segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Operação Cajueiro e o carnaval da ditadura em 1976 [Cidadania Ativa}

Operação Cajueiro, papel da imprensa de Sergipe

A imprensa de Sergipe era cúmplice da barbárie militar. Os jornais e as
emissoras de rádio e de televisão não prestaram o serviço de informar
detalhes das prisões e torturas. Leia artigo do jornalista Milton Alves.

19/02/2011

Faz 35 anos, não podemos esquecer ou negar a história. Artigo do
jornalista Milton Alves, que como profissional de comunicação, conviveu
com a Operação Cajueiro:


Noite quente. 20 de fevereiro de 1976. A cidade cantava músicas momescas
e os alegres foliões davam as caras pelos bairros. Eu estava sentado na
calçada de um barzinho, na confluência das Ruas Permínio de Souza e
Nossa Senhora das Dores, bairro Cirurgia. Os planos, naquele momento,
eram de participar no dia seguinte, sábado de Carnaval, do Bloco de
Sujo, que saía do bairro Suissa e concentrava-se no Centro de Aracaju.
Nenhuma conversa sobre política. De repente, um carro Opala amarelo pára
diante de nós. De dentro do veículo ouço a voz - não tão rouca como a de
hoje - do então deputado estadual Jackson Barreto (MDB), dando-me a
notícia: Mílton Alves, os companheiros estão caindo. Não sabemos para
onde estão sendo levados.

Aqueles companheiros eram exatamente líderes do Partido Comunista
Brasileiro, PCB, líderes sindicais e líderes estudantis. A Operação
Cajueiro, que não sabíamos até aquele momento deste nome, estava em
curso. O Quartel do 28º Batalhão de Caçadores havia sido ocupado por
tropas federais que se deslocaram da Bahia. Poucos foram os militares
federais sediados em Aracaju que se mantiveram no Quartel e outros foram
convocados da Marinha e da Polícia Militar de Sergipe. A cidade cantava
as musiquinhas carnavalescas alheia à Operação Militar, que foi
justificada como necessária para extirpar uma célula comunista.
Acreditavam os militares que daqui poderia surgir um movimento que
viesse a derrubar o Governo Militar, imposto à Nação em 1964, por um
golpe.

A imprensa em Sergipe teve sempre ares de serviço público. Os jornais
editados em Aracaju foram às bancas no sábado e domingo sem fazer
citações das prisões de ”perigosos homens e mulheres”. As emissoras de
rádio e de televisão pior. Aos jornalistas que atuavam em jornais
sediados em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo nenhuma informação era
dada. No Quartel do 28º Batalhão de Caçadores se estabeleceu uma muralha
que desestimulasse os jornalistas ultrapassarem. Aos familiares as
informações eram escassas e contraditórias. Diziam apenas que estão
sendo “convidados” a esclarecer coisas de comunistas. Quando perguntados
aonde e quando os militares silenciavam. Os presos políticos iam caindo
um a um, de forma violenta. A cidade cantava Oh, jardineira por que
estás tão triste, mas o que foi que aconteceu...

Segunda, terça e quarta-feiras os jornais não circularam. Nas emissoras
de rádio e de televisão era gritante a ignorância dos fatos. As
primeiras notícias começaram a chegar ao conhecimento dos
correspondentes. Sabia-se que os presos políticos, tratados brutalmente
como perigosos subversivos, estavam presos nos porões do 28º Batalhão de
Caçadores e se imaginavam, depois confirmadas, torturas. Brutais golpes
que abalassem moral e fisicamente os presos. As primeiras notícias,
finalmente, chegavam ainda que incompletas para os correspondentes,
mesmo assim suficientes para que textos fossem cuidadosamente elaborados
e se denunciassem as torturas. Jornal da Bahia, O Estado de São Paulo, O
Globo e o Jornal do Brasil fincaram trincheiras para denunciar os
maus-tratos.

Os presos políticos tiveram os olhos encobertos com uma venda de
borracha que deixaria marcas da tortura. Os brutais procedimentos seriam
aos poucos revelados por familiares. A tensão daqueles dias atingiu os
jornalistas. Lembro, ainda sob forte impacto de emoção, os angustiantes
momentos para produzir uma matéria para o Jornal da Bahia. Ao meu lado o
jornalista Paulo Barbosa de Araújo, já falecido, então correspondente do
Estado de São Paulo. Nossas matérias eram produzidas numa pequena sala
do prédio onde funcionou o Cinema Pálace. Textos foram trabalhados à luz
da máquina de telex para que não despertassem a atenção de militares que
se concentravam em frente ao Palácio Olímpio Campos. Depois do trabalho
ir para casa ganhava cenas de filme.

O medo tomava conta, sim, de mim e de Paulo Barbosa. Não poderíamos
expor os rigores de um plano traçado para que pudéssemos fazer chegar às
nossas redações os fatos das prisões em Aracaju. Solicitávamos telefones
das lojas na Rua João Pessoa com o falso pedido para contatos com
familiares, aqui mesmo na cidade. As ligações a cobrar eram dirigidas
para as redações. O bloqueio imposto pelos militares para que nada sobre
as prisões fosse informado estava furado. O Estado de São Paulo carimbou
“enviados especiais” e o Jornal da Bahia “criou” uma sucursal. Os
serviços de segurança não conseguiram descobrir a identidade dos
jornalistas autores dos textos denunciando as prisões dos presos
políticos na Operação Cajueiro. Anos depois, as identidades foram
reveladas.

A imprensa de Sergipe era cúmplice da barbárie militar e se dispôs a uma
única informação: publicar carta assinada por Wellington Mangueira
renunciando ao comunismo e ao cigarro. Mangueira não renunciou ao
comunismo e nunca fumou. Vergonhoso papel. Os jornais e as emissoras de
rádio e de televisão não prestaram o serviço de informar detalhes das
prisões e torturas. Quando os presos políticos começaram a ser
libertados, mesmo com riquezas das narrativas sobre as prisões e
torturas, como a de Mílton Coelho que ficou cego, o comportamento da
imprensa de Sergipe não se modificou. Nada para ela havia ocorrido. Em
liberdade, o ex-preso político Marcélio Bonfim numa frase resume, ainda
hoje, o papel dos correspondentes: “A Mílton Alves e a Paulo Barbosa
devemos vidas, quando denunciaram as prisões e quebraram nossa
incomunicabilidade”. Faz 35 anos, não podemos esquecer ou negar a
história.

Obs: o blog se sente honrado por publicar o artigo do jornalista Milton
Alves, que optou por espaço para escrever sobre um período vergonhoso
para a imprensa de Sergipe e, graças a ele e Paulo Barbosa, o país foi
informado da Operação Cajueiro.


3) Carta de Milton Coelho encaminhada ao jornalista Milton Alves,
parabenizando-o pelo artigo publicado e fazendo pequena referência ao
período inicial da "operação cajueiro", relacionada com o carnaval de
1976. Existe uma similaridade, salvo engano, com o carnaval de 2011,
isto, se colocarmos o dia 20/02/1976 para o dia 25/02/2011, guardam a
mesma distância do início do carnaval...


Aracaju, 27 de fevereiro de 2011

Milton

Recebi, através de uma pessoa amiga, o texto escrito por
você, comentando o comportamento da imprensa aracajuana, os esforços
que foram feitos por você e Paulo Barbosa para "furarem" o cêrco imposto
pela ditadura...

Ótimo trabalho! É significativo que fique registrado nas
páginas de nossa história política aqueles acontecimentos, para que não
haja repetições. Entretanto, além de manter a memória das antigas
gerações e proporcionar um alerta aos jovens, é imprescindível que
sejam feitos esforços para que a juventude seja convenientemente
politizada, na luta pela consolidação e ampliação do sistema
democrático.

Não somente você, que vivenciou jornalísticamente aqueles
momentos, mas, outros companheiros têm vinculado a data do início da
chamada "operação cajueiro", como sendo na semana do carnaval de 1976.

O início dos sequestros, sequenciados pelas prisões, torturas,
depoimentos, formação do IPM - inquérito policial militar, ocorreu na
sexta-feira, dia 20 de fevereiro, isto é, na semana que antecedeu a
semana do carnaval.


Como tem sido registrado em outros textos, fica a informação de
que a "operação cajueiro" foi deflagrada na semana do carnaval.
Evidentemente, o clima era carnavalesco e eu estava com Cr$ 150,00 (
dinheiro da época ), para comprar mesa no Vasco Esporte Clube, próximo
do bairro onde resido, para participar do período momesco, juntamente
com a esposa, um irmão dela e a muler dele, que moravam conosco e ao
ser "convidado" para entrar no fusquinha, passei a carteira
porta-cedula com o dinheiro e um cartão de autógrafo do super mercado
Paes Mendonça às mãos dela, sendo informado posteriormente que o
policial sequestrador recolheu imediatamente das mãos dela e não foram
devolvidos, mesmo após ter informado ao capitão Moraes, chefe da
segunda seção do vigésimo oitavo batalhão de caçadores, no período da
"operação cajueiro", na noite que voltávamos de Salvador, quando do
julgamento, indeferido, do pedido de prisão preventiva para os últimos
quatro presos políticos...,

Fica o registro da discordância do enquadramento da repressão
ocorrida, da minha parte e de outros companheiros, como sendo na semana
que antecedeu a semana do período carnavalesco daquele ano.

Certamente, com um cuidadoso trabalho de verificar o calendário
de 1976, que foi ano bissexto, será fácil encontrar com exatidão o
vínculo entre a "operação cajueiro" e a data do início do carnaval
monstruoso para todos os que fomos vedados, encapuzados, usando
macacões e torturados física e psicológicamente.,

Eis minha opinião, na tentativa de esclarecer os fatos.

Com abraços de

Milton Coelho


4) Transcrição da carta do militar ao blog de Cláudio Nunes.
Aracaju, 27 de fevereiro de 2011

Transcrevo a seguir e-mail recebido, em atendimento à
solicitação que fiz.


Abaixo o texto que fora solicitado:

No blog do Cláudio Nunes, na INFONET

Pense num espaço democrático. Este blog. Apesar de discordar de tudo que escreve abaixo o ex-militar Gilmário Dantas Nascimento, principalmente sobre a não existência
de tortura (só quem sabe são as vitimas que estão vivas e seus familiares) o blog pública um e-mail que, só acredita que é verdadeiro depois de checar a origem dele
e a existência do seu autor.

É uma verdadeira ode não só a ditadura militar, mas defendendo o que ele chama de “contra revolução”. O ex-militar chega ao cumulo de escrever que “deveria ter baixado
o cacete nesta corja”. O blog publica todo o e-mail para a Juventude de hoje saber da importância de relembrar sempre fatos do passado que deixaram marcar, não só
na história política,mas na cabeça de milhares de cidadãos, alguns torturados até a morte e outros com seqüelas até hoje.

O e-mail do ex-militar mostra, sobretudo, como a prepotência e a arrogância reinavam no tempo da ditadura militar.



A íntegra do e-mail do ex-militar Gilmário Dantas: “Sr Claudio Nunes. É muito bom falar sem ser contestado sôbre assuntos sempre retorcidos pela imprensa,como se
fosse verdade absoluta.
Em 1964 estava servindo em Aracaju,e participei ativamente da contra revolução no 28 BC.Tudo que se fala sôbre tortura, porrada é mentira,muitos presos,Viana de
Assis,Jaime Araujo.Jackson Barreto, Arly, Arcy, Dr Hardman, o prefeito de Propriá, Robério, Senador,funcionário do BB,o único macho,o resto todo se mijando de medo.
O único que levou uns tapas foi o prefeito,que era muito folgado.
As pessoas nas ruas,inclusive as altas autoridades,nos pediam para intervir e acabar com a baderna no pais,inclusive minha mão foi beijada diversas vezes.
Fui eu quem bateu na porta do então governador Seixas Doria,para prende-lo e levá-lo para o quartel,de onde seria levado para Fernando de Noronha.
Quanto arrependimento de levar fama injustamente, devíamos ter baixado o cacete nesta corja,que hoje saqueia o Brasil,sem a mínima compostura.
A bolsa anistia é uma vergonha, ninguém fala nada,mensalão,família do sem dedo,Dirceu,etc...
Bem feito para o povo,que se deixa enganar por esmola,principalmente no NE,bolsa família,bolsa gás,bolsa ,bolsa,......
Os marginais do congresso nacional,se deram um aumento de 65%,ninguém foi para a rua ,UNE(comprada),SEM TERRA,idem,políticos,etc....
Vocês não sabem o que é ditadura tipo Fidel,tão admirado,passou o cerol em todo dissidente em cuba.
O erro foi nosso,fazer abertura e deixar eles comandar a Opinião Pública com mentiras repetidas,que se tornaram verdades para esta imprensa corrupta.
BRASIL ACIMA DE TUDO”. Dantas.


5) Mesa de debates promovida pela CUT - Cental Única dos
Trabalhadores.


Fonte: site da CUT

Direito à memória e à verdade

Escrito por Paulo Victor Melo | 21 Fevereiro 2011

Na noite da última sexta-feira (18), a Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT/SE) promoveu um encontro com a história política de Sergipe e do Brasil, ao
realizar a 3ª Mesa de Debates sobre as Vítimas da Ditadura Militar. Participaram da Mesa o Secretário Estadual de Direitos Humanos, Iran Barbosa, e o ex-preso político,
Marcélio Bonfim.

A Mesa de Debates tem o objetivo de manter viva a história política do país, especialmente um dos períodos mais atrozes, onde muitos brasileiros tinham a sua liberdade
e os seus direitos cerceados. Segundo o presidente da CUT Sergipe, Rubens Marques, conhecido como Dudu, a atividade “proporciona que as gerações atuais e as futuras
não esqueçam o que aconteceu, até porque a democracia não é algo que se ganha de presente, se conquista e se conquista todos os dias”, ressaltou.

Para o Secretário Iran Barbosa, é fundamental a construção de espaços que discutam esta temática, pois “no Brasil, mesmo no regime democrático, ainda uma prevalência
de aspectos e práticas ditatoriais, resquícios de um profundo período de ditadura que tivemos”.

O direito à verdade e à memória também foi destacado pelo secretário. “As pessoas precisam saber o que aconteceu. As famílias que tiveram seus parentes mortos ou
desaparecidos têm o direito à verdade dos fatos. Por o Brasil ser um país que pouco valoriza a sua história, corremos o risco de termos apenas registros superficiais.
A lembrança do que aconteceu é fundamental para criarmos anticorpos de práticas nocivas”, ressaltou.

O ex-preso político na época da Ditadura, Marcélio Bonfim, fez homenagem a todos os militantes políticos que tiveram suas vidas ceifadas em defesa da democracia
e da liberdade no Brasil. Mesmo com a perda de tantas vidas, para Bonfim, “ficou a certeza de que nenhuma força será capaz de impedir o processo de avanço da democracia
e da sociedade”.


Bonfim afirmou que a CUT, promovendo este debate, está contribuindo com o resgate da história política de Sergipe e o incentivou a registrar os acontecimentos da
Ditadura Militar no estado.

Operação Cajueiro

A Mesa de Debates realizada pela CUT relembrou os 35 anos da Operação Cajueiro, completados ontem (20), fato marcante da história política de Sergipe, ocorrido nos
idos da Ditadura Militar.

Numa sexta-feira de 20 de fevereiro de 1976, quando Sergipe já estava em clima de carnaval, o Coronel Oscar da Silva e outros oficiais da 6ª Região Militar, sediada
em Salvador, instauraram um Inquérito Policial Militar (IPM) e seqüestraram ativistas, estudantes, trabalhadores e militantes políticos sergipanos que lutavam pela
redemocratização e pelo fim da Ditadura Militar no Brasil.

Depois de seqüestrados, os militantes foram levados presos para as dependências do quartel do 28º Batalhão de Caçadores. A operação teve a efetiva participação das
unidades dos órgãos de segurança sediados em Sergipe.

Dias depois, a maioria dos presos políticos foi liberada, permanecendo no quartel Marcélio Bonfim Rocha, Milton Coelho de Carvalho, Carivaldo Lima Santos e Jackson
de Sá Figueiredo. Estes passaram 50 dias no quartel, na condição de presos políticos.

As vítimas da Operação Cajueiro foram submetidas a uma séria de torturas: espancamentos, choques elétricos, agressões em parte sensíveis do corpo e venda nos olhos
com óculos de borrachas de pneu de bicicleta. Por conta desses óculos, o militante Milton Coelho perdeu a visão.

Marcélio relembrou um dos momentos mais marcantes da prisão: “O que mais me indignou foi ver um médico, que estudou e fez um juramento de salvar vidas, após ver
uma pessoa sofrer tantas agressões, dizer o quanto aquela pessoa aguenta ou não as torturas”.

O fato ocorrido em Sergipe não era isolado, mas sim uma ação articulada nacionalmente que tinha um objetivo claro: acabar com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Nesse sentido, foram assassinados nas celas do DOI-CODI, em São Paulo, o jornalista Wladimir Herzog, em outubro de 1975, e o operário Manuel Fiel Filho, em janeiro
de 1976.

Rumos Itaú Cultural lança editais em três áreas de expressão: Artes Visuais; Educação, Cultura e Arte; e Jornalismo Cultural.

O Rumos Itaú Cultural lança editais em três áreas de expressão: Artes Visuais; Educação, Cultura e Arte; e Jornalismo Cultural. O texto completo de cada um está no nosso site. A pré-inscrição no processo de seleção já está disponível.

O edital de Artes Visuais 2011/2013 recebe inscrições até 29/5 e é voltado para artistas atuantes no Brasil, com trajetória profissional desde 2000. Educação, Cultura e Arte 2011/2013 aceita, até 30/6, projetos que envolvam cultura e educação não formal. Por fim, Jornalismo Cultural 2011/2012 fica aberto até 15/7, para professores e estudantes de comunicação social.

O lançamento do edital de Educação, Cultura e Arte conta com aula-espetáculo do músico e dançarino Antonio Nóbrega, na sede do instituto, em São Paulo, em 23/2, às 20h.

Rumos Itaú Cultural - Novos Editais

Artes Visuais 2011/2013 - até 29/5
Educação, Cultura e Arte 2011/2013 - até 30/6
Jornalismo Cultural 2011/2012 - até 15/7

Lançamento: Aula-espetáculo com Antonio Nóbrega
quarta 23 de fevereiro, às 20h

entrada franca - ingressos distribuídos com meia hora de antecedência
Sala Itaú Cultural (247 lugares)

Itaú Cultural | Avenida Paulista 149 - Paraíso [próximo à estação Brigadeiro do metrô] informações 11 2168 1777 |

http://www.itaucultural.org.br/index.cfm?cd_pagina=2675
http://www.twitter.com/itaucultural | http://www.youtube.com/itaucultural | atendimento@itaucultural.org.br

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Secult divulga programação do Festival de Teatro Sergipano


Evento acontece de 15 a 28 de março
Grupos das mais diversas partes do Estado marcarão presença no festival

O tão esperado Festival do Teatro Sergipano já tem data marcada. Entre os dias 15 e 28 de março, a capital sergipana vai respirar arte e se encantar com a cena teatral do Estado. Mais de 20 grupos, oriundos de todas as partes de Sergipe, além de companhias do Rio Grande do Sul, Alagoas, Paraíba e Rio de Janeiro, se revezarão em praças e teatros, apresentando grandes espetáculos para o público sergipano. A programação foi divulgada nesta terça-feira, 15, e pode ser conferida
aqui.

Os cajus pintados na cidade de Aracaju

No dia 11de fevereiro do corrente ano, a cidade de Aracaju foi agraciada por belos cajus feitos em fibra de vidro e pintados por 11 artistas plásticos sergipanos e teve como mentor e curador o artista plástico Fábio Sampaio. O projeto foi uma grande sacada e, sem dúvida, vai embelezar a capital Sergipana, mesmo que o símbolo (caju) nada tenha de original, visto que, em décadas passadas, o saudoso artista plástico Eurico Luis pintou um caju com quase 2.00 metros de altura na entrada da ponte que dá acesso ao bairro Coroa do Meio. Há ainda outros cajus em frente o Iate Clube de Aracaju. Infelizmente, durante o lançamento dos novos cajus, se não me foge o conhecimento, nenhuma referência foi feita ao trabalho desse artista plástico que morreu há alguns anos.
Não é de se espantar o total esquecimentos das autoridades sergipanas com os artistas sergipanos, ainda mais quando já morreram. A exemplo do painel do mestre Jener Augusto, considerado um dos maiores artista do país, que está em total abandono no saudoso restaurante Cacique Chá; o painel de Houd que existia na parede de um hotel na praia de atalaia, foi substituído por uma pintura comum, entre outros patrimônios artísticos da nossa cidade que foram relegadas ao esquecimento.
Quando falo do esquecimento dos artistas mortos é para enfatizar também o esquecimento dos artistas que estão vivos e produzindo, mas não foram lembrados pela Prefeitura de Aracaju e pelo artista plástico Fábio Sampaio ao lançar o “Projeto Caju na Rua”. O que se questiona é sobre os critérios utilizados pela Prefeitura de Aracaju e pelo curador e artista plástico para selecionar o grupo de artistas para a feitura dessas obras. Obras ou serviços executados com recursos públicos têm que haver transparência. A sociedade precisa saber como e de que forma os impostos que ela paga estão sendo aplicados e, se os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos, estão sendo cumpridos, conforme recomenda a legislação brasileira.
Nada contra os artistas selecionados, pois são todos talentosos e merecem o nosso respeito. Mas, algumas perguntas não querem calar: O que tem a prefeitura de Aracaju a dizer aos inúmeros artistas plásticos que existem nesta cidade e que sequer tomaram conhecimento que tal projeto estava sendo realizado? Se o projeto era pintar uma escultura de caju, porque um escultor foi escolhido, em meio a tantos pintores existentes? Sem desmerecer o destacado profissional, que tem, na sua área, obras de altíssimo nível. Não importa! O projeto era de pintura e não de escultura. A escolha dos 11 artistas foi por afinidade pessoal? Se assim aconteceu, então, os princípios mencionados acima não foram respeitados.
Porque artistas que estão na ativa, produzindo e sobrevivendo da sua arte ficaram de fora do projeto, em detrimento de outros que não se tem notícias recentes de suas produções artísticas? Com raras exceções, a exemplo dos grandes artistas plásticos como José Fernandes, Fabião, Madureira e mais uns poucos, há no projeto, pintores que não fazem uma exposição há mais de cinco, sete, dez anos, seja individual ou coletiva. Salienta-se que o fato de um artista plástico não estar fazendo exposição não quer dizer que o mesmo não esteja produzindo, pois se sabe que as adversidades e dificuldades são muitas, inclusive a falta de recurso e de apoio, os impedem de estar na ativa de exposições.
Por essas e outras vamos continuar perguntando: porque somente apenas uma pequena parte foi privilegiada por critérios totalmente desconhecidos? Cadê o edital? Porque a sociedade aracajuana, parceira do projeto não tomou conhecimento e muito menos a maioria dos artistas? Por que não houve um concurso divulgado na mídia? Por que o edital não foi largamente divulgado e não previu a realização de um processo seletivo baseado nos princípios estabelecidos pela legislação? Afinal, fala-se que a cada participante pagou-se a importância de R$ 2.500,00. Óbvio que os artistas que participaram do projeto são talentosos, mas e o talento de tantos outros, no qual me incluo que não tiveram a mesma chance?
O artista Fábio Sampaio possui e-mail, facebook, orkut e a Prefeitura de Aracaju possui além da sua Home Page, vários meios de comunicação ao seu alcance, para dar publicidade dos seus projetos e empreendimentos à sociedade. Porque então, não se deu a devida publicidade?
Sinto-me, como cidadão e artista, no direito de escrever esse desabafo. Por isso corro o risco de ser tachado de despeitado ou coisa que o valha. Quem tem boca diz o que quer, e não me importo com isso, gostaria até mesmo de ser comparado ao “Boca do inferno”, não ligo... Eu diria que despeito não tenho, mas como artista e cidadão reclamo, pois, artisticamente nunca fiquei sem produzir. Tornei-me pedagogo para entender de didática do ensino e estou terminando uma pós em arte educação para poder melhor empregar o ensino das artes. Sou compositor, cantor, escritor e artista plástico, ilustrei livros, compus trilha sonora para curta metragem, fiz curso de teatro musical no Instituto Goethe em Salvador, diversas exposições coletivas e individuais, tenho obras decorando, entre outros lugares, todos os prédios de quatro condomínios residenciais na cidade de Aracaju e fiz no ano passado, o lançamento de um catálogo e uma exposição intitulada “O Encanto das Possibilidades” onde recebi elogios e até homenagem da Câmera de Vereadores, e reconhecimento fora do estado, Ufa! Ainda tenho tempo para tocar uma grife que só trabalha com estampas voltadas para o universo cultural.
Mas tudo isso não foi critério suficiente para o artista Fábio Sampaio se quer ter me dado a chance de participar e concorrer, em pé de igualdade, com os demais artistas aracajuanos, através de um processo seletivo justo e democrático. Sem falar de artistas maravilhosos que não ficaram sabendo do referido projeto. Segundo Fábio Sampaio está previsto a continuidade do projeto. Justificativa para os renegados a uma suposta segunda edição. Não importa se haverá outras edições, a questão é que a primeira já começou muito errada e se houver a segunda, tomara que aconteça de forma democrática e transparente.

Vicente Coda
16/02/2011


Mais sobre Vicente Coda

http://codaarteroupaderua.blogspot.com/2008/06/cermica-de-vicente-coda.html

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O CARANGUEJO DE CHICO SCIENCE ANDAVA PRA FRENTE

Caros

Em Pernambuco estamos andando pra trás, com o Programa Cultura Viva, tivemos um sopro de esperança, estamos novamente dependentes do jogo de interesses da política que torna as pessoas coisas, vemos nossos artistas se desvalorizando, nossos companheiros com medo de retaliação, sem entender que se andar pra trás agora toda nossa riquza cultural será objeto de memória e de estudos de pesquisadores, e vão dizer que pena como tinhamos riqueza e jogamos fora, no momento de enorme crescimento econômico do nosso estado, transformamos o mote Pernambuco Nação Cultural em uma farsa, nos entregamos a gana dos predadores.

Temos o Melhor e mais democrático carnaval do Planeta, a verdadeira Música Pernambucana é há muito referência mundial de diversidade e qualidade, pesquisadores do mundo inteiro consideram Pernambuco como locomotiva de inovação e criatividade, nossos artistas vivem pelo mundo afora como convidados mostrando a qualidade da nossa produção musical, em todos os lugares que viajamos vários entusiastas nos procuram para elogiar o vigor da nossa Cultura, e vinham elogiando o perfil do governo do Estado, e aí no início do novo mandato, passam a borracha no edital da Fundarpe, nomeam um presidente da Empetur que não sabe pra onde vai a Cultura, sem noção, que não identifica o que é Cultura Popular e Cultura de Massa, ou identifica e tem outros interesses e damos um enorme passo para trás, Carnaval de Pernambuco com brega, Axé e Pagode tenha paciência, isto a Brahma paga, dinheiro público pra pagar bagaceira, já tinhamos superado isto, e os empresários predadores já invadiram as Virgens de Olinda com suas porno-bandas e pagam uma nota, temos que denunciar todos os dias no mundo inteiro.



CADÊ OS PONTOS DE CULTURA NO CARNAVAL DE PERNAMBUCO


Lula Gonzaga

Fonte: Lista de discussão Culturas Populares



Grande Lula,


começo a sentir saudades do teu chará da locomotiva nacional. Ao mesmo tempo, sou muito otimista com a capacidade de resistência do movimento. Todos os dias chovem denuncias, questionamentos e reflexões nas redes sociais e cxs de email.

Em todas as correntes de opinião sobre cultura, política pública e seus possíveis rumos no âmbito nacional ou local, estão lá os Pontos de Cultura. Divergindo ou convergindo, protestando, denunciando, ponderando ou tentando compreender o que está acontecendo.

Eu me considero duplamente previligiado neste processo. Primeiro por ter sido convidado a contribuir com a equipe de implementação do programa Cultura Viva, ter assistido e colaborado com articulação dessa rede nacional, desde a primeira TEIA e primeiro encontro Nacional do Pontos de Cultura, em 2006.

Segunto por tido a oportunidade de conhecer de perto e conviver com Célio Turino, o sujeito que tornou esse história realidade, logicamente com o apoio de Gil, Juca e tantos outros, incluindo aí gestores estaduais e municipais entusiastas e parceiro de primeira ordem.

Quantas organizações deram salto de qualidade e conquistaram maior autonomia e sustentabiidade nestes APENAS SEIS ANOS do programa?

AUTONOMIA
PROTAGONISMO
EMPODERAMENTO

Isso era uma viagem ou era o fundamento de um plano estratégico. As falas de Célio Turino estão mais do que registradas em vídeo, audio, livros, revistas, internet, etc.
Célio desde o primeiro momento dizia que não bastava repassar recurso financeiro para que o Ponto pudesse melhorar a qualidade de seus projetos, acima disso era necessário articular as redes locais e nacional, a TEIA.

Falava ainda do DESENVOLVIMENTO PROXIMAL, ou seja, a aproximação dos Pontos tornaria possível a troca de saberes, permitindo que os menos informados ou politizados pudessem se informar melhor e se politizar no processo, aprender a defender seus direitos, cobrar dos gestores públicos não apenas apoio, mas dignidade, respeito, direito...

Na semana passada alguns Pontos de Cultura tiveram mais uma vez a oportunidade de um encontro com Célio Turino, em um encontro promovido pelo Laboratório Cultura Viva, no Rio de Janeiro.

De noite, numa mesa de bar na Cinelândia, o assunto POLÍTICA não poderia deixar de dominar a discussão. Célio, agora mais tranquilo e ao mesmo tempo mais reservado, depois de ser provocado a opinar sobre os rumos do MinC e do programa Cultura Viva, optou por uma reflexão mais ampla e provocativa. Ao invés de falar do MinC, optou por falar da burocracia estatal que é sempre tão utilizada pelas pessoas de governo para justificar os entraves na liberação de pagamentos. Suas perguntas devolvidas à Mesa foram muito simples:

"Quais são as dificuldades e impeditivos burocráticos que o governo brasileiro encontra para honrar com o pagamento da dívida pública?"

Quanto representa a dívida com os Pontos de Cultura em relação ao pagamento de juros que o Brasil tem desembolsado com a dívida pública? e por fim:

"Neste corte arçamentário de 50 bilhões, quanto vai recair sobre a Dívida Pública?"

Ao ouvir essas perguntas, me lembrei de quado Gil perguntava, se referindo a rede dos Pontos de Cultura, "o que pode acontecer quando liberamos as comportas de uma represa?" e Célio Turino, mais como militante da causa do que um representante do governo, completava "poderemos dizer que o programa deu certo quando o estado perder o controle sobre o movimento".

Talvez seja hora do movimento requalificar seus argumentos perante o estado brasileiro.

AUTONOMIA
PROTAGONISMO
EMPODERAMENTO

Que tal ampliarmos um pouco mais o foco?

Abraços a td@s.

BigNel

Do poder jovem {Cidadania Ativa}

Fonte:

www.congressoemfoco.com.br/noticia.asp?cod_canal=14&cod_publicacao=36204
25/2/2011 - 7:1h

“Por alguma razão, bela e estranha, os jovens acordaram, se deram conta que estão recebendo um mundo cada vez mais miserável, as calotas polares derretidas, salários de fome, cada vez mais guerras e planos para empurrá-los para a vida já carregando a dívida astronômica do custo da formação universitária que terão de pagar, senão morrer tentando, e rejeitaram todo esse lixo”

Estreando na TV a cabo um filme absolutamente constrangedor, que provoca um profundo desconforto, deixando ao final um travo amargo na boca. É Amor Sem Escalas (Up in the Air) com George Clooney, direção de Jason Reitman. O título em português é prá lá de estúpido e bota idiota nisso, porque não se trata de mais uma comédia romântica, mas de um guia de como terceirizar demissões corporativas em massa, com Clooney no papel de “Anjo Exterminador”, segundo diz seu personagem cinicamente: “Eu os preparo para o limbo existencial”.

Não estou fazendo exatamente a crítica do filme, mas do processo de “normalização” da dispensa repentina e sem aviso – e sem outra razão que não o “corte de gastos”, naturalmente em nome da nunca por demais esquecida “acumulação primitiva” ou “acumulação por despossessão” – de funcionários que ele introduz, assinala e sublinha como fato inevitável e perfeitamente corriqueiro na vida profissional de qualquer norte-americano (eu ia escrever “de qualquer ser humano”).

Eis a verdadeira mensagem nua e crua: você cai fora porque os acionistas precisam ficar ainda mais ricos. Lembra o título de outro filme: Hoje você morre.

Enquanto isso, no mundo real, milhares de servidores públicos unidos a grupos estudantis realizaram protestos sábado (19/2) em frente ao Capitólio do estado norte-americano do Winsconsin, na cidade de Madison. Foi o quinto dia de manifestações contra um projeto de lei apresentado pelo novo governador republicano Scott Walker. O objetivo do projeto é “cortar gastos do orçamento estadual através da supressão de direitos trabalhistas em todo o Estado”.

O suposto equilíbrio das contas do Estado ocorreria com a anulação dos convênios coletivos com os funcionários públicos. O equivalente, no Brasil, à suspensão todos os direitos dos funcionários públicos concursados, por exemplo, do estado de São Paulo.

Entusiasmado com a mobilização dos estudantes, o cineasta Michael Moore (Tiros em Columbine) enviou-lhes uma carta aberta, incentivando-os, cujo texto é um excelente exemplo de contextualização sócio-econômica e política dos jovens norte-americanos no momento atual.

Ele elogia os milhares de estudantes das escolas de Wisconsin que saíram das salas de aula e ocuparam o prédio do State Capitol, em Madison, exigindo que o governador pare de assaltar os professores e outros funcionários públicos: “Vivemos hoje um fantástico momento histórico. Os jovens estão em rebelião! Os estudantes estão começando a erguer a cabeça, tomar as ruas, organizar-se, protestar e recusar a dar um passo de volta para casa, se não forem ouvidos.“

Segundo Moore, o poder constituído estava convencido que havia feito um servicinho perfeito no sentido de manter os jovens calados, entretendo-os com enormes quantidades de bobagens até torná-los impotentes, como um parafuso a mais duma imensa e complexa engrenagem; alimentando-os com quantidades absurdas de propaganda sobre “como o sistema funciona” e tantas mentiras históricas, contudo inesperadamente o lixo foi derrotado – não funcionou – porque os jovens estão vendo as coisas como são realmente: “Fizeram o que fizeram, na esperança de que vocês ficassem de bico fechado, entrassem na linha e obedecessem as ordens, sem sacudirem o barco. Porque se agitassem muito, não conseguiriam arranjar um emprego, acabando na rua, um freak a mais. Disseram que a política é suja e que um homem sozinho jamais faria diferença!”

Mas, por alguma razão, bela e estranha, os jovens acordaram, se deram conta que estão recebendo um mundo cada vez mais miserável, as calotas polares derretidas, salários de fome, cada vez mais guerras e planos para empurrá-los para a vida já carregando a dívida astronômica do custo da formação universitária que terão de pagar, senão morrer tentando, e rejeitaram todo esse lixo. Até porque foram os adultos jovens que elegeram Barack Obama, primeiro atuando como voluntários para obter a indicação dele como candidato, depois indo às urnas em números recordes em novembro de 2008. Michael assinala que o único grupo da população branca dos EUA no qual Obama teve maioria de votos foi o dos jovens entre 18 e 29 anos. A maioria de todos os brancos com mais de 29 anos nos EUA votaram em McCain – e Obama foi eleito, mesmo assim! Porque há mais eleitores jovens em todos os grupos étnicos – e eles foram às urnas e, contados os votos, viu-se que haviam derrotado os brancos mais velhos assustados, que simplesmente jamais admitiriam ter no Salão Oval alguém chamado Obama.

Diversamente que em outros países como Áustria, Brasil, Nicarágua, onde a idade mínima para votar é 16 anos e os jovens desfrutam de mais liberdade, sem contar a França cujos estudantes conseguem parar o país, nos EUA, os jovens são condicionados a obedecer, sentar e deixar os adultos comandarem o show, daí entende-se o entusiasmo de Moore.

Mas as coisas podem e devem mudar – demissões massivas, o espólio dos direitos civís e trabalhistas. Já há indícios de mudança desde o Cairo, Egito, até Madison, Wisconsin, donde muita agitação de permeio. Talvez a próxima geração possa fazer com que filmes como Up in the Air (aliás, indicado a vários Oscars, imaginem o resto da produção cinematográfica!) se reduza a uma sórdida e incompreensível relíquia cultural.

Enviado por Rui do Amaral (via e-mail)

sábado, 26 de fevereiro de 2011

CARAVANA ARACAJU-RECIFE IRON MAIDEN

CARAVANA ARACAJU-RECIFE IRON MAIDEN
FALTAM 5 VAGAS
Entre em contato URGENTE: Felipe Freire 9823-5796/ 8853-1053/ 8115-3249/ 9139-2009

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

VIDEO/REPORTAGEM DA APERIPÊ TV SOBRE A OFICINA DE DANÇAS CIRCULARES DE JANEIRO DE 2011

Para assistir, clique AQUI:

1° Encontro Regional de Políticas Públicas de Convivência e Cultura de Paz

Clique em cima da imagem para ampliar

DEBATE: RUMO DAS POLITICAS CULTURAIS - GOVERNO DILMA (2)

17/02/2011
Artigo - Expectativas para novos tempos: Continuar para inovar
Fonte: Instituto Pólis

O Brasil construiu nos últimos anos um patrimônio no campo da cidadania cultural e das públicas de cultura. Durante os anos 90 e inicio dos anos 2000 plantamos sementes de cultura em todo o país : deixamos claro que o debate cultural era importante, que não havia desenvolvimento humano sem cultura, que as leis de incentivos deveriam estar contextualizadas no âmbito das politicas públicas; que o desenvolvimento deveria agregar qualidade de vida cultural. Criamos uma verdadeira "cultura da cultura". Nas intervenções do Fórum Intermunicipal de Cultura/FIC Valmir de Souza,Francisco Ferron, Altair Moreira, Tião Soares( São Paulo) Bernardo Mata Machado,Guilardo Veloso (Minas Gerais)Joãozinho Ribeiro ( Maranhão), Marta Arruda,( Alagoas), Sebastião Pimentel (Espirito Santo),João Pimentel,( Rio Claro/SP), o poeta José Gomes Sobrinho, do Tocantins, Hamilton Faria e muitos e muitos outros, transformávamos municípios em campo fértil para ideias e ações. Ampliamos o conceito de cultura, criamos secretarias, fortalecemos iniciativas culturais, tomamos o espaço da rua, aproximamos direitos culturais e direitos humanos, falamos de globalizações e interculturalidade, multiplicamos fóruns, criamos a expressão políticas públicas de cultura, que não se falava no país, nem em outro; falamos pela primeira vez da Economia Solidaria da Cultura, por considerarmos que a Economia da Cultura não era inclusiva, incluía uns e excluía outros. Foram debates históricos que aglutinavam centenas de redes do país . Agregamos pensadores e ativistas da França, da África e da América Latina em nossos encontros. No primeiro encontro do Fórum Intermunicipal de Cultura, 1994, em Belo Horizonte, com o tema Cultura, Politicas Públicas e Desenvolvimento Humano, juntamos cerca de 1000 pessoas de todo o pais e elegemos representantes do Fórum em 27 estados. Aprovamos resoluções que estimulavam o debate público, a afirmação da diversidade, a importância da ancestralidade, dos conselhos de cultura, dos fóruns, a democratização da cultura com desenvolvimento humano.

A gestão Gilberto Gil, do ponto de vista daquilo que a cultura plantou, foi a expressão da institucionalização de movimentose pensares que cresceram ao longo da década. Definiu políticas públicas para o Ministério, políticas públicas especificas, criou um conceito espantoso do “doin antropológico” onde se massageia os pontos vitais do país, que inspirou a criação dos Pontos de Cultura por Célio Turino; criou projetos de diversidade cultural e cultura popular; fortaleceu redes, colocou as novas tecnologias a seu serviço; criou uma Política Nacional de Cultura, iniciou um ideário do Sistema Nacional de Cultura, que busca potencializar recursos, cruzar idéias, estimular a transversalidade. Foi um momento poético, pleno de ações e corações, onde a loucura foi possível, com todos os seus extremos, onde o sonho parecia estar sendo gestado após um longo inverno quando a cultura era apenas um "bom negócio". Havia escutas em todos os cantos, tambores, invenções midiáticas que se cruzavam com danças, indígenas que se conversavam através de computadores. Uma fermentação ímpar e sonhadora . Faltava, é verdade, maior amplitude das políticas, uma refundação dos esquemas burocráticos, mudanças na gestão para maior agilidade das políticas públicas, uma postura mais firme em relação ao financiamento da cultura etc Mas foi um trabalho que na sua incompletude lançava os seus próprios desafios de futuro.

Precisamos ter a coragem de continuar o ciclo histórico, somar as qualidades boas para um novo crescimento. É legitima a redefinição de rumos numa nova gestão, mas espera-se também a continuidade de trabalhos sedimentados pela sociedade, que não haja rupturas drásticas nesta rota. Assim, espera-se da nova gestão a continuidade do trabalho levado pela sociedade, a consolidação da representação do seu fazer cultural, através dos Conselhos e Conferências, o fortalecimento das redes culturais, dos Pontos de Cultura, proposta maior da maturidade da diversidade brasileira, exportada pela Articulação Latino Americana (ALACP) para a América Latina. Espera-se que o Sistema Nacional de Cultura, definitivamente ponha o bloco na rua, envolva parceiros. Espera-se que se abra o debate sobre as novas tecnologias, as mídias livres, o Creative Commons. Espera-se que haja uma real reforma política no Ministério da Cultura, permitindo maior transversalidade entre secretarias, agilidade das políticas, maior sincronia entre o tempo cultural e o tempo burocrático, tão distantes na sociedade . Espera-se o aprofundamento da descentralização cultural, que implica em ações, recursos e políticas para todo o país e não apenas centradas no eixo Rio- São Paulo . E um real e verdadeiro conhecimento das dinâmicas locais e suas identidades. Espera-se que as poéticas da cultura espalhem-se pelas humildes casas do país e não apenas nos grandes projetos criativos que pouco incluem e muitas vezes deformam as cores da diversidade.

Ministra Ana de Hollanda e equipe, espera-se também que o Minc inclua no rol de políticas o ato da escuta permanente, para melhor compreender o momento que estamos passando e não se rompa o elo com o passado recente, pois aí está o chão do desenvolvimento humano com qualidade de vida cultural. Estamos confiantes de que sociedade e poder público continuarão juntos redescobrindo o Brasil .

Hamilton Faria é poeta, professor universitário, coordenador da área de cultura do Instituto Pólis

"Artistas se Manifestam em Defesa de Ana de Hollanda
Portal Luiz Nassif, em 25/01/2011

Sobre a retirada da licença Creative Commons do site do MinC, divulgada pelo Estado, creio que a sra. ministra Ana de Holanda está
coberta de razão e deve ser aplaudida. Em primeiro lugar, porque a faculdade de licenciar conteúdos, em todos os níveis, pelos que os
criam ou produzem é um direito garantido pela legislação autoralbrasileira, e não por uma organização estrangeira, cujas "licenças" de
nada valeriam se não houvesse a prerrogativa dada por nossas leis. Éabsolutamente vergonhoso aceitar que o conteúdo publicado no site de
um órgão do governo brasileiro, mantido com dinheiro público, tenha de ser "licenciado" por uma entidade forânea, patrocinada pelo
megaespeculador George Soros (Open Society Foundation), pela William &Flora Hewlett Foundation (da Hewlett-Packard Company), pela
Rockefeller Foundation e ainda por Microsoft, Google, Sun Microsystems, Yahoo e outras corporações da mesma cepa, acolitadas no
Brasil pelos neoliberais globalizados da FGV. Imaginar o nosso governo servindo aos interesses dessa turma é o fim! O problema, portanto, não
é a ministra ter retirado a "licença" Creative Commons do site do MinC, a bem do interesse público: é saber por que essa "licença" foi
ali incluída, e com que interesses, já que a legislação autoral emvigor atende a quaisquer necessidades autorizatórias na área cultural.
Estão de parabéns a sra. ministra e a sra. presidente da República,por terem restabelecido a soberania de nossa gestão cultural, anulando
as medidas subservientes tomadas pelos que, embora parecendo modernose libertários, só queriam mesmo é dobrar a espinha aos interesses das
grandes corporações que buscam monopolizar a cultura."

MARCO VENICIO DE ANDRADE, maestro e compositor
marcus.vinicius.andrade@uol.com.br



Abaixo:
Fonte: Lista Rede Culturas Populares

Em resposta ao email dos colegas do GT cultura Digital e todos os demais companheir@s que estão observando, pensando, agindo ...

Eu penso que ao mesmo tempo que pode ser ruim pro Governo Dilma trocar de ministra logo no início do seu governo, pode ser muito bom, pois demonstrará um real diálogo entre sociedade civil e governo federal e principalmente respeito, por parte do governo federal, às demandas da sociedade.

Pro MinCC e pra nós será importantíssimo entender de uma vez por todas que estamos organizados e não vamos aceitar qualquer um que chegue lá com propostas espatafúrdias negligenciando tudo que foi conquistado ao longo dos últimos 8 anos.

Vários de nós já soube por amigos e /ou funcionários do MinC (embora, como tem sido hábito nos últimos tempos ninguém informar oficialmente pra sociedade civil sobre o que tá rolando no MinC), que a última decisão da Secretaria Executiva (em reunião interna ocorrida esta semana) foi de pagar apenas os prêmios de 2010 e mesmo assim, 25% no 1º semestre e 25% no 2º, ou seja, eles estão dando adeus a 50% do compromisso assumido em 2010, além do compromisso assumido com todos os pontos, pontões e demais débitos anteriores a 2010 (que não são poucos!), informação contrária ao que foi divulgado na semana passada ao Jefferson, ou seja, estão nos fazendo de otários mais uma vez.

De boa, acho que a conversa tem que ser bem mais séria agora, envolver mesmo a Dilma e exigir que esse Ministério assuma suas dívidas, de maneira integral. Não estamos pedindo esmolas, não estamos mendigando um cadinho de ajuda, estamos exigindo nossos direitos, constituídos em editais. Aqui todo mundo trabalha e pior! estamos há muito tempo trabalhando de graça pra fazer o nome do MinC e do Programa Cultura Viva. Que funcionário nesse país trabalha de graça? Nós, os fazedores de cultura temos trabalhado de graça, temos sido parceiros, compreensivos, camaradas, companheiros, solidários e no final recebemos um CORTE DE NAVALHA bem no meio da cara.

Eu acredito que se não nos organizarmos definitivamente agora, em bloco, milhões que somos de atuantes nos Pontos de Cultura do nosso país, vamos morrer na praia, e não apenas nós, mas todo o movimento cultural que foi DEScoberto no Governo Lula.

Abraços e beijos convocando pra uma reUNIÃO

Daraína Pregnolatto

Diretora Geral /Guaimbê - Espaço e Movimento CriAtivo
Ponto e Pontinho de Cultura, Leitura, Estória, Valor, Mídia Livre e Cultura Digital Quintal da Aldeia /Pirenópolis GO
Pontão Ação Griô Guaimbê das Nascentes & Veredas
Tuxaua de brincadeiras, ritos e redes populares

Daraina Pregnolato,


(...) Estava presente qdo tudo isto aconteceu e desde de setembro ela vem provocando o assunto em vários foruns. Para saber se tudo o que Alice falou é verdade, é só CONSULTAR O Diário Oficial, esta tudo lá. Não concordei com algumas ações do MINC, DISCORDEI DE ALGUMAS DELAS, mas...vamos deixar o povo trabalhar, tem um passivo lá que ninguém fala, O Juca não teve o que ele foi pro GIl, ele não mereceu isto, mas ...aconteceu. É fato, tá lá no D.O os tais Projetos Estratégicos da Secretaria do Manevi, que até para um grande diretor de teatro de Sâo Paulo, eles liberaram 3 milhões, esta tudo lá amigos. Ele não conseguiu liberar os 37 milhões como Alice relata, mas...parte deles. Porque ele não nos pagou com este dinheiro? Porque já sabia que não ia ficar mais lá. Os interesses passaram a ser outros do que cumprirem o prometido . Largou a sua IRRESPONSABILIDADE PROS OUTROS. Não se deve e não se pode tapar o sol com a peneira. É duro e complicado acreditar nisto tudo, sem emoção e mas com a razão, putz...é fato e lástimavel! Transcrevo o texto da Alice.
gilberto (coordendor do pontão de Cultura - TV SUPREN)
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Companheir@s,

Quem sabe alguém diz alguma coisa e pode finalmente esclarecer as minhas dúvidas.
Tem um monte de gente metendo a zorra na nova gestão do MinC, mas só agora?? Cadê a memória?
Ano passado quando divulgamos em vários fóruns e mandei e-mail para um monte de gente sobre o que estava acontecendo, porque tanta gente se calou e agora tem tanta discussão ?? Porque ninguém falou nada antes? Tava bom? Pois não estava não, fui testemunha de má gestão, discriminação, exclusão e muito, muito blá, blá, blá.
Eu cansei dentro dos corredores do MinC em Brasília, andando atrás de informações, tive postagens minhas excluídas dos comentários do site do MinC por duas vezes, quando pedi detalhes sobre uma Nota Técnica e porque? Porque eu queria saber o seguinte:
1. Porque tinha projeto de Pontão que ficou 100 dias na mão de parecerista, quando o prazo é 10 dias?
2. Porque o Jurídico do MinC estava segurando os processos de um monte de pontos entre os quais de 2 Tvs Comunitárias? Segundo um dos funcionários do jurídico, o normal é projeto ficar lá no máximo 48 horas, porque são muito processos se não para tudo pela quantidade. Opa. Para onde iam os projetos? Disseram que a culpa era da CGEX que não pagava. Ora a CGEX só paga se o orçamento da secretária tiver dinheiro, ou seja, se o MinC fizer a distribuição e a SCC nunca, nunca teve dinheiro depois da saída do Célio. Porque?
3. Porque o MinC dizia que não podia fazer nenhum pagamento por causa das eleições e no Siconv e no DOU a gente continuava acompanhando um monte de pagamento. Os tais "PROJETOS ESTRATÉGICOS". Falaram de uma consulta ao TSE que ninguém achava. Falavam de uma Nota Técnica sem número que nem no Ministério ninguém podia mostrar, era proibido divulgar o tal documento público.
4. Tive de aguentar essa NOTA TÉCNICA (porque ninguém queria mostrar nem falar dela e nós tínhamos o direito de saber o seu conteúdo) da Secretária Executiva e da SCC, assinadas pelo Alfredo Manevi e o TT Catalão falando de solidariedade, confiança, prometendo o pagamento até 30 de dezembro. Bem, no dia 30 de dezembro eu estava na CGEX tentando saber sobre os prometidos pagamentos e vejo e escuto um assessor da Secretaria Executiva desesperado para liberar um projeto de 37 milhões de interesse da secretária. Opa. Mas tinha dinheiro ou não tinha? Para uns, sim....para outros não.
5. Porque o MinC, no final de 2010, liberou um pacote de editais se tinha tantos editais a serem pagos? Tem Ponto de 2007.
Então a quem interessa desestabilizar o MinC no início da nova gestão? Vale lembrar que o MinC não entrou em nenhum pacote político de distribuição Ministerial.
Abçs.,
Alice Campos
Historiadora, documentarista e jornalista. Membro de Tv Comunitária.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A mais nova estrela da musica sergipana, Carol Prudente.


(Foto: Melissa Warwick)


Car@s Amig@s,

Tenho a honra e a satisfação de informar que Sergipe está com mais uma estrela na área musical.
Estive no encerramento do Festival de Verão, nesta última segunda-feira, na Rua da Cultura e o que presenciei não tá no gibi, varias personalidades musicais a exemplo de Kleber Melo , Pantera, entre outros. Mas, o que mais me marcou foi a belissima apresentação da mais nova estrela da musica sergipana, Carol Prudente. Demais!!! Essa danada, mulher digna de se apresentar em qualquer palco desse país e do estrangeiro para cantar o melhor do pop, musicas célticas, blues e etc.
O desejo de termos artistas de qualidade para Sergipe e admirar em nosso próprio território está perto de se concretizar, pois alem de Patricia Polaine, Carol Prudente, Joésia Ramos, Carla Isabela entre outras mulheres/artistas que nao conheco, sem falar nos homens.
Como diz a Propaganda do BOMPREÇO, antes de ser vendido ao grupo americano all mart, ORGULHO DE SER SERGIPANO. E é verdade pois um estado ou país que possui tantos valores musicais, como os citados acima, merece que seu povo orgulhe-se de viver por estas terras serigy.


Ademilson Santos Silva
Agente Cultural

Veja/ouça no You Tube
Aqui e Aqui

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Revés no Ministério da Cultura

Gestão da ministra Ana de Hollanda sinaliza para postura conservadora
17/02/2011
Link: http://www.brasildefato.com.br/node/5712

Leandro Uchoas
do Rio de Janeiro (RJ)

Durante a campanha da presidente Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República, em 2010, um dos setores sociais que mais se mobilizaram por sua candidatura foi aquele ligado à produção cultural. A política implementada pelos ministros da Cultura durante o mandato do ex-presidente Lula, Juca Ferreira e Gilberto Gil, era vista como um dos braços mais progressistas do governo. Considerando o forte enraizamento social dos produtores de cultura que apoiavam o governo, sua organização, nas ruas, em apoio a Dilma, e o significativo acesso dos militantes da Cultura Digital às mais variadas formas de comunicação, não há como negar o papel imprescindível desse setor na eleição da candidata do PT. Quando a campanha de José Serra (PSDB) adotou uma tática difamatória pela internet, por exemplo, foram essas pessoas que, por militância, saíram em defesa da petista.
Eleita, Dilma demorou a escolher o responsável por assumir o MinC. Mais de 20 nomes foram cogitados, e o movimento cultural pressionava pela manutenção de Juca, ou de outro nome próximo à mesma política. A presidente surpreendeu quando anunciou a escolha de Ana Buarque de Hollanda para a pasta. Com experiência administrativa de pouca expressão, teria sido escolhida pela proximidade com o grupo político que orbita em torno do ator petista Antônio Grassi, além de ser mulher e carioca – até então, o Ministério tinha pouca presença do Rio de Janeiro. Grassi foi nomeado por Ana presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), onde já havia atuado na gestão anterior, e de onde foi demitido por Gilberto Gil, em 2007. Movimentos como os de Software Livre, Cultura Digital e Pontos de Cultura estranharam a escolha de Ana, mas mantiveram o apoio tácito ao governo. Desde que assumiu, entretanto, a nova ministra tem sinalizado em direções que têm sido consideradas, por parte do movimento, mais conservadoras.
Primeiro, ela deu declarações de que a Reforma na Lei dos Direitos Autorais “foi discutida com a sociedade, mas não se chegou a consensos. Precisa ser novamente colocada em discussão”. O processo de discussão da reforma tomou, pelo menos, seis anos. Diversos seminários e congressos foram realizados com a participação de uma ampla gama de setores sociais. Juca deixou um projeto pronto ao novo governo. Ana de Hollanda já dera pistas de ter um posicionamento menos ousado no texto que, em 2008, ela escreveu no blog de Grassi. “Com o surgimento da internet, celulares, com seus provedores, softwares, empresas de telefonias e grandes grupos que englobam tudo acima, a criação é o elo mais fraco e fácil de se neutralizar com o irônico discurso de ‘democratização do acesso’”, postou.
Uma segunda sinalização considerada negativa pelo movimento de Cultura Digital foi a declaração de que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) não precisa de supervisão estatal. O Ecad é uma instituição privada criada por lei federal (5.988/73), o que para muitos significa uma aberração jurídica. Detém o monopólio da arrecadação e da distribuição dos direitos autorais. Pratica a cobrança rigorosa do dinheiro – inclusive em eventos como festas juninas ou infantis – e é pouco transparente na utilização desses recursos. Há setores que defendem sua extinção ou substituição. Os mais moderados apoiam apenas o óbvio, a supervisão estatal, que a ministra agora diz ser desnecessária.
No início deste mês, a ministra se reuniu com o advogado Hildebrando Pontes, vinculado ao Ecad. O encontro foi visto com muita preocupação pelos setores mais progressistas da discussão do direito autoral, ainda não recebidos pela ministra. De posições muito conservadoras, Hildebrando é cogitado para chefiar a secretaria de direito autoral. “Seria como nomear o Ronaldo Caiado [deputado federal da bancada ruralista] para o Ministério da Agricultura”, compara Pablo Ortellado, coordenador do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação da Universidade de São Paulo (GPOPAI/USP). Hildebrando já declarou que, para ele, não deveria existir o domínio público – o direito autoral deveria durar para sempre. Ele fez a defesa do Ecad em centenas de processos em distintos tribunais, entre os quais o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Foi, entretanto, uma outra medida de Ana de Hollanda a que mais polêmica gerou entre os setores culturais. O MinC substituiu, repentinamente, a mensagem de rodapé em seu site. O Ministério retirou a referência ao Creative Commons, modelo de licenciamento alternativo escolhido na gestão Gil, substituindo-a pelo texto: “O conteúdo deste site, produzido pelo Ministério da Cultura, pode ser reproduzido, desde que citada a fonte”. Sem grandes consequências práticas, a medida tem valor simbólico, com implicações políticas e eventualmente jurídicas. “Essa frase causa diversos problemas. A nossa lei de direitos autorais é uma das mais restritivas do mundo e diferencia a ‘reprodução’ da ‘publicação’. A frase trata apenas do direito de reprodução de modo que alguém que republique os conteúdos do site do MinC no seu próprio site não está coberto por ela e viola direitos autorais”, explica Ronaldo Lemos, diretor do Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV e do Creative Commons Brasil.
Importante considerar que o Ministério de Gil e Juca era famoso, na esplanada, pelos gastos além do orçamento. O programa de maior projeção social e política do período, o Cultura Viva, por exemplo, frequentemente gastava além do planejado. Em 2010, em parte devido à campanha eleitoral, que inviabiliza certos gastos, vários pontos de cultura (unidades de produção cultural vinculadas ao programa) ficaram sem pagamento. Ana visa corrigir essas distorções, profissionalizando a pasta. E o governo Dilma deu sinalizações aos ministérios de que em seu primeiro ano pretende conter gastos.
Ortellado considera que, nesse enfrentamento, uma das ameaças mais graves seria um possível revés na política externa brasileira. “O Brasil era, de longe, o mais progressista no que diz respeito a Direito Autoral. Passou a pautar mundialmente, através do Itamaraty, a discussão do Direito Autoral vinculada ao direito de acesso, e não ao direito do autor. Até a Secretaria de Estado dos EUA chegou a criar um seminário para discutir as questões colocadas pelo Brasil”, lamenta. Os militantes já criaram um “blog protesto” na internet e buscam se mobilizar, articulando-se inclusive com os Pontos de Cultura.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Quadrilha Junina / Patrimônio Cultural Imaterial

Sabe-se que Patrimônio Cultural é todo tipo de manifestação que representa um povo, de uma comunidade, que são reconhecidas através da sua referência cultural e histórica. Chamadas de festa caipira ou de quadrilha matuta, as quadrilhas juninas também estão inseridas no contexto que nos traz a concepção de Patrimônio Imaterial. Entendemos que a quadrilha junina tem esse referencial de expressivo valor para os brasileiros, principalmente aos nordestinos. Em Sergipe a maioria delas foi fundada há cerca de quarenta anos, sendo a Século XX uma das mais antigas, fundada em 1964, e outras com destaque não só na região, mas também em nível nacional, como é o caso da Unidos Em Asa Branca, provido do Conjunto Leite Neto, em Aracaju/Se. Teve vários nomes de 1980 até o seu registro em cartório em 09 de maio de 1986, sendo José Eloi Filho junto com outros amigos responsável pela fundação do grupo. Desde a sua fundação tem participado de todos os concursos de Quadrilhas Juninas realizados na Capital, sido campeã por várias vezes, ou sendo classificadas entre as 04 primeiras. Já se apresentou no programa da Hebe Camargo no SBT e já fez apresentações em vários estados como Bahia, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará, São Paulo, Brasília etc.


No entanto, podendo um grupo ser reconhecido como Patrimônio Cultural, por sua representatividade cultural e referência histórica.
Pesquisas revelam que desde o século XIX, a quadrilha já era dançada no Brasil. Não existe uma grande preocupação sobre a preservação no que se refere a conservação dessa cultura tradicional (quadrilhas juninas) como um todo, porque é uma tradição fortíssima, pouco provável seu fim, e sim o distanciamento cada vez mais de sua originalidade. Lembrando que a sociedade está em constante mudança.

Já foi feito um trabalho de pesquisa com as quadrilhas em nosso Estado, sistematização de ação para apoio as quadrilhas, foi feita ficha de inscrição e visita de fiscalização aos locais dos ensaios (Dados obtidos por intermédio da publicação São João é Coisa Nossa, Série Memória – Vol II – Aracaju/SE, 1990).

Hoje existem quadrilhas estilizadas que se apresentam como uma nova forma de expressão junina. São grupos de danças que se organizam com formato diferente de quadrilha tradicional e, com coreografia própria. Os passos ensaiados e marcados previamente com um corpo de balé, executam números criados exclusivamente para determinadas músicas. Também apresentam diversos personagens, conhecidos popularmente: o cangaceiro Lampião, Maria Bonita, o cigano, a espanhola, etc. Como informa Célia Mota, Fabiana Pereira e Jorge Andrade. (São João em Sergipe). Em algumas cidades de Sergipe são realizados grandes campeonatos de quadrilhas, com prêmios e regulamentos que visam manter a tradição, dessa forma, valorizando e divulgando a mesma. (São João em Sergipe).

Originalmente as quadrilhas começam seus ensaios logo após o carnaval, algumas em outubro já iniciam os seus ensaios, fonte de pesquisa sobre os festejos juninos na Rua São João, Bairro Santo Antônio, em Aracaju/SE, relatado pela professora antropóloga Eufrásia Cristina da Universidade Federal de Sergipe, durante a sua palestra na I Semana de Educação Patrimonial organizado pelos alunos e professores do curso de história. A professora Eufrásia cita também sobre a perda das coreografias tradicionais, por conta das mudanças que ocorre na sociedade, novos repertórios sobre o homem urbano com novas representações durante as apresentações, perdendo um pouco da essência tradicionalíssima do caipira com os dentes pintados de preto como estivessem podres, etc. Comenta também pela necessidade de algumas quadrilhas sergipanas necessitarem de apoio para a sua continuidade. É uma das preocupações, se perderem por falta de incentivo, como subsídios para a manutenção da mesma.


Diante disso, enfatizo a importância de se valorizar essa cultura através de reconhecimento pelo poder público. Para a Cidade de Aracaju no que se refere ao patrimônio cultural imaterial como formas de expressão, vejo que as quadrilhas juninas é um referencial forte, por isso, servindo de representação como cultura identitária. Então, é uma grande razão para uma pesquisa através de inventario para as quadrilhas, que servirá como mapeamento, diagnóstico e posteriormente se fazer um estudo apontando um ou mais grupos para um reconhecimento da sociedade e oficialmente pela Prefeitura de Aracaju, dentro dos procedimentos técnicos para que se obtenha o título de Patrimônio Cultural Imaterial. Daí surge à necessidade de um diálogo com a sociedade, para que possa esclarecer o que leva uma cultura a ser contemplada e qual a razão para que uma ou outra receba esse tipo de homenagem.


Assim, perpetuando cada vez mais, colaborando para a manutenção da cultura popular tradicional da sociedade aracajuana e contribuindo para a memória do Estado de Sergipe.




MARCOS PAULO CARVALHO LIMA, Graduando em História pela UFS e Assessor Técnico da Coordenação de Preservação da Subsecretária de Estado do Patrimônio Histórico e Cultural

Fonte: Portal Divirta.se

ARTE E CULTURA EM CENA

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Festival de Teatro Sergipano

FESTIVAL DE TEATRO SERGIPANO

PROGRAMAÇÃO

DIA 15/03 (TERÇA-FEIRA)
* Cortejo Teatral de divulgação do festival, sob a coordenação da Cia. Teatral Caixa Cênica – Aracaju-SE. No final do cortejo, show performático de teatro e música com A Banda dos Corações Partidos.
Local: Saída da Praça General Valadão, passando pelo Calçadão da João Pessoa, e chegada na Praça Fausto Cardoso.
Participação: Grupos locais
Horário: 15 horas
Categoria: Rua
*Abertura Oficial do festival
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 20 horas
* Espetáculo Teatral: “O Casamento Suspeitoso”.
Grupo Teatral Oxente – Aracaju-SE
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

DIA 16/03 (QUARTA-FEIRA)
* Espetáculo Teatral: “Folclore na Cabaça”.
Grupo Teatral Boca de Cena – Aracaju-SE
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “Uma Vez, o Amor...”
Cia. de Artes Cênicas Reflexos da Alma – Estância-SE
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Categoria: Palco

DIA 17/03 (QUINTA-FEIRA)
* Espetáculo Teatral: “Longe”
Grupo de alunos do Curso de Teatro da Universidade Federal de Sergipe-UFS – Aracaju-SE
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 16 horas
Categoria: Infantil

* Espetáculo Teatral: “Dois Poetas e Um Divã”.
Cia. Teatral Nós na Estrada – Barra dos Coqueiros-SE
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Categoria: Palco

DIA 18/03 (SEXTA-FEIRA)
* Espetáculo Teatral: “Romeu e Julieta”
Grupo de Teatro Oiteiros – Gararu-SE
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “A Grande Serpente”.
Grupo Teatral Imbuaça – Aracaju-SE
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

DIA 19/03 (SÁBADO)
* Debate Sobre Leis Autorais – com participação do Ministério da Cultura – MINC e do presidente da Associação Nordestina de Autores Teatrais, o senhor Racine Santos.
Local: Centro de Criatividade
Horário: 10 horas

* Espetáculo de Teatro e Circo: “Sim Salabim”.
Cia. O Minimo de Teatro e Circo – Aracaju-SE
Local: Mirante da 13 de Julho
Horário: 17 horas
Categoria: Infantil

* Espetáculo Teatral: “O Ferreiro e a Morte”.
Cia. Teatral Risocínico – Estância-SE
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

DIA 20/03 (DOMINGO)
* Encontro com grupos e companhias de teatro e dança de Aracaju e do interior.
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 9 às 18 horas

* Espetáculo Teatral: “A Menina Que Queria Voar”.
Grupo de Teatro Raízes – Aracaju-SE
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 16 horas
Categoria: Palco - Infantil

* Espetáculo Teatral: “Baldroca”.
Cia. de Teatro Joana Gajuru – Maceió-AL
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

DIA 21/03 (SEGUNDA-FEIRA)
* Residência: Início da residência de teatro, em cartaz: William Shakespeare.
Local: Centro de Criatividade
Ministrante: Marcos Barbosa, especialista em Shakespeare, dramaturgo, professor de Dramaturgia e Teoria do Teatro da Universidade Federal da Bahia-UFBA.
Horário: 08 às 13 horas
14 às 19 horas

* Espetáculo Teatral “A Megera Domada”.
Grupo de Teatro Raízes Nordestinas – Poço Redondo-SE
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “Sobre Anjos e Grilos, O Universo de Mário Quintana”.
Companhia de Solos & Bem Acompanhados – Porto Alegre-RS
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

DIA 22/03 (TERÇA-FEIRA)
* Residência: Continuação da residência de teatro, em cartaz: Augusto Boal.
Local: Centro de Criatividade
Ministrante: Antônia Pereira Bezerra, especialista em Augusto Boal, professora associada da Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia-UFBA, doutora em Literatura Comparada - Université de Toulouse II.
Horário: 8 às 13 horas
14 às 19 horas

* Oficina de teatro: Início da oficina de teatro para atores, “Espontaneidade e Desenho no Espaço”.
Local: Teatro Lourival Baptista
Ministrante: Deborah Finocchiaro - Porto Alegre-RS
Horário: 8 às 12 horas

* Espetáculo Teatral: “A Peleja de Valentim Contra a Morte Pelo Amor de Manuela”.
Cia. de Teatro Cobras e Lagartos – Lagarto-SE
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “A Descoberta das Américas”.
Júlio Adrião Produções Artísticas LTDA – Rio de Janeiro-RJ
Local: Teatro Tobias Barreto
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

DIA 23/03 (QUARTA-FEIRA)
* Residência: Continuação da residência de teatro, em cartaz: Samuel Beckett.
Local: Centro de Criatividade
Ministrante: Celso Junior, especialista em Samuel Beckett, ator, diretor teatral e professor da Universidade Federal de Sergipe-UFS.
Horário: 8 às 13 horas
14 às 19 horas

* Oficina de teatro: Continuação da oficina de teatro para atores, “Espontaneidade e Desenho no Espaço”.
Local: Teatro Lourival Baptista
Ministrante: Deborah Finocchiaro – Porto Alegre-RS
Horário: 8 às 12 horas

* Espetáculo Teatral: “A Viúva Alucinada”.
Grupo de Teatro de Bonecos Mamulengo de Cheiroso – Aracaju-SE
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Teatro de Bonecos

* Espetáculo Teatral: “Discurso da Pura Razão”.
Cia. de Teatro Os Cênicos – Aracaju-SE
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Categoria: Palco

DIA 24/03 (QUINTA-FEIRA)
* Residência: Continuação da residência de teatro, em cartaz: Bertolt Brecht.
Local: Centro de Criatividade
Ministrante: Eduardo Montangnari, especialista em Bertolt Brecht, professor, ator, diretor teatral, músico e compositor.
Horário: 8 às 13 horas
14 às 19 horas

* Oficina de teatro: Continuação da oficina de teatro para atores, “Espontaneidade e Desenho no Espaço”.
Local: Teatro Lourival Baptista
Ministrante: Deborah Finocchiaro – Porto Alegre-RS
Horário: 8 às 12 horas

* Espetáculo Teatral: “Mirandolina”.
Instituto Incenace – Estância-SE
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “Arlequim, Servidor de Dois Amos”
Espetáculo de Conclusão do Curso de Formação de Atores do SESC – Aracaju-SE.
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Categoria: Palco

DIA 25/03 (SEXTA-FEIRA)
* Residência: Encerramento da residência de teatro, em cartaz: Bertolt Brecht.
Local: Centro de Criatividade
Ministrante: Eduardo Montangnari, especialista em Bertolt Brecht, professor, ator, diretor teatral, músico e compositor.
Horário: 8 às 13 horas
14 às 19 horas

* Oficina de teatro: Continuação da oficina de teatro para atores, “Espontaneidade e Desenho no Espaço”.
Local: Teatro Lourival Baptista
Ministrante: Deborah Finocchiaro – Porto Alegre-RS
Horário: 8 às 12 horas

* Espetáculo Teatral: “Nada, Nenhum e Ninguém”.
Cia. Teatral Arlequim – João Pessoa-PB
Local: Praça Fausto Cardoso
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “Cacuete - A Incrível Performance de Crendices”.
Grupo Coletivo Temporário – Aracaju-SE
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Categoria: Palco

DIA 26/03 (SÁBADO)
* Oficina de teatro: Encerramento da oficina de teatro para atores, “Espontaneidade e Desenho no Espaço”.
Local: Teatro Lourival Baptista
Ministrante: Deborah Finocchiaro – Porto Alegre-RS
Horário: 8 às 12 horas

* Espetáculo Teatral: “Política Não É Circo” (atração alternativa)
Grupo de Teatro Espoleta - Aracaju -SE
Local: Mirante da 13 de Julho
Horário: 17 horas
Categoria: Rua

* Espetáculo Teatral: “Antígona”.
Cia. de Teatro Stultífera Navis – Aracaju-SE
Local: Casa Rua da Cultura
Horário: 21 horas
Categoria: Palco

* Happy end teatral, com a participação dos DJs Léo e Levi.
Local: Casa Rua da Cultura
Horário: 24 horas

DIA 27/03 (DOMINGO)
* Noite das Cenas Curtas, sob a coordenação da Cia. de Teatro Cobras e Lagartos.
“Olhos de Fogo”
Cia. de Teatro Risocínico – Estância-SE
“A Casa de Bernarda Alba”
Grupo de alunos do Curso de Teatro-UFS – Aracaju-SE
“Monólogo das Mãos”
Núcleo de Teatro da EADC – Barra dos Coqueiros-SE
“Da Dor do Coração Partido”.
Denys Leão Produções Artísticas – Aracaju-SE
“More Movie”
Cia. Usina de Teatro – Aracaju-SE
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Categoria: Cenas Curtas

* Encerramento do Festival Sergipano de Teatro e reabertura do Memorial do Teatro Sergipano
Local: Teatro Lourival Baptista
Horário: 20 horas
Horário Permanente de Visitação do Memorial: De segunda a sexta, das 10 às 20 horas.


DIA 28/03 (DOMINGO)
* ESPECIAL DE TEATRO RUA DA CULTURA
Local: Passarela das Flores - Mercado Antônio Franco
Horário: 19 as 00 horas
Maquiagem performática e exibição, com a atriz e maquiadora Joelma Araújo – Aracaju-SE.
Espetáculo Teatral “A Megera Domada”.
Grupo de Teatro Raízes Nordestinas – Poço Redondo-SE
Categoria: Rua
Show de Lançamento do CD Tamanho Não é Documento, da cantora e atriz Tânia Maria.
Show Musical com a banda Elvis Boa Morte e os Boas Vidas


Fonte: portal divirta.se

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Os que viram e a quase lágrima de Gil

Escrito por Natália Pesciotta

Setenta anos depois de um austríaco ter visto que éramos o país do futuro, já somos o país do presente. Quem desacredita que assista ao vídeo a seguir.
( confira: http://www.youtube.com/watch?v=hsk0I73RcsY )

Referência: Música Outros Viram, Gilberto Gil e Jorge Mautner (2008)


O que Walt Whitman viu
Maiakowscki viu
Outros viram também
Que a humanidade vem
Renascer no Brasil!

Teddy Roosevelt sentiu
Rabindranath Tagore.
Stefan Zweig viu também
Todos disseram amém
A essa luz que surgiu!


Graças a uma matéria no IG, a data não passou despercebida: Brasil é o país do futuro há 70 anos. Foi em 28 de janeiro de 1941 que o autríaco Stefan Zweig publicou o emblemático livro Brasil, o País do Futuro, atribuindo a nomenclatura. Uma matéria Especial do Almanaque sobre as visões de gringos dessa terra, de Einstein a Brigitte Bardot, assim dizia de Zweig:

Em 1941, o austríaco Stefan Zweig mudou-se para Petrópolis, fugindo dos horrores da 2ª Guerra. Aqui lançou o livro Brasil, País do Futuro, um tratado de amor à terra que o recebeu. Sobre a chegada ao Rio de Janeiro, registrou: “Uma das mais fortes impressões da minha vida [...] nesta combinação sem igual de mar e montanha, cidade e natureza”. Para ele, estávamos destinados a ser “um dos mais importantes fatores do desenvolvimento futuro do mundo”, éramos “um país cuja importância para as gerações vindouras não podemos calcular, mesmo fazendo as mais ousadas combinações.”

Não foram só as paisagens deslumbrantes que impressionaram o austríaco. Em plena Segunda Guerra Mundial, ele ficou deslumbrado com a possibilidade de o País se desenvolver em paz, apesar de ter a formação de um caldeirão prestes a explodir: “Como poderá conseguir-se no mundo viverem os entes humanos pacificamente uns ao lado dos outros, não obstante todas as diferenças de raças, classes, pigmentos, crenças e opiniões? A nenhum país esse problema, por uma constelação particularmente complicada, se apresenta mais perigoso do que ao Brasil, e nenhum o resolveu duma maneira mais feliz e mais exemplar do que a pela qual este o fez (...) O Brasil resolveu-o duma maneira que, na minha opinião, requer não só a atenção, mas também a admiração do mundo.”

Impossível não lembrar de uma conversa com o poeta e filósofo Jorge Mautner, poucos meses atrás. Na entrevista ao Almanaque sobre a cultura e o potencial brasileiro, sem dúvida a palavra mais repetida foi “amálgama”. Assim chama a teoria que o tropicalista usa para explicar a fórmula secreta que embasbacou o austríaco: “É um conceito químico para a combinação de metais que cria um novo metal. Exatamente o que aconteceu aqui e que dá ao brasileiro uma capacidade de reinterpretar a cada segundo tudo novamente e, incluindo posições contrárias e opostas, alcançar o caminho do meio, o equilíbrio”. Mautner é direto: “Ou o mundo se brasilifica, ou vira nazista”.

Aí chega a parte mais emocionante: para ele, as profecias foram cumpridas. Já deixamos de ser o país do futuro para ser do presente: “Agora, no século 21, tudo isso se torna real, tanto para os brasileiros, quanto para o resto do mundo. Nós atingimos o momento. O Brasil é o gigante que se fingiu de invisível até então. É o ápice. Não é à toa que as Olimpíadas vão ser aqui, que a Copa do Mundo vai ser aqui. A palavra de ordem no mundo é ser como o Brasil”.

Foi com o antigo parceiro desde antes do Tropicalismo que Gil compôs Outros Viram, canção que abre essa postagem e lembra de Zweig e tantos mais. Citam Walt Whitman, um dos maiores poetas dos Estados Unidos, que no século 19 escreveu que “o vértice da humanidade será o Brasil”. Rabindranath Tagore, um grande filósofo do romantismo indiano, disse que “a civilização superior do amor nascerá no Brasil”. E por aí vai...

Gil explica, no vídeo, que fizeram a música para ir contra “essa crônica depreciativa que hoje tem grande nicho na imprensa brasileira e em outros setores.” Visivelmente se revolta: “Outros viram, gente extraordinária viu, e nós ficamos achando que não é? Que não seja, tudo bem, porque é construção... Mas que não pode ser? Como não pode ser? Por que não pode ser? A música é contra esses que não crêem no Brasil.”

E tento não esquecer nunca da lágrima que enseja escorrer no rosto de Gilberto Gil.

Fonte: http://www.almanaquebrasil.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10449:os-que-viram-e-a-quase-lagrima-de-gil&catid=12975:blog&Itemid=132

P.S. De bônus, só pra reforçar, segue uma pérola musical da safra do Gil das antigas, rara e pouco conhecida: Rebento (abaixo segue o link pro videoclip da música cantada pela Elis e super banda em Montreux 1979; em anexo, a letra)

http://www.youtube.com/watch?v=ok-W1EcdLkg


Outros viram
Gilberto Gil & Jorge Mautner

O que Whalt Withman viu
Maiakowscki viu
Outros viram também
Que a humanidade vem
Renascer no Brasil!

Teddy Roosevelt sentiu
Rabindranath Tagore.
Stefan Zweig viu também
Todos disseram amém
A essa luz que surgiu!

Roosevelt que celebrou nossa miscigenação
Até a considerou como sendo a solução
Pro seu próprio país
Pra se amalgamar
Misturar "melting pot" feliz
Não conseguiu pois seu Congresso não quis!

Rabindranath Tagore também profetizou
Ousou dizer que aqui surgiria o ser do amor
Um ser superior, civilização da emoção, da paixão, da canção
Terra do samba sim e do eterno perdão!

Maiacowski ouviu
A sereia do mar
Lhe falar de um gentio
De um povo mais feliz
Que habita esse lugar!

Esta terra do sol
Esta serra do mar
Esta terra Brasil
Sob este céu de anil
Sob a luz do luar!

Rebento
Gilberto Gil

Rebento, substantivo abstrato
O ato, a criação, o seu momento
Como uma estrela nova e o seu barato
Que só Deus sabe lá no firmamento

Rebento, tudo que nasce é rebento
Tudo que brota, que vinga, que medra
Rebento raro como flor na pedra
Rebento farto como trigo ao vento

Outras vezes rebento simplesmente
No presente do indicativo
Como a corrente de um cão furioso
Como as mãos de um lavrador ativo

Às vezes mesmo perigosamente
Como acidente em forno radioativo
Às vezes, só porque fico nervoso
Às vezes, somente porque eu estou vivo

Rebento, a reação imediata
A cada sensação de abatimento
Rebento, o coração dizendo: "Bata"
A cada bofetão do sofrimento
Rebento, esse trovão dentro da mata
E a imensidão do som
E a imensidão do som
E a imensidão do som desse momento

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fórum de Secretários de Cultura

Ministra Ana de Hollanda fala em união e parceria com os estados

No final da manhã desta quarta-feira (9), a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, participou da Reunião do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, realizado em Brasília, no Museu Nacional da República. O objetivo principal do encontro foi apresentar o fórum aos novos secretários e estabelecer contato entre eles e dirigentes do MinC. Dos 27 membros do fórum (um de cada estado da federação), 19 estiveram presentes, representando todas as regiões brasileiras.
Após saudar a todos, a ministra Ana de Hollanda falou da necessidade de um trabalho integrado entre as três esferas de governo (federal, estadual e municipal). “Precisamos estar unidos. Para chegar até a ponta, ou seja, até o cidadão, passamos pelos estados e pelos municípios. Mas como chegar até ele sem a fomação de parcerias?”, expressou.
A ministra também aproveitou a oportunidade para dizer que o Ministério da Cultura tem todo o interesse em trabalhar com os Pontos de Cultura e com a cultura digital.
Reunião extradordinária
Esta foi a primeira reunião extraordinária desenvolvida pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura em 2011. Além da ministra, compareceram ao evento o secretário executivo da pasta, Vitor Ortiz, os secretários de Fomento e Incentivo à Cultura, Henilton Menezes, e de Articulação Institucional, Roberto Peixe.
“Nós, do MinC, queremos um relacionamento transparente, muito sincero com os todos os secretários de Cultura do Brasil”, disse Vitor Ortiz. Ele apontou como perspectivas positivas a aprovação do Vale-Cultura e o Fundo Social do Pré-Sal, incluindo o Programa Mais Cultura e o PAC das Cidades Históricas. Ortiz também se referiu ao trabalho de construção, até 2014, de 800 praças do Programa de Aceleração do Crescimento, que vão abrigar centros culturais, esporte, lazer e inclusão digital. “Os governos precisam estar juntos nessa grande tarefa”, ressaltou.
Henilton Menezes falou sobre a estrutura organizacional e funcionamento da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), além das inovações para os anos de 2011 e 2012, como a itinerância das reuniões da comissão pelas cinco regiões do País. Outros dirigentes do ministério prestigiaram a reunião, como o presidente do Instituto Brasileiro dos Museus (Ibram), José do Nascimento Jr, e o diretor do Livro, Leitura e Literatura, Fabiano dos Santos.
A presidente do Fórum Nacional e secretária de Cultura de Sergipe, Eloísa Galdino, afirmou durante o encontro que o fórum é um parceiro solidário do MinC e que estará unido na construção de políticas públicas culturais para todo o país.
A reunião foi realizada com apoio da Secretaria de Cultura do Governo do Distrito Federal e com a presença de seu secretário, Hamilton Pereira.
(Texto: Gláucia Ribeiro, Ascom/MinC)
(

3ª Mesa de Debates sobre a Ditadura

Na rádio Aperipê AM, no programa produzido pelo jornalista
João Neto, sempre apresentado das vinte as vinte e duas horas, das
segundas às quintas-feiras, nesta quinta-feira, dia 17/02, está pautado
uma programação especial para marcar o trigésimo quinto ano da "operação
cajueiro".

Até o momento já foram confirmadas as presenças de Antônio José
de Góis, bancário do Banese à época, do engenheiro agrônomo Delmo
Naziazeno e de Milton Coelho de Carvalho, trabalhador da Petrobrás em
1976.

Goisinho, Delmo e Milton Coelho foram sequestrados, presos e
torturados, aqui em Aracaju, quando os órgãos de segurança em ação
dirigida pela sexta região militar do exército, reprimiam os
resistentes à ditadura militar implantada após o golpe de primeiro de
abril de 1964, na luta pela redemocratização do país. A "operação
cajueiro" foi iniciada na sexta-feira, dia 20/02/1976, na semana que
antecedeu a semana do carnaval daquele ano.

Na página eletrônica www.aperipe.se.gov.br na grade da
emissora Aperipê AM você encontrará as indicações para acompanhar o
programa, via internet. Os telefones da Aperipê AM são 3179-1325 e
3179-4848.
_____________________//___________________________________________


Companheiros (as) no dia 18 de fevereiro as 19:00 no auditório da CUT, localizado na Rua Porto da
Folha em Aracaju, acontecerá a 3ª Mesa de Debates sobre a Ditadura
Militar em Sergipe. Desta vez os convidados serão: Marcélio Bomfim (Ex-preso político), Iran Barbosa - Secretário Estadual de Direitos Humanos e Maurício Gentil
- Vice-presidente da OAB-SE.
Chamamos a atenção para a importância do debate, que só voltou a tona no final do governo Lula através do Secretário Nacional de Direitos humanos Paulo Vanucchi. A proposta de Vanucchi de se abrir os arquivos da Ditadura estremeceu as relações do governo Lula com a alta oficialidade que não quer saber de nada que proponha revelar os nomes daqueles que torturaram e mataram com o aval do regime militar. Lula cedeu as pressões, mas agora com Dilma o debate volta a mesa através da Ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Esta página da história precisa ser reescrita com a caneta daqueles que sofreram com a
ditadura. Aqui em Sergipe o período de chumbo também fez suas vitmas, e neste sentido a CUT tem se empenhado para resgatar a memória daquele período colocando cada um no seu lugar e ouvindo muitos companheiros que lutaram pela redemocratização do Brasil e pagaram caro. Esperamos você no debate. A CUT pretende fazer um documentário com estes companheiros sergipanos, para ser exibido nas escolas e fazer parte da grade curricular da historia do Brasil. Um abraço (Dudu).

-x-x-x-

Em 13 de fevereiro de 2011

Observação: A sede da CUT - Central Única dos Trabalhadores está
localizada a rua
Porto da Folha, 1039, no trecho entre a rua Permínio de Souza e a avenida
desembargador Maynard.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Almanaque Cultura Digital 2005 - {Ação Cultural e Novas Tecnologias}

Almanaque Cultura Digital 2005
Este almanaque em 3 volumes foi produzido pela equipe da Cultura Digital em 2005 e contém as bases conceituais que orientaram o trabalho da equipe desde então.

http://almanaque.estudiolivre.org

I - Pensando CulturaDigital Colaborativa Livre
II - Manual do "Se-virismo" - onde está o quê?
III - Faça Você Mesmo!!!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

DEBATE: NOVO GOVERNO E RUMO DAS POLITICAS TRANSVERSAIS

Companheirada,


Fica muito difícil entender a posição de alguns de nossos "aliados", a partir de suas ações.

A SECAD estava sendo para muitos de nós, ação efetiva na luta pela Lei 10.639/03. Muito mais que certos estatutos não garantiram.

Mas aí muda, vem o nosso governo Dilma, garantia de avanços nas políticas já implementadas pelo governo Lula (apesar de inúmeras precariedades e falta de embate efetivo para a vitória concreta).

Pois não é que, mesmo mantendo-se o Ministro da Educação, simplesmente extinguiram a SECAD e unificaram com a tal secretaria de política de inclusão.

Aliás, inclusão essa que nunca veio para nosso lado.

Posso estar sendo cético.

Mas, como cachorro mordido por cobra tem medo de lingüiça, tenho lá milhões de dúvidas se os retrocessos não irão crescer novamente.

Vejam bem, neste período, em que Leonor Araújo (já demitida) e equipe promoveram a ação dos fóruns pelo país, muitas coisas avançaram.

Outras inúmeras ficaram prestes a acontecer, mas deixar a política educacional étnico racial atrelada a política da educação especial, isso é, com certeza, um retrocesso.

Digo isso por ter participado efetivamente da CONAE2010 e lá percebemos o que estava em jogo e de que forma éramos vistos. Mudamos esse patamar naquela conferência. Aliás, inúmeras das demandas da educação especial só floresceram graças a aliança que fizeram conosco do movimento social negro brasileiro.

Por fim, o que mais me deixa indignado é que, nestas listas não h[á nenhum comentário sobre isso.

Em nenhum momento tenho visto alguém dizer: NOSSA POLÍTICA EDUCAÇÃO ÉTNICO RACIAL ESTÁ SENDO ATACADA E PODERÁ SOFRER NOVOS RETROCESSOS.



Neste sentido, gostaria que todos e todas repassem esses questionamentos a senhora Ministra da SEPPIR para que, como espaço de transversalidade entre os diversos ministérios, principalmente o da Educação, ela pudesse intervir no sentido de garantir o que conseguimos com muito esforço e também garanta que tais ações tenham continuidade, sob pena de iniciarmos uma nova luta em prol da educação das relações étnico raciais, no governo, de avanços, da Presidente Dilma.

Asé.



Luiz Mendes

Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnico Racial RS

Coordenador Geral

Centro Cultural Cândido Velho

Guaíba/RS