quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cultura por aí! (CE) Memória viva do Caldeirão




BEATO JOSÉ LOURENÇO CARREGANDO CRUZ
























O Povo - Raquel Gonçalves

A experiência de um socialismo primitivo, que durou cerca de 20 anos,
ocorreu no Ceará no início do século XX e, agora, 72 anos após a
destruição do sítio Caldeirão, o Cariri está prestes a receber o
Parque Histórico e Cultural do Caldeirão. O objetivo é rememorar a
história vivida por milhares de camponeses liderados pelo beato José
Lourenço, a fim de não deixar morrer o símbolo das lutas sociais
ocorridas no nosso Estado, trazendo a tona a questão da terra e da
reforma agrária, tão presente e atual nos dias de hoje.

O projeto almeja a reconstrução de estruturas que existiam no sítio,
como a igreja e casas de alvenaria, além de um espaço que contemple
atividades culturais para a região. "Intelectuais, historiadores,
junto à prefeitura do Crato, à ONG Instituto Cultural do Cariri,
especialistas, em geral, estão propondo algumas alterações a partir
do projeto inicial de Rosemberg Cariry. Depois das pesquisas dele,
surgiram novos estudos e nós queremos enriquecê-lo. Na reunião
ocorrida em setembro, as alterações foram propostas e serão
encaminhadas à equipe de Otávio Menezes e ao arquiteto José Capelo
Filho (Pepe), que elaborou o projeto em 1996 junto com Rosemberg, que
também será convidado para dialogar com os novos parceiros", explica
Auto Filho, secretário da Cultura do Estado. A Secult estima que até
o final do ano será assinada a ordem de serviço para a construção do
Parque Histórico e Cultural do Caldeirão. "Já foram liberados R$ 300
mil do Governo do Estado para o início das obras e já foram
solicitados mais R$ 300 mil ao Ministério da Cultura (Minc). O
governador Cid Gomes mostrou todo o interesse em assinar a ordem de
serviço lá no espaço onde foi o sítio Caldeirão. A previsão para que
isso ocorra é em novembro", afirmou o secretário.

O espaço onde existiu o Caldeirão estava abandonado quando foi
comprado pela prefeitura do Crato na gestão de Raimundo Bezerra (1997-
98). A terra, que pertencia a um padre, foi reconhecida como
Patrimônio Histórico do Estado somente em 2005, quando foi tombada na
gestão do governador Lúcio Alcântara. Com a transição de governo, o
secretário de Cultura Auto Filho diagnosticou que a cultura popular
cearense não havia sido contemplada pelas políticas públicas e
retomamou o projeto de construção do Parque.

Estão previstos no projeto a restauração completa da igreja com
imagens de santos construídos por artistas cearenses; reconstrução da
casa onde morou o beato José Lourenço em alvenaria, pedra e barro a
partir dos vestígios ainda existentes; a construção de um centro de
Pesquisa Agrárias e Zoológicas do Semi-Árido; um anfiteatro nas
proximidades da igreja; instalações adequadas para o turismo e os
eventos ligados à cultura; reflorestamento do sítio; criação de
pecuária; o cultivo de frutas e vegetais existentes na época. "Nas
proximidades, há um assentamento do MST. A idéia é que eles possam
usufruir também daquele terreno. Queremos recuperar a tecnologia de
produção que era usada no Caldeirão", ratifica Auto Filho.

Um comentário:

SOS DIREITOS HUMANOS disse...

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...



"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
têm direito inalienável à Verdade, Memória,
História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado


O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.



O CRIME DE LESA HUMANIDADE


A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.



A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


A Ação Civil Pública inicialmente foi distribuída para o MM. Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal na cidade de Juazeiro do Norte/CE, e lá chegando, foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.



AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


A SOS DIREITOS HUMANOS inconformada com a decisão do magistrado da 16ª Vara de Juazeiro do Norte/CE, apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife, com os seguintes argumentos: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão, é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do Czar Romanov, que foi morta no ano de 1918 e encontrada nos anos de 1991 e 2007;



A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


A SOS DIREITOS HUMANOS, a exemplo dos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, por violação dos direitos humanos perpetrado contra a comunidade do Sítio Caldeirão.



A “URCA” E A “UFC” PODEM ENCONTRAR A COVA COLETIVA


A Universidade Regional do Cariri – URCA, pelo Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU bem como a Universidade Federal do Ceará podem encontrar a cova coletiva, pois têm tecnologia para tal.



COMISSÃO DA VERDADE ATRAVÉS DO PROJETO CORRENTE DO BEM


A SOS DIREITOS HUMANOS pede que todo aquele que se solidarizar com esta luta que repasse esta notícia para o próximo internauta bem como, para seu representante na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando dos mesmos um pronunciamento exigindo que o Governo Federal informe a localização da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.



Paz e Solidariedade,



Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197 – 8719.8794
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br