quarta-feira, 30 de julho de 2008

Festival Abrindo Espaços revela talentos

Fonte: http://www.seides.se.gov.br/





Emoção e diversão. Estes foram os sentimentos que contagiaram as pessoas que estavam no Espaço Cultural Gonzagão no último domingo, 27, para o 1º Festival Cultural Abrindo Espaços, programa desenvolvido pela Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência e do Desenvolvimento Social (Seides), em parceria com a Unesco, que acontece todos os fins de semana nas escolas públicas estaduais. Mais de duas mil pessoas, entre estudantes, familiares e professores, lotaram o Gonzagão para assistir às apresentações dos alunos de 17 escolas, representando 14 municípios. Dança, música, teatro, folclore, artesanato e
artes plásticas encheram o espaço de beleza e talento, revelando artistas em potencial espalhados pelos oito territórios sergipanos.

O 1º Festival Cultural Abrindo Espaços foi dividido em duas etapas. Na parte da manhã, aconteceu a Mostra Cultural, com apresentações que demonstram o que vem sendo desenvolvido nas 27 escolas, em 16 municípios. Na parte da tarde, aconteceu o Festival de Talentos, uma competição artística com premiações. Além disso, vários estandes expunham os trabalhos desenvolvidos na área de artesanato e artes plásticas, como bijuterias, biscuit e quadros.

Mostra

A turma que compareceu estava empolgada e aplaudia a cada apresentação, o que enchia de emoção o peito de alunos e oficineiros, que acompanhava seus pupilos, como Carlos Augusto, instrutor de dança de rua no Colégio Marco Maciel, em Aracaju. "Eu me sinto realizado. Consigo conscientizar garotos e garotas com os valores da dança, a importância da cultura. Além disso, temos o respaldo dos pais, que se sentem mais seguros em ver seus filhos na escola, em vez de perambularem pelas ruas", disse o oficineiro.
A emoção também tomou conta de Márcio Costa da Silva. O estudante de 18 anos, da cidade de Canindé do São Francisco, faz parte da oficina de percussão que acontece na Escola Estadual Dom Juvêncio de Brito. "Foi uma emoção imensa. Antes eu vivia pela rua, não tinha o que fazer. Agora, aprendo algo proveitoso e sou aplaudido. Quero me apresentar mais vezes", disse Márcio.
Quem pareceu ter ficado mais emocionado foi o oficineiro desta turma, Sandro Hachimy. O experiente baterista, que já fez shows com várias bandas para milhares de pessoas, ficou
atônito com a empolgação da platéia, que vibrava e dançava a cada batida de seus percussionistas. "Sempre gostei de dar aula e trabalhar com crianças e adolescentes, por isso quis participar do projeto. Ver estes meninos, que começaram sem saber nada, contagiando a platéia na primeira apresentação, me deixou gratificado", disse Hachimy, acrescentando que também se sente feliz de ver a transformação dos garotos. "No começo, eles chegavam atrasados, faltavam. Agora, estão mais disciplinados e dedicados. E o resultado foi esse: ovacionados na primeira apresentação", concluiu.

Festival

Se o zelo com figurinos e cenários e a preocupação com a perfeição das apresentações foram a tônica da Mostra Cultural, tudo foi duplicado no Festival de Talentos. Roupas foram conferidas várias vezes, passos ensaiados à exaustão para vencer a competição. Apresentações de dança contemporânea, dança de rua, violão, balé, percussão, teatro, flauta e hip hop disputaram os primeiros lugares.
Ao fim, era difícil saber quem venceria, pois as apresentações foram bem executadas e contagiaram o público. Como a de Isaquiel Alves Lucas, 16 anos, do Colégio Lourival Batista, de Porto da Folha. Ele tocou três músicas em sua flauta, acompanhado pela platéia, fazendo um coral de duas mil vozes. A turma da percussão da cidade de Canindé do São Francisco mais uma vez fez o público dançar.
Na categoria artesão, a vencedora foi Grasiele Santos de Oliveira, da cidade de Divina Pastora. Valorizando a arte local e exclusivamente sergipana, Grasiele recebeu o prêmio de cem reais pelos seus trabalhos em renda irlandesa. O kit de pintura para o melhor artista plástico foi para Danila de Jesus Silva, de Tomar do Geru, pelos seus quadros.
O MP3 player, prêmio para o terceiro lugar do Festival, foi para Deivison dos Santos, 19 anos, do Colégio João de Melo Prado, Divina Pastora, que fez uma apresentação de hip hop. O quase homônimo, Deividson Santos, levou para Pirambu um aparelho de DVD pelo segundo lugar. Ele tem 19 anos e apresentou a dança de rua.
A dança de rua também fez o primeiro lugar do Festival. O microsystem com MP3 ficou em Aracaju, com Carlos Eduardo de Jesus Batista. O garoto de 19 anos que participa da oficina no Colégio Marco Maciel já tinha conquistado o público pela manhã, na apresentação com os colegas, mas deu seu show à parte durante o Festival de Talentos. "Eu danço desde o 5 anos, é o que eu gosto de fazer. Graças ao projeto, posso aprender mais e divulgar a dança de rua. Estou muito feliz", disse Carlos Eduardo, o vencedor.

O Programa

Com o objetivo de espalhar uma cultura de paz, o programa Abrindo Espaços movimenta as escolas durante os finais de semana, levando alunos, familiares e membros da comunidade para participar de diversas oficinas. "Através dele, disponibilizamos atividades que estimulam o conhecimento, através de atividades pedagógicas, esportivas e culturais, além de atividades que permitem a geração de renda para os familiares, como artesanato", explicou Valdiolanda Teófilo, coordenadora geral do Abrindo Espaços.

Enquanto a emoção permeava o público, a satisfação enchia o peito da equipe do Abrindo Espaços. "Estou muito orgulhosa de ver os trabalhos destes meninos. São talentos escondidos pelo Estado", disse Valdiolanda. "É muito bom poder conhecer tantas potencialidades espalhadas em Sergipe, à espera de uma oportunidade como esta", acrescentou Gênesis Rocha, coordenador cultural do Abrindo Espaços.

"A Unesco chancela programas como este em mais de dez Estados, mas todos são realizados apenas na capital. Sergipe é o único com experiência no interior do Estado. E, admito, estou extasiada, sem palavras para comentar tamanha beleza", disse Anailde Almeida, oficial de projetos da Unesco.

"Este é um desafio prazeroso, tanto como secretária, como professora. Como secretária, por poder mostrar que o Governo Marcelo Déda está incluindo pela renda, investindo na profissionalização dos jovens e geração de emprego e renda nas comunidades, e pelo direito, tendo crianças e idosos em nossos espaços, principalmente nas escolas, desenvolvendo atividades de cultura, permitindo a emancipação e a autonomia do cidadão. Como professora, porque democratizamos ainda mais as escolas, trazendo pais, avós, vizinhos dessas crianças", disse a secretária de Inclusão Social, Ana Lucia Menezes.

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