Fonte: Em Questão - Editado pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da RepúblicaNº90 - Brasília, 27 de Novembro de 2008
O projeto Territórios da Paz e as ações do governo para auxiliar na tragédia do estado de Santa Catarina foram alguns dos temas abordados pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, no programa Bom Dia Ministro desta quinta-feira (27). Na entrevista, produzida pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República e transmitida via satélite para rádios de todo País, Genro também falou sobre a regulamentação dos call centers e a importância da Lei Seca na redução do número de mortes e acidentes nas estradas. Leia os principais trechos da entrevista.
"Estamos chamando de Territórios de Paz aqueles locais em que todos os projetos de segurança pública já estão sendo aplicados de maneira harmônica entre si. Já temos vários projetos do Pronasci (Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania) em andamento em diversas regiões do País. Para que se tenha uma idéia, só na rede de altos estudos de segurança pública, que prepara policiais para diversas funções, temos mais de 170 mil matriculados. Desses, quase 60 mil recebem o bolsa-formação, que é um adicional que pode alcançar até 40% da remuneração do policial para a formação do policiamento comunitário ou para a elaboração de uma técnica de preservação do ambiente do crime, por exemplo, para que a perícia seja feita. Enfim, é um programa de qualificação de policiais. Em determinadas regiões que estão mais avançadas, todos os projetos que foram requeridos pelas autoridades locais já estão sendo aplicados. Esta aplicação tem se dado de maneira harmônica. Por exemplo, esse policial que recebe a bolsa-formação já está em operaçã o em um desses locais, fazendo o policiamento e, portanto, estabelecendo outro tipo de relação com a comunidade, resgatando a relação da comunidade com a segurança, que não entra só para dar tiro. Ali já há a mediação comunitária com o tribunal de justiça da região, que já trabalha para diminuir o conflito entre vizinhos. Já estão alocadas nessas regiões as chamadas mulheres da paz, treinadas juntamente com o Ministério Público para localizar aqueles jovens que estão em uma situação delituosa. A idéia é que esses Territórios de Paz vão se disseminando, porque nossa visão de segurança pública não é aquela em que as coisas são resolvidas pela entrada violenta da polícia, que depois vai embora, deixando a população à mercê do crime organizado."
Observatório Sergipano de Politicas Culturais. Espaço de mobilização, articulação e (in)formação em politicas culturais
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
IV Encontro Mestres do Mundo e III Seminário Nacional de Culturas Populares
Eventos serão realizados no mês de dezembro, na região do Cariri, e reunirá representantes das manifestações da cultura brasileira e da América Latina
Juazeiro do Norte, no Ceará, será o ponto de encontro de cerca de 300 mestres da Cultura do Som, do Corpo, da Oralidade, do Sagrado e das Mãos. A cidade sediará, de 2 a 6 de dezembro, o IV Encontro Mestres do Mundo. A iniciativa é do Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC), e do Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria de Cultura (Secult).
A solenidade de abertura ocorrerá às 18h da próxima terça-feira (dia 2) com a presença do secretário interino da SID/MinC, Américo Córdula, e dos prefeitos de Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato, cidades da região sul cearense, conhecida como Cariri, além de outras autoridades federais, estaduais e municipais. No encerramento dessa primeira noite, haverá o encontro dos Maracatus pernambucanos e cearenses, com apresentações de grupos dos dois estados, além do uruguaio Elumbé.
Nos quatro dias do evento, os mestres das culturas populares se reunirão para apresentações e trocas de experiências sobre seus saberes e fazeres. Em um mesmo espaço, estarão em contato a grande diversidade de tradições vindas de várias regiões brasileiras. Estão programadas oficinas e seminários, além de apresentações artísticas nos três municípios da região.
As atividades das manhãs serão dedicadas às Rodas de Mestre, quando haverá o diálogo e as trocas de percepções e vivências com o objetivo de interação e aprendizagem das diferenças e das semelhanças culturais. Já o período da tarde será reservado para a realização do III Seminário Nacional de Culturas Populares.
Terceira Edição
No período entre os dias 3 e 6 de dezembro, sempre a partir da 14h30, no Memorial Padre Cícero, a SID/MinC e a Secult também promovem a terceira edição do Seminário Nacional de Culturas Populares.
Estarão reunidos representantes de instituições governamentais e da iniciativa privada, da sociedade civil e de movimentos socioculturais com o objetivo de discutir ações que fomentem e garantam a preservação da diversidade cultural brasileira.
Na programação, montagem de mesas de experiências, nas quais serão demonstrados casos de sucesso e a vivência de mestres, instituições, pesquisadores e organizações reconhecidas pelo Ministério da Cultura no Prêmio Culturas Populares.
O Seminário de Culturas Populares é uma demanda da sociedade civil interessada no debate e na construção de uma política pública de apoio a grupos e indivíduos que devido a riqueza de seus saberes tradicionais contribuem para a diversidade da cultura nacional.
Das edições anteriores da iniciativa - que foram realizadas em Brasília, em 2004 e em 2006 - sete pontos sintetizam as contribuições advindas dos grupos de discussão:
Criar fundos de incentivos públicos de apoio às culturas populares
Mapear, registrar e documentar as manifestações das culturas populares
Estabelecer instâncias de diálogo entre o Estado e a sociedade civil para a formulação e deliberação de políticas culturais
Criar mecanismos que favoreçam a inclusão das culturas populares nos processos educativos formais e informais
Criar marcos legais de proteção aos conhecimentos tradicionais e aos direitos coletivos
Democratizar a distribuição de recursos nas várias regiões do Brasil
Facilitar o acesso e desburocratizar os instrumentos de financiamento, de modo a democratizá-los para os segmentos populares
Tanto o IV Encontro Mestres do Mundo quanto o III Seminário Nacional de Culturas Populares contam com o apoio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet, para a sua realização, e recursos do Fundo Nacional de Cultura.
Informações sobre a programação do Encontro e do Seminário: mestresdomundo.art.br e (85) 3262-5011 ou 3262-0841.
Visite o site: http://www.cultura.gov.br/site/
Comunicação SID/Minc
(61) 3316-2129
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
TEATRO DO OPRIMIDO - NÓS SOMOS BEM MAIS!
A trupe do teatro do oprimido aterrisou no Gonzagão! (E seria ótimo que acontecesse outras vezes!).
Logo na primeira parte da manhã, recebemos os primeiros artistas, que chegaram com material de figurino, adereços de cena e alguns trabalhos de desenho, pintura e escultura. (Gostei de ver a presença de muitos adolescentes no grupo!).
Ao viajar para Cristinápolis, cidade localizada na fronteira com a Bahia, para participar de um evento que reunia algumas dezenas de militantes sociais, oriundos de diversos cidades de Sergipe e principalmente da Bahia, também fiquei alegre ao perceber a presença ativa de jovens envolvidos com a organização do evento.
Por conta do atraso, não pude chegar a tempo de participar da primeira apresentação pública que foi realizada na noite da sexta, mas consegui na noite do sábado.
Ao chegar, na manhã de sábado, cumprimentei Aldo e Helen, responsáveis pela coordenação do evento aqui em Sergipe.
Falei e ouvi com entusiasmo que muitos milagres estão acontecendo no cotidiano, processos e acontecimentos que aparentemente não tem nada de extraordinário, mas que para serem entendidos/percebidos desta maneira, é preciso que se veja e se escute com o coração, com o espírito.
Gostei muito de ouvir que há um “campo vibratório” positivo no Gonzagão que concorreu para que tudo estivesse dando certo.
E em retribuição a esse e outros agradecimentos que foram dirigidos ao Secretário da Cultura e equipe; ao diretor do Gonzagão e equipe, vale a pena dizer que os agradecimentos bem podem ser dirigidos para o universo e a sua conspiração sutil e progressiva que é feita a partir do pensamento e da ação amorosa e gentil de milhões de seres humanos que desejam e constroem a felicidade, em diversas áreas e de diversas maneiras, seja como artistas, políticos, religiosos, estudantes, jornalistas, cientistas, pensadores, escritores, operários, camponeses, professores etc. como também na condição de crianças e jovens ou de mulheres e homens de diferentes povos e culturas.
Alguns se tornaram ou estão se tornando mais conhecidos como Boal, Gonzagão, Benhard Wosien, Alberto Ruz, Madre Tereza de Calcutá, Paulo Freire, Pedro Casaldáliga, Gandhi, Bolivar, Sepé Tiaraju, Tupac Amaru, Rigoberta Menchu, Marina Silva, Ivone Gebara, Mãe Menininha do Gantois, Rose Marie Muraro, Verônica Sacta, Profeta Gentileza, Chico Xavier, João XXIII, Dalai Lama e tantos mais.
Já outros milhões, estão repassando e cuidando das sementes que foram plantadas em seus corações e que aos poucos vão tecendo uma rede de gente livre e bem amada, mostrando que nós, seres humanos, podemos viver com mais beleza e na busca constante por justiça.
E neste sentido, qual a contribuição mais potente que o Teatro do Oprimido pode nos dar? Percebo que é restituindo o direito de expressar os nossos desejos e necessidades na cena teatral.
Afinal, para sustentar o sistema perverso de dominação capitalista, as classes dirigentes não apenas cercam e se apropriam das terras, mananciais de água e de outras fontes de energia, como também estabelecem poderosos controles mentais e institucionais para cercear o direito de nos expressarmos e de nos comunicarmos.
Dentre tantas, a separação entre platéia e expectador, seja no teatro, como na dança, é um dos meios mais eficazes para sustentar a passividade, o comodismo e a alienação.
Lembrando um trecho de uma música de Gilberto Gil, “Quem dera, pudesse todos os homens compreender, oh mãe! Quem dera”, reafirmo que é necessário investir mais tempo, mais recursos materiais e financeiros e a nossa Inteligência para podermos criar mais ambientes de fraternidade e paz, os quais, sem sombra de dúvida, contribuirão para diminuir o mal-estar que sentimos ao nos deparamos com tantos conflitos e ameaças que comprometem a permanência da espécie humana e dos outros seres vivos, como navegantes dessa nossa querida nave mãe-terra.
Vale lembrar que estes ambientes de fraternidade e paz não significam fugir da realidade e negar que vivemos em meio a uma série de contradições tanto no plano pessoal, como no plano das relações sociais, econômicas e políticas. Não é por acaso que todos os exemplos de homens e mulheres citados são protagonistas de uma série de ações de construção da paz em movimento, o que significa travar uma luta diária no cotidiano e sofrendo as conseqüências dessa opção.
P.S.: A inspiração para o titulo deste texto é baseada em uma das minhas músicas preferidas, composta por um cearense “bom danado, uma cara levado da breca”, como diz o ditado popular. O bom danado e levado da breca fica por conta das qualidades desse ser humano, poeta, cantor, músico, místico, ecologista e arte-educador popular, batizado com o nome de José Vicente.
O nome da música é “Eu som bem mais”. Também me acompanhou na escrita desse texto a lembrança de versos de uma música do querido e inesquecível Gonzaguinha, dentre eles:
“Nós podemos muito, nós podemos mais”
Para mim, esta é a síntese do que significa o Teatro do Oprimido.
Logo na primeira parte da manhã, recebemos os primeiros artistas, que chegaram com material de figurino, adereços de cena e alguns trabalhos de desenho, pintura e escultura. (Gostei de ver a presença de muitos adolescentes no grupo!).
Ao viajar para Cristinápolis, cidade localizada na fronteira com a Bahia, para participar de um evento que reunia algumas dezenas de militantes sociais, oriundos de diversos cidades de Sergipe e principalmente da Bahia, também fiquei alegre ao perceber a presença ativa de jovens envolvidos com a organização do evento.
Por conta do atraso, não pude chegar a tempo de participar da primeira apresentação pública que foi realizada na noite da sexta, mas consegui na noite do sábado.
Ao chegar, na manhã de sábado, cumprimentei Aldo e Helen, responsáveis pela coordenação do evento aqui em Sergipe.
Falei e ouvi com entusiasmo que muitos milagres estão acontecendo no cotidiano, processos e acontecimentos que aparentemente não tem nada de extraordinário, mas que para serem entendidos/percebidos desta maneira, é preciso que se veja e se escute com o coração, com o espírito.
Gostei muito de ouvir que há um “campo vibratório” positivo no Gonzagão que concorreu para que tudo estivesse dando certo.
E em retribuição a esse e outros agradecimentos que foram dirigidos ao Secretário da Cultura e equipe; ao diretor do Gonzagão e equipe, vale a pena dizer que os agradecimentos bem podem ser dirigidos para o universo e a sua conspiração sutil e progressiva que é feita a partir do pensamento e da ação amorosa e gentil de milhões de seres humanos que desejam e constroem a felicidade, em diversas áreas e de diversas maneiras, seja como artistas, políticos, religiosos, estudantes, jornalistas, cientistas, pensadores, escritores, operários, camponeses, professores etc. como também na condição de crianças e jovens ou de mulheres e homens de diferentes povos e culturas.
Alguns se tornaram ou estão se tornando mais conhecidos como Boal, Gonzagão, Benhard Wosien, Alberto Ruz, Madre Tereza de Calcutá, Paulo Freire, Pedro Casaldáliga, Gandhi, Bolivar, Sepé Tiaraju, Tupac Amaru, Rigoberta Menchu, Marina Silva, Ivone Gebara, Mãe Menininha do Gantois, Rose Marie Muraro, Verônica Sacta, Profeta Gentileza, Chico Xavier, João XXIII, Dalai Lama e tantos mais.
Já outros milhões, estão repassando e cuidando das sementes que foram plantadas em seus corações e que aos poucos vão tecendo uma rede de gente livre e bem amada, mostrando que nós, seres humanos, podemos viver com mais beleza e na busca constante por justiça.
E neste sentido, qual a contribuição mais potente que o Teatro do Oprimido pode nos dar? Percebo que é restituindo o direito de expressar os nossos desejos e necessidades na cena teatral.
Afinal, para sustentar o sistema perverso de dominação capitalista, as classes dirigentes não apenas cercam e se apropriam das terras, mananciais de água e de outras fontes de energia, como também estabelecem poderosos controles mentais e institucionais para cercear o direito de nos expressarmos e de nos comunicarmos.
Dentre tantas, a separação entre platéia e expectador, seja no teatro, como na dança, é um dos meios mais eficazes para sustentar a passividade, o comodismo e a alienação.
Lembrando um trecho de uma música de Gilberto Gil, “Quem dera, pudesse todos os homens compreender, oh mãe! Quem dera”, reafirmo que é necessário investir mais tempo, mais recursos materiais e financeiros e a nossa Inteligência para podermos criar mais ambientes de fraternidade e paz, os quais, sem sombra de dúvida, contribuirão para diminuir o mal-estar que sentimos ao nos deparamos com tantos conflitos e ameaças que comprometem a permanência da espécie humana e dos outros seres vivos, como navegantes dessa nossa querida nave mãe-terra.
Vale lembrar que estes ambientes de fraternidade e paz não significam fugir da realidade e negar que vivemos em meio a uma série de contradições tanto no plano pessoal, como no plano das relações sociais, econômicas e políticas. Não é por acaso que todos os exemplos de homens e mulheres citados são protagonistas de uma série de ações de construção da paz em movimento, o que significa travar uma luta diária no cotidiano e sofrendo as conseqüências dessa opção.
P.S.: A inspiração para o titulo deste texto é baseada em uma das minhas músicas preferidas, composta por um cearense “bom danado, uma cara levado da breca”, como diz o ditado popular. O bom danado e levado da breca fica por conta das qualidades desse ser humano, poeta, cantor, músico, místico, ecologista e arte-educador popular, batizado com o nome de José Vicente.
O nome da música é “Eu som bem mais”. Também me acompanhou na escrita desse texto a lembrança de versos de uma música do querido e inesquecível Gonzaguinha, dentre eles:
“Nós podemos muito, nós podemos mais”
Para mim, esta é a síntese do que significa o Teatro do Oprimido.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
PROPOSTAS PARA BID
O Centro Cultural do Banco Interamericano de Desenvolvimento lançou uma Convocatória de Propostas para concessões de ajuda financeira em 2009 a projetos de desenvolvimento cultural de pequena escala. As propostas devem ser enviadas antes de 31 de janeiro de 2009 para as Representações do BID nos 26 países da América Latina e do Caribe que são membros mutuários do Banco. As doações únicas, em valores que variam de US$ 3 mil a US$ 10 mil, serão concedidas a propostas que satisfaçam uma necessidade local, contribuam para os valores culturais, estimulem a atividade econômica e social de forma inovadora e bem-sucedida, apóiem a excelência artística e contribuam para o desenvolvimento dos jovens e da comunidade. Edital e outras informações: www.iadb.org/.
BLOG DA ROUANET
Visando a reformulação da legislação federal de financiamento à Cultura, que esta sendo elaborada a partir de ampla consulta pública, o MinC criou o Blog da Reforma da Lei Rouanet para divulgar todas as iniciativas de reformulação: http://blogs.cultura.gov.br/reformadaleirouanet/. No blog está disponibilizada a apresentação dos Diálogos Culturais (www.cultura.gov.br/dialogosculturais), além dos documentos, dados e propostas de alteração elaborados tanto pelo MinC quanto pela sociedade nos diversos fóruns de debates.O Blog da Rouanet também é um espaço voltado para receber sugestões e comentários sobre as propostas de reformulação para o setor. Outras informações: www.cultura.gov.br/.
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Mostra Regional de Teatro do Oprimido - De 28 a 30.11
Augusto Boal idealizador do Teatro do Oprimido
FÁBRICA DE TEATRO POPULAR NORDESTE
Realizado pelo Centro de Teatro do Oprimido (CTO) do Rio de Janeiro, com patrocínio da Petrobras e parcerias da Secretaria Estadual de Cultura de Sergipe, Sesc Alagoas, Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco, Sesc Pernambuco e Fundarpe, o evento privilegia o público com espetáculos de teatro, uma exposição estética, lançamento da revista Metaxis V e um documentário, tudo acontecendo no GONZAGÃO, dias 28 e 29 de novembro às 19 horas, com a participação de grupos de Teatro do Oprimido dos três Estados. ENTRADA FRANCA!
Logo na chegada ao GONZAGÃO, o público vai poder apreciar uma exposição alegre, colorida, divertida e reflexiva da Estética do Oprimido, que consta de trabalhos artísticos produzidos pelos grupos comunitários ao longo de 2008, sob orientação de Helen Sarapeck, Flávio Sanctum, Claudete Felix, Cláudia Simone, Olivar Bendelack e Cláudio Rocha, Curingas do CTO, e direção artística do teatrólogo Augusto Boal. Em seguida será apresentado o documentário Fábrica de Teatro Popular Nordeste, que conta os oito meses de atuação do CTO na região, e após haverá o lançamento da Metaxis V, revista do Centro de Teatro do Oprimido cuja edição é dedicada ao projeto. E, finalmente, acontecem os espetáculos produzidos e encenados pelos grupos e Multiplicadores de Teatro do Oprimido (TO) existentes e atuantes em Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
PROGRAMAÇÃO
Na sexta-feira (28) às 19h, acontece a abertura do evento com exposição de trabalhos artísticos da Estética do Oprimido, apresentação de um grupo de dança da cidade, do documentário sobre o projeto Fábrica de Teatro Popular Nordeste e lançamento da revista Metaxis V. O intervalo artístico desta noite será preparado pelos grupos de TO de Pernambuco, com música, dança e poesia. Na seqüência ocorre apresentação de Teatro-Fórum com espetáculo do grupo de TO de Sergipe, seguido de sessão de Teatro Legislativo. Após, haverá apresentação do Coco de Alagoas e um coquetel de encerramento.
No sábado (29) às 19h, haverá nova apresentação de um grupo de dança da cidade e do documentário sobre o projeto Fábrica de Teatro Popular Nordeste. Em seguida ocorre apresentação de Teatro-Fórum com espetáculo do grupo de TO de Pernambuco. O intervalo artístico desta noite será preparado pelo grupo de Multiplicadores de Alagoas. Na seqüência ocorre apresentação de Teatro-Fórum com espetáculo do grupo de TO de Alagoas, seguido de sessão de Teatro Legislativo. Ao final o público compartilha de uma festa de confraternização com o grupo Forró Pé de Serra de Sergipe.
No domingo (30) pela manhã, acontece um seminário fechado com a presença dos Multiplicadores e atividades para integrantes dos grupos de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
REFLEXÃO
As apresentações de um espetáculo de TEATRO-FÓRUM são baseadas na vida real e, por meio da teatralização de uma pergunta, discutem temáticas como: violência doméstica, urbana e sexual, abandono, discriminação racial, social e de gênero, diversidade sexual, direitos trabalhistas, opressão familiar, drogas, etc. Após a apresentação o público é convidado a intervir na cena e, se desejar, trocar de lugar com os protagonistas, assumindo seus personagens e tentando transformar os problemas encenados. O TEATRO LEGISLATIVO é um desdobramento do Teatro-Fórum. Além de intervir na cena, os espectadores apresentam propostas escritas de encaminhamento para ações concretas, as quais são sistematizadas por especialistas e votadas pela platéia. As aprovadas são encaminhadas às Casas Legislativas ou às instituições adequadas, conforme o caso.
DADOS ESTATÍSTICOS
O projeto Fábrica de Teatro Popular Nordeste tem como objetivo formar Multiplicadores de Teatro do Oprimido para pontos de cultura, movimentos sociais e grupos culturais, dos Estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco, interessados em utilizar o Método criado pelo teatrólogo Augusto Boal, para estimular a reflexão de problemas reais e a busca de alternativas, através do Diálogo Teatral com a sociedade.
Ao longo de 2008, o projeto atingiu diretamente 21 municípios, formou 58 Multiplicadores, 23 grupos comunitários de teatro que fizeram em média 5 apresentações públicas cada em escolas, comunidades, espaços culturais e alternativos ou na rua. Cada grupo comunitário é formado em média por 10 integrantes e recebe em suas apresentações de 30 a 250 espectadores. Assim, podemos estimar que em 8 meses de trabalho o projeto atingiu diretamente mais de 6.238 pessoas. São 6.238 possibilidades de transformação.
SERVIÇO
Mostra Regional Fábrica de Teatro Popular Nordeste
Dias 28 e 29 de outubro
Horário: 19 horas
Local: Complexo Gonzagão. Avenida Heráclito Rollemberg s/n°, Conjunto Augusto Franco, Aracaju. Telefone: (79) 3248-6070
Capacidade de público: 300 pessoas
INGRESSOS GRATUITOS, retirados na bilheteria de 8 às 12h e de 14 às 18h.
Classificação etária: Livre
IMPRENSA
Ney Motta | Assessoria de Comunicação
CENTRO DE TEATRO DO OPRIMIDO - CTO
tels. (21) 2539-2873 e 8718-1965
e-mail: neymotta@terra.com.br
skype: neymotta
O projeto FÁBRICA DE TEATRO POPULAR NORDESTE
Movimentando as engrenagens
A Fábrica de Teatro Popular Nordeste, um empreendimento cultural do Centro de Teatro do Oprimido, tem o objetivo de formar multiplicadores de Teatro do Oprimido nos Estados nordestinos de Sergipe, Alagoas e Pernambuco. Com a adesão de 54 grupos e instituições, tem a participação efetiva de 102 multiplicadores, que atuam em 32 municípios da região. Beneficiando a todos, esta máquina cultural movimenta crianças, jovens, adultos e idosos de comunidades empobrecidas às universidades: no campo e na cidade. Ferramenta importante, o Teatro do Oprimido tem ampliado as possibilidades de expressão de diversos grupos no Nordeste – sertão, agreste, mata e litoral.
Criatividade é a mola-mestra
Nesta fábrica teatral encontra-se o desafio da escassez de recursos, através de parcerias e da criatividade, como forma de garantia da riqueza estética. O Teatro do Oprimido é uma metodologia lúdica, de fácil aplicação, que não exige custos altos de investimento. Com resultados eficientes, vem sendo instrumento fundamental em programas sócio-culturais em cerca de 70 países. A técnica mais usada é a do Teatro-fórum: na encenação de problemas vivenciados pelos participantes, a platéia entra em cena e mostra, em ações, idéias e propostas de transformação, através de um amplo debate cênico.
Mecanismo teatral
A mecânica de funcionamento do método criado por Augusto Boal transforma problemas reais em espetáculos teatrais e estimula a discussão pública de temas variados, inclusive os considerados tabus. Os multiplicadores de Teatro do Oprimido ensinam aprendendo, num diálogo democrático e propositivo com as comunidades, em pontos de cultura, movimentos sociais e grupos culturais.
Centro de Teatro do Oprimido (CTO)
O Centro de Teatro do Oprimido é um núcleo de pesquisa e difusão. Sua filosofia e suas ações visam à democratização dos meios de produção cultural, através de projetos que estimulam a participação ativa da sociedade onde os grupos organizados sejam os protagonistas.
Democratizar os meios, multiplicar os fins
Democratizar o acesso aos meios de criação artística para multiplicar a produção cultural comunitária. Esta é a proposta da Fábrica de Teatro Popular Nordeste. Esta iniciativa conta com o patrocínio da PETROBRAS e é desenvolvida em parceria com a secretaria Estadual de Cultura de Sergipe, o SESC Alagoas, a Secretaria Estadual de Educação de Pernambuco e o SESC Pernambuco.
CURSO DE EMPREENDEDORISMO CULTURAL
Conforme definido em 13/11, por ocasião da reunião realizada com a Assessora do SEBRAE Maisa Amorim e integrantes do Consórcio Cultural, no Gonzagão, encaminhamos oficio à diretoria técnica daquele orgão e obtivemos a aprovação para a realização dos seguintes cursos:
JUNTOS SOMOS FORTES
Para quem quer trabalhar de forma coletiva, montando seu negócio com um grupo de amigos ou pessoas da sua comunidade.
O curso é composto de 5 temas:
O importante é cooperar;
Tá na rede é peixe (formação de uma rede de cooperação)
Remover as pedras do caminho
Parceiros pra valer;
Vamos administrar juntos.
APREENDER A EMPREENDER
É o curso para você que deseja aprender a solucionar as questões essenciais relacionadas à gestão de um pequeno negócio.
O curso é composto de 10 temas:
O empreendedor;
Mercado, o mapa da mina;
A empresa e o mercado;
Os números da empresa;
O ponto de equilibrio;
O resultado da empresa;
O resultado com vários produtos;
Capital de giro e fluxo de caixa;
Problemas e soluções;
Plano de empresa.
Período: 09 a 13 de dezembro
Horário: 13hs às 20hs
Local: SEBRAE-SE
Aguardamos confirmação de participação urgente, com nome, telefone, grau de escolaridade e área de atução no segmento cultural.
Para empreendimentos coletivos é altamente recomendável a participação de no minimo duas pessoas.
Em função da necessidade de se garantir a qualidade do resultado do curso, é importante: Chegar no horário estipulado; Não sair antes do horário do fechamento dos trabalhos; Não marcar compromissos para os dias e horários da oficina.
Abrs,
Zezito de Oliveira
LEIA TAMBÉM:
http://www.overmundo.com.br/overblog/a-saida-e-estudar-politicas-culturais-2-parte
http://consorciocultural.blogspot.com/2008/05/um-sucesso-palestra-sobre.html
E se Obama fosse africano?
Por Mia Couto
Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor.
Nesse momento, euera também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara
quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas
um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, se liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões.
Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos.
Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as
lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência
africana?
Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das
Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África.
Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte.
Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos.
Convenientemente "descobriram que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso
Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto.
Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério.
Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos.
Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em
infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Fique claro: existe excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que
excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as
pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política.
Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente
É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
In Jornal "SAVANA" – 14 de Novembro de 2008
Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor.
Nesse momento, euera também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara
quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.
Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas
um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, se liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões.
Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.
Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos.
Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as
lições que nos chegam desse outro lado do mundo.
Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.
E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência
africana?
Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das
Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África.
Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.
Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte.
Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.
Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos.
Convenientemente "descobriram que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado 'ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso
Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.
Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto.
Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério.
Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).
Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas – tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.
Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos.
Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em
infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.
Fique claro: existe excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que
excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.
Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.
A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as
pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.
Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.
No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política.
Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.
Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente
É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.
In Jornal "SAVANA" – 14 de Novembro de 2008
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC - apoio à pesquisa em cultura
Inscrições até 31 de março de 2009
O Edital nº 7/2008 - Capes/MinC - faz parte do Programa Pró-Cultura e irá conceder 48 bolsas de ensino para estudantes de mestrado (stricto sensu) e para pesquisas na área cultural.
O programa é fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC) e a Capes e visa fomentar a pesquisa universitária, bem como o aperfeiçoamento e a formação de pessoal de nível superior em Cultura. O valor das bolsas a serem concedidas é de R$ 1.200,00, cada uma.
As inscrições estão abertas até 31 de março de 2009 e deverão ser feitas por instituições de ensino superior.
A divulgação dos selecionados será realizada a partir de abril de 2009.
As áreas temáticas da Cultura prioritárias para o desenvolvimento das pesquisas são: Cultura, Arte e Novas Tecnologias; Cultura, Manifestações Artísticas e Conhecimentos Tradicionais; Cultura, Memória e Patrimônio; Cultura Populações e Territórios; Cultura, Cidadania e Inclusão Social; Cultura, Estado, Legislação da área de Cultura e Políticas Públicas; Cultura, Economia e Desenvolvimento; e Cultura, Globalização e Diversidade.
A preferência para a seleção dos bolsistas, conforme o edital, será dada a projetos que promovam o diálogo e a interação das pesquisas com os conhecimentos da cultura tradicional do país; promovam a articulação das universidades com empresas; realizem a apresentação de conteúdos em formatos audiovisual e/ou digital; façam a divulgação dos resultados em seminários, oficinas e eventos culturais, entre outros aspectos.
Conheça o edital:
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC
Mais informações:
CAPES - Coordenação de Programas de Indução e Inovação - CII
E-mail: cii@capes.gov.br
Telefone: (61) 2104-8944
Secretaria de Políticas Culturais
E-mail: pablo.martins@cultura.gov.br
Telefone: (61) 3316-2358
O Edital nº 7/2008 - Capes/MinC - faz parte do Programa Pró-Cultura e irá conceder 48 bolsas de ensino para estudantes de mestrado (stricto sensu) e para pesquisas na área cultural.
O programa é fruto de um trabalho conjunto entre a Secretaria de Políticas Culturais do Ministério da Cultura (SPC/MinC) e a Capes e visa fomentar a pesquisa universitária, bem como o aperfeiçoamento e a formação de pessoal de nível superior em Cultura. O valor das bolsas a serem concedidas é de R$ 1.200,00, cada uma.
As inscrições estão abertas até 31 de março de 2009 e deverão ser feitas por instituições de ensino superior.
A divulgação dos selecionados será realizada a partir de abril de 2009.
As áreas temáticas da Cultura prioritárias para o desenvolvimento das pesquisas são: Cultura, Arte e Novas Tecnologias; Cultura, Manifestações Artísticas e Conhecimentos Tradicionais; Cultura, Memória e Patrimônio; Cultura Populações e Territórios; Cultura, Cidadania e Inclusão Social; Cultura, Estado, Legislação da área de Cultura e Políticas Públicas; Cultura, Economia e Desenvolvimento; e Cultura, Globalização e Diversidade.
A preferência para a seleção dos bolsistas, conforme o edital, será dada a projetos que promovam o diálogo e a interação das pesquisas com os conhecimentos da cultura tradicional do país; promovam a articulação das universidades com empresas; realizem a apresentação de conteúdos em formatos audiovisual e/ou digital; façam a divulgação dos resultados em seminários, oficinas e eventos culturais, entre outros aspectos.
Conheça o edital:
Edital PRÓ-CULTURA Capes/MinC
Mais informações:
CAPES - Coordenação de Programas de Indução e Inovação - CII
E-mail: cii@capes.gov.br
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Secretaria de Políticas Culturais
E-mail: pablo.martins@cultura.gov.br
Telefone: (61) 3316-2358
MEC que tornar obrigatório o ensino de história e cultura afro-
Ministério da Cultura -
O Ministério da Educação (MEC) vai elaborar um Plano Nacional de
Implantação da Lei 10.639/03 com o objetivo de tornar obrigatório o
ensino de história e cultura afro-brasileiras nas escolas.
Além disso, o plano pretende induzir os sistemas de ensino a acelerar
o processo por meio de metas e planejamento de projetos. A proposta
se baseará em um relatório elaborado por uma comissão formada por
entidades da área educacional e do movimento negro.
O documento foi apresentado na última semana ao ministério e será
levado ao ministro Fernando Haddad nesta quinta-feira, dia 20 de
novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.
A falta de institucionalidade e continuidade das ações é a principal
dificuldade para a implantação da lei, que para André Lázaro,
secretário de Educação, Alfabetização e Diversidade do MEC, a
responsabilidade não deve ser apenas da pasta, mas também das redes
estaduais e municipais que precisam investir mais na questão. "Eu
acho justa a crítica de que as ações são pouco sistemáticas e a
melhora disso passa pela formação dos professores, o material
didático, o financiamento, o monitoramento do processo. Mas a
responsabilidade não é só do MEC, mas de todo o sistema de ensino.
Claro que o MEC, pelo seu papel, precisa ser protagonista e acredito
que temos cumprido isso", avaliou ele em matéria publicada pela
Agência Brasil.
O MEC pretende lançar o plano ainda este mês, que ser colocado em
prática é necessária a análise da formação inicial e continuada dos
professores que não se adaptaram às exigências estabelecidas pela
lei. "As faculdades de educação e os cursos de pedagogia não
incorporaram esse conteúdo na formação inicial dos professores. Você
fica correndo atrás o tempo todo para consertar o que não foi feito
na formação inicial", argumenta.
Em 2009, será oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo
(Ufes) o primeiro curso de pós-graduação para professores sobre a
temática. Mais de 100 professores da rede estadual participarão do
curso de 200 horas de duração. Além disso, um repasse de R$ 3,6
milhões foi concedido pelo MEC para um grupo de 20 universidades
federais, que deverão desenvolver cursos de formação e materiais
didáticos.
http://www.culturaemercado.com.br/post/mec-que-tornar-obrigatorio-o-
ensino-de-historia-e-cultura-afro-brasileiras/
O Ministério da Educação (MEC) vai elaborar um Plano Nacional de
Implantação da Lei 10.639/03 com o objetivo de tornar obrigatório o
ensino de história e cultura afro-brasileiras nas escolas.
Além disso, o plano pretende induzir os sistemas de ensino a acelerar
o processo por meio de metas e planejamento de projetos. A proposta
se baseará em um relatório elaborado por uma comissão formada por
entidades da área educacional e do movimento negro.
O documento foi apresentado na última semana ao ministério e será
levado ao ministro Fernando Haddad nesta quinta-feira, dia 20 de
novembro, data em que se comemora o Dia da Consciência Negra.
A falta de institucionalidade e continuidade das ações é a principal
dificuldade para a implantação da lei, que para André Lázaro,
secretário de Educação, Alfabetização e Diversidade do MEC, a
responsabilidade não deve ser apenas da pasta, mas também das redes
estaduais e municipais que precisam investir mais na questão. "Eu
acho justa a crítica de que as ações são pouco sistemáticas e a
melhora disso passa pela formação dos professores, o material
didático, o financiamento, o monitoramento do processo. Mas a
responsabilidade não é só do MEC, mas de todo o sistema de ensino.
Claro que o MEC, pelo seu papel, precisa ser protagonista e acredito
que temos cumprido isso", avaliou ele em matéria publicada pela
Agência Brasil.
O MEC pretende lançar o plano ainda este mês, que ser colocado em
prática é necessária a análise da formação inicial e continuada dos
professores que não se adaptaram às exigências estabelecidas pela
lei. "As faculdades de educação e os cursos de pedagogia não
incorporaram esse conteúdo na formação inicial dos professores. Você
fica correndo atrás o tempo todo para consertar o que não foi feito
na formação inicial", argumenta.
Em 2009, será oferecido pela Universidade Federal do Espírito Santo
(Ufes) o primeiro curso de pós-graduação para professores sobre a
temática. Mais de 100 professores da rede estadual participarão do
curso de 200 horas de duração. Além disso, um repasse de R$ 3,6
milhões foi concedido pelo MEC para um grupo de 20 universidades
federais, que deverão desenvolver cursos de formação e materiais
didáticos.
http://www.culturaemercado.com.br/post/mec-que-tornar-obrigatorio-o-
ensino-de-historia-e-cultura-afro-brasileiras/
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
ORÇAMENTO CULTURA 2009 - MOBILIZAÇÃO
ORÇAMENTO CULTURA 2009 - MOBILIZAÇÃO
Por orientação do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, na última reunião do Diálogos Culturais, em São Paulo, a classe teatral paulista e toda classe artística brasileira deverá se mobilizar para garantir a implementação de verbas para o setor no orçamento de 2009.
Por esse motivo, pede-se à todos os interessados que enviem e-mails aos relatores do orçamento como forma de pressão política para garantir os recursos pleiteados pela "comunidade artística e cultural" e pelo MINC.
O destinatários das mensagens são o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) – relator setorial, da Comissão Mista do Orçamento – e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) – relator geral do Orçamento – que têm, ambos, importância vital neste processo.
O texto a ser enviado pode ser o seguinte:
OBS: Este texto foi adaptado à partir de texto escrito pela Cooperativa Paulista de Teatro
Assunto da mensagem: Arte e Cultura no Orçamento 2009
Prezado senador Delcídio Amaral,
Prezado deputado Bruno Araújo,
Escrevo aos senhores para solicitar o máximo de atenção à emenda ao Orçamento "FOMENTO A PROJETOS EM ARTE E CULTURA", encaminhada pela Comissão de Educação e Cultura do Senado.
As verbas para área têm sido escassas, sobretudo no que se refere às artes cênicas; os recursos destinados ao setor terão, portanto, grande impacto na produção cultural incentivada pelo MinC e pela Funarte.
Com uma verba pertinente às aspirações da classe artística, poderemos desempenhar – com o apoio do Estado – as três esferas preconizadas pelo Plano Nacional de Cultural: a arte como dimensão simbólica, cidadã e econômica.
Num ano em que a crise econômica mundial coloca uma sombra sobre a economia nacional, torna-se imperativa a sensibilidade dos senhores em relação a uma das áreas vitais para o desenvolvimento do país.
Cordialmente,
ASSINATURA, ator/atriz/técnico/dramaturgo, etc.
Contatos dos Parlamentares:
DEPUTADO BRUNO ARAÚJO
Telefone:(61) 3215-5360
Fax:(61) 3215-2360
dep.brunoaraujo@camara.gov.br
SENADOR DELCÍDIO AMARAL
Telefone: (61) 3311-2451 a 2455
Fax: (61) 3311-1926
delcidio.amaral@senador.gov.br
falecom@delcidio.com.br
Por orientação do Ministro da Cultura, Juca Ferreira, na última reunião do Diálogos Culturais, em São Paulo, a classe teatral paulista e toda classe artística brasileira deverá se mobilizar para garantir a implementação de verbas para o setor no orçamento de 2009.
Por esse motivo, pede-se à todos os interessados que enviem e-mails aos relatores do orçamento como forma de pressão política para garantir os recursos pleiteados pela "comunidade artística e cultural" e pelo MINC.
O destinatários das mensagens são o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE) – relator setorial, da Comissão Mista do Orçamento – e o senador Delcídio Amaral (PT-MS) – relator geral do Orçamento – que têm, ambos, importância vital neste processo.
O texto a ser enviado pode ser o seguinte:
OBS: Este texto foi adaptado à partir de texto escrito pela Cooperativa Paulista de Teatro
Assunto da mensagem: Arte e Cultura no Orçamento 2009
Prezado senador Delcídio Amaral,
Prezado deputado Bruno Araújo,
Escrevo aos senhores para solicitar o máximo de atenção à emenda ao Orçamento "FOMENTO A PROJETOS EM ARTE E CULTURA", encaminhada pela Comissão de Educação e Cultura do Senado.
As verbas para área têm sido escassas, sobretudo no que se refere às artes cênicas; os recursos destinados ao setor terão, portanto, grande impacto na produção cultural incentivada pelo MinC e pela Funarte.
Com uma verba pertinente às aspirações da classe artística, poderemos desempenhar – com o apoio do Estado – as três esferas preconizadas pelo Plano Nacional de Cultural: a arte como dimensão simbólica, cidadã e econômica.
Num ano em que a crise econômica mundial coloca uma sombra sobre a economia nacional, torna-se imperativa a sensibilidade dos senhores em relação a uma das áreas vitais para o desenvolvimento do país.
Cordialmente,
ASSINATURA, ator/atriz/técnico/dramaturgo, etc.
Contatos dos Parlamentares:
DEPUTADO BRUNO ARAÚJO
Telefone:(61) 3215-5360
Fax:(61) 3215-2360
dep.brunoaraujo@camara.gov.br
SENADOR DELCÍDIO AMARAL
Telefone: (61) 3311-2451 a 2455
Fax: (61) 3311-1926
delcidio.amaral@senador.gov.br
falecom@delcidio.com.br
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Ministro e Câmara aliam-se pela arte
fonte: Correiro Braziliense - Sérgio Maggio
O ministro da Cultura, Juca Ferreira , saiu ontem (05/11)da Câmara dos
Deputados com a certeza de ter vivido um dia histórico para a arte
nacional, tão importante quanto foi para o mundo a eleição do
presidente negro Barack Obama. Mobilizou, no plenário 10 do Anexo II,
artistas, produtores, representantes de entidades de classe e
intelectuais em prol das ações do MinC no Congresso Nacional. O Dia
Nacional da Cultura foi comemorado com o compromisso daquela casa de
abrigar importantes ações orçamentárias, como a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 150/2003 (a União destinaria 2% do dinheiro
arrecado em impostos para movimentar a cultura nacional) e a
aprovação de emendas orçamentárias de comissões. "Convoco todos os
artistas para compor essa frente", conclamava o ministro।
No plenário, uma cartilha, batizada de Cultura e Congresso, era
distribuída formalizando o compromisso entre o MinC e o
parlamento. "É o fim da era da mendicância", anunciava a sambista
Beth Carvalho, que estava na mesa acompanhada da atriz Ítala Nandi,
reconhecida por alguns presentes como a doutora July, a irresponsável
que criou os mutantes da interminável novela da Record. Nos
bastidores, artistas e produtores faziam contatos para mobilizar
apoio para a aprovação da nova lei da meia-entrada
O secretário executivo do MinC, Alfredo Manevy, explicava a representantes do
segmento de teatro, que nesta gestão, o órgão pretende "bombar" a
Funarte com R$ 300 milhões dos R$ 500 pedidos em emenda ao Senado.
Planos e sonhos se misturaram numa festa que teve direito a palinha
do deputado-cantor Frank Aguiar.
O ministro da Cultura, Juca Ferreira , saiu ontem (05/11)da Câmara dos
Deputados com a certeza de ter vivido um dia histórico para a arte
nacional, tão importante quanto foi para o mundo a eleição do
presidente negro Barack Obama. Mobilizou, no plenário 10 do Anexo II,
artistas, produtores, representantes de entidades de classe e
intelectuais em prol das ações do MinC no Congresso Nacional. O Dia
Nacional da Cultura foi comemorado com o compromisso daquela casa de
abrigar importantes ações orçamentárias, como a Proposta de Emenda
Constitucional (PEC) 150/2003 (a União destinaria 2% do dinheiro
arrecado em impostos para movimentar a cultura nacional) e a
aprovação de emendas orçamentárias de comissões. "Convoco todos os
artistas para compor essa frente", conclamava o ministro।
No plenário, uma cartilha, batizada de Cultura e Congresso, era
distribuída formalizando o compromisso entre o MinC e o
parlamento. "É o fim da era da mendicância", anunciava a sambista
Beth Carvalho, que estava na mesa acompanhada da atriz Ítala Nandi,
reconhecida por alguns presentes como a doutora July, a irresponsável
que criou os mutantes da interminável novela da Record. Nos
bastidores, artistas e produtores faziam contatos para mobilizar
apoio para a aprovação da nova lei da meia-entrada
O secretário executivo do MinC, Alfredo Manevy, explicava a representantes do
segmento de teatro, que nesta gestão, o órgão pretende "bombar" a
Funarte com R$ 300 milhões dos R$ 500 pedidos em emenda ao Senado.
Planos e sonhos se misturaram numa festa que teve direito a palinha
do deputado-cantor Frank Aguiar.
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
(Novas Tecnologias) Wikiducação
Wikiducação é um movimento sem fins lucrativos liderado por pessoas interessadas em criar um novo modelo educacional, auxiliando na geração de capital humano. Ele incentiva o aprimoramento continuado dos indivíduos de forma colaborativa, por meio da produção coletiva de conhecimentos.
Para incentivar a troca de informações e o desenvolvimento profissional das pessoas, o movimento conduz o Programa Wikieducação composto por entrevistas e palestras interativas.
Saiba mais:
http://wiki.educartis.com/
Para incentivar a troca de informações e o desenvolvimento profissional das pessoas, o movimento conduz o Programa Wikieducação composto por entrevistas e palestras interativas.
Saiba mais:
http://wiki.educartis.com/
(Novas Tecnologias) Cultura de Redes na mobilização popular
Topologia de rede desenvolvida por Paul Baran. Notem que os pontos são os mesmos
fonte: www.overmundo.com.br
Egeu Laus
O surgimento da Rede Social de Relacionamentos pela internet denominada gabeira43.ning.com em torno da candidatura de Fernando Gabeira à prefeitura do Rio não foi uma surpresa.
Esta rede, que utilizou como ferramenta a “social network” Ning.com – criada em 2004 por Marc Andreessen (autor também do navegador Netscape) e Gina Bianchini – é apenas uma, dentre as dezenas de ferramentas tecnológicas (plataformas de utilização via internet) que vem sendo utilizadas diariamente no ambiente da grande rede (a conhecida world wide web ou para os íntimos www) com o objetivo de conectar pessoas com interesses comuns.
Mas, afinal, nos dias de hoje, que diabo de expressão é esta? O que significa esta palavrinha que vem sendo lida e citada em toda parte nas mais variadas acepções? Trabalhar em rede, rede de relacionamentos, organizações em rede, gestão em rede, etc. Tudo agora é em rede…
Na sua definição mais básica e rasteira podemos dizer que qualquer artefato que permita uma comunicação mais ou menos permanente entre um determinado número de pessoas conforma uma rede. Nesse sentido, a malha telefônica de uma cidade, é a rede telefônica. Ou antigamente (muito antigamente) a de trens formava a rede ferroviária. Com o tempo, os usuários constantes de um determinado tipo de informação passam a ser chamados também de uma rede. Portanto, a Ordem dos Cavaleiros Templários configurava de certo modo uma rede, as lojas das Casas Pernambucanas eram uma rede, e assim por diante.
Invente aí os exemplos que você quiser, até chegar aos emblemáticos exemplos do segmento das comunicações como a Rede Globo, a Rede Record, as redes radiofônicas e as redes de jornais e revistas, etc.
Qual é a grande diferença entre elas e o que hoje estamos conhecendo como Redes Sociais? É que elas recebiam erradamente o nome de redes – centralizadas, quando toda a informação era enviada apenas de um ponto, ou eram chamadas de redes – descentralizadas, quando vários pontos intermediários emitiam também informações. Mas, no fundo, elas nunca desenharam realmente uma Rede.
O que configura verdadeiramente uma Rede (faça o desenho e você vai ver) é a possibilidade de TODOS os pontos (ou nós ou nodos) poderem se comunicar com TODOS os outros pontos (ou nós ou nodos), em todas as direções, livremente, ponto a ponto (P2P), naquilo que se conhece conceitualmente como Rede Distribuída (conforme desenhada por Paul Baran para a estrutura de um projeto que se tornaria mais tarde a Internet).
E este foi, sem dúvida, o fator fundamental na topologia da rede Gabeira43.ning.com: como participante conversei com todo mundo livremente, escrevi textos para o blog, criei fóruns de discussão, coloquei fotos e vídeos, recebi e enviei mensagens, convidei pessoas e fui convidado, formei amigos, etc. E acredito que todos, em maior ou menor grau (sim, há limitações técnicas), atuaram também com essa liberdade. Todas as opiniões, mesmo as mais delirantes, eram expressadas livremente. É lógico que havia uma direção, um foco mínimo para a comunicação, impedindo deste modo que o ruído (para usar um termo da teoria da comunicação), a estática, fosse muito alta. É lógico também que não existem redes sem pessoas e elas se agregam por uma CAUSA.
Então qual é a grande mudança? Me parece que ela está bastante clara: a possibilidade de todos os cidadãos ouvirem e serem ouvidos e poderem congregar em torno de suas vozes as mais variadas e múltiplas maneiras e formas de ação e atuação. Sem que ninguém tenha que falar por elas.
Há portanto (ao se universalizar o acesso a internet, uma questão estratégica, doravante), uma atenuação da necessidade da representação enquanto forma de levar a algum lugar algumas demandas. Estamos falando portanto (com todo o cuidado que isso requer) de uma diminuição da democracia representativa em direção a algumas formas de democracia participativa mais direta.
E ainda mais: Para além de todas as vantagens de se ter informacão, em grande volume, circulando livremente, a Rede Social permitirá que várias ações aconteçam, bastando para isso que haja interessados o suficiente naquela ação (e de novo, com todo o cuidado que isso requer). O surgimento do MPD – Movimento pró-Democracia foi um exemplo disso.
Parece que uma nova forma de fazer política na cidade do Rio de Janeiro está se configurando (no bojo da disseminação da internet) quando se percebe que as pessoas se sentem melhor e mais entusiasmadas participando daquilo que lhes agrada, no âmbito de suas relações geográficas (ou não), em torno de suas questões, ou onde podem contribuir melhor com sua experiência.
Estamos falando portanto de que “pequenas causas” podem ter um poder de agregação tão forte quanto os grandes temas políticos. As Redes Sociais nos permitem perceber que há variadas formas possíveis de atuação e todas elas podem conviver. Se você não tem como contribuir nas questões do lixo urbano, pode pensar nas questões da dengue, mas se você tem contribuições em outras áreas, deve ter em mente que elas são importantes na mesma e igual medida, pois como disse Gabeira, todas as caras são bem-vindas pois “expressam uma incrível diversidade e apontam para uma unidade que não se destrói: a cara do ser humano.”
Deputados aprovam a PEC da Juventude em segundo turno
O Plenário aprovou, nesta quarta-feira (12/11), em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição 138/03, do deputado Sandes Júnior (PP-GO), que acrescenta o jovem entre aqueles aos quais a Constituição assegura prioridade em direitos como saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização e cultura. A proposta deve ser votada ainda pelo Senado.
A PEC foi aprovada com o voto de 382 deputados na forma do substitutivo da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), relatora na comissão especial. "Temos a maior geração jovem de todos os tempos a exigir políticas específicas, inclusivas e diferenciadas. O Brasil é responsável por cerca de 50% dos jovens da América Latina e 80% do Cone Sul", afirmou. A faixa etária considerada na definição de jovem pela comissão especial é dos 15 aos 29 anos.
Ela lamentou que a Constituição não tenha ainda um artigo sequer destinado especificamente à juventude, embora o País já conte com uma Secretaria Nacional da juventude e um Conselho Nacional da juventude.
Prioridade - A criança e o adolescente já constam como prioridade na garantia desses direitos, considerados um dever da família, da sociedade e do Estado, que devem ainda protegê-los da negligência, da discriminação, da exploração, da violência, da crueldade e da opressão.
O jovem é incluído também em dispositivos que tratam da obrigação do Estado de promover programas de assistência integral à saúde e outros destinados a pessoas portadoras de deficiência desse grupo.
Destaques - O texto aprovado no segundo turno exclui alguns pontos, considerados pelos partidos como assuntos a serem tratados pela legislação infraconstitucional.
Um deles é a exclusão da prioridade dada às crianças, aos adolescentes e aos jovens portadores do vírus HIV em programas de prevenção e atendimento especializado dessa doença.
Os deputados também retiraram do texto a proposta de criação de unidades de referência juvenil, com pessoal especializado em jovens, além da implantação de políticas públicas específicas (formação profissional e acesso ao primeiro emprego).
Fonte: site da Câmara
Estatuto da juventude - Normas legais a serem feitas depois da promulgação da futura emenda deverão prever um estatuto da juventude, para regular os direitos, e um plano nacional da juventude, de periodicidade decenal, para articular as esferas do poder público na execução de políticas públicas.
A PEC foi aprovada com o voto de 382 deputados na forma do substitutivo da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), relatora na comissão especial. "Temos a maior geração jovem de todos os tempos a exigir políticas específicas, inclusivas e diferenciadas. O Brasil é responsável por cerca de 50% dos jovens da América Latina e 80% do Cone Sul", afirmou. A faixa etária considerada na definição de jovem pela comissão especial é dos 15 aos 29 anos.
Ela lamentou que a Constituição não tenha ainda um artigo sequer destinado especificamente à juventude, embora o País já conte com uma Secretaria Nacional da juventude e um Conselho Nacional da juventude.
Prioridade - A criança e o adolescente já constam como prioridade na garantia desses direitos, considerados um dever da família, da sociedade e do Estado, que devem ainda protegê-los da negligência, da discriminação, da exploração, da violência, da crueldade e da opressão.
O jovem é incluído também em dispositivos que tratam da obrigação do Estado de promover programas de assistência integral à saúde e outros destinados a pessoas portadoras de deficiência desse grupo.
Destaques - O texto aprovado no segundo turno exclui alguns pontos, considerados pelos partidos como assuntos a serem tratados pela legislação infraconstitucional.
Um deles é a exclusão da prioridade dada às crianças, aos adolescentes e aos jovens portadores do vírus HIV em programas de prevenção e atendimento especializado dessa doença.
Os deputados também retiraram do texto a proposta de criação de unidades de referência juvenil, com pessoal especializado em jovens, além da implantação de políticas públicas específicas (formação profissional e acesso ao primeiro emprego).
Fonte: site da Câmara
Estatuto da juventude - Normas legais a serem feitas depois da promulgação da futura emenda deverão prever um estatuto da juventude, para regular os direitos, e um plano nacional da juventude, de periodicidade decenal, para articular as esferas do poder público na execução de políticas públicas.
SIM, EU POSSO!
Cuba sempre foi exemplo de solidariedade. A ajuda humanitária que presta a outros países nas áreas de saúde, educação, programas de cooperação energética e esporte, segue a linha do herói cubano Jose Martí: Pátria é Humanidade. E que Pátria mais humana tem sido Cuba!
Entre tantas ações humanitárias cabe destacar o método cubano de alfabetização de jovens e adultos "Yo sí, puedo!" (Sim, eu posso!), elaborado pelo Instituto Pedagógico Latino-americano y Caribeño (Iplac), de Cuba, com a finalidade de erradicar o analfabetismo da América Latina e que ganhou da UNESCO, em 2002, 2003 e 2006, o prêmio Rey Sejong. Esse prêmio foi instituído pela UNESCO em 1989 em prol da erradicação do analfabetismo no mundo.
O prêmio foi entregue a Cuba pelo "seu esforço em fazer progredir as possibilidades individuais das pessoas e o potencial da sociedade graças a método de ensino inovador utilizado com êxito em mais de 15 países, entre eles Equador e Venezuela".
O método lançado em 2002, no Haiti, está disponível em português, inglês, francês e espanhol e é adaptado às características sociais, culturais e lingüísticas de cada país, com base num estudo local da realidade social, econômica e cultural.
A proposta metodológica do Sim, eu posso! é constituída de encontros presenciais, em que o processo de ensino-aprendizagem é mediado pela utilização de tecnologias, como aparelhos de TV e vídeo. São 17 fitas, com 65 vídeo-aulas de 30 minutos cada que totalizam 32,5 horas de gravação. Em média são necessários 3 meses para o processo de alfabetização.
No caso do Brasil, todas as 65 vídeo-aulas (disponíveis em VHS e DVD) foram gravadas em português com atores brasileiros, entre eles Chico Diaz, o Átila, da novela A Favorita.
A aprendizagem ocorre pela correspondência entre números e letras, e acontece em três fases: exercícios de coordenação motora, ensino de leitura-escrita e consolidação. Também são utilizados vídeos metodológicos que orientam os monitores, sempre presentes, a conduzir o encontro para que os alfabetizandos aprendam com mais facilidade.
O método é baseado no amplo conhecimento prévio que as pessoas têm dos números, apesar de não saberem ler. A ligação entre número e letra constitui-se em elemento motivador e facilitador da aprendizagem em um curto espaço de tempo.
Outro facilitador do aprendizado é a utilização da multimídia, um eficaz recurso para garantir a percepção e o acúmulo de conhecimento. Isso porque os recursos multimídia estimulam mais sentidos que as simples mídias. A partir do momento em que a pessoa é estimulada em mais de um sentido, a capacidade de processamento e armazenamento das informações aumentam consideravelmente.
Paulo Freire, ao trabalhar materiais audiovisuais como slides, gravuras, foi um dos pioneiros na utilização da linguagem multimídia na alfabetização de adultos. A proposta pedagógica de Paulo Freire, segundo a qual o alfabetizando deve conhecer o texto e o contexto, em um processo dialético, manifesta-se no Sim, eu posso!.
Para os/as alfabetizandos/as, o método cubano é como uma telenovela, que os estimula a assistirem às aulas e retornarem no dia seguinte para assistirem ao "próximo capítulo".
Por ser uma eficaz, rápida e atrativa ferramenta para a alfabetização de jovens e adultos, o Sim, eu posso! está contribuindo, em diversos países, para alcançar, até 2015, uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos.
Esse é um dos seis objetivos do chamado "Compromisso de Dacar", fruto do Fórum de Educação para Todos, realizado em Dacar, Senegal, em 2000, com a participação de 164 países, entre eles o Brasil.
A Venezuela é um bom exemplo da eficácia do método, graças à utilização do Sim, eu posso! e ao esforço do Presidente Chavez e sua equipe, o país atingiu a meta da agenda de Educação para Todos (EPT), relativa à alfabetização de adultos, com 10 anos de antecedência.
Em 2003, a Venezuela tinha 1,5 milhões de analfabetos, em 28 de outubro de 2005, Nicolas Maduro, então Presidente do Congresso, na presença da representante da Unesco, María Luisa Jáuregui, assinou um Ato Congressional, declarando o país Território Livre de Analfabetismo.
Segundo o Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos 2008, publicado anualmente pela UNESCO, há no mundo 774 milhões de adultos analfabetos, três quartos desses analfabetos concentram-se em 15 países, entre eles o Brasil.
Ainda conforme o Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos 2008, as projeções das taxas de alfabetização de adultos, apesar de não serem elaboradas com dados muito atuais (os dados para a projeção 2015 da taxa de alfabetização do Brasil são relativos a 2004 e, no caso da Venezuela, ao Censo de 2001), colocam o Brasil no grupo de países em risco de não alcançar, até 2015, o objetivo 4 – alfabetização de adultos.
Conforme a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios – PNAD, o país permanecia, em 2007, com uma taxa de analfabetismo de jovens e adultos de dois dígitos – 10%. A redução em relação a 2006 foi de apenas 0,4%.
O PNAD também ressalta as desigualdades regionais. No Nordeste a taxa de analfabetismo é o dobro da média nacional, enquanto na Região Sul cai para 5,4%.
Além das desigualdades regionais existe uma distância enorme entre o meio urbano e rural e entre a população em geral e determinados segmentos sociais.
No caso específico dos pescadores/as artesanais, conforme dados do Sistema de Acompanhamento Estatístico-Gerencial do Seguro Desemprego/MTE, a taxa de analfabetismo chega a 42,96%.
O Brasil tem um grande desafio pela frente e sem dúvida a utilização do Sim, eu posso! pode contribuir muito para a redução das taxas de analfabetismo entre jovens e adultos, principalmente entre segmentos como o de pescadores, onde o método pode ser aplicado durante o período de defeso, que dura em média 4 meses, ajudando assim a reduzir a taxa de analfabetismo entre a categoria.
Iran Barbosa é deputado federal (PT-SE), titular da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal e professor
Entre tantas ações humanitárias cabe destacar o método cubano de alfabetização de jovens e adultos "Yo sí, puedo!" (Sim, eu posso!), elaborado pelo Instituto Pedagógico Latino-americano y Caribeño (Iplac), de Cuba, com a finalidade de erradicar o analfabetismo da América Latina e que ganhou da UNESCO, em 2002, 2003 e 2006, o prêmio Rey Sejong. Esse prêmio foi instituído pela UNESCO em 1989 em prol da erradicação do analfabetismo no mundo.
O prêmio foi entregue a Cuba pelo "seu esforço em fazer progredir as possibilidades individuais das pessoas e o potencial da sociedade graças a método de ensino inovador utilizado com êxito em mais de 15 países, entre eles Equador e Venezuela".
O método lançado em 2002, no Haiti, está disponível em português, inglês, francês e espanhol e é adaptado às características sociais, culturais e lingüísticas de cada país, com base num estudo local da realidade social, econômica e cultural.
A proposta metodológica do Sim, eu posso! é constituída de encontros presenciais, em que o processo de ensino-aprendizagem é mediado pela utilização de tecnologias, como aparelhos de TV e vídeo. São 17 fitas, com 65 vídeo-aulas de 30 minutos cada que totalizam 32,5 horas de gravação. Em média são necessários 3 meses para o processo de alfabetização.
No caso do Brasil, todas as 65 vídeo-aulas (disponíveis em VHS e DVD) foram gravadas em português com atores brasileiros, entre eles Chico Diaz, o Átila, da novela A Favorita.
A aprendizagem ocorre pela correspondência entre números e letras, e acontece em três fases: exercícios de coordenação motora, ensino de leitura-escrita e consolidação. Também são utilizados vídeos metodológicos que orientam os monitores, sempre presentes, a conduzir o encontro para que os alfabetizandos aprendam com mais facilidade.
O método é baseado no amplo conhecimento prévio que as pessoas têm dos números, apesar de não saberem ler. A ligação entre número e letra constitui-se em elemento motivador e facilitador da aprendizagem em um curto espaço de tempo.
Outro facilitador do aprendizado é a utilização da multimídia, um eficaz recurso para garantir a percepção e o acúmulo de conhecimento. Isso porque os recursos multimídia estimulam mais sentidos que as simples mídias. A partir do momento em que a pessoa é estimulada em mais de um sentido, a capacidade de processamento e armazenamento das informações aumentam consideravelmente.
Paulo Freire, ao trabalhar materiais audiovisuais como slides, gravuras, foi um dos pioneiros na utilização da linguagem multimídia na alfabetização de adultos. A proposta pedagógica de Paulo Freire, segundo a qual o alfabetizando deve conhecer o texto e o contexto, em um processo dialético, manifesta-se no Sim, eu posso!.
Para os/as alfabetizandos/as, o método cubano é como uma telenovela, que os estimula a assistirem às aulas e retornarem no dia seguinte para assistirem ao "próximo capítulo".
Por ser uma eficaz, rápida e atrativa ferramenta para a alfabetização de jovens e adultos, o Sim, eu posso! está contribuindo, em diversos países, para alcançar, até 2015, uma melhoria de 50% nos níveis de alfabetização de adultos.
Esse é um dos seis objetivos do chamado "Compromisso de Dacar", fruto do Fórum de Educação para Todos, realizado em Dacar, Senegal, em 2000, com a participação de 164 países, entre eles o Brasil.
A Venezuela é um bom exemplo da eficácia do método, graças à utilização do Sim, eu posso! e ao esforço do Presidente Chavez e sua equipe, o país atingiu a meta da agenda de Educação para Todos (EPT), relativa à alfabetização de adultos, com 10 anos de antecedência.
Em 2003, a Venezuela tinha 1,5 milhões de analfabetos, em 28 de outubro de 2005, Nicolas Maduro, então Presidente do Congresso, na presença da representante da Unesco, María Luisa Jáuregui, assinou um Ato Congressional, declarando o país Território Livre de Analfabetismo.
Segundo o Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos 2008, publicado anualmente pela UNESCO, há no mundo 774 milhões de adultos analfabetos, três quartos desses analfabetos concentram-se em 15 países, entre eles o Brasil.
Ainda conforme o Relatório de Monitoramento Global Educação para Todos 2008, as projeções das taxas de alfabetização de adultos, apesar de não serem elaboradas com dados muito atuais (os dados para a projeção 2015 da taxa de alfabetização do Brasil são relativos a 2004 e, no caso da Venezuela, ao Censo de 2001), colocam o Brasil no grupo de países em risco de não alcançar, até 2015, o objetivo 4 – alfabetização de adultos.
Conforme a última Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios – PNAD, o país permanecia, em 2007, com uma taxa de analfabetismo de jovens e adultos de dois dígitos – 10%. A redução em relação a 2006 foi de apenas 0,4%.
O PNAD também ressalta as desigualdades regionais. No Nordeste a taxa de analfabetismo é o dobro da média nacional, enquanto na Região Sul cai para 5,4%.
Além das desigualdades regionais existe uma distância enorme entre o meio urbano e rural e entre a população em geral e determinados segmentos sociais.
No caso específico dos pescadores/as artesanais, conforme dados do Sistema de Acompanhamento Estatístico-Gerencial do Seguro Desemprego/MTE, a taxa de analfabetismo chega a 42,96%.
O Brasil tem um grande desafio pela frente e sem dúvida a utilização do Sim, eu posso! pode contribuir muito para a redução das taxas de analfabetismo entre jovens e adultos, principalmente entre segmentos como o de pescadores, onde o método pode ser aplicado durante o período de defeso, que dura em média 4 meses, ajudando assim a reduzir a taxa de analfabetismo entre a categoria.
Iran Barbosa é deputado federal (PT-SE), titular da Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal e professor
Reencontro mensal de DANÇAS CIRCULARES
Olá, amigos do grande círculo!
Mais uma vez, entro em contato com vocês para lembrá-los do nosso próximo Reencontro mensal de DANÇAS CIRCULARES, dia 23 deste, domingo, às 14h30min. Desta vez, porém, o reencontro será realizado no espaço Gonzagão, no Augusto Franco!
Quem puder levar água, suco, frutas, viria bem a calhar... Fiquem à vontade. O essencial,como sempre, é que não esqueçamos de levar uma boa porção de paz, boa energia, amor, harmonia, alegria e entusiasmo vivificante...
Contamos com você!!!
Um abraço a todos!
P.S.: Deixo mais uma vez alguns links interessantes.
Para quem já tem Orkut (ou pretende ter), a nossa amiga do Círculo -- Thaty -- criou uma comunidade de Danças Circulares lá. Seria muito bom participarmos desse espaço, pois teríamos um novo instrumento para nos comunicarmos, ficar sabendo da agenda, ver fotos, artigos, etc!
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=72192989
http://www.overmundo.com.br/overblog/bailando-com-as-estrelas
http://acaoculturalse.blogspot.com
"O homem não teceu a teia da vida, ele é meramente um fio nela. Tudo o que ele faz à teia, ele faz a si mesmo."
-- Chief Seattle's letter
"Brincar é condição fundamental para ser sério."
-- Arquimedes
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Obama e a Blogosfera
Fonte: lista de e-mails 3setor
Oi,
Um abraço,
Carlos R. S. Moreira ( Beto )
Caros, segue texto publicado no Mais! da Folha de São Paulo. abraços
Folha de São Paulo, domingo, 9 de novembro de 2008
FAZENDO A MÍDIA
USO RADICAL DA BLOGOSFERA FEZ DESTA ELEIÇÃO A 1ª A PÔR EM CRISE A
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
____________ _________ _________ __
EUCLIDES SANTOS MENDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os meios de comunicação deram à campanha norte-americana atenção e
espaço poucas vezes vistos numa disputa eleitoral. Mas, para a
professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro Ivana Bentes, a mídia não "elegeu" o democrata Barack Obama.
"Mesmo seduzida por ele, a mídia não tem fidelidade a nenhum
candidato", diz na entrevista abaixo.
FOLHA - Por que a crise financeira e a eleição presidencial nos EUA
monopolizaram a mídia mundial por várias semanas, mesmo havendo hoje
um acesso inédito a múltiplos meios de informação?
IVANA BENTES - Os dois "fenômenos" andam juntos. A eleição de Obama e
a crise financeira apontam para um cenário de co-dependência global em
que as crises, celebrações e lutas explodem as fronteiras nacionais e
trazem o vislumbre do que poderia ser, potencialmente, uma mídia e uma
democracia globais e também um "presidente das multidões". A eleição
do primeiro presidente negro dos EUA foi uma resposta ao Estado
militarizado de Bush e ao terrorismo econômico dos mercados
financeiros. Só que a mídia não politiza a crise financeira,
apresentada na TV como se fosse uma "catástrofe natural". A "resposta
Obama", de uma mudança possível, seduz eleitores, a mídia e o
imaginário global diante desse terrorismo de Estado e de mercado.
FOLHA - Até que ponto os meios de comunicação contribuíram para
alavancar a imagem do candidato democrata?
BENTES - Não foi a mídia que elegeu Obama, mas, sem dúvida, a sua
biografia e a postura "cool", de um afro-americano que, nos discursos
de campanha, saudou negros e brancos, gays e héteros, hispânicos,
africanos, as mulheres etc. Ao mesmo tempo, a mídia e o próprio Obama
apelaram para a imagem do "pós-negro", para um multiculturalismo
esvaziado de conflitos. É claro que isso seduz, simbolicamente, num
país tão atravessado por clivagens raciais e com uma política tão dura
contra os "outros". Mas ninguém foi "manipulado" pela mídia. Mesmo
esse multiculturalismo soft, diante da era de intolerância e racismo
do governo Bush, tem um poder simbólico grande. Mas, mesmo "seduzida"
pela novidade, a mídia não tem "fidelidade" a nenhum candidato. Basta
ver o exemplo brasileiro. Lula começou o primeiro mandato na bancada
do "Jornal Nacional", com telebiografia celebratória de sua
trajetória, tão fabulosa quanto a de Obama, e, quatro anos depois,
quase foi destituído na crise político-midiá tica, antes da reeleição.
FOLHA - As novas mídias, sobretudo a web, tiveram papel central na
campanha. Após esta eleição, o que muda na relação da mídia
tradicional (jornal, TV, rádio) e das novas mídias com a política?BENTES - Os eleitores de Obama mobilizaram a blogosfera. O candidato
teve recorde de doações pela internet para sua campanha, sendo
financiado pelos próprios eleitores, fato inédito. Respondeu a
acusações postando vídeos no YouTube, disseminando imagens no Flickr,
mensagens diretas para os celulares dos eleitores e mensagens
instantâneas no Twitter, seguidas por milhões na rede. A possibilidade
de uma "democracia participativa" (apesar do caráter representativo e
indireto do sistema de votação nos EUA) surge nessa forma potencial de
uso das redes sociais, de relacionamento e compartilhamento. Por meio
delas, o eleitor constrói a informação, intervém nos discursos, reage
contra a mídia tradicional, repercute, interage e se mobiliza numa
forma de ativismo que coloca em xeque a centralidade da mídia
tradicional e da democracia representativa. TVs e jornais tiveram que
se associar à internet, ao YouTube, fazer debates on-line com a
participação dos internautas. Um dos primeiros fatos midiáticos na
campanha de Obama surgiu quando uma eleitora escreveu o nome do
candidato no traseiro, criou um jingle divertido e postou esse vídeo
de "agitprop" no YouTube, obtendo milhões de cliques de atenção na
mídia global. Num só ato, sublinhou a caretice do marketing político
tradicional e apontou para uma questão decisiva: cultura política
descentralizada, heterogênea e novas formas de ativismo.
FOLHA - Obama seria o "Príncipe Eletrônico" (conceito pautado na
relação entre política e mídia) preconizado pelo sociólogo Octavio
Ianni?
BENTES - Obama me parece estar num lugar de passagem, em que está em
jogo a crise da democracia representativa, a emergência de uma
democracia participativa, a descrença no mercado financeiro, a crise
do Estado-nação, dos nacionalismos e "soberanismos" , a emergência de
uma democracia global. No que nos diz respeito, ele é o
devir-periférico do mundo.
Oi,
Um abraço,
Carlos R. S. Moreira ( Beto )
Caros, segue texto publicado no Mais! da Folha de São Paulo. abraços
Folha de São Paulo, domingo, 9 de novembro de 2008
FAZENDO A MÍDIA
USO RADICAL DA BLOGOSFERA FEZ DESTA ELEIÇÃO A 1ª A PÔR EM CRISE A
DEMOCRACIA REPRESENTATIVA
____________ _________ _________ __
EUCLIDES SANTOS MENDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os meios de comunicação deram à campanha norte-americana atenção e
espaço poucas vezes vistos numa disputa eleitoral. Mas, para a
professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro Ivana Bentes, a mídia não "elegeu" o democrata Barack Obama.
"Mesmo seduzida por ele, a mídia não tem fidelidade a nenhum
candidato", diz na entrevista abaixo.
FOLHA - Por que a crise financeira e a eleição presidencial nos EUA
monopolizaram a mídia mundial por várias semanas, mesmo havendo hoje
um acesso inédito a múltiplos meios de informação?
IVANA BENTES - Os dois "fenômenos" andam juntos. A eleição de Obama e
a crise financeira apontam para um cenário de co-dependência global em
que as crises, celebrações e lutas explodem as fronteiras nacionais e
trazem o vislumbre do que poderia ser, potencialmente, uma mídia e uma
democracia globais e também um "presidente das multidões". A eleição
do primeiro presidente negro dos EUA foi uma resposta ao Estado
militarizado de Bush e ao terrorismo econômico dos mercados
financeiros. Só que a mídia não politiza a crise financeira,
apresentada na TV como se fosse uma "catástrofe natural". A "resposta
Obama", de uma mudança possível, seduz eleitores, a mídia e o
imaginário global diante desse terrorismo de Estado e de mercado.
FOLHA - Até que ponto os meios de comunicação contribuíram para
alavancar a imagem do candidato democrata?
BENTES - Não foi a mídia que elegeu Obama, mas, sem dúvida, a sua
biografia e a postura "cool", de um afro-americano que, nos discursos
de campanha, saudou negros e brancos, gays e héteros, hispânicos,
africanos, as mulheres etc. Ao mesmo tempo, a mídia e o próprio Obama
apelaram para a imagem do "pós-negro", para um multiculturalismo
esvaziado de conflitos. É claro que isso seduz, simbolicamente, num
país tão atravessado por clivagens raciais e com uma política tão dura
contra os "outros". Mas ninguém foi "manipulado" pela mídia. Mesmo
esse multiculturalismo soft, diante da era de intolerância e racismo
do governo Bush, tem um poder simbólico grande. Mas, mesmo "seduzida"
pela novidade, a mídia não tem "fidelidade" a nenhum candidato. Basta
ver o exemplo brasileiro. Lula começou o primeiro mandato na bancada
do "Jornal Nacional", com telebiografia celebratória de sua
trajetória, tão fabulosa quanto a de Obama, e, quatro anos depois,
quase foi destituído na crise político-midiá tica, antes da reeleição.
FOLHA - As novas mídias, sobretudo a web, tiveram papel central na
campanha. Após esta eleição, o que muda na relação da mídia
tradicional (jornal, TV, rádio) e das novas mídias com a política?BENTES - Os eleitores de Obama mobilizaram a blogosfera. O candidato
teve recorde de doações pela internet para sua campanha, sendo
financiado pelos próprios eleitores, fato inédito. Respondeu a
acusações postando vídeos no YouTube, disseminando imagens no Flickr,
mensagens diretas para os celulares dos eleitores e mensagens
instantâneas no Twitter, seguidas por milhões na rede. A possibilidade
de uma "democracia participativa" (apesar do caráter representativo e
indireto do sistema de votação nos EUA) surge nessa forma potencial de
uso das redes sociais, de relacionamento e compartilhamento. Por meio
delas, o eleitor constrói a informação, intervém nos discursos, reage
contra a mídia tradicional, repercute, interage e se mobiliza numa
forma de ativismo que coloca em xeque a centralidade da mídia
tradicional e da democracia representativa. TVs e jornais tiveram que
se associar à internet, ao YouTube, fazer debates on-line com a
participação dos internautas. Um dos primeiros fatos midiáticos na
campanha de Obama surgiu quando uma eleitora escreveu o nome do
candidato no traseiro, criou um jingle divertido e postou esse vídeo
de "agitprop" no YouTube, obtendo milhões de cliques de atenção na
mídia global. Num só ato, sublinhou a caretice do marketing político
tradicional e apontou para uma questão decisiva: cultura política
descentralizada, heterogênea e novas formas de ativismo.
FOLHA - Obama seria o "Príncipe Eletrônico" (conceito pautado na
relação entre política e mídia) preconizado pelo sociólogo Octavio
Ianni?
BENTES - Obama me parece estar num lugar de passagem, em que está em
jogo a crise da democracia representativa, a emergência de uma
democracia participativa, a descrença no mercado financeiro, a crise
do Estado-nação, dos nacionalismos e "soberanismos" , a emergência de
uma democracia global. No que nos diz respeito, ele é o
devir-periférico do mundo.
Obama: a realização do sonho de Luther King
Texto: Leonardo Boff *
fonte: www.adital.com.br
A eleição do afro-americano Barack Hussein Obama para a presidência dos EUA realiza o sonho de Luther King Jr: "Tenho um sonho de que um dia as pessoas serão julgadas não pela cor de sua pele, mas pela força de seu caráter". Tudo parece indicar que se iniciou, na política, um tempo pós-racista, pois tanto os eleitores quanto o candidato não repararam a cor da pele, mas a pessoa e suas idéias.
Esta eleição sinaliza também o fim da era dos fundamentalismos: do mercado, iniciado por Tatcher e Reagan, responsável pela atual crise econômico-financeira. E do político-religioso que alimentou a concepção imperial e belicosa da política externa dos EUA. Bush e Reagan acreditavam no Armageddon e no destino-manifesto, quer dizer, na excepcionalidade conferida por Deus aos EUA com a missão de levar a todo o mundo os valores da sociedade americana de matriz capitalista e individualista. Isso era feito por todos os meios, inclusive com conspirações, golpes de estado, articulados pela CIA e guerras "humanitárias". Essa idéia de missão explica a arrogância dos presidentes, bem expressa numa frase do candidato McCain: "Os EUA são o farol e o líder do mundo. Podemos agir como bem entendemos: afinal somos o único poder da Terra. Os inimigos de ontem e de hoje hão de temer o nosso porrete".
Bush criou o terrorismo de estado, constituindo-se no maior perigo para a humanidade. Não há de se admirar que tenha levado a uma ampla desmoralização do país, inclusive a um anti-americanismo generalizado no mundo.
Essa atitude parece ter sido superada com Obama. À estratégia da guerra e do intervencionismo, ele opõe a do diálogo aberto com todos, até com os talibãs. Enfatizou: "é preciso mais que tudo dialogar; a saída é uma ampla negociação e não apenas ataques aéreos e matança de civis". Ele está convencido de que os EUA não merecem ganhar a guerra contra o Iraque porque está assentada sobre uma mentira e por isso, é injustificável.
Porém, mais que tudo, ele soube captar o que estava latente na sociedade especialmente nos jovens: a necessidade de mudança. "Change" - mudança foi a grande palavra geradora. Suscitou esperança e auto-estima: "sim nós podemos". Atirou as atenções para o futuro e para as oportunidades novas que se estão desenhando e não para a continuidade do passado e do presente desolador. Com isso falou para a profundidade das pessoas e as mobilizou para dar um salto absolutamente inesperado e novo: eleger um negro, representante de uma tragédia humana que envergonha a história americana, de resto com páginas brilhantes de liberdade, de criatividade, de democracia, de ciência, de técnica e de artes que enobrecem cultura norte-americana. Obama deixou claro que a real força dos EUA não reside nas armas, mas nestes valores morais e no potencial de esperança que vige no povo.
A eleição de Obama parece possuir algo de providencial, como se fora um gesto da compaixão divina para com a humanidade. Vivemos tempos dramáticos com grandes crises: a ecológica, a climática, a alimentar, a energética e a econômica. O arsenal conceptual e pratico disponível não oferece condições para forjar uma saída libertadora. Precisamos de uma mudança, de um novo horizonte utópico, de coragem para inventar novos caminhos. Faz-se necessário uma figura carismática que inspire confiança, segurança e serenidade para enfrentar estes cataclismos e galvanizar as pessoas para um novo ensaio de convivência, um modo diferente de arquitetar a economia e de montar um tipo de globalização pluripolar que respeite as diferenças e possa incluir a todos em um mesmo destino, juntamente com a Casa Comum, a Terra.
Barack Obama preenche estas exigências de carisma. Se for realmente profunda, a esperança criará seu caminho por entre os escolhos e as ruínas da velha ordem.
* Teólogo
(Novas Tecnologias) Projetor de bolso leva filmes do iPod à parede mais próxima
Fonte: www.yahoo.com.br
Por Raphaela Maia
Foi lançado, nos Estados Unidos, um projetor de bolso. Com apenas 5x10,4x1,7 cm e pesando 120 g, o aparelho possui a aparência de um celular, mas é capaz de reproduzir vídeos como os projetores comuns.
Ao contrário das grandes máquinas, pesadas, caras e barulhentas, que existem no mercado, o Optoma Pico Projector, como é chamado, é o meio termo entre as exageradas telas de 100 polegadas, utilizadas em apresentações comuns com projetores, e os monitores de 2'' de um iPod, por exemplo, que nem sempre são eficientes para a reprodução de vídeos para grupos. O micro-projetor é silencioso e simples.
Segundo uma análise feita por David Pogue para o New York Times, há uma lâmpada LED (diodo emissor de luz) em uma das laterais e, dentro do aparelho, um microchip DLP (que gera o processamento digital de luz) da Texas Instruments. Esses dois componentes são responsáveis por uma imagem brilhante, límpida e viva, seja de fotos ou vídeos.
Cada recarga da bateria do Pico possui duração de até 90 minutos, quando os vídeos são reproduzidos com brilho mínimo ou vídeo sem som. O carregador incluso no pacote pode ser substituído por um computador comum, basta plugar o projetor em uma entrada USB, e uma bateria extra acompanha o produto.
O Pico produz nove lumens -- escala usada para medir o brilho --, comparado aos cerca de dois mil lumens de um projetor de mesa. Apesar de não ser muito, é suficiente para as distâncias e os tamanhos das telas menores.
A distância mínima entre a tela e o projetor é de 20 cm, e a máxima é de 2,6 metros, com a qual se consegue uma imagem com tamanho equivalente ao de uma tela de 65 polegadas. Para melhorar ainda mais a qualidade do vídeo, basta diminuir as luzes do ambiente ou usar uma tela reflexiva apropriada para sistemas de projeção.
Em contrapartida à incrível miniaturização do componente, o projetor não possui ajuste de paralelogramo - regulagem presente em projetores de mesa que permite compensar a imagem sempre que aponta para a tela em um ângulo não reto. A lâmpada possui duração de 20 mil horas, mas não é substituível. Além disso, a resolução do vídeo é de apenas 480x320 pixels.
Porém, a deficiência mais alarmante está no som: apesar de ter um alto-falante embutido, ele não consegue reproduzir com um mínimo de inteligibilidade o sinal sonoro do programa. É necessário usar fones de ouvido ou caixas de som plugadas à saída de áudio. Por fim, a reprodução está limitada a filmes e imagens, pois o projetor não exibe aplicativos do iPhone, por exemplo.
É possível conectar o Pico a diversos aparelhos graças à variedade de adaptadores que acompanham o projetor, como um cabo de vídeo composto especial que permite encaixar o gadget em DVD Players, videocassetes, videogames, câmeras digitais e filmadoras comuns. Além disso, existem adaptadores para telefones celulares, iPods e iPhones, e a Optoma já planeja produzir cabos para outros smartphones. Para completar o conjunto, um pequeno tripé pode ser adaptado ao gadget.
O micro-projetor tem previsão de estréia no mercado para o final de novembro e custará US$ 430, valor que corresponde à metade do preço de um projetor de mesa.
Um vídeo que mostra o funcionamento do Optoma Pico Projector pode ser assistido por meio do atalho http://tinyurl.com/5gwaqq.
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
PROGRAMAÇÃO NOVEMBRO 2008 - GONZAGÃO
Todos os dias, das 8 às 12h
Telecentro Gonzagão
Curso de informática básica com utilização de software livre.
Público alvo: estudantes de escolas públicas
Todas as terças, quintas e sábados, das 5 às 8h
Academia da Cidade no Gonzagão
Aberta a todas as faixas etárias
Parceria: PMA/Secretaria Municipal de Saúde
Dia 09, sexta, ás 18 horas
Show gospel com o cantor Elias Silva
Dia 23,domingo, das 14h30 às 17h
Roda de Danças Circulares
Parceria: Ong Ação Cultural
Dias 28, 29 e 30, sexta, sábado e domingo, das 8 às 22h
1ª Mostra Regional do Teatro do Oprimido, com a participação dos estados de Sergipe, Alagoas e Pernambuco.
Parceria: Centro Teatro do Oprimido
Dia 30, domingo, ás 20 horas
Show de Rock - Tornée da Banda ALMAH
Cultura por aí (RJ) Cultura é questão estratégica, diz Jandira
G1 - Alba Valéria Mendonça
Indicada pelo prefeito eleito Eduardo Paes (PMDB) para assumir a Secretaria de Cultura, a ex-deputada federal Jandira Feghali (PC do B) vai arcar também com a responsabilidade de cuidar do patrimônio artístico e cultural da cidade.
Como condições para ela fazer parte do secretariado, Paes prometeu um aumento significativo no orçamento da pasta.
"Não era minha expectativa participar do governo. A condição para eu aceitar (o convite para a Secretaria de Cultura) foi o incremento de recursos. A questão cultural é estratégica. Ela é uma das faces da prevenção contra a violência", disse Jandira em entrevista coletiva, na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em Botafogo, na Zona Sul, na tarde desta quinta-feira (6).
Vocação natural
Segundo Paes, o aumento do orçamento tem como objetivo aproveitar a vocação natural da cidade e fazer do Rio a capital cultural do país, com o aumento da atividade econômica. O prefeito eleito disse ainda que a Secretaria de Cultura vai assumir as questões de conservação do patrimônio da cidade, extinguindo assim a Secretaria Extraordinária de Patrimônio Cultural.
"Vamos ter dois vetores importantíssimos na cultura: o desenvolvimento econômico, ou seja, a cultura como fonte geradora de emprego, e como fator de inclusão e integração social. Inclusive com extensão da atividade escolar, principalmente em áreas carentes. Neste sentido, vou ser assessor da Jandira para viabilizar os projetos", disse o prefeito eleito.
Lapa incrementada
Entre os projetos prioritários da pasta, a nova secretária citou a revitalização da área portuária, que segundo ela, vai mudar a cara da cidade, e o projeto "Lapa legal", que pretende incrementar, ampliar e organizar este corredor cultural do Centro.
"O corredor vai passar a ir da Cinelândia ao Campo de Santana. É uma área com uma vida cultural noturna rica. Vamos estimular a implantação do pólo gastronômico e atividades culturais durante o dia. O projeto também prevê incentivos tributários, além de recuperação do sistema de esgoto e da ordem urbana", detalhou a nova secretária.
Parceria com outras áreas
Além de buscar a democratização da cultura, com a ampliação dos espaços comunitários, como as lonas culturais, Jandira disse que vai buscar parcerias com outras áreas, como eduação, ciência e tecnologia e saúde, para transformar os equipamentos municipais e integrá-los com a cultura.
"Por que um posto de saúde não pode ter uma biblioteca ou uma lan house? A cultura faz parte da cesta básica da cidadania", defendeu ela, que pretende criar espaços para atividades culturais na zonas Norte e Oeste da cidade, na região da Leopoldina e nas favelas.
Critérios das Apac serão revistos
Jandira disse também que vai rever os critérios das Áreas de Proteção Ambiental e Cultural (Apac). Inclusive, pretende rever as Apac já aprovadas. Segundo ela, em todos os bairros há problemas. Em alguns não existe Apac e em outros, em particular na Zona Sul, há prédios sem importância cultural, histórica ou arquitetônica, que estão tombados.
Para cuidar das Apac, ela quer montar uma equipe com urbanistas e arquitetos. E diz que já pretende se reunir com o atual secretário de Cultura, na próxima segunda-feira (10), no escritório de transição, no Planetário, na Gávea, na Zona Sul.
Entre os projetos da nova secretária também estão a criação da Casa do Hip Hop, na Lapa, no Centro e o Centro de Referência da Capoeira. E vai trazer de volta para a secretaria a Feira de Tradições Nordestinas (Feira de São Cristóvão).http://g1.globo.com/Noticias/Rio/0,,MUL852522-5606,00-CULTURA+E+QUESTAO+ESTRATEGICA+DIZ+JANDIRA.html
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
LAVAGEM DO CENTRO HISTORICO DE SÃO CRISTOVÃO
uma festa de todos
Trata-se de um evento que acontecerá dia 15/11/02 a partir das 09horas concentração na Praça da Bandeira.
Será o primeiro e pretendemos reunir os Blocos Carnavalescos e os Grupos Folclóricos para ir as ruas anunciar a chegada do CARNAVAL.
É um experimento que, acredito, ficará no calendário de eventos da 4ª cidade mais antiga do Brasil. A animação correrá por conta de cada Bloco e de uma Bandinha de frevo que colocaremos.
Com carros pipa, garis da prefeitura e os próprios moradores das ruas pelas quais passaremos, pretendemos deixar o centro histórico da 4ª cidade mais
antiga do Brasil mais limpo, mais cheirosa, criando um ar de “bons ventos virão”
Este é evento de todas as matizes, independente de raça, cor, religião, sexo
e, principalmente, tendência política.
O sucesso depende da sua colaboração.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
ARTE E EDUCAÇÃO POPULAR - CURSO DE VERÃO 2009
Mural do curso de verão 2001
Convite especialmente dirigido a estudantes e profissionais das áreas de educação, arte, psicologia, comunicação, serviço social, ciências sociais e para todos(as) aqueles (as) que independente da profissão, entende que não teremos um país mais justo e próspero enquanto a arte e a cultura não for considerada como prioridade, na agenda pública do desenvolvimento.
Entretanto, nos cabe uma tarega urgente, enquanto cidadãos envolvidos com esta questão no dia-a-dia: Precisamos nos tornar mais competentes para produzir arte com qualidade em termos estéticos e éticos e que possibilite atrair/seduzir/fixar a atenção de muita gente que estão aprisionadas pelo brilho, apelos pornográficos e pornofônicos, cores, movimentos etc.. da cultura de massa.
Um espaço para trocarmos idéias com gente que pensa desta maneira, é o curso de verão 2009. Já foi dito que até é simples, mas não é fácil.
Leia mais em:
http://www.overmundo.com.br/agenda/curso-de-verao-2009-arte-e-educacao-popular
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