Após a entrega da carta em que solicitava a exoneração do cargo de diretor do Gonzagão(1) em meados de junho, sentei em frente ao computador para redigir um texto sobre a decisão e os motivos, a ser distribuído junto a amigos e/ou parceiros que atuam na área sócio-cultural. Na primeira semana de agosto, ao preparar os encaminhamentos finais para a transmissão do cargo, reli o texto e não fiquei satisfeito e por isso a informação esta chegando um pouco atrasada para a maioria de vocês.
Desde então, tentei encontrar tempo para escrever um outro texto mais poético e otimista e como exigiria mais tempo, preferi postergar para outro momento.
A propósito do pedido de demissão, a disposição para tal já era do conhecimento de algumas pessoas que nos acompanham desde o inicio da nossa atuação como diretor, a partir de maio de 2007 e que deita raizes nas intensas dificuldades(2) que enfrentamos desde então, as quais nos levaram a cogitar a hipótese de entrega do cargo já em dezembro de 2007, como também em dezembro de 2008 e cujo desfecho tem agora a sua conclusão.
Dentre as consequencias do protelamento da decisão, percebemos alguns problemas de saúde, decorrentes do stress a que estivemos submetido e que poderiam nos causar sequelas irreversiveis.
Neste sentido, nas duas últimas conversas com a Secretária Eloisa Galdino, que assumiu o comando da Secretaria de Estado da Cultura (SE) em meados de maio de 2009, deixamos claro que por estarmos “esgotados” e sabendo que a jornada de superação dos problemas estruturais ainda levaria mais algum tempo, considerava bem sensata a decisão que estava tomando.
O QUE SERÁ. O QUE SERÁ
Se é verdade que o futuro não depende somente da nossa vontade, também sem planejamento ficaremos em um grau de incerteza que facilmente nos fará sucumbir a tantas armadilhas que o destino pode nos pregar.
Por isso, estamos investindo energia na área da produção cultural. Iniciamos com a ida até São Paulo para participar do curso de arte e educação popular e a Belém para participar do Fórum Social Mundial, em janeiro/fevereiro deste ano . Desde agosto estamos participando do curso de produção cultural no SESC e a partir de setembro estaremos participando do curso on-line, gestão contemporânea da cultura .
Continuaremos participando do grupo de dança circular(3) ligado a Ong Ação Cultural e com possibilidade de dedicarmos mais atenção para tal. O mesmo valendo para o grupo de estudos e trabalho em produção cultural.(4)
Também estamos voltando para a sala de aula, atuando como professor de turmas do ensino fundamental e médio na área de História e Sociedade e Cultura e temos convites para trabalhar de forma remunerada no campo da assessoria em projetos.
O resultado esperado de tudo isso é retomarmos a trajetória que já vinhamos desenvolvendo antes e durante o periodo em que estive a frente do Gonzagão, neste último caso com algumas limitações, na área de projetos culturais direcionado para os alunos da rede pública de ensino e residentes em áreas de vulnerabilidade social.
Para isso esperamos fortalecer a atuação do setor público não estatal, representando pelas ONGs e em parceria com o estado e/ou com a iniciativa privada.
Daí a inspiração para o titulo desse texto.
P.S.:
Dentro de 40 dias pretendemos celebrar coletivamente, tudo de bom que foi possivel obter com esse tempo de permanência de maio de 2007 a agosto de 2009 com base em referênciais da espiritualidade ancestral indigena e da teologia cristã da libertação, semelhante ao que foi realizado na posse em 13 de junho de 2007 e em outros momentos. Haverá exposição de fotos, audiovisual, música, poesia, comida, bebida, dança, alegria, beleza e carinho. Nesta oportunidade contaremos com a presença de Veronica Sacta, Karol e Sofia da Caravana Internacional Arcoiris por La Paz que estão de retorno a Aracaju, como também de outros amigos (as) que contribuíram para as conquistas desse periodo. O dia, o local e o horário serão comunicados mais adiante.
(1) http://www.overmundo.com.br/overblog/o-gonzagao-dos-nossos-sonhos
(2) Vale a pena rever um texto postado em 2008 e que aponta algumas dessas dificuldades.
http://consorciocultural.blogspot.com/search?q=aprendendo+a+ser+um+gestor
(3) O movimento de danças circulares representa a forma pós-moderna do enfrentamento de um dos dilemas da modernidade. Como garantir a permanência das tradições culturais no campo das práticas cotidianas da dança popular em uma situação de progressivo desaparecimento de muitos valores, simbolos e padrões de produção e consumo do mundo rural, a qual estas danças estiveram vinculadas?
O grupo ainda aceita adesões.
http://acaoculturalse.blogspot.com/2008/03/danas-circulares-uma-proposta-cultural.html
(4) O grupo de estudos e trabalho em produção cultural (Getep) representa a tentativa de colaborarmos com aqueles (as) agentes culturais que atuam na periferia e que nos procuram desde antes de assumirmos a função de diretor do Gonzagão para elaborar projetos. É uma tentativa de aprender/ensinar/fazendo juntos, já que o trabalho remunerado nos deixa com o tempo livre bastante limitado.
O grupo ainda aceita adesões.
José de Oliveira Santos "Zezito"
9993-4483
zezitodeoliveira@gmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário