AMÉRICA CENTRAL
fonte: www.adital.com.br
A insegurança das ruas deu lugar a uma cama confortável, comida e direito à educação em uma casa da Associação Grupo Ceiba. Foi assim que Cristián trocou as ruas guatemaltecas, onde participativa de gangues juvenis, por cursos profissionalizantes e uma vida saudável. "Aprendi na rua coisas muito ruins. Encontrei refúgio na gangue. Íamos ao mercado roubar para comer. (A Rua) Foi a forma de viver por vários anos".
Isso aos 13 anos. Hoje, dez anos depois, ele é formado, pelo Ceiba, e trabalha como webmaster no escritório de uma agência de cooperação internacional na cidade de Guatemala. O grupo tornou-se uma família, substituiu a convivência com as gangues.
"Não estudava, ia ao Ceiba porque era um centro de portas abertas. Freqüentava o laboratório de informática e aprendia. Ficava ali todos os dias, o dia todo. Me especializei e comecei a ensinar há dois anos. Logo deixei de participar. Ceiba foi crescendo, e eu já estava na adolescência, tinha 16 anos. Me perguntava: o que vou fazer por mim? Voltei para o Ceiba. Estudei web design", disse ele.
Como Cristián, outros jovens têm a oportunidade de se especializar em áreas como informática, capacitação empresarial ou técnica com o programa de Empresa Educativa. Oportunidade que os salva da violência das gangues, que é, atualmente, com dos maiores problemas sociais latino-americanos.
Segundo o relatório da Junta Internacional de Fiscalización de Estupefacientes (JIFE), 88% da cocaína que entra nos Estados Unidos passa pela América Central e 40% da européia chega pelo Caribe. Pelas águas caribenhas e do Pacífico rumo ao mundo desenvolvido, sem que os Estados tenham grande poder de enfretamento da situação .
Em El Salvador, Guatemala e Honduras, a ausência dos Estados no combate ao problema se vê exacerbada pelas gangues juvenis, que controlam a venda de cloridrato de cocaína e crack nas ruas.
Por essa ausência do Estado, é que programas, que ocupam espaço social, como o "Prevenção do Fenômeno Droga e Gangue nas Áreas Marginalizadas Urbanas e Rurais", da Ceiba, conseguem reduzir o dano ocasionado pela exclusão socioeconômica na infância e juventude das áreas marginalizadas do país e região adjacente.
De acordo com a Ceiba, o programa oferece uma proposta integral desenvolvida dentro dos próprios espaços comunitários, em áreas consideradas de alto risco, violentas e instáveis. Trabalham com pessoas da própria comunidade - casais jovens que sofreram o flagelo de serem despejados devido à vinculação com as gangues - e a exclusão social.
Esse programa de prevenção preencheu um vazio nas áreas marginalizadas da cidade de Guatemala. A desintegração familiar torna os jovens presas fáceis para as gangues. Com espaços como o da Ceiba, os jovens passam a ter um sentimento de pertencimento e proteção. Assim, eles se afastam de um caminho que os conduziria ao tráfico, ao consumo de drogas, ao abandono do sistema de educação formal e à morte.
Com informações do Ceiba.
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