terça-feira, 24 de junho de 2008

Diretor artístico da Asa Branca promete novidades


Rogério Valença, a direita

casal de brincantes da Quadrilha Asa Branca (acima)
04/06/2008, 17:28
fonte:www.infonet.com.br

Nascido em Pernambuco, mas com formação artística em São Paulo, Rogério Valença assumiu a diretoria artística da quadrilha Asa Branca em outubro do ano passado. Trazendo de São Paulo a experiência de ter trabalho numa escola de samba do grupo especial paulista, a bi-campeã Império da Casa Verde, ele promete inovações para a Asa Branca. Cheio de entusiasmo, o diretor conversou com a equipe do Portal Infonet e contou algumas novidades da quadrilha.

Portal Infonet - Como está a quadrilha para este São João?
Rogério Valença - A Asa Branca existe há 25 anos e estamos com 48 integrantes. O nosso tema do São João 2008 é ‘De canto a canto a tradição é uma só. Em qualquer canto, Sergipe é sempre o país do forró’. Buscamos fazer um resumo cultural de todos os ciclos que acontecem em Sergipe, independente de ser festejo junino, festa de reis, carnaval, o que queremos é mostrar todas as raízes.



Infonet - O que você estabeleceu como meta quando chegou?
RV - A minha preocupação quando cheguei era não deixar a Asa Branca como uma quadrilha de temporada, mas transformá-la num empreendimento multicultural. Hoje nós temos outros grupos, como o de dança popular. Esse grupo, que começou apenas com rapazes da quadrilha, agora já tem um espetáculo montado só com danças populares, a exemplo do reisado, ciranda e o guerreiro.



Infonet - Na apresentação também haverá modificações?
RV - Sim. Incorporamos o teatro e utilizaremos cenários móveis. Nunca ninguém aqui em Sergipe fez isso. Nós mantemos a tradição, mas cultura não é mais apenas aquilo que você preserva, é aquilo que você com seu jeito pessoal cria a cada dia.



Infonet - O que foi preciso fazer para se conseguir essas modificações?
RV - Primeiro, conseguir ter uma diretoria ativa, descentralizada, com comissões de trabalho. Passamos a não terceirizar praticamente nada, só quando realmente é necessário. Cada um aprendeu a valorizar o que é investido, cada um ajuda na colocação da fita, de um brilho, no manuseio da cola quente.



Infonet - Como sua experiência de escola de samba ajudou na formatação da quadrilha?
RV - Eu não cheguei aqui com plumas, paetês, penas de pavão para mostrar um trabalho edificado e pesquisado e que não fuja da tradição sergipana. Eu trouxe experiência, mas eu também estou aprendendo muito. Tive que ler Sílvio Romero, Aglaé Fontes, fiquei impressionado quando vi um barco de fogo e a guerra de espadas de Estância. Hoje não sou mais paulista, tampouco pernambucano. Sou sergipano.

Infonet - Quais são as expectativas para a colocação da Asa Branca?RV - Em 2007, de 24 quadrilhas do grupo especial ficamos em terceiro lugar na Liga. Já foi uma evolução, pois saímos do sétimo lugar em 2006. Este ano, meu objetivo é mostrar as mudanças da Asa Branca. Quando a gente fala em planos para colocação, a prepotência vem antes. Meu plano é o reconhecimento que espero que venha do público. Eu vou me sentir bem com o aplauso.



Infonet - Geralmente as quadrilhas dizem que a dificuldade é sempre patrocínio. Com vocês também acontece isso?
RV - Isso acontece quando a quadrilha é temporária, mas como a gente não parou de fazer apresentações desde que formamos a nova diretoria, minimizamos essa questão. O complexo Cultural Gonzagão também abriu espaço pra gente promover nosso grupo. Se eu não tenho o orçamento, eu preciso saber como buscá-lo, qual será minha parceria.



Infonet - E essa busca deve ser sempre junto ao Governo?
RV - A gente não esperou o governo. Prova disto é que desde outubro do ano passado a roupa já estava sendo feita. Mas o governo é, sem dúvida, a maior ajuda que uma quadrilha tem hoje. Ainda falta a conscientização da iniciativa privada, das empresas que Sergipe abre as portas com isenção de impostos. Sergipe é conhecido como o país do forró lá fora, e cadê essa força do país do forró? É isso que cobramos no final da apresentação deste ano.

Por Paloma Abdallah

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