização da biodiversidade existente no País";
O Decreto nº. 5.813, de 22 de junho de 2006, aprova a Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos que garante à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional.
O campo das Práticas Integrativas e Complementares contempla sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, os quais são também denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de medicina tradicional e complementar/alternativa (MT/MCA), conforme WHO, 2002. Tais sistemas e recursos envolvem abordagens que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade. Outros pontos compartilhados pelas diversas abordagens abrangidas nesse campo são a visão ampliada do processo saúde doença e a promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado.
OBJETIVOS:
- Articular o saber científico e popular nas práticas de saúde, envolvendo o conhecimento das plantas medicinais e a produção de produtos naturais, orientando para aspectos de conservação da natureza, cuidados na coleta das ervas, e desenvolvendo de práticas de manejo sustentável.
- Fortalecer o Coletivo de Práticas Culturais e Populares de Saúde do Mops Sergipe;
- Sensibilizar a população para implantação do centro de formação de práticas Integrativas de saúde e de geração de renda.
- Divulgar a política nacional de Práticas Integrativas e Complementares e de plantas medicinas e fitoterápicos
METODOLOGIA:
O curso será dividido em momentos teóricos e atividades práticas. A troca de experiências será precedida de aulas expositivas, rodas de discussões e práticas de campo. A metodologia será participativa e problematizadora, partindo do conhecimento dos participantes e valorizando a troca de conhecimentos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
o Abordagem teórica: Introdução a Fitoterapia; Reconhecimento das plantas medicinais; Legislação Brasileira sobre Fabricação e Comercialização de Fitoterápicos; Tinturas (antiinflamatórias, antifúngicas e cicatrizantes) e banhos naturais; Pomadas e óleos naturais; Sabão e shampoo natural; Lambedores; Sabonetes de frutas.
COLETIVO DE PLANTAS MEDICINAIS E ALIMENTAÇÃO NATURAL / MOPS SERGIPE
terça-feira, 25 de março de 2008
EDITAL DE INSCRIÇÃO DE PROJETOS DA ÁREA CULTURAL – CORREIOS
INSCRIÇÕES DE 14/03 A 14/04/2008
O Presente Edital de Inscrição de Projetos da Área Cultural objetiva o recebimento de inscrição de projetos com realização entre agosto e dezembro de 2008 para avaliação do patrocínio, nos seguintes segmentos:
Artes Cênicas – Dança
Apresentação, mostras ou festivais de dança.
Artes Cênicas – Teatro
Projetos de produção/montagem, apresentação, mostras e festivais.
Artes Integradas
Eventos com manifestações culturais variadas, englobando diversos segmentos com a mesma temática.
Humanidades – obra literária
Edição de livros que retratem a história, as características e os costumes locais, regionais e/ou nacionais, obras de referência, biografias de personalidades brasileiras e literatura histórico-filatélica.
Humanidades – evento literário e programa de Incentivo à Leitura.
Programa de incentivo à Leitura Saraus, concursos, encontros literários e eventos que envolvam diretamente leituras e debates.
Audiovisual
Mostras e Festivais de Cinema e Vídeo.
Música
Apresentação, formação de música instrumental, clássica e de concerto; apresentação de gêneros musicais genuinamente brasileiros.
Maiores informações acesse: http://www.correios.com.br/institucional/conheca_correios/acoes_culturais/esp_cult_rj/patrocinio/Conteudo/edital.cfm?edital=Programa
O Presente Edital de Inscrição de Projetos da Área Cultural objetiva o recebimento de inscrição de projetos com realização entre agosto e dezembro de 2008 para avaliação do patrocínio, nos seguintes segmentos:
Artes Cênicas – Dança
Apresentação, mostras ou festivais de dança.
Artes Cênicas – Teatro
Projetos de produção/montagem, apresentação, mostras e festivais.
Artes Integradas
Eventos com manifestações culturais variadas, englobando diversos segmentos com a mesma temática.
Humanidades – obra literária
Edição de livros que retratem a história, as características e os costumes locais, regionais e/ou nacionais, obras de referência, biografias de personalidades brasileiras e literatura histórico-filatélica.
Humanidades – evento literário e programa de Incentivo à Leitura.
Programa de incentivo à Leitura Saraus, concursos, encontros literários e eventos que envolvam diretamente leituras e debates.
Audiovisual
Mostras e Festivais de Cinema e Vídeo.
Música
Apresentação, formação de música instrumental, clássica e de concerto; apresentação de gêneros musicais genuinamente brasileiros.
Maiores informações acesse: http://www.correios.com.br/institucional/conheca_correios/acoes_culturais/esp_cult_rj/patrocinio/Conteudo/edital.cfm?edital=Programa
quinta-feira, 20 de março de 2008
A dança da vida.
As fotos abaixo foram tiradas no Encontro de Danças Circulares realizado nos dias 08 e 09 de Março de 2008, na Comunidade Bom Pastor (Santos Dumont), sob a coordenação da Ong Ação Cultural.
Segundo Alcino Ferreira e Clemente Lizana(in memorian), no texto “A questão do corpo nos movimentos populares”, educadores populares da Equipe Habeas Corpus de Recife: “Os nossos corpos são portadores, por assim dizer, de feridas e de cicatrizes imprimidas pela organização do universo político e pela repressão social.”
Já Frei Betto, em artigo de sua autoria intitulado corpo cósmico, afirma: “Esse corpo que somos dorme e sonha, sofre e goza, sabe-se feliz ou contrai-se em tristeza, esbanja saúde ou fragiliza-se na doença. Sobretudo, é capaz de algo inacessível a todos os outros animais: sorrir . E, no entanto, ainda vivemos num mundo submerso em lágrimas. Porque esse corpo, provido de sentimentos e emoções, guarda rancores, iras e ódios, embora tão capaz de compaixão, ternura e amor.”
Toda esta reflexão, se colocada durante as décadas de 60 e 70 como ponto de partida, para discussão de um projeto coletivo junto a pessoas e grupos que atuavam junto a movimentos populares, sindicatos, entidades e a maioria dos agrupamentos de esquerda, seria no mínimo estranho, ou acusada de estar querendo desviar o potencial de mobilização e/ou politização das massas. Como a maioria das lideranças daquela época não percebeu a importância de valorização dos aspectos ligados a cultura, ao corpo, a espiritualidade e a subjetividade, algumas reações vieram a tona, como: o cansaço, o isolamento, a perda do sentido do projeto político, o martírio do corpo no exercício da militância que traria, no amanhecer, a revolução.
Já no momento atual, constata-se a partir da contribuição de pensadores engajados , principalmente aqueles ligados aos estudos da filosofia, das tradições religiosas e da psicologia que um dos principais problemas que impedem a construção de homens e mulheres novos e uma efetiva mudança das estruturas sociais é exatamente esta visão fragmentada, dividida e separada das questões que nos dizem respeito, tanto em termos do ser individual, como do ser coletivo.
Urge, parafraseando Proust: buscarmos a unidade perdida, afinal dividimos o mundo em territórios. Quebramos a unidade do conhecimento e do ser. Para os cientistas, damos a natureza; aos filósofos, a mente; para os artistas o belo; aos teólogos, a alma. A própria ciência foi fragmentada de tal forma que, por falta de aproximação e entendimento de profissionais dos ramos diversos, muitos projetos fracassam(ram) com possibilidade inclusive de comprometer a sobrevivência das espécies e do próprio planeta.
Com o objetivo de possibilitar a colagem das partes, diversos filósofos, cientistas, teólogos, psicólogos, artistas e educadores estão buscando no resgate da tradição em diálogo com as descobertas e insights atuais, algumas saídas para a crise individual, social e planetária que aflige a todos nós no inicio deste novo século.
Um destes nomes é o de Bernhard Wosien, bailarino e coreógrafo alemão que, inspirado pelo imenso potencial das danças folclóricas, e após intensa pesquisa baseada principalmente na tradição alemã, criou em 1976 um movimento intitulado “Danças Circulares Sagradas”, que nasceu na comunidade espiritualista de Findhorn, no norte da Escócia.
O resgate dessas danças representa uma retomada de antigas formas de expressão de diferentes povos e culturas, acrescidas de novas criações, coreografias, ritmos e significações próprias do homem inserido na realidade atual.
Aqui em nossa região, no ano de 1999, o Cenap (Centro Nordestino de Animação Popular) inicia uma série de oficinas com William Walle, em Recife (após esse momento, outras cidades da região foram incluídas), e através de outros focalizadores, como Álvaro Pantoja.
Através das danças circulares, algumas questões tratadas no texto: “A questão do corpo nos movimentos populares”, escrito no final da década de 80, por Clemente Lizana (in memoriam) e Alcino Ferreira podem ser trabalhadas, são problemas de comportamento que freiam o avanço dos processos coletivos decorrentes do:
· Individualismo,
· Da concorrência,
· Da vontade de dominar os outros ou da subserviência,
· Da intolerância perante as colocações alheias,
· Da falta de confiança nas capacidades próprias,
· Da desconfiança nos outros,
· Do acanhamento,
· Da falta de vitalidade e da passividade,
· Da incapacidade de se concentrar.
Como já sabemos, estas condutas são provocadas e incentivadas, de mil maneiras, para garantir a reprodução do atual modelo sócio–político-econômico-cultural injusto e excludente.
P.S,:
1)Em alguns estados existem pessoas, grupos e entidades que se dedicam em promover a disseminação do conhecimento sobre danças circulares. Procurando no google certamente encontrará alguém ou algum local mais próximo. Dentre muitas, destacamos:
Roda dos Povos – Encontro Brasileiro de Danças Circulares... Sagradas www.rodadospovos.com.br
Encontro Nordestino de Danças Circulares (Recife-PE) www.encontro.nordestinodc.nom.br
Mana-maní (Belém-PA) www.manamani.org.br
Rodas da Lua – Grupo Rodas da Lua (Brasília-DF) www.rodasdalua.org.br
UniLuz (Nazaré Paulista-SP) www.nazarevivencias.com.br
Giraflor (Curitiba-PR) www.dancascirculares.org
Roda de Luz (Rio de Janeiro-RJ) www.dancascircularesrj.com.br
Triom – Centro de Estudos, Livraria e Editora (S.Paulo-SP)
www.triom.com.br/paginas/p04-4fr.html
2) Dançar quer dizer,
Sobretudo comunicar,
Unir-se,
Encontrar-se,
Falar com o próximo no profundo do seu ser.
A Dança é união,
de pessoa com pessoa,
de pessoa com o universo,
de pessoa com Deus.
(Maurice Bejart)
A canção do bailarino
“Tu que moves o mundo, agora moves também a mim
Tu me tocas profundamente e me elevas a ti
Eu danço uma canção do silêncio,
Seguindo uma música cósmica
e coloco meu pé ao longo das beiras do céu
Eu sinto como teu sorriso
me faz feliz”.
Bernhard Wosien
Veja a reportagem da Aperipê TV sobre o Encontro de Danças Circulares, no YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=n3l5aGVmCzI
Segundo Alcino Ferreira e Clemente Lizana(in memorian), no texto “A questão do corpo nos movimentos populares”, educadores populares da Equipe Habeas Corpus de Recife: “Os nossos corpos são portadores, por assim dizer, de feridas e de cicatrizes imprimidas pela organização do universo político e pela repressão social.”
Já Frei Betto, em artigo de sua autoria intitulado corpo cósmico, afirma: “Esse corpo que somos dorme e sonha, sofre e goza, sabe-se feliz ou contrai-se em tristeza, esbanja saúde ou fragiliza-se na doença. Sobretudo, é capaz de algo inacessível a todos os outros animais: sorrir . E, no entanto, ainda vivemos num mundo submerso em lágrimas. Porque esse corpo, provido de sentimentos e emoções, guarda rancores, iras e ódios, embora tão capaz de compaixão, ternura e amor.”
Toda esta reflexão, se colocada durante as décadas de 60 e 70 como ponto de partida, para discussão de um projeto coletivo junto a pessoas e grupos que atuavam junto a movimentos populares, sindicatos, entidades e a maioria dos agrupamentos de esquerda, seria no mínimo estranho, ou acusada de estar querendo desviar o potencial de mobilização e/ou politização das massas. Como a maioria das lideranças daquela época não percebeu a importância de valorização dos aspectos ligados a cultura, ao corpo, a espiritualidade e a subjetividade, algumas reações vieram a tona, como: o cansaço, o isolamento, a perda do sentido do projeto político, o martírio do corpo no exercício da militância que traria, no amanhecer, a revolução.
Já no momento atual, constata-se a partir da contribuição de pensadores engajados , principalmente aqueles ligados aos estudos da filosofia, das tradições religiosas e da psicologia que um dos principais problemas que impedem a construção de homens e mulheres novos e uma efetiva mudança das estruturas sociais é exatamente esta visão fragmentada, dividida e separada das questões que nos dizem respeito, tanto em termos do ser individual, como do ser coletivo.
Urge, parafraseando Proust: buscarmos a unidade perdida, afinal dividimos o mundo em territórios. Quebramos a unidade do conhecimento e do ser. Para os cientistas, damos a natureza; aos filósofos, a mente; para os artistas o belo; aos teólogos, a alma. A própria ciência foi fragmentada de tal forma que, por falta de aproximação e entendimento de profissionais dos ramos diversos, muitos projetos fracassam(ram) com possibilidade inclusive de comprometer a sobrevivência das espécies e do próprio planeta.
Com o objetivo de possibilitar a colagem das partes, diversos filósofos, cientistas, teólogos, psicólogos, artistas e educadores estão buscando no resgate da tradição em diálogo com as descobertas e insights atuais, algumas saídas para a crise individual, social e planetária que aflige a todos nós no inicio deste novo século.
Um destes nomes é o de Bernhard Wosien, bailarino e coreógrafo alemão que, inspirado pelo imenso potencial das danças folclóricas, e após intensa pesquisa baseada principalmente na tradição alemã, criou em 1976 um movimento intitulado “Danças Circulares Sagradas”, que nasceu na comunidade espiritualista de Findhorn, no norte da Escócia.
O resgate dessas danças representa uma retomada de antigas formas de expressão de diferentes povos e culturas, acrescidas de novas criações, coreografias, ritmos e significações próprias do homem inserido na realidade atual.
Aqui em nossa região, no ano de 1999, o Cenap (Centro Nordestino de Animação Popular) inicia uma série de oficinas com William Walle, em Recife (após esse momento, outras cidades da região foram incluídas), e através de outros focalizadores, como Álvaro Pantoja.
Através das danças circulares, algumas questões tratadas no texto: “A questão do corpo nos movimentos populares”, escrito no final da década de 80, por Clemente Lizana (in memoriam) e Alcino Ferreira podem ser trabalhadas, são problemas de comportamento que freiam o avanço dos processos coletivos decorrentes do:
· Individualismo,
· Da concorrência,
· Da vontade de dominar os outros ou da subserviência,
· Da intolerância perante as colocações alheias,
· Da falta de confiança nas capacidades próprias,
· Da desconfiança nos outros,
· Do acanhamento,
· Da falta de vitalidade e da passividade,
· Da incapacidade de se concentrar.
Como já sabemos, estas condutas são provocadas e incentivadas, de mil maneiras, para garantir a reprodução do atual modelo sócio–político-econômico-cultural injusto e excludente.
P.S,:
1)Em alguns estados existem pessoas, grupos e entidades que se dedicam em promover a disseminação do conhecimento sobre danças circulares. Procurando no google certamente encontrará alguém ou algum local mais próximo. Dentre muitas, destacamos:
Roda dos Povos – Encontro Brasileiro de Danças Circulares... Sagradas www.rodadospovos.com.br
Encontro Nordestino de Danças Circulares (Recife-PE) www.encontro.nordestinodc.nom.br
Mana-maní (Belém-PA) www.manamani.org.br
Rodas da Lua – Grupo Rodas da Lua (Brasília-DF) www.rodasdalua.org.br
UniLuz (Nazaré Paulista-SP) www.nazarevivencias.com.br
Giraflor (Curitiba-PR) www.dancascirculares.org
Roda de Luz (Rio de Janeiro-RJ) www.dancascircularesrj.com.br
Triom – Centro de Estudos, Livraria e Editora (S.Paulo-SP)
www.triom.com.br/paginas/p04-4fr.html
2) Dançar quer dizer,
Sobretudo comunicar,
Unir-se,
Encontrar-se,
Falar com o próximo no profundo do seu ser.
A Dança é união,
de pessoa com pessoa,
de pessoa com o universo,
de pessoa com Deus.
(Maurice Bejart)
A canção do bailarino
“Tu que moves o mundo, agora moves também a mim
Tu me tocas profundamente e me elevas a ti
Eu danço uma canção do silêncio,
Seguindo uma música cósmica
e coloco meu pé ao longo das beiras do céu
Eu sinto como teu sorriso
me faz feliz”.
Bernhard Wosien
Veja a reportagem da Aperipê TV sobre o Encontro de Danças Circulares, no YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=n3l5aGVmCzI
Complexo Cultural Gonzagão promove aula aberta de dança-yoga e de danças circulares.
Com o objetivo de buscar um contato mais próximo da população com duas modalidades de dança voltadas para a melhoria da qualidade de vida, notadamente no campo da saúde física, mental e emocional e no relacionamento interpessoal, o Gonzagão promove duas aulas abertas gratuitas com Dança-yoga no dia 06/03(quinta-feira) ás 16h e com Danças Circulares no dia 07/03, às 19h30.
A prática da yoga é mais difundidada como filosofia ou caminho do que como arte, entretanto, segundo K.S. Yengar, a yoga é uma arte espiritual. A palavra yoga, em sânscrito, significa união, trabalho, aplicação; é um caminho de auto-análise que se pode praticar. Estar presente, observando o próprio estado de presença, fazendo e ao mesmo tempo observando o que esta sendo feito, é uma etapa no caminho da integração. Dançar como o foco na auto- observação, buscar fluidez e consciência no movimento, na respiração, experimentando uma dança mais total.
A ministrante paulista Íris Fiorelli é professora de Yoga, formada pelo Método Shivananda, Barcelona (2003 e 2004). Dedica-se à dança profissionalizante atuando e ensinando desde 1992. Estudou várias técnicas como Balé Clássico, Flamenco, Dança Clássica Indiana, Reeducação do Movimento, Dança Contemporânea e Danças Brasileiras.
Em março de 2007, Íris chega a Aracaju com a Ong “Caravana Arco-íris Por La Paz”, tendo facilitado o contato com a yoga em vários estados brasileiros, para todas as idades, realidades sociais e étnicas. Atualmente, reside em Aracaju e atua também como artista clown na Cia de Palhaços “O Mínimo”.
As danças circulares, por sua vez, são danças de roda, tradicionais e contemporâneas, de diferentes culturas (diferentes povos e diferentes épocas) vivenciadas como canal e instrumento de Educação e Cultura, de comunicação criativa, de auto-conhecimento, de saúde integral, de celebração e integração.
Para apresentar essas danças, virá de Olinda , Pernambuco, o educador Álvaro Pantoja Leite, que é licenciado em Filosofia, doutorando em Ciências da Educação e focalizador de rodas, desde 2000, com encontros e cursos de Danças Circulares em diversas cidades brasileiras (Recife, João Pessoa, Aracaju, Maceió, Teresina, Fortaleza, Sobral).
Durante a aula aberta de danças circulares, além da proposta de envolver o público presente em alguns exemplos práticos, será aberto um espaço para a realização de um bate papo sobre como as danças circulares contribuem para o crescimento humano e sobre as possibilidades como ferramenta pedagógica no trabalho sócio-educativo.
No próximo final de semana, dias 08 e 09 de março, Álvaro Pantoja estará coordenando um Encontro de Danças Circulares, na Comunidade Bom Pastor, no bairro Santos Dumont, organizado pela Ong Ação Cultural e Comunidade Bom Pastor.
Leia também: http://acaoculturalse.blogspot.com
O Presépio Comunitário e Ecológico do Gonzagão - Dezembro de 2007
A idéia, originalmente, partiu de membros da equipe técnica do “Gonzagão”, aprimorada e concretizada através das mãos do artista plástico Rogério Valença, cujo talento, — utilizando materiais como: garrafas pets, retalhos de tecidos, sobras de lã e fitas coloridas, restos de madeira e papelões, tintas, papéis, palha e algodão, e mais um tanto de criatividade e generosidade, — resultou, pelo que nos consta, no primeiro presépio natalino construído com a base inteiramente reciclada.
A concepção do presépio envolveu, além da assistência do produtor artístico Edson Monteiro, outros integrantes do consórcio cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências, em forma de oficina e mutirão. Contamos ainda com a mão-de-obra voluntária de um marceneiro na construção da estrutura da manjedoura e pessoas da própria comunidade, que contribuíram com a doação de diversos materiais.
A construção total do projeto durou cerca de duas semanas. A obra ficará exposta no Gonzagão até 06 de janeiro de 2008, durante horário comercial, ocupando uma área de 3.0 m2 e com uma altura de 2.65 cm. Pode-se facilmente identificar o lúdico e o popular nordestino através de traços da nossa cultura em detalhes como os fuxicos que decoram as roupas de alguns personagens. Detalhes que também se sobressaem na minuciosa caracterização mais requintada dos três reis magos, e na própria decoração circular, que é complementada por guirlandas feitas com peneiras, as famosas “arupembas” sergipanas, e uma árvore de natal rústica, feita a partir de uma esteira de palha de bananeira.
O artista plástico Rogério Valença é também coreógrafo, cantor, estilista e aderecista da quadrilha junina Asa Branca, com formação em Pernambuco e em São Paulo, onde, além da sua participação em grupos culturais e artísticos de cada região, também, integrou a comissão carnavalesca da Escola de Samba Império da Casa Verde, do grupo especial paulista e se dispôs a produzir o trabalho do presépio de forma gratuita, levando em conta as dificuldades orçamentários do momento.
A realização do projeto do presépio natalino no Complexo Cultural “O Gonzagão” consolida a nova fase de reabertura de suas portas à comunidade, com ações e eventos culturais, educativos e sociais, iniciado em 13 de junho deste ano, sob a coordenação do Professor Zezito de Oliveira e, assim, encerrando as suas atividades de 2007 com total comprometimento com a cultura sergipana e com os valores populares e artísticos locais.
Filme: COCORÉ
Produzido no formato vídeo digital, em 2006, na cidade
de Belo Horizonte, e finalizado em 2007 na DGT filmes
de São Paulo, com mixagem e sonorização por Damião
Lopes, do Rio de Janeiro, o filme conta com o trabalho
voluntário de inúmeros talentos em todas as suas fases
de produção.
Personagens reais e moradores de rua se misturam aos
atores, criando um retrato próximo da realidade para
contar a história do personagem principal, Cocoré ,
que, no resgate de um direito sobre terras herdadas e
roubadas, acaba constituindo um grupo bastante
heterogêneo e juntos criam uma solução alternativa de
sobrevivência e moradia ecológica na selva urbana.
A sincronia do passo da Caravana Arcoiris por la Paz
em Belo Horizonte, no ano 2006, e o contato do
coordenador Alberto Ruz com Tullio Marques, foi a
força que Cocoré precisava para sair de 12 anos de
encanamento nos arquivos do realizador mineiro que
tentou, por mais de uma década, procurar apoio das
instituções cinematogrâficas, o que não foi possível
devido a certos aspéctos altamente polémicos do
roteiro.
O longa conta com Alberto Ruz, tanto como assistente
do diretor Tullio Marques, quanto como "O Mexicano",
companheiro de Cocoré em sua luta por procurar uma
alternativa ao grupo de moradores de rua que o
acompanha. Outros membros da troupe internacional da
Caravana interviram no filme como atores,
câmera-woman, cenógrafos, etc.
Ao misturar ficção com fatos jornalísticos usando uma
linguagem documental e enquadramentos feitos por
várias câmeras de vídeo simultâneas, o diretor faz com
que o espectador sinta-se participante da história.
Além desta, o filme Cocoré terá várias outras
apresentações aqui em Aracajú, durante o mês de
dezembro, passando pela Barra dos Coqueiros e outras
cidades sergipanas.
de Belo Horizonte, e finalizado em 2007 na DGT filmes
de São Paulo, com mixagem e sonorização por Damião
Lopes, do Rio de Janeiro, o filme conta com o trabalho
voluntário de inúmeros talentos em todas as suas fases
de produção.
Personagens reais e moradores de rua se misturam aos
atores, criando um retrato próximo da realidade para
contar a história do personagem principal, Cocoré ,
que, no resgate de um direito sobre terras herdadas e
roubadas, acaba constituindo um grupo bastante
heterogêneo e juntos criam uma solução alternativa de
sobrevivência e moradia ecológica na selva urbana.
A sincronia do passo da Caravana Arcoiris por la Paz
em Belo Horizonte, no ano 2006, e o contato do
coordenador Alberto Ruz com Tullio Marques, foi a
força que Cocoré precisava para sair de 12 anos de
encanamento nos arquivos do realizador mineiro que
tentou, por mais de uma década, procurar apoio das
instituções cinematogrâficas, o que não foi possível
devido a certos aspéctos altamente polémicos do
roteiro.
O longa conta com Alberto Ruz, tanto como assistente
do diretor Tullio Marques, quanto como "O Mexicano",
companheiro de Cocoré em sua luta por procurar uma
alternativa ao grupo de moradores de rua que o
acompanha. Outros membros da troupe internacional da
Caravana interviram no filme como atores,
câmera-woman, cenógrafos, etc.
Ao misturar ficção com fatos jornalísticos usando uma
linguagem documental e enquadramentos feitos por
várias câmeras de vídeo simultâneas, o diretor faz com
que o espectador sinta-se participante da história.
Além desta, o filme Cocoré terá várias outras
apresentações aqui em Aracajú, durante o mês de
dezembro, passando pela Barra dos Coqueiros e outras
cidades sergipanas.
Como unir Juventude e Tradição Cultural.
“ Um evento cuja temática e palestrantes me surpreenderam pela qualidade das suas experiências e da sistematização elaboradas por eles em cima das práticas artísticas e pedagógicas e pela forma como passaram para nós, de forma clara, sem cansar e com emoção”
Essas palavras proferidas por um participante do 3º Fórum Popular de Cultura que aconteceu nos dias 23, 24 e 25 de Novembro sintetizam muito bem a impressão da maioria que estiveram presentes no Gonzagão, local que sediou a edição 2007 do Fórum.
Organizado pela Ong Ação Cultural e contando com o patrocínio do Programa BNB de Cultura o evento contou também com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura e reuniu no horário de maior concentração de público 80 pessoas, que assistiram a mesa redonda “Cultura & Inclusão” e 400 pessoas na mostra “Arte & Cidadania”.
Para os organizadores o mérito principal do evento foi fomentar o inicio da discussão a respeito da elaboração de estratégias para trabalhar com arte e cultura junto a crianças e adolescentes da periferia, cujas “mentes e corações” estão ocupadas com os ritmos e sons que estão na moda, em geral esta necessidade é citada por intelectuais, educadores e artistas, mas pouco é realizado neste sentido.
Conforme discutido durante o fórum não se trata de forçar os adolescentes a abandonar os gostos próprios ou “impostos” pelos meios de comunicação de massa mas, de conhecer e valorizar outros tipos de música, de movimentos, de sensibilidades.
Em termos práticos isso foi apresentando na mostra artística a partir da apresentação do resultado da oficina de dança desenvolvida pela Caravana Arcoiris, desde o inicio do mês de outubro, no Gonzagão, e que preparou um trabalho coreográfico em forma de colagem, onde os adolescentes envolvidos mostraram o que aprenderam de diferente: afro peruano, dança do ventre, contemporâneo e aquilo que eles conheciam: forró e dança de rua.
Essa mesma abordagem também foi destacada na oficina apresentada por Paula Gonçalves e Ketully Costa Leal, da Em Cena Arte e Cidadania, a qual mobilizou os participantes em torno da necessidade de construir coreografias partindo dos referenciais estéticos e históricos de cada um, sem perder de vista, evidentemente, a necessidade de agregar novos conhecimentos aos que eles possuem, reforçando as palavras de Clébio Correia de Araujo que mostrou a necessidade de darmos especial atenção ao processo de trabalho, pois se queremos preparar pessoas com autonomia, não obteremos esse resultado fazendo-os tão somente repetir os movimentos do coreógrafo ou os modelos de arte teatral concebidos pelo professor e/ou diretor.
Outras questões também foram apresentadas como a necessidade de organizarmos um programa de formação de agentes culturais para darmos continuidade e aprofundarmos algumas questões levantadas na discussão sobre as identidades, memória histórica e ação cultural nas escolas que foram apresentadas na discussão coordenada por Marcial Araujo Lima e Clébio Correia de Araujo, a propósito da experiência do projeto “ A escola como pólo cultural da comunidade ”, realizado com estudantes de escolas públicas de Maceió.
A propósito da apresentação desse tema o professor João Brasileiro, afirmou a coincidência sobre alguns questionamentos que estavam sendo feitas por ele e por alguns colegas da Escola Albano Franco, no bairro Santa Maria e a abordagem realizada por Marcial que muito o ajudará na condução dos trabalhos junto aos colegas e alunos da escola onde trabalha.
Outra proposta que teve boa aceitação foi a formação de mini-caravanas formada por agentes culturais para visitar-se mutuamente e desta forma poderem trocar experiências e fortalecer os laços de amizade e de cooperação.
Da parte da Ação Cultural a expectativa principal é que encontros com a metodologia do fórum, cuja característica principal é aproximar quem faz e que elaborou/ elabora reflexão sobre a prática, de quem já faz isso ou que quer ampliar os seus horizontes nesse sentido, sejam organizados por parte do gestores das Secretaria de Educação, Inclusão Social e Cultura, neste último caso os Encontros Culturais e Festivais de Arte que são realizados em várias cidades do estado, pode ser um espaço onde os temas e a metodologia dos fóruns populares de cultura podem ser incorporados.
Ao término do fórum a partir da avaliação com os participantes a opinião predominante é que as pessoas sentem necessidade de mostrar e conhecer experiências exitosas e cujos aprendizados possam ser incorporados por todos , afinal, unir juventude e tradição cultural exige muita disposição para o diálogo, abertura para o novo e/ou diferente, estudo e habilidade, pois como afirmou Marcial Lima “é simples, mas não é fácil”.
RECORTE DE TEXTOS QUE NOS SERVEM/SERVIRAM DE REFERÊNCIA PARA A DISCUSSÃO DO TEMA DO 3º FÓRUM POPULAR DE CULTURA.
“Somos mestiços. Não apenas etnicamente mestiços. Somos culturalmente mestiços. Dançando o Toré sob a lua; rezando numa igreja barroca de São Cristóvão; curvadas sobre a almofada para bordar; trocando objetos e valores nas feiras das periferias e do interior; depositando ex-votos aos pés dos nossos santos; dançando um gostoso forró pé de serra no Forró do Candeeiro; contemplando o mar e os coqueirais do alto da colina de Santo Antônio; dobrando o fole de uma sanfona numa noite de frio, no mês de junho; tocados pela décima corda da viola sertaneja; possuídos pelo samba de pareia da mussuca e pela dança de São Gonçalo; enfileirados nas Romarias da Terra e de Divina Pastora; o coração de tambores percutindo nos desfiles de 7 de Setembro; girando a cor e a vertigem das danças dos orixás; digerindo antropofagicamente o hip hop no caldo da embolada ou do repente. Somos irremediavelmente mestiços. A lógica da homogeneização nos oprime. Por isso gingamos o corpo, damos um passo e seguimos adiante como num drible de futebol ou numa roda de capoeira que, sem deixar de ser luta, tem alma de dança e de alegria."
Adaptação para a nossa realidade do texto introdutório do documento “A imaginação a serviço do Brasil” produzido em 2002 por artistas, intelectuais e gestores culturais e que serve de texto guia para os programas e projetos da gestão do Ministro Gilberto Gil a frente do Ministério da Cultura.
“ Como ampliar o trabalho de conscientização da juventude na perspectiva de valorização da cultura popular? Como produzir com qualidade e fortalecer a identidade cultural de nosso povo para atingir uma população com a mente massificada pela cultura de consumo imediato (a pasteurização cultural)? Como preparar pessoas competentes para trabalhar com cultura junto a crianças e jovens? Como incluir mais jovens nas ações culturais com o apoio da sociedade?”
Extraido da Carta Cultural da Periferia, produto final do 1º Fórum Popular de Cultura realizado em 2005 e organizado pela Ação Cultural..
O que queremos atingir através do resultado do trabalho com Arte:"
(...)Queremos que nossas crianças saibam valorizar a nossa cultura, que elas tenham historia para contar, para que também não sejam futuramente jovens desregrados, e para que esses jovens não se tornem adultos sem criatividade e sejam vozes de protesto contra o que a mídia joga aos seus filhos. danças que não constróem, não ensinam, nem os estimulam a pensar, não incentiva a sua criatividade. Para que não se construam pessoas sem objetivos; para que crianças que são concebidas não sejam rejeitadas desde o ventre, e para que vidas não mais se destruam.(...)"Extraído do relatório do 2º Fórum de Politicas Públicas do Conjunto Jardim. Tema: Arte e Cultura nos Rumos da Cidadania
04 de agosto de 2003 - Organizado pela Ação Cultural
O 3º Fórum Popular de Cultura
O Fórum Popular de Cultura, promovido pela Ong Ação Cultural em Sergipe, está na sua terceira edição. Neste ano, o fórum, cujo tema é “Juventude, Artes Cênicas e Cidadania”, conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, através do Programa BNB de Cultura – Edição 2007 e, pela primeira vez, com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura.
O evento terá inicio às 19h30 da sexta-feira, 23 de Novembro, com posse pública da nova diretoria da Ação Cultural, mesa redonda com gestores públicos que tratarão do tema “Cultura e Inclusão” , apresentação do vídeo do fórum 2006 e a abertura da exposição sobre o trabalho da Ação Cultural e parceiros nos bairros de Aracaju e região metropolitana.
O retorno das atividades se dará no sábado (24 de Novembro) ás 14h30, com as palestras temáticas que abordarão: A Cultura como Agente de Transformação Social - A Escola como Pólo Cultural da Comunidade - que será apresentada por Marcial de Araújo Lima, Presidente da Fundação Municipal de Ação Cultural(AL) e Dança-Cidadania com a professora e administradora Paula Gonçalves da ONG Em Cena Arte e Cidadania.(PE)
No horário da noite, será realizada uma mostra artística apresentando o resultado de algumas iniciativas desenvolvidas em escolas, bairros e cidades do interior.
Já no domingo (25 de Novembro), a partir das 9 horas, o espaço estará aberto para troca de experiências entre os participantes e dois atores e professores sergipanos da área de teatro — Rafaela e Fredy, que aquecerão o bate-papo falando sobre as suas experiências; a primeira relacionada ao fazer teatro no sertão e o resgate da tradição popular da região, e o segundo sobre o Teatro do Oprimido, modelo de prática cênico-pedagógica criada e desenvolvida por Augusto Boal na década de 70, destinando-se à mobilização do público, vinculando-se ao teatro de resistência.
Ocorrerá simultaneamente o mesmo com o pessoal da área de dança, que terão como provocadores do debate os professores e dançarinos sergipanos Carlos Henrique e Cristiane, que trabalham com adolescentes e jovens em diversos bairros de Aracaju e da região metropolitana, com dança moderna, afro e contemporânea. Falarão sobre as conquistas, as potencialidades, as dificuldades enfrentadas e as formas para superá-las.
Na tarde de domingo acontecerá as oficinas que aprofundarão os assuntos abordados nas palestras temáticas e rodas de conversas, pautados na metodologia de trabalho desenvolvida na Em Cena Arte e Cidadania, cujo foco é na dança como meio de inserção social, sob a responsabilidade da dançarina e educadora Ketully Costa Leal e no projeto “A escola como pólo cultural da comunidade”, intitulada: "Educação como ação cultural para a auto-determinação: um estudo de caso entre estudantes da periferia maceioense." sob a responsabilidade de Clébio Correia de Araújo, Mestre em Educação Brasileira pela UFAL e professor do Depto. de História da UNEAL - Universidade Estadual d
CELEBRAR CANUDOS: 110 ANOS DE MASSACRE
O Movimento Popular e Histórico de Canudos em parceria com a Secretaria Estadual de Cultura, através do Complexo Cultural O GONZAGÃO, estará realizando o 1º Celebrar Canudos. O evento servirá de espaço para debates, palestras, atividades artísticas, tais como: teatro, dança vídeos, shows, exposições fotográficas, tudo isso envolvendo a temática dos acontecimentos da Guerra de Canudos.
Há 110 anos o sertão da Bahia foi inundado pelo sangue de cerca de 25 mil brasileiros que lutaram bravamente pelo direito de viver livre das cangas dos coronéis, do latifúndio e dos impostos da recém instaurada república. A guerra de Canudos (1896-1897), evento crucial da história brasileira teve e tem um significado impar no cenário nacional e vem a cada dia despertando um interesse maior por parte de jornalistas, historiadores, intelectuais, pesquisadores, políticos, sindicalistas, religiosos e etc.
Entretanto, toda essa história do extermínio do povo de Canudos ficou muito tempo apagada e esquecida na memória do povo da região, do Brasil e do mundo e quando dela se falava era recheada de mitos e preconceitos contra Conselheiro e sua gente. Hoje, 110 anos depois, já podemos ver e sentir uma História de Canudos revisada. Canudos como uma história de lutas e de resistência camponesa versus a Canudos de fanáticos, monarquistas e messiânicos.
Canudos mais outra vez “não se rendeu” e se espalhou pelo país e sabemos que grande parte da elaboração de produções artísticas e culturais (filmes, livros, vídeos, artigos, romarias, seminários, semanas de cultura) que discutem Canudos dentro e fora do país deve-se a atuação do Movimento Popular de Canudos. Até 1981, quando se iniciou o trabalho popular pelo resgate de Canudos na região de Monte Santo, pesquisas acadêmicas haviam sido feitas, conferências realizadas e filmes exibidos. No entanto, Canudos vivia o seu silêncio mortal debaixo das águas do cocorobó. Foi preciso que este Movimento criasse uma mentalidade nova, profética, arrancando Canudos da malvadeza dos coronéis armados e das gaiolas das elites acadêmicas.
O Movimento Popular e Histórico de Canudos há anos luta para resgatar as verdades desta história através de associações, sindicatos, palestras e eventos como este que objetiva contribuir para que o povo brasileiro possa resgatar sua identidade com suas lutas e se inspirar nos bravos guerreiros de Canudos que deram suas vidas em defesa de uma sociedade justa e solidária.
Coordenação do Movimento Popular e Histórico de Canudos
CELEBRAR CANUDOS: 110 ANOS DE MASSACRE
Uma parceria do Movimento Popular e Histórico de Canudos - Núcleo de Sergipe com a SECRETARIA ESTADUAL DE CULTURA/SERGIPE GOVERNO DE TODOS, através do Complexo Cultural O Gonzagão.
27 de outubro de 2007 – SÁBADO
GONZAGÃO - ARACAJU
PROGRAMAÇÃO
9h. Abertura da Exposição “Canudos: ontem e hoje” E da exposição fotográfica sobre os 23 anos do Movimento Popular e Histórico de Canudos, da fotógrafa Rita Barreto - BAHIA
15h. Palestra com o Pe. Enoque Oliveira, pesquisador e fundador do Movimento Popular e Histórico de Canudos – Euclides da Cunha - BAHIA
16h Debate
16:30h Atividades Artísticas
17h Vídeo “Canudos: Sol e Pó” de Luciano Correia.
INTERVALO
19h Momento Celebrativo, sob a coordenação do missionário popular Ulisses Willy
20h Grupo Teatral Canudos EM Movimento – Japaratuba/SE, Grupo de Danças Rasga do Nordeste – N. Srª do Socorro/SE e Banda de Pífanos Zabumba da Missão – Japaratuba/SE
22h Forró pé de serra com Casaca de Couro/SE
Há 110 anos o sertão da Bahia foi inundado pelo sangue de cerca de 25 mil brasileiros que lutaram bravamente pelo direito de viver livre das cangas dos coronéis, do latifúndio e dos impostos da recém instaurada república. A guerra de Canudos (1896-1897), evento crucial da história brasileira teve e tem um significado impar no cenário nacional e vem a cada dia despertando um interesse maior por parte de jornalistas, historiadores, intelectuais, pesquisadores, políticos, sindicalistas, religiosos e etc.
Entretanto, toda essa história do extermínio do povo de Canudos ficou muito tempo apagada e esquecida na memória do povo da região, do Brasil e do mundo e quando dela se falava era recheada de mitos e preconceitos contra Conselheiro e sua gente. Hoje, 110 anos depois, já podemos ver e sentir uma História de Canudos revisada. Canudos como uma história de lutas e de resistência camponesa versus a Canudos de fanáticos, monarquistas e messiânicos.
Canudos mais outra vez “não se rendeu” e se espalhou pelo país e sabemos que grande parte da elaboração de produções artísticas e culturais (filmes, livros, vídeos, artigos, romarias, seminários, semanas de cultura) que discutem Canudos dentro e fora do país deve-se a atuação do Movimento Popular de Canudos. Até 1981, quando se iniciou o trabalho popular pelo resgate de Canudos na região de Monte Santo, pesquisas acadêmicas haviam sido feitas, conferências realizadas e filmes exibidos. No entanto, Canudos vivia o seu silêncio mortal debaixo das águas do cocorobó. Foi preciso que este Movimento criasse uma mentalidade nova, profética, arrancando Canudos da malvadeza dos coronéis armados e das gaiolas das elites acadêmicas.
O Movimento Popular e Histórico de Canudos há anos luta para resgatar as verdades desta história através de associações, sindicatos, palestras e eventos como este que objetiva contribuir para que o povo brasileiro possa resgatar sua identidade com suas lutas e se inspirar nos bravos guerreiros de Canudos que deram suas vidas em defesa de uma sociedade justa e solidária.
Coordenação do Movimento Popular e Histórico de Canudos
CELEBRAR CANUDOS: 110 ANOS DE MASSACRE
Uma parceria do Movimento Popular e Histórico de Canudos - Núcleo de Sergipe com a SECRETARIA ESTADUAL DE CULTURA/SERGIPE GOVERNO DE TODOS, através do Complexo Cultural O Gonzagão.
27 de outubro de 2007 – SÁBADO
GONZAGÃO - ARACAJU
PROGRAMAÇÃO
9h. Abertura da Exposição “Canudos: ontem e hoje” E da exposição fotográfica sobre os 23 anos do Movimento Popular e Histórico de Canudos, da fotógrafa Rita Barreto - BAHIA
15h. Palestra com o Pe. Enoque Oliveira, pesquisador e fundador do Movimento Popular e Histórico de Canudos – Euclides da Cunha - BAHIA
16h Debate
16:30h Atividades Artísticas
17h Vídeo “Canudos: Sol e Pó” de Luciano Correia.
INTERVALO
19h Momento Celebrativo, sob a coordenação do missionário popular Ulisses Willy
20h Grupo Teatral Canudos EM Movimento – Japaratuba/SE, Grupo de Danças Rasga do Nordeste – N. Srª do Socorro/SE e Banda de Pífanos Zabumba da Missão – Japaratuba/SE
22h Forró pé de serra com Casaca de Couro/SE
A Caravana Arcoiris Espalhando Alegria e Paz.
A Caravana Arcoiris Por La Paz, formada por 25 artistas e ativistas altermundistas de diversas nacionalidades, tendo se originado no México no ano de 1996 e percorrido milhares de quilômetros de nuestra América, busca através da arte, da educação ambiental e da espitirualidade de tradição indígena, chamar a atenção das pessoas para a necessidade de (re) construirmos o paraíso que herdamos a partir da compreensão de que a vida é um todo indivisível e que a fragmentação, o isolamento e a mercantilização são as fontes da destruição e do sofrimento que nos impedem de viver e desfrutar a terra como um jardim de mil delícias.
Depois de ter tido a felicidade de ler, em 2006, um dos cartazes da Caravana afixado na sede da Rede Sergipe de Cultura, fui contagiado pela alegre expectativa de poder conhecer todo o grupo. No cartaz, se resumiam os objetivos do projeto: Fortalecer redes, grupos e movimentos biorregionais. Oferecer oficinas e cursos nas áreas, de alimentação saudável, permacultura, ecovilas, eco-educação para crianças e jovens, eco-feminismo, intercâmbio de conhecimentos das culturas indígenas e suas cerimônias, saúde e terapias holísticas, teatro, música, artes circenses, danças circulares, tomada de decisões por consenso e resoluções de conflitos para grupos.
As atividades da Caravana foram iniciadas com uma reunião com representantes de pontos de cultura e outras entidades e grupos culturais que escolheram alguns temas prioritários para palestras, vivências e oficinas.
O inicio dos trabalhos aconteceu com uma cerimônia ecumênica que rememora alguns cantos e rituais de diversos povos nativos desde o Canadá até a Patagônia, permeando, inclusive, a tradição dos nossos pataxós do sul da Bahia, incorporando também cantos e danças dos terreiros. Neste caso, a concha do Centro de Criatividade, lugar em que estava sendo realizada a atividade, tem tudo a ver, porque é um local de remanescentes de quilombos, alguns dos quais estiveram presentes (integrantes da ong Criliber , e alguns moradores da comunidade) com canto, dança e percussão.
Essa forma de interagir com os conhecimentos da população local esteve presente em todo o momento da realização das oficinas e vivências. No caso das danças circulares, por exemplo, os focalizadores da Caravana, em muitos momentos, convidaram aqueles que conheciam os passos das danças e folguedos sergipanos para compartilhar conhecimentos.
Como na música de Milton Nascimento “O artista dever ir onde o povo está” a Caravana foi ao encontro dos moradores do entorno do Centro de Criatividade e apresentou uma sessão de vídeos sobre quilombos dentro da comunidade da maloca e participou de alguns encontros com dirigentes dos setores de cultura, comunicação e gênero do MST para organizar algumas atividades em aliança e se integrar à Marcha do Dia Mundial das Mulheres que o movimento liderou em Aracaju em conjunto com outras organizações sociais.
Segundo Verônica “guacamaya”, articuladora/relações públicas da Caravana, a marcha foi muito linda. E evidentemente como nos outros anos, não poderia deixar de ser um protesto contra o modelo econômico vigente que privilegia a especulação financeira em detrimento das políticas sociais.
Foi também uma afirmação da necessidade de se buscar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o que me fez lembrar um apelo que publiquei no jornal Cinform, em setembro de 1999, cujo titulo era “Fome de Pão e Fome de Beleza”.
O texto propunha unir essas duas dimensões essenciais da vida humana - a dimensão artistico/cultural, feminina, e a dimensão da luta social, masculina - as quais dificilmente caminham juntas: “Motivos para protestar não faltam: terra para plantar, emprego e salários decentes, educação pública de qualidade, casa para quem precisa de moradia, melhor atendimento a saúde etc... Ainda bem que nos restam alguns hectares de florestas não destruídos, alguns rios não poluídos, alguns belos espécimes da fauna e da flora (não sei até quando), algumas belas expressões da cultura popular (...). Por isso, os ativistas sociais precisam urgentemente re(conhecer), valorizar, promover, apoiar (...) aquilo que nós produzimos de melhor em termos de expressões artísticas/culturais, e defender o que ainda resta de nossa rica biodiversidade. Foi isso que faltou para o Grito dos Excluídos ser ainda melhor – um pouco da arte do circo, do teatro de rua, os índios xocós e dança religiosa “toré”, os blocos afros, os atabaques, o rap e a dança de rua, o repente e as músicas de Luís Gonzaga (...)Concluindo, concordamos com o Fora FHC (principalmente por causa da política econômica e por causa da falta de sensibilidade com o drama da violência e da fome) e o Fora FMI (mentor da política econômica em vigor), acrescento também: Fora a Mesmice, a Chatice e a Falta de Criatividade. E como os estudantes franceses em maio de 1968: “A Imaginação no Poder”.
O final da programação oficial se deu no dia 10 de Março, com uma mostra artística e festa multicultural com os artistas e educadores da Caravana e com os de Sergipe. Estes, por sua vez, interagiram participando de oficinas, vivências e palestras durante a semana em que a Caravana se instalou no Centro de Criatividade.
Na semana em que a Caravana esteve entre nós, experimentamos a felicidade do mundo que queremos para nós e para nossos descendentes. E para a realização disso é preciso respeito e diálogo com as diferenças, mas sem esquecer da necessidade da luta contra a desigualdade e contra todo tipo de opressão.
Por ultimo, não poderia deixar de registrar o meu contentamento com a participação de pessoas que convivem em mundos separados e distantes, embora busquem a “felicidade geral da nação”, como os artistas, ativistas dos movimentos sociais e Ongs e participantes de grupos holísticos. Lembro-me da urgência do casamento do céu com a terra, do sol com a lua. Ah! Como precisamos tanto integrar a arte, as lutas sociais e as diversas formas de expressão da espiritualidade.
Enfim, vale deixar um agradecimento para o Ministro Gilberto Gil, que tem a compreensão do que escrevi acima e por isso apóia o trabalho da Caravana através do Programa Cultura Viva, para o diretor e colegas do Centro de Criatividade, que fizeram o melhor para que aquela unidade da Secretaria de Estado da Cultura pudesse cumprir o papel para a qual a maioria dos sergipanos sinalizaram quando escolheram o nome de Marcelo Déda para governador deste estado, e a colaboração voluntária de Marcos, da Ong Ação Cultural, que ajudou a Caravana de diversas formas.
E em especial, “Gracias a La Vida” e a alguns companheiros (as) com os quais outrora compartilhei momentos semelhantes aos que vivi nesses dias, como: Simão, Álvaro, Ivete, Síria, Luiza de Marilac e Marcelo Veloso, do Centro Nordestino de Animação Popular do Recife; Garotos/Garotas e Educadores Sociais do Projeto Reculturarte, nos idos de 1989 a 1996 no Bairro América, em Aracaju; Kaká Werá, educador, escritor e pajé, natural de São Paulo; Alcino Ferreira e o chileno Clemente Lizana (in memoriam) da equipe Habeas Corpus do Recife; Zé Vicente, artista, ecologista, mistico - gerado no ventre das comunidades eclesiais de base do Ceará; William Valle, mestre focalizador de danças circulares de Belo Horizonte; Irene, natural do Pará, minha amada, cúmplice dos sonhos e projetos da construção de um novo homem e de uma nova mulher - sementes para outro mundo, - e Marcelo Barros, monge beneditino e escritor do mosteiro da Anunciação do Senhor em Goiás, que participa de cerimônias inter-religiosas como a realizada no primeiro dia e em outros momentos da Caravana em Sergipe e que tem feito um importante trabalho de critica aos fundamentalismos e fanatismo religioso que tantas desgraças vêm causando à vida de milhões de pessoas.
P.S.: O texto acima, publicado originalmente no portal overmundo, foi escrito após o término da primeira etapa do projeto de intercâmbio da Caravana Arcoiris em Aracaju. Naquele momento(março de 2007) estive assessorando o diretor do Centro de Criatividade, Isaac Galvão, e em razão disso fui designado para acompanhar as atividades da Caravana, ajudando em especial na articulação com outros orgãos de governo, imprensa, entidades da sociedade civil etc..
Em 13 de junho de 2007 quando fui empossado como diretor do Gonzagão, foi realizado uma inesquecivel cerimônia inter-religiosa aproximando elementos cristãos e amerindios, sob a coordenação do Padre José Soares e da Verônica Sacta da Caravana Arcoiris.
No final do mês de agosto a Caravana Arcoiris passou a se hospedar no Gonzagão e coordenou oficinas de circo, dança para adolescentes, rodas abertas de diálogo, exibição de filmes, participou de reuniões do Consórcio Cultural, circulos holistico, ofereceu suporte logistico nas áreas de equipamentos audiovisual e transporte.
Tudo isso até meados de fevereiro de 2008. Quando a maioria dos seus integrantes se despedem rumo a Recife, deixando o casal Iris e Colores que continua conosco, prosseguindo a oficina de circo, que agora conta também a parceria da ong Secirco e dando inicio a oficina de dança-yoga.
Esta última para nossa alegria e surpresa em menos de um mês, tendo inico em fevereiro de 2008, superou a meta prevista de 30 participantes inscritos e assiduos.
TRECHOS DO RELATÓRIO GERAL DE ATIVIDADES, NOS PARÁGRAFOS QUE SE REFEREM A CONTRIBUIÇÃO DA CARAVANA ARCOIRIS PARA O SUCESSO DA REVITALIZAÇÃO DO GONZAGÃO NO ANO DE 2007.
(...)A partir da chegada da Caravana Arcoiris em setembro, que já tinha participado em junho da posse do diretor do Gonzagão, através da participação em um ritual religioso de tradição indígena, foi iniciada a oficina de circo a partir do termo de parceria assinado com a Secretaria de Estado da Cultura. Com isso podemos iniciar efetivamente as atividades com oficinas culturais e INAUGURAR UMA NOVA TRADIÇÃO QUE TORNA O GONZAGÃO ESPAÇO DE REFERENCIA NA ÁREA DA ARTE CIRCENSE EM NOSSO ESTADO pelo envolvimento de aproximadamente 50 beneficiários (crianças, adolescentes e jovens) residentes na região e em outros bairros, com preponderância no caso dos jovens, para estudantes da UFS e da UNIT.
Durante aproximadamente 45 dias a Caravana Arcoiris também promoveu uma oficina com dança que reuniu um grupo de 15 adolescentes residentes no conjunto A. Franco.
O diferencial foi o compartilhamento dos referenciais da cultura de massa que as meninas e meninos traziam e o conhecimento da oficineira/educadora da Caravana que apresentou os movimentos coreográficos ligados a dança contemporânea, ao afro peruano e a dança do ventre.
O produto final desta oficina foi um espetáculo muito bonito, com seqüência em forma de colagem, dos vários ritmos e estilos praticados na oficina(...).
“Como foi bom e bonito poder ter realizado a parceria com a Caravana Arcoiris. Sem eles(as) a sensação que ficaria é de que o ciclo de revitalização do Gonzagão em 2007 não estaria concluído e a sensação de falta, de algo incompleto, inconcluso, ainda por fazer, seria péssimo.”
Abaixo confira em imagens, alguns momentos da Caravana Arcoiris no Gonzagão.
Depois de ter tido a felicidade de ler, em 2006, um dos cartazes da Caravana afixado na sede da Rede Sergipe de Cultura, fui contagiado pela alegre expectativa de poder conhecer todo o grupo. No cartaz, se resumiam os objetivos do projeto: Fortalecer redes, grupos e movimentos biorregionais. Oferecer oficinas e cursos nas áreas, de alimentação saudável, permacultura, ecovilas, eco-educação para crianças e jovens, eco-feminismo, intercâmbio de conhecimentos das culturas indígenas e suas cerimônias, saúde e terapias holísticas, teatro, música, artes circenses, danças circulares, tomada de decisões por consenso e resoluções de conflitos para grupos.
As atividades da Caravana foram iniciadas com uma reunião com representantes de pontos de cultura e outras entidades e grupos culturais que escolheram alguns temas prioritários para palestras, vivências e oficinas.
O inicio dos trabalhos aconteceu com uma cerimônia ecumênica que rememora alguns cantos e rituais de diversos povos nativos desde o Canadá até a Patagônia, permeando, inclusive, a tradição dos nossos pataxós do sul da Bahia, incorporando também cantos e danças dos terreiros. Neste caso, a concha do Centro de Criatividade, lugar em que estava sendo realizada a atividade, tem tudo a ver, porque é um local de remanescentes de quilombos, alguns dos quais estiveram presentes (integrantes da ong Criliber , e alguns moradores da comunidade) com canto, dança e percussão.
Essa forma de interagir com os conhecimentos da população local esteve presente em todo o momento da realização das oficinas e vivências. No caso das danças circulares, por exemplo, os focalizadores da Caravana, em muitos momentos, convidaram aqueles que conheciam os passos das danças e folguedos sergipanos para compartilhar conhecimentos.
Como na música de Milton Nascimento “O artista dever ir onde o povo está” a Caravana foi ao encontro dos moradores do entorno do Centro de Criatividade e apresentou uma sessão de vídeos sobre quilombos dentro da comunidade da maloca e participou de alguns encontros com dirigentes dos setores de cultura, comunicação e gênero do MST para organizar algumas atividades em aliança e se integrar à Marcha do Dia Mundial das Mulheres que o movimento liderou em Aracaju em conjunto com outras organizações sociais.
Segundo Verônica “guacamaya”, articuladora/relações públicas da Caravana, a marcha foi muito linda. E evidentemente como nos outros anos, não poderia deixar de ser um protesto contra o modelo econômico vigente que privilegia a especulação financeira em detrimento das políticas sociais.
Foi também uma afirmação da necessidade de se buscar a igualdade de direitos entre homens e mulheres, o que me fez lembrar um apelo que publiquei no jornal Cinform, em setembro de 1999, cujo titulo era “Fome de Pão e Fome de Beleza”.
O texto propunha unir essas duas dimensões essenciais da vida humana - a dimensão artistico/cultural, feminina, e a dimensão da luta social, masculina - as quais dificilmente caminham juntas: “Motivos para protestar não faltam: terra para plantar, emprego e salários decentes, educação pública de qualidade, casa para quem precisa de moradia, melhor atendimento a saúde etc... Ainda bem que nos restam alguns hectares de florestas não destruídos, alguns rios não poluídos, alguns belos espécimes da fauna e da flora (não sei até quando), algumas belas expressões da cultura popular (...). Por isso, os ativistas sociais precisam urgentemente re(conhecer), valorizar, promover, apoiar (...) aquilo que nós produzimos de melhor em termos de expressões artísticas/culturais, e defender o que ainda resta de nossa rica biodiversidade. Foi isso que faltou para o Grito dos Excluídos ser ainda melhor – um pouco da arte do circo, do teatro de rua, os índios xocós e dança religiosa “toré”, os blocos afros, os atabaques, o rap e a dança de rua, o repente e as músicas de Luís Gonzaga (...)Concluindo, concordamos com o Fora FHC (principalmente por causa da política econômica e por causa da falta de sensibilidade com o drama da violência e da fome) e o Fora FMI (mentor da política econômica em vigor), acrescento também: Fora a Mesmice, a Chatice e a Falta de Criatividade. E como os estudantes franceses em maio de 1968: “A Imaginação no Poder”.
O final da programação oficial se deu no dia 10 de Março, com uma mostra artística e festa multicultural com os artistas e educadores da Caravana e com os de Sergipe. Estes, por sua vez, interagiram participando de oficinas, vivências e palestras durante a semana em que a Caravana se instalou no Centro de Criatividade.
Na semana em que a Caravana esteve entre nós, experimentamos a felicidade do mundo que queremos para nós e para nossos descendentes. E para a realização disso é preciso respeito e diálogo com as diferenças, mas sem esquecer da necessidade da luta contra a desigualdade e contra todo tipo de opressão.
Por ultimo, não poderia deixar de registrar o meu contentamento com a participação de pessoas que convivem em mundos separados e distantes, embora busquem a “felicidade geral da nação”, como os artistas, ativistas dos movimentos sociais e Ongs e participantes de grupos holísticos. Lembro-me da urgência do casamento do céu com a terra, do sol com a lua. Ah! Como precisamos tanto integrar a arte, as lutas sociais e as diversas formas de expressão da espiritualidade.
Enfim, vale deixar um agradecimento para o Ministro Gilberto Gil, que tem a compreensão do que escrevi acima e por isso apóia o trabalho da Caravana através do Programa Cultura Viva, para o diretor e colegas do Centro de Criatividade, que fizeram o melhor para que aquela unidade da Secretaria de Estado da Cultura pudesse cumprir o papel para a qual a maioria dos sergipanos sinalizaram quando escolheram o nome de Marcelo Déda para governador deste estado, e a colaboração voluntária de Marcos, da Ong Ação Cultural, que ajudou a Caravana de diversas formas.
E em especial, “Gracias a La Vida” e a alguns companheiros (as) com os quais outrora compartilhei momentos semelhantes aos que vivi nesses dias, como: Simão, Álvaro, Ivete, Síria, Luiza de Marilac e Marcelo Veloso, do Centro Nordestino de Animação Popular do Recife; Garotos/Garotas e Educadores Sociais do Projeto Reculturarte, nos idos de 1989 a 1996 no Bairro América, em Aracaju; Kaká Werá, educador, escritor e pajé, natural de São Paulo; Alcino Ferreira e o chileno Clemente Lizana (in memoriam) da equipe Habeas Corpus do Recife; Zé Vicente, artista, ecologista, mistico - gerado no ventre das comunidades eclesiais de base do Ceará; William Valle, mestre focalizador de danças circulares de Belo Horizonte; Irene, natural do Pará, minha amada, cúmplice dos sonhos e projetos da construção de um novo homem e de uma nova mulher - sementes para outro mundo, - e Marcelo Barros, monge beneditino e escritor do mosteiro da Anunciação do Senhor em Goiás, que participa de cerimônias inter-religiosas como a realizada no primeiro dia e em outros momentos da Caravana em Sergipe e que tem feito um importante trabalho de critica aos fundamentalismos e fanatismo religioso que tantas desgraças vêm causando à vida de milhões de pessoas.
P.S.: O texto acima, publicado originalmente no portal overmundo, foi escrito após o término da primeira etapa do projeto de intercâmbio da Caravana Arcoiris em Aracaju. Naquele momento(março de 2007) estive assessorando o diretor do Centro de Criatividade, Isaac Galvão, e em razão disso fui designado para acompanhar as atividades da Caravana, ajudando em especial na articulação com outros orgãos de governo, imprensa, entidades da sociedade civil etc..
Em 13 de junho de 2007 quando fui empossado como diretor do Gonzagão, foi realizado uma inesquecivel cerimônia inter-religiosa aproximando elementos cristãos e amerindios, sob a coordenação do Padre José Soares e da Verônica Sacta da Caravana Arcoiris.
No final do mês de agosto a Caravana Arcoiris passou a se hospedar no Gonzagão e coordenou oficinas de circo, dança para adolescentes, rodas abertas de diálogo, exibição de filmes, participou de reuniões do Consórcio Cultural, circulos holistico, ofereceu suporte logistico nas áreas de equipamentos audiovisual e transporte.
Tudo isso até meados de fevereiro de 2008. Quando a maioria dos seus integrantes se despedem rumo a Recife, deixando o casal Iris e Colores que continua conosco, prosseguindo a oficina de circo, que agora conta também a parceria da ong Secirco e dando inicio a oficina de dança-yoga.
Esta última para nossa alegria e surpresa em menos de um mês, tendo inico em fevereiro de 2008, superou a meta prevista de 30 participantes inscritos e assiduos.
TRECHOS DO RELATÓRIO GERAL DE ATIVIDADES, NOS PARÁGRAFOS QUE SE REFEREM A CONTRIBUIÇÃO DA CARAVANA ARCOIRIS PARA O SUCESSO DA REVITALIZAÇÃO DO GONZAGÃO NO ANO DE 2007.
(...)A partir da chegada da Caravana Arcoiris em setembro, que já tinha participado em junho da posse do diretor do Gonzagão, através da participação em um ritual religioso de tradição indígena, foi iniciada a oficina de circo a partir do termo de parceria assinado com a Secretaria de Estado da Cultura. Com isso podemos iniciar efetivamente as atividades com oficinas culturais e INAUGURAR UMA NOVA TRADIÇÃO QUE TORNA O GONZAGÃO ESPAÇO DE REFERENCIA NA ÁREA DA ARTE CIRCENSE EM NOSSO ESTADO pelo envolvimento de aproximadamente 50 beneficiários (crianças, adolescentes e jovens) residentes na região e em outros bairros, com preponderância no caso dos jovens, para estudantes da UFS e da UNIT.
Durante aproximadamente 45 dias a Caravana Arcoiris também promoveu uma oficina com dança que reuniu um grupo de 15 adolescentes residentes no conjunto A. Franco.
O diferencial foi o compartilhamento dos referenciais da cultura de massa que as meninas e meninos traziam e o conhecimento da oficineira/educadora da Caravana que apresentou os movimentos coreográficos ligados a dança contemporânea, ao afro peruano e a dança do ventre.
O produto final desta oficina foi um espetáculo muito bonito, com seqüência em forma de colagem, dos vários ritmos e estilos praticados na oficina(...).
“Como foi bom e bonito poder ter realizado a parceria com a Caravana Arcoiris. Sem eles(as) a sensação que ficaria é de que o ciclo de revitalização do Gonzagão em 2007 não estaria concluído e a sensação de falta, de algo incompleto, inconcluso, ainda por fazer, seria péssimo.”
Abaixo confira em imagens, alguns momentos da Caravana Arcoiris no Gonzagão.
SEMANA LUIZ GONZAGA: MEMÓRIA E CELEBRAÇÃO - AGOSTO DE 2007.
A Semana Luiz Gonzaga surgiu da constatação de que era necessário realizar no momento de ocasião do aniversário da morte do patrono do espaço, programação que reverenciasse a memória do Velho Lua.
A proposta foi apresentada em reunião do Consórcio Cultural, no mês de julho, e obteve entusiástica recepção e após a escuta de algumas sugestões aconteceu da seguinte maneira:
02/08 (quinta-feira)
Abertura com Exposição Fotográfica da vida e obra de Luiz Gonzaga (material do acervo pessoal do pesquisador José Augusto de Almeida com fotos de Luiz Gonzaga e sua família, fotos do artista em Sergipe e em sua cidade natal Exu/Pe, e textos do pesquisador), nesta contamos também com o acervo da Quadrilha Junina Luiz Gonzaga contendo discos, fotos e painéis em homenagem ao Rei do Baio. 265 pessoas assinaram o livro de presença.
Roda Aberta de Diálogo – que foi apresentada pelo profº José Augusto de Almeida como tema: “O legado de Luiz Gonzaga para o povo brasileiro”, apresentado em slides toda a sua trajetória. Após a sua apresentação, o público teve oportunidade de tirar algumas dúvidas. Apresentação cultural da Quadrilha Junina Luiz Gonzaga, encerrando a primeira noite, realizando uma performance de teatro e dança retratando os momentos enfatizados pela apresentação anterior. Congregando o público para participar de uma grande quadrilha. 100 pessoas participaram desse momento.
03/08 (sexta-feira)
Apresentação de documentário e show de Luiz Gonzaga (acervo do produtor cultural e pesquisador Paulo Correia) . 50 pessoas participaram desse momento
04/08 (sábado)
Momento celebrativo, representação artística com cânticos populares de passagens da vida de Luiz Gonzaga.
Apresentação da Quadrilha Junina Asa Branca;
Apresentações musicais com o Forró Trio Suco de Cacau e Trio Correia dos
8 Baixos encerrando a programação.
A semana foi coroada de êxito, tendo reunido no horário de maior concentração, cerca de 400 pessoas: artistas, forrozeiros do nosso estado, admiradores e fãs de Luiz Gonzaga, estudantes das escolas do bairro e seus professores e público em geral. Servindo também de inspiração para a elaboração do projeto Luiz Gonzaga vai a Escola a ser desenvolvido em escolas da rede publica e da rede particular no ano de 2008.
A proposta foi apresentada em reunião do Consórcio Cultural, no mês de julho, e obteve entusiástica recepção e após a escuta de algumas sugestões aconteceu da seguinte maneira:
02/08 (quinta-feira)
Abertura com Exposição Fotográfica da vida e obra de Luiz Gonzaga (material do acervo pessoal do pesquisador José Augusto de Almeida com fotos de Luiz Gonzaga e sua família, fotos do artista em Sergipe e em sua cidade natal Exu/Pe, e textos do pesquisador), nesta contamos também com o acervo da Quadrilha Junina Luiz Gonzaga contendo discos, fotos e painéis em homenagem ao Rei do Baio. 265 pessoas assinaram o livro de presença.
Roda Aberta de Diálogo – que foi apresentada pelo profº José Augusto de Almeida como tema: “O legado de Luiz Gonzaga para o povo brasileiro”, apresentado em slides toda a sua trajetória. Após a sua apresentação, o público teve oportunidade de tirar algumas dúvidas. Apresentação cultural da Quadrilha Junina Luiz Gonzaga, encerrando a primeira noite, realizando uma performance de teatro e dança retratando os momentos enfatizados pela apresentação anterior. Congregando o público para participar de uma grande quadrilha. 100 pessoas participaram desse momento.
03/08 (sexta-feira)
Apresentação de documentário e show de Luiz Gonzaga (acervo do produtor cultural e pesquisador Paulo Correia) . 50 pessoas participaram desse momento
04/08 (sábado)
Momento celebrativo, representação artística com cânticos populares de passagens da vida de Luiz Gonzaga.
Apresentação da Quadrilha Junina Asa Branca;
Apresentações musicais com o Forró Trio Suco de Cacau e Trio Correia dos
8 Baixos encerrando a programação.
A semana foi coroada de êxito, tendo reunido no horário de maior concentração, cerca de 400 pessoas: artistas, forrozeiros do nosso estado, admiradores e fãs de Luiz Gonzaga, estudantes das escolas do bairro e seus professores e público em geral. Servindo também de inspiração para a elaboração do projeto Luiz Gonzaga vai a Escola a ser desenvolvido em escolas da rede publica e da rede particular no ano de 2008.
PROGRAMAÇÃO CULTURAL DO GONZAGÃO – JUNHO 2007
Dia 13 de junho (Quarta)
19h – Arte & Inclusão – Perfornances Artisticas com a Caravana Internacional Arcoiris (Circo, Teatro e Dança)
20h – Grupo Pro-Cena de Espetáculos – Espetáculo Coreográfico “Sergipe é o País do Forró”.
21h – Concurso de Quadrilhas
22h – Trio Juriti e Banda com a participação especial de João Silva, compositor e parceiro de Luís Gonzaga.
Dia 14 de Junho (Quinta)
19h – Concurso de Quadrilhas
Dia 15 de Junho (Sexta)
19h - Banda de Pífano de Pife
20h - Concurso de Quadrilhas
21h - Trio Suco de Cacau
Dia 16 de Junho (Sábado)
19h - Grupo I Dance – Espetáculo Coreográfico com Temas Juninos
20h – Concurso de Quadrilhas
21h – Trio Karmem Oliveira
Dia 17 de junho (Domingo)
19h – Samba de Coco da Barra dos Coqueiros
20h – Concurso de Quadrilha
21h - Trio Itaporanga
Dia 22 de junho (Sexta)
19h – Casamento Caipira Profissional
20h - Concurso de Quadrilhas
21h – Trio Família Moreira
Dia 23 de junho (Sábado)
19h – Grupo Pro Cena de Espetáculos - Espetáculo Coreográfico “A Saga de Lampião”.
20h – Concurso de Quadrilhas
21h – Trio Correa dos Oito Baixos
Dia 24 de junho (Domingo)
19h – Grupo Folclórico Peneirou Xerém
20h – Concurso de Quadrilhas
21h – Tonho Baixinho e Trio Ave Rara
22h – Genival Lacerda
Dia 27 de junho (Quarta)
19h – Concurso de Quadrilhas
Dia 28 de junho (Quinta)
19h – Concurso de Quadrilhas
20h – Trio Correa dos Oito Baixos
Dia 29 de junho (Sexta)
18h – Apresentação dos grupos vencedores do I Concurso de Casamento Caipira do Aribé
19h – Concurso de Quadrilhas
21h - Trio Cobrinha e Sua Gente
Dia 30 de junho (Sábado)
20h – Concurso de Quadrilhas
21h – Trio Cobrinha e Sua Gente
Dia 01 de Julho (Domingo)
18h – Concerto Popular da Orquestra Sinfônica de Sergipe
19h - Orquestra Sanfonica
20h – Final do Concurso de Quadrilhas
22h – Forró Só Mais Eu
Opinião
Zezito..
O Gonzagão pode ser um espaço fantático para democratização cultural não só no bairro do Augusto Franco mas para todas as regiões vizinhas.
Espero contribuir de alguma forma para este espaço possa construir muitas histórias belas pela frente.
Ouvi dizer que as apresentações da Orquestra Sinfoônica e a da Sanfônica tiveram uma fantástica recepção da casa lotada. "Só" isso já é um fato que mostra transformação na cara das políticas culturais da cidade.
Que muitos frutos posam vir ainda deste espaço.. pq sei que com certeza o velho Lua vai estar abençoando lá de cima.
Parabéns pela batalha.
Abraço.
Thiago Paulino · Aracaju (SE) · 10/7/2007
Comentário postado no portal overmundo.
AVALIAÇÃO DO PÚBLICO PRESENTE A PROGRAMAÇÃO DOS FESTEJOS JUNINOS DO GONZAGÃO – 13 A 31 DE JUNHO DE 2007.
QUE BOM:
• As quadrilhas – 15 citações;
• O espaço – 11 citações;
• Reabertura do espaço e a programação – 08 citações;
• Forró – 08 citações;
• A organização do espaço está bem melhor em comparação com os anos anteriores – 04 citações;
• Melhor não poderia ser;
• Estou gostando das bandas;
• Ótimo, espero que continue assim;
• Que tem outros eventos;
• O Gonzagão está lindo;
• Ta massinha... Pra que melhor?....;
• Que o governo lembrou da população do Augusto Franco;
• Tá massa, mas sem chover
QUE PENA (o que pode ser melhorado);
• Colocar bebedouros para o publico tomar água – 15 citações;
• Banheiros completos – 13 citações;
• A segurança - 08 citações;
• As bandas podem ser melhores – 06 citações;
• Pagode no domingo à tarde, com bandas boas – 06 citações;
• Se possível mantiver a tradição;
• A programação deve ser mantida duas vezes por mês;
• Que esses eventos continuem o ano todo, pois precisamos de cultura;
QUE TAL (sugestões):
• Uma boate itinerante – 06 citações;
• Com o tempo estudos para projetos sociais;
• Pintura na parte externa do Gonzagão;
• Encontro mensal de cultura “geral”;
• Trazer sempre um artista que seja seresta ou forró. PARABÉNS;
• Abrir todos os portões;
• Alguma atração nacional;
• Merece ser mais divulgado, é um ótimo lugar;
• Mais programação e boate. “
(cf. relatório de avaliação da pesquisa de opinião pública com os freqüentadores da programação dos festejos juninos 2007 no Gonzagão – julho 2007).
O GONZAGÃO DOS NOSSOS SONHOS
O Gonzagão, localizado no Conjunto Augusto Franco, zona sul de Aracaju, é uma casa de shows construída no inicio da década de 90 pelo governo de Sergipe para suprir uma necessidade da população aracajuana que, naquele momento, já se ressentia pela falta de um espaço amplo, arejado e seguro para curtir a boa música nordestina e brasileira.
E o nome do homenageado — Luís Gonzaga — não deixa dúvidas sobre a intenção e a importância de se ter construído esse monumento cultural cuja inauguração, lamentavelmente, não pôde contar com a ilustre presença do “Rei do Baião”, uma vez que ele, infelizmente, faleceu um pouco antes do tão aguardado evento.
Conforme depoimento de frequentadores mais antigos, nos primeiros seis anos o espaço correspondeu às melhores expectativas com uma programação artística permanente e de qualidade, em especial no período dos festejos juninos, quando o espaço se transformava num imenso e belo arraial, com trios pé-de-serra e artistas de renome da música regional, concursos de quadrilhas, feira de comidas e bebidas típicas, casamento caipira etc.
Todavia, com o passar do tempo a utilização do espaço foi desviada para outros fins e a seleção dos artistas para apresentações na casa passou a ser feita sem muitos critérios e os problemas envolvendo a segurança do público foi se agravando cada vez mais, inclusive com casos de morte no local, entre vários outros problemas detectados.
Destarte, nos últimos anos o cuidado com a conservação do espaço físico foi deixado em segundo plano, o que obrigou o Governador Marcelo Déda, eleito no pleito de 2006, a autorizar a realização de serviços emergenciais de reforma, sem a qual o espaço ficaria impossibilitado de retomar as funções para as quais foi originalmente destinado.
E foi com essa perspectiva que o Professor Luíz Alberto, Secretário de Estado da Cultura, nos convidou para integrar a sua equipe ocupando o cargo de diretor do Gonzagão, com a incumbência de garantir a retomada de uma programação artística de qualidade priorizando os ritmos tradicionais como o forró, a seresta e o chorinho e a elaboração de um projeto de oficinas culturais com ênfase na inclusão de adolescentes e jovens através da arte.
E como primeira iniciativa apresentamos a programação alusiva aos festejos juninos, a qual está apresentada na secão agenda.
Por sua vez, o projeto de arte & inclusão encontra-se em fase de elaboração e brevemente será apresentado ao Secretário Luís Alberto para análise e aprimoramento e posterior negociação junto a parceiros no âmbito do próprio governo estadual, do governo federal, das ongs e das empresas estatais e privadas.
Quem acredita que a arte é um poderoso meio para diminuirmos a solidão, a angústia, a depressão, a violência familiar e/ou social, a ignorância ou que pode contribuir para dar sentido a nossa existência, combater o desinteresse pela freqüência as aulas, o desemprego, o preconceito, a intolerância religiosa e étnica etc. e quiser colaborar conosco, pode entrar em contato através do telefone 9993-4483 ou através do e-mail: complexogonzagao@yahoo.com.br.
Texto publicado em maio de 2007 no portal www.overmundo.com.br
ESTOU DIRETOR DO COMPLEXO CULTURAL GONZAGÃO.
Companheiros (as),
No dia 19 de abril de 2007 me dirigi até a Secretaria de Cultura para conversar com o Secretário de Estado da Cultura, Professor Luíz Alberto dos Santos, a propósito do convite realizado no dia anterior para assumir a direção do Complexo Cultural “O Gonzagão”.
No dia seguinte, participei da reunião com os diretores das unidades vinculadas à Secretaria de Estado da Cultura, na ocasião reiterei o agradecimento pela confiança depositada em minha pessoa, e também a acolhida que tive por parte do secretário e dos integrantes de seu staff .
No dia 24 de abril estive pela primeira vez no Gonzagão, e a partir daí me dei conta do tamanho do desafio que me aguardava, face ao abandono do qual o espaço foi relegado, no governo anterior.
Conforme disse na reunião com o Secretário, o Secretário Adjunto e os demais companheiros dirigentes das unidades, pelo que entendi a proposta da Secretaria para o Gonzagão é torná-lo um centro de referência para shows/espetáculos ligado às culturas populares e um espaço de atividades sócio-educativas, voltadas para a inclusão de crianças/adolescentes/jovens da periferia, tendo nas linguagens artísticas um meio privilegiado para alcançar esse objetivo.
Daqui em diante o nosso compromisso será somar a nossa experiência enquanto gestor comunitário e produtor cultural ligado aos movimentos culturais na periferia, a equipe do Professor Luíz Alberto, visando atender aos anseios de todos aqueles que votaram no Governador Marcelo Déda para mudar Sergipe, inclusive nas formas do acesso aos meios de produção e fruição da cultura
Mensagem enviado por e-mail, em fins de abril de 2007, à centenas de amigos (as) e/ou agentes culturais que acompanham a nossa trajetória de protagonismo social, desde a Associação dos Moradores do Bairro América, em meados da década de 80, quando sonhava e ajudava na construção de um país mais justo, mais democrático e mais belo.
No dia 19 de abril de 2007 me dirigi até a Secretaria de Cultura para conversar com o Secretário de Estado da Cultura, Professor Luíz Alberto dos Santos, a propósito do convite realizado no dia anterior para assumir a direção do Complexo Cultural “O Gonzagão”.
No dia seguinte, participei da reunião com os diretores das unidades vinculadas à Secretaria de Estado da Cultura, na ocasião reiterei o agradecimento pela confiança depositada em minha pessoa, e também a acolhida que tive por parte do secretário e dos integrantes de seu staff .
No dia 24 de abril estive pela primeira vez no Gonzagão, e a partir daí me dei conta do tamanho do desafio que me aguardava, face ao abandono do qual o espaço foi relegado, no governo anterior.
Conforme disse na reunião com o Secretário, o Secretário Adjunto e os demais companheiros dirigentes das unidades, pelo que entendi a proposta da Secretaria para o Gonzagão é torná-lo um centro de referência para shows/espetáculos ligado às culturas populares e um espaço de atividades sócio-educativas, voltadas para a inclusão de crianças/adolescentes/jovens da periferia, tendo nas linguagens artísticas um meio privilegiado para alcançar esse objetivo.
Daqui em diante o nosso compromisso será somar a nossa experiência enquanto gestor comunitário e produtor cultural ligado aos movimentos culturais na periferia, a equipe do Professor Luíz Alberto, visando atender aos anseios de todos aqueles que votaram no Governador Marcelo Déda para mudar Sergipe, inclusive nas formas do acesso aos meios de produção e fruição da cultura
Mensagem enviado por e-mail, em fins de abril de 2007, à centenas de amigos (as) e/ou agentes culturais que acompanham a nossa trajetória de protagonismo social, desde a Associação dos Moradores do Bairro América, em meados da década de 80, quando sonhava e ajudava na construção de um país mais justo, mais democrático e mais belo.
Olha o Consórcio Cultural aí gente!
A despeito de ainda não ter definindo por completo os objetivos finalísticos e nem o formato organizacional, o Consórcio Cultural do A. Franco e Adjacências já é quase realidade.
O lançamento público aconteceu em 29 de setembro de 2007, quando foi realizada a III Noite Cultural no Complexo Cultural “O Gonzagão”. O evento reuniu dezenas de artistas e grupos culturais emergentes, que se apresentaram para um público de aproximadamente 400 pessoas. Segundo o depoimento de algumas delas, foi possível relembrarem os melhores tempos em que o Gonzagão era uma casa de shows bastante concorrida.
“Gostaria que a nova direção trouxesse de volta os shows que Joe Feitosa {produtor e radialista}realizava com Lairton e outros artistas. Eu vinha com minha mãe e irmãs, faz muito tempo que não venho aqui, gostei muito do que assisti na III Noite Cultural,mas sinto saudade do passado aqui, com Diego, Pholhas, bandas de Forró”. (cf. Relatório de avaliação do público presente a III NOITE CULTURAL. – 29 de setembro de 2007).
A realização da noite cultural confirmou o que disse os dirigentes da Quadrilha Junina Asa Branca que afirmaram semanas antes: “A data de realização da noite cultural é para nos encontrar, comemorar sempre e deixar registrado em mossa memória como a noite da integração cultural do Conjunto Augusto Franco e Adjacências”.
Em termos de gestação, o consórcio começa a se tornar realidade a partir das reuniões realizadas desde maio de 2007, quando assumimos a direção do Gonzagão, com a decisão de promover um modelo de gestão inspirada nos princípios da democracia participativa e do controle social – o que é lamentavelmente bastante citado em prosa e versos, mas pouco implementado efetivamente.
A idéia inicial foi a formar um conselho gestor ou uma associação de amigos ou de usuários. Entretanto, devido às crescentes demandas para apoio financeiro e logístico aos artistas e grupos culturais da comunidade e adjacências, e em razão dos problemas de restrições orçamentárias e da necessidade de investir na capacitação técnica dos agentes culturais, na tentativa de acessar outras fontes de patrocínio, foi aceita a proposta de ampliar o raio de alcance das discussões e ações coletivas.
A partir deste entendimento as reuniões não estariam voltadas apenas para tratar de assuntos internos do Gonzagão, mas também para aspectos referentes às políticas públicas de cultura, à divulgação de espaços/oportunidades para aprimorar o conhecimento na área de gestão e produção cultural, à realização de parcerias dos artistas e representantes de grupos culturais para ações conjuntas, dentro e fora do Gonzagão etc...
E muito foi feito neste sentido, como por exemplo:
* Realização de duas reuniões mensais (em média) envolvendo de 7 a 20 agentes culturais;
* Abertura do espaço do Gonzagão para o ensaio de quadrilhas juninas, grupos de teatro, bandas de forró e grupos de dança (sem burocracia e /ou má vontade);
* Realização de um cadastro de iniciativas culturais do Conj. Augusto Franco e dos bairros do entorno;
* Promoção de quatro rodas abertas de diálogo, encontros cuja metodologia inclui a apresentação de um especialista que apresenta um tema de interesse para quem está diretamente envolvido com o trabalho social educativo com linguagens artisticas (na seqüência é realizado um debate e para concluir uma apresentação artística relacionada ao tema. Como unir juventude e tradição cultural, para o qual foi convidado o professor Paulino e que reuniu 30 pessoas no mês de julho. O legado de Luiz Gonzaga para o povo brasileiro, sob a coordenação do Professor José Augusto, com a presença de 100 pessoas. Como educar crianças e jovens para a paz utilizando as artes e a sabedoria ancestral, sob a coordenação da Caravana Arcoiris, com a presença de 50 pessoas, e Canudos ontem e hoje, sob a coordenação do Pesquisador Enock de Oliveira com a presença de 80 pessoas);
* Participação em oficinas, videoconferência, fóruns etc.. organizados pelo BNB, Ministério da Cultura, Ong Ação Cultural;
* Apresentação em slides do programa Mais Cultura do Ministério da Cultura para os integrantes do Consórcio Cultural com a presença de 20 integrantes do consórcio cultural;
* Palestra sobre o credi-amigo cultural do BNB (o banco financia a juros baixos grupos de 3 a 10 pessoas que desejem dinamizar seu empreendimento cultural. A reunião contou com a presença de 15 integrantes do consórcio cultural);
* Coleta de sugestões visando subsidiar o planejamento das ações culturais em 2007 e para o ano de 2008 no Gonzagão.
Como conseqüência positiva, dentre várias, tivemos:
• A apresentação pela primeira vez de projetos de captação de recursos para organismos governamentais por parte das duas quadrilhas sediadas no Conj. A. Franco (local onde está sediado o Gonzagão). A Quadrilha Luís Gonzaga apresentou projeto para o BNB, e a Quadrilha Asa Branca para a Sid/Minc;
• A criação do grupo cultural Asa Branca, cujos integrantes são jovens egressos da quadrilha junina Asa Branca e cuja organização foi bastante estimulado pelas discussões no Consórcio Cultural. Estreou na III Mostra Cultural e recebeu diversos convites para apresentações gratuitas e com cachê;
• Alguns artistas e grupos culturais passaram a ter a uma visibilidade ampliada em termos midiáticos (jornais, internet, agenda cultural da Secretária de Estado da Cultura);
• Tivemos também o convite para apresentações remuneradas a grupos de dança e grupos musicais que participaram e/ou participam do consórcio cultural.
Perspectivas de futuro.
No decorrer do ano de 2008 pretendemos encaminhar as discussões e organização jurídica da Associação de Amigos ou de Usuários do Gonzagão. A pretensão e criar uma associação voltada para as questões internas do Complexo Cultural, funcionará como um braço administrativo do Gonzagão e cujas potencialidades além do controle social, poderá servir como porta de acesso para realizarmos parcerias e obtermos patrocínios junto a organismos governamentais, empresas e terceiro setor.
Quanto ao consórcio cultural, pretendemos iniciar a discussão de um regimento interno buscando garantir e ampliar o espaço de articulação e mobilização para ações conjuntas envolvendo os agentes culturais que integram o consórcio e com possibilidades de expandir o raio de ação para além do atual território que compreende os bairros adjacentes ao Gonzagão.
Pedras no caminho
É verdade que para atingirmos os objetivos que inicialmente estamos propondo, teremos que afastar muitas pedras do caminho. Em anos anteriores, já tivemos envolvimento com algumas iniciativas da criação de redes e fóruns que encontraram (e ainda encontram) bastante dificuldades e resistências para seguirem em frente. Podemos citar como exemplo a Rede de Agentes Culturais (RAC) estimulada pelo Sebrae, a organização da Rede Provai, apoiada pelo Vereador Magal da Pastoral (em seu primeiro mandato), e Rede Sergipe de Cultura.
Quanto às dificuldades e resistências, que ao contrário do que muita gente pensa, não é somente da parte dos poderes constituídos, vale a pena lembrar alguns problemas registrados na Carta Cultural da Periferia, resultado do I Fórum Popular de Cultura, em 2005:
*É preciso ampliar a quantidade de grupos articulados, através de fóruns e redes para possibilitar maior intercomunicação;
* É preciso superar o estrelismo e o individualismo existente no meio artístico;
* Falta amor próprio e auto-respeito por parte dos artistas e produtores. Um exemplo disso é a falta de iniciativa de muitos artistas e grupos populares, que ficam apenas esperando o financiamento de projetos por parte do governo;
* Sofremos muito com o imediatismo do próprio artista, reconhecemos que precisamos nos organizar mais, e o fórum é o caminho para essa perspectiva de um futuro melhor;
* Há necessidade de unir os grupos para fortalecer as ações culturais;
* A dificuldade principal é buscar pessoas competentes para trabalhar com cultura junto a crianças e jovens;
* É necessário ampliar os espaços e as oportunidades para se obter formação;
* Como conseguir incrementar projetos num ambiente avesso ao patrocínio cultural?
* Como enfrentar o descaso e a desvalorização dos órgãos culturais governamentais que valorizam mais o trabalho dos artistas de fora?
Para concluir, diante de tantos desafios só nos resta dizer como o poeta que: “sonha que se sonha só é só um sonho e sonho que se sonha junto é realidade”. Portanto, a continuidade e sustentação do consórcio cultural será obtido a partir do desejo e do trabalho cotidiano de vários agentes culturais, grupos e entidades que compreendem que apenas com ações isoladas não obteremos sucesso duradouro. Oxalá, essa compreensão já esteja bastante clara para muitos e com isso poderemos evitar aquilo que disse o Ministro Gilberto Gil, em discurso na Câmara dos Deputados em 2004: “(...) Há muitas iniciativas culturais que nascem, e na maior parte das vezes morrem, nas periferias e no interior do nosso país, sem que o Brasil possa se dar conta de quanto talento é capaz o seu povo..”
Zezito de Oliveira - Diretor do Complexo Cultural "O Gonzagão" (de abril de 2007 a julho de 2009)
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