quinta-feira, 17 de março de 2011

MANIFESTO PROFASC


FOTOS DA PRAÇA SÃO FRANCISCO


MANIFESTO PROFASC

Durante mais de vinte anos ininterruptos, a cidade de São Cristóvão foi palco de um dos festivais de artes mais importantes do país: O Festival de Arte de São Cristóvão ou FASC, como também ficou conhecido, que teve a sua primeira edição realizada no ano de 1972, ocasião em que foi aguardado como o momento maior das comemorações do sesquicentenário da independência brasileira em solo sergipano.
O Festival prosseguiu até 1993, quando foi encerrado por decisão da Universidade Federal de Sergipe, instituição que idealizou e foi a responsável pela organização do evento até aquele ano. Em 1996 e 2006 a prefeitura de São Cristóvão tomou a iniciativa de realizá-lo, todavia, não logrando êxito em assegurar sua continuidade.
Durante todo o tempo de sua existência, o festival favoreceu o intercâmbio de uma parcela importante da produção cultural sergipana e brasileira, tanto daquelas de caráter erudito, como das manifestações ligadas às culturas populares ou baseadas no imenso potencial de inspiração que estas proporcionam a poetas, teatrólogos, coreógrafos, músicos, artistas plásticos, cineastas e demais atores culturais.
O FASC também foi um espaço para a descoberta e incentivo de novos talentos artísticos, proporcionando a geração de renda para artistas, intelectuais, técnicos, produtores e para o setor de serviços e comércio, que se beneficiaram dos investimentos governamentais dispendidos para a realização do evento.
Outro aspecto importante foi a divulgação positiva do estado de Sergipe em todo o território nacional, por meio do material institucional e/ou promocional distribuído principalmente para universidades federais, órgãos públicos de cultura e turismo, assim como entidades de representação de artistas e de intelectuais, grupos culturais, órgãos de comunicação etc..
Por tudo isso, a população de São Cristóvão tem se manifestado pelo retorno do Festival de Arte, o que ocorreu especialmente por ocasião da realização das duas primeiras conferências municipais de cultura, a primeira em 2005 e a segunda em 2009 e, ainda, na formulação do diagnóstico cultural elaborado em 2010, a partir da iniciativa GT – Economia da Cultura São Cristóvão (GT-Ecult), sob a liderança da Secretaria de Estado da Cultura e Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Turismo.
Para fortalecer esta demanda em relação a todos os atores sociais e políticos que contribuíram para o sucesso do FASC (UFS, Prefeitura e Governo do Estado, artistas, intelectuais, imprensa e empresas privadas e estatais etc.) está sendo criada uma comissão da sociedade civil, denominada PROFASC, que tem por objetivo reunir cidadãos de São Cristóvão e dos municípios adjacentes para proporem alternativas e sugestões que tornem possível a retomada da realização do FASC com a participação da comunidade, incluindo-o como evento permanente do calendário cultural de nosso Estado.
Esta necessidade foi apontada pelo pesquisador Ribeiro Filho, em dissertação de mestrado, intitulada “Eventos públicos e privados: a elaboração de politicas culturais voltadas para a elaboração da festa. 2008 (UFS)”, na qual afirma que: “O município e a sua população participam do evento apenas como cenário e na qualidade de figurantes”.
É na perspectiva do exercício da cidadania cultural que conclamamos todos os cidadãos sergipanos, especialmente os residentes em São Cristóvão, para somar fileiras visando inaugurarmos uma nova era, no tocante à participação da comunidade nas discussões e decisões relativas ao FASC.
À Prefeitura de São Cristóvão e ao Governo do Estado, solicitamos e esperamos que a mesma postura exitosa da parceria firmada entre a Prefeitura de Laranjeiras e o Governo do Estado, que garantiram a realização ininterrupta e bem sucedida do Encontro Cultural de Laranjeiras, independentemente das alianças partidárias e diferenças políticas, seja também assumida entre aqueles entes governamentais em favor da retomada e continuidade do FASC.
Ao Governo do Estado solicitamos um comprometimento amplo em torno da retomada do FASC, na mesma dinâmica e competência com que são realizados eventos a exemplo, Festival Sergipe Verão e Festejos Juninos, assim como o o apoio estrutural ao PRECAJU, sejam também utilizados em favor da realização do FASC.
À Universidade Federal de Sergipe solicitamos que disponibilize o conhecimento técnico e os recursos humanos, materiais e financeiros necessários para a obtenção do patrocínio dos Ministérios da Educação, Cultura e Turismo e empresas estatais.

Comissão da Sociedade Civil PROFASC – São Cristóvão, 12 de Março de 2011



FOTOS DE REUNIÃO DA COMISSÃO DA SOCIEDADE CIVIL PROFASC

3 comentários:

AÇÃO CULTURAL disse...

Parabéns. Daqui de Recife sentimos os "ares do feriado" e da pouca inclusão cultural. Há, hoje tudo tem que dá lucro. Religião, cultura, festa, política, enfim tudo. Para manter a bandeira da cultura é preciso muita coragem, disciplina e amor à causa. Em frente!

José (de Aracaju e mestrando em Recife) por e-mail

AÇÃO CULTURAL disse...

Olha lá gente, a campanha em prol do FASC, está muito boa muito bonita, até aí, tubo bem, mas, os colegas precisa se concientisar de uma coisa; como será o formato dos futuros editais caso o FASC retorne? Estão pensando nisso? Porque se os artistas não participarem de dessa construção, isso tem tudo para acabar como é hoje o pré caju, um gigantesco evento que até dizem que fás parte da cultura de nosso estado mas, só beneficia artistas de fora, os de Sergipe ficam fora do bolo. Entendeu? Vai acontecer a mesma coisa com o FASC, se deixar a coisa rolar por conta de sei lá quem, quer dizer; por quem não tem compromisso com os artistas da terra, nem com nossa cultura.
ENTENDEU?
La Ccierva. agente cultural e cineasta (de Aracaju, via e-mail)

AÇÃO CULTURAL disse...

De fato, o manifesto PROFASC aguçou a sensibilidade de artistas e profissionais presentes no dia em que foi entregue a artistas de teatro, dança e circo que estavam reunidos no Teatro Lourival Batista no dia 20/03. Foi perceptível a vontade e a lembrança de alguns e a nostalgia de períodos anteriores e hj perceber que está em negligência.

A demonstração escrita do manifesto se expôs e mostrou uma relação de causa-consequência da cultura sergipana.

Foi interessante.

Jadson Cerqueira de Aracaju, através de e-mail