segunda-feira, 14 de abril de 2008

Arte pela paz




fonte: blog do Jornal Nacional
Há 13 anos, uma trupe de artistas de vários países percorre a América Latina para divulgar uma mensagem de paz e preservação da natureza. Os repórteres Marcone Prysthon e Beatriz Castro acompanharam a chegada do grupo a Pernambuco.
Nos posts abaixo, confira entrevistas com integrantes da Caravana Arco-Íris pela paz e fotos do projeto. Também participaram da produção desta reportagem: Charles Tricot (edição de texto), Alexandre Cavalcanti (edição de imagens) e Givaldo Soares (auxiliar técnico).

Vida itinerante
A maioria dos ambientalistas é jovem, mas já completou a maioridade. No meio de sotaques de vários continentes, encontramos as irmãs Carol, de 16 anos, e Sofia, de 14. Elas são filhas de Verônica, a companheira de Alberto e uma das coordenadoras da Caravana.

As meninas já estão na estrada há quatro anos e tiveram que se adaptar para levar uma vida de adolescente. Sofia é plugada na internet, tem muitos amigos virtuais e não dispensa um bate-papo. Carol vai fazer as provas do segundo ano do ensino médio. Elas buscam o conteúdo do período letivo nas escolas dos lugares onde passam, estudam nos ônibus-acampamentos e fazem os testes nos colégios formais pra seguir os estudos.

A única queixa das meninas é ter pouca gente da idade delas na caravana e os namoros sempre rápidos que surgem entre uma parada e outra.

Beatriz Castro

Um cidadão planetário
Ele já foi chamado de nômade, cigano, andarilho. O mexicano Alberto Ruz, de 62, prefere ser definido como ‘um cidadão planetário’. Formado em economia e ciências políticas, ele escolheu viver correndo o mundo.

O líder da Caravana Arco-Íris pela paz, há 13 anos pegou a estrada para percorrer a América Latina com uma missão: pregar a mensagem de paz e de preservação da natureza. Alberto acredita que a violência contra o planeta pode levar à destruição.

A caravana é uma escola viva. Os cidadãos planetários (20 pessoas, de 10 países) praticam o que pregam. Eles acampam em Pernambuco durante os meses de abril e maio e nos dois dias em que visitamos o grupo, pudemos ver que o esforço de todos em conquistar a simplicidade: viver com o necessário, não produzir resíduos, tirar da natureza mais do que é preciso.

As tarefas domésticas são dividas, os ensaios são exaustivos. Eles usam a arte como passaporte para entrar nas mais diferentes comunidades. Foi assim que conseguiram fazer a alegria dos moradores do Coque, um dos bairros mais violentos do Recife, onde opções de lazer são raras, diante do risco de se pisar lá. Os ambientalistas têm várias habilidades: são malabaristas, acrobatas, atores, dominam as artes circences.

Eles também carregam uma grande lona que é armada para públicos maiores. A troca cultural com as comunidades locais e a realização de oficinas ensinando reciclagem, compostagem, recuperação de áreas degradadas, construção de mandalas, de hortas orgânicas e inúmeras tecnologias alternativas para poupar a natureza, fazem parte do repertório dos cidadãos planetários.

Por onde passam, os artistas mambembes conseguem mostrar que um outro tipo de vida é possível e com um jeito criativo, alegre, simples.

Na lista de espera, 40 voluntários aguardam a chance de viajar com os ambientalistas. Eles são requisitados de acordo com a necessidade do grupo e as habilidades de cada um. A caravana consegue mostrar que para mudar o mundo é preciso, antes, mudar a si mesmo.

Veja a reportagem que o Jornal Nacional produziu e que foi ao ar e mais fotos e reportagem inédita:
http://jornalnacional.globo.com/Jornalismo/JN/0,,15124,00.html

Leia também:

http://www.overmundo.com.br/overblog/a-caravana-arcoiris-espalhando-alegria-e-paz
Em 13 de junho de 2007 quando fui empossado como diretor do Gonzagão, foi realizado uma inesquecivel cerimônia inter-religiosa aproximando elementos cristãos e amerindios, sob a coordenação do Padre José Soares e da Verônica Sacta da Caravana Arcoiris.
No final do mês de agosto a Caravana Arcoiris passou a se hospedar no Gonzagão e coordenou oficinas de circo, dança para adolescentes, rodas abertas de diálogo, exibição de filmes, participou de reuniões do Consórcio Cultural, circulos holistico, ofereceu suporte logistico nas áreas de equipamentos audiovisual e transporte.
Tudo isso até meados de fevereiro de 2008. Quando a maioria dos seus integrantes se despedem rumo a Recife, deixando o casal Iris e Colores que continua conosco, prosseguindo a oficina de circo, que agora conta também a parceria da ong Secirco e dando inicio a oficina de dança-yoga.
Esta última para nossa alegria e surpresa em menos de um mês, tendo inico em fevereiro de 2008, superou a meta prevista de 30 participantes inscritos e assiduos.


TRECHOS DO RELATÓRIO GERAL DE ATIVIDADES, NOS PARÁGRAFOS QUE SE REFEREM A CONTRIBUIÇÃO DA CARAVANA ARCOIRIS PARA O SUCESSO DA REVITALIZAÇÃO DO GONZAGÃO NO ANO DE 2007.
(...)A partir da chegada da Caravana Arcoiris em setembro, que já tinha participado em junho da posse do diretor do Gonzagão, através da participação em um ritual religioso de tradição indígena, foi iniciada a oficina de circo a partir do termo de parceria assinado com a Secretaria de Estado da Cultura. Com isso podemos iniciar efetivamente as atividades com oficinas culturais e INAUGURAR UMA NOVA TRADIÇÃO QUE TORNA O GONZAGÃO ESPAÇO DE REFERENCIA NA ÁREA DA ARTE CIRCENSE EM NOSSO ESTADO pelo envolvimento de aproximadamente 50 beneficiários (crianças, adolescentes e jovens) residentes na região e em outros bairros, com preponderância no caso dos jovens, para estudantes da UFS e da UNIT.

Durante aproximadamente 45 dias a Caravana Arcoiris também promoveu uma oficina com dança que reuniu um grupo de 15 adolescentes residentes no conjunto A. Franco.

O diferencial foi o compartilhamento dos referenciais da cultura de massa que as meninas e meninos traziam e o conhecimento da oficineira/educadora da Caravana que apresentou os movimentos coreográficos ligados a dança contemporânea, ao afro peruano e a dança do ventre.

O produto final desta oficina foi um espetáculo muito bonito, com seqüência em forma de colagem, dos vários ritmos e estilos praticados na oficina(...).


“Como foi bom e bonito poder ter realizado a parceria com a Caravana Arcoiris. Sem eles(as) a sensação que ficaria é de que o ciclo de revitalização do Gonzagão em 2007 não estaria concluído e a sensação de falta, de algo incompleto, inconcluso, ainda por fazer, seria péssimo.”

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