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quinta-feira, 2 de setembro de 2010
3ª Mostra Brasil apresenta a juventude de todas as cores no Teatro Carlos Gomes
Rio, 02 de Setembro de 2010
A 3ª Mostra Brasil Juventude Transformando com Arte encerrou com chave de ouro com um espetáculo repleto de mistura de linguagens, que envolveu dança, música, circo e poesia, trazendo para o palco um Brasil de todas as cores. Grupos de diferentes partes do País tiveram a oportunidade de dividir o palco e de contracenar com variadas manifestações artísticas. Sob a curadoria de Karen Acyoli e de Carlos Cavalcanti, rabecas misturaram-se à orquestra de metais, a cultura caiçara se encontrou com a cultura vinda do Mato Grosso do Sul, de Pernambuco e de Miracema. Repentistas, poetas e artistas de circo dividiram a atenção com atores que recitavam poesia na platéia e bailarinos acrobatas que dançavam nas paredes do teatro.
O público, que lotou o teatro, encantado e emocionado aplaudiu de pé. Mesmo após o fim da apresentação, o espetáculo continuou pelo saguão do teatro, onde os jovens artistas interagiram com o público. Na rua, os jovens participantes cantavam e batucavam a música recém criada que dizia “isso não pode acabar”.
A 3ª Mostra reuniu, durante três noites de espetáculos, mais de 1600 pessoas que passaram pelo Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro, onde puderam assistir 440 jovens de grupos e organizações vindos de 17 diferentes cidades de todas as regiões do Brasil, que trabalham com a arte com foco na transformação social.
A atriz Vera Holtz, presente em todas as apresentações, não escondia a felicidade e a emoção. “Achei tudo muito bacana e gostei de todas as apresentações. Os grupos são muito bem preparados e trouxeram espetáculos bem definidos. Fiquei surpresa e encantada em ver essa Mostra. Estou muito feliz!”
O tema central da primeira noite de espetáculo foi a música. Com a direção artística e curadoria de Jayme Vignoli, grupos já conhecidos como o AfroLata (RJ), dividiram o palco com grupos que pisaram pela primeira vez em solo carioca, como o Grupo Cultural Caboclo (PE), formado por jovens repentistas e que trouxe ao Rio de Janeiro a cultura do poeta Bio Caboclo e do coco de roda. O público também teve a chance de assistir a Orquestra de Metais Lyra Tatuí (SP), a Orquestra de Rabecas da Amazônia (PA), a Orquestra de Violinos Vale Música (PA), além do Grupo Apanhei-te Cavaquinho, de Cabo Frio e o Coral Brasileirinho, de Curitiba. A noite contou ainda com o grupo carioca Harmonia Enlouquece, com pacientes e profissionais do Centro Psiquiátrico do Rio de Janeiro. E as participações especiais de Makely Ka, Nicolas Krassik e André Boxexa.
A segunda noite, dedicada à dança, teve a direção artística e curadoria de Frederico Paredes, e reuniu 10 grupos entre eles a Cia. Étnica de Dança (RJ), o Grupo Manos do Hip Hop (MG), e a Cia. Eclipse (SP). A Cia. Pulsar (RJ), referência em arte, dança e deficiência, mostrou nos palcos que para o corpo não há limites para a dança. A Escola de Dança de Paracuru, que veio do Ceará, para se apresentar pela primeira vez na cidade, relembrou nos palcos as antigas brincadeiras de crianças, e que com o tempo foram substituídas pelos jogos eletrônicos. E a consagrada Cia. Balé de Rua (MG), que já participou de vários festivais internacionais, encerrou a noite dando ainda mais brilho ao espetáculo. Também participaram a Associação Grupo Sociocultural Cara da Rua (RJ), a Cia. Cirandeira (RJ) e o Majê Molê (PE).
A 3ª Mostra promoveu ainda um dia de oficinas fechadas no Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro, possibilitando aos participantes um intenso intercâmbio com diversas linguagens artísticas, e também realizou visitas ao Grupo Cultural AfroReggae e ao Nós do Morro para que os jovens pudessem observar de perto a realidade desses projetos com atuação reconhecida. Os jovens também participaram de visita guiada ao Centro Cultural Banco do Brasil e assistiram às apresentações do “Sete em Ponto”, projeto da Secretaria Municipal de Cultura.
Foi realizado, na Casa de Rui Barbosa, o 3º Seminário Juventude, Cultura e Desenvolvimento, dando sequência ao dialogo iniciado na 1ª Mostra Brasil, em 2006. Entre várias questões abordadas durante o Seminário, destaca-se uma reflexão global sobre as conquistas e desafios atuais para ações sociais e transformadoras com arte e cultura desenvolvidas para e por jovens.
Neste seminário também foi lançado o Mapeamento de Experiências Sociais com Arte e Cultura em três estados da região Sudeste (ES, SP e RJ), que registrou grupos e instituições que trabalham com cultura e arte, envolvendo jovens brasileiros, com foco na transformação social. As informações destes três estados na região Sudeste, mais os dados da Região Nordeste, somam mais de 1.200 iniciativas no Banco de Experiências Sociais com Arte e Cultura.
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