quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Dia Nacional da Cultura: sergipanos têm muito que comemorar

A cultura brasileira é tão rica que apenas um dia seria pouco para homenageá-la. A chula da região Sul, o carimbó da região Norte, a folia de reis do Centro-Oeste, o samba do Sudeste e o baião no Nordeste. Enfim, o Brasil é um país multicultural, e por essa diversidade uma data especial comemora as manifestações culturais de norte a sul, de leste ao oeste brasileiro: trata-se do dia 5 de novembro, Dia Nacional da Cultura.

Em artigo publicado no Portal do Ministério da Cultura (MinC), o produtor cultural e ex-presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araújo, explica que a data de comemoração foi instituída no dia 15 de maio de 1970, através da Lei nº 5.579. “Como homenagem ao nascimento de uma figura exponencial da ciência e da cultura no Brasil e no mundo. A data teve como inspiração o conselheiro Ruy Barbosa, nascido a 5 de novembro de 1849”, explica.


Para Zulu, no Brasil há muito o que se comemorar. Militante do movimento negro brasileiro, ele afirma que grande parte da rica produção cultural local tem a alma e a criatividade da mão afro-brasileira.


“Comemorar a preservação da nossa memória, festejar os espaços conquistados, exaltar os intercâmbios realizados com a África e toda a diáspora, particularmente com a América Latina, e consolidar dentro e fora do território nacional a força cultural do país mais negro do mundo fora do continente africano. Somos a segunda nação em tamanho, e sem dúvida nenhuma, um dos grandes celeiros do mundo em cultura”, enfatiza Zulu.


Poder público e política cultural


Reflexo do que tem ocorrido em todo país, a cultura em Sergipe vem também passando por uma excelente fase. Os desafios ainda são muitos por quem faz cultura no Estado, mas as últimas conquistas evidenciam o diálogo aberto estabelecido entre poder público e agentes culturais e com isso quem ganha é a cultura sergipana. Sem dúvidas, há muito que se comemorar neste 5 de novembro.


A atual política cultural do governo Marcelo Déda preocupa-se com a valorização do que é da terra, como a programação 100% sergipana do Arraiá do Povo e a criação de um festival voltado para os artistas locais, como o Alumiar – I Festival de Novas Composições de Forró. E as ações não param por ai. Só em 2011, o governo, através da Secult, lançou cinco editais para o fomento da cultura no Estado, promovendo oportunidade de um maior número de agentes e fazedores culturais serem beneficiados. 


De acordo com a secretária de Cultura do Estado, Eloísa Galdino, há uma grande preocupação do governo em diversificar a agenda cultural de Sergipe. “É importante que alcancemos as diferentes linguagens culturais sergipanas. Por isso frequentemente fazemos ações que beneficiam esses diversos segmentos, como a música, o teatro, a dança, as artes plásticas”, destaca.


Eloísa ainda lembra que este ano, ações inéditas foram feitas em prol da cultura sergipana, como o I Festival de Teatro Sergipano, o I Seminário de Circo, Dança e Teatro, o Birô Cultural, entres outros. Além disso, foi nessa atual gestão de Governo que a Orquestra Sinfônica de Sergipe (ORSSE) passou por um processo de reestruturação, através da direção artística do regente Guilherme Mannis, a criação de temporadas anuais de concertos, além de outras ações.


Neste ano, também, Sergipe através da Praça São Francisco em São Cristóvão, recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. O reconhecimento marca um esforço conjunto entre poder público e sociedade civil para elevação da Praça ao 18º Patrimônio Cultural Brasileiro


“Desde o início da atual gestão do governo, buscamos democratizar a cultura, popularizando o acesso da população e também capacitando os agentes culturais para que eles pudessem cada vez mais aprimorar seus trabalhos. Acredito que estamos trilhando um caminho bastante produtivo, afinal, os avanços são visíveis e as conquistas incalculáveis”, argumenta a gestora de cultura.


A representatividade da data em SE


Para a coreógrafa e integrante do Conselho Estadual de Cultura (CEC), Lú Spinelli, a cultura é importante e fundamental bem, pois através dela, o indivíduo consegue exprimir seus sentimentos através da linguagem não-verbal. “A cultura é importante não só para a formação dos indivíduos, mas para a comunicação entre as pessoas. Pois através do segmento artístico-cultural eles exprimem sua comunicação”, acredita.


Além disso, a professora lembra a importância da formação do CEC para a execução das ações culturais do estado. “Enquanto conselheira acho importante os projetos que a Secult vem elaborando, além do estreitamento estre a pasta e o Conselho. É uma pratica saudável e acho que só beneficia todas as pessoas envolvidas com cultura no estado. Esta harmonia é muito positiva e coloca em prática a filosofia que a secretaria criou para realizar suas ações”, completa Lú.


Já Ivo Adnil, presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões do Estado de Sergipe (SATED-SE), comemora o momento que o sindicato está vivendo, através do constante apoio do Governo de Sergipe. “Muitas ações estão sendo feitas em prol da cultura no nosso estado. Hoje temos uma relação mais estreita com o MinC, através dos Fóruns de Política Cultural, além do Festival de Teatro, a Semana de Dança, eventos que privilegiam a classe artística sergipana”, frisa Ivo.


Segundo ele, é importante que os avanços sejam contínuos e ainda maiores. “Somos artistas, somos ansiosos. Por isso é importante avançarmos ainda mais. O maior ganho para nós é abertura do diálogo que conseguimos estabelecer com a Secult. É muito bom ver a participação da secretaria, também, em eventos que não sejam de sua idealização”, lembra.


Já para o presidente da Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas de Sergipe (ABD/SE), Anderson Bruno, o Dia Nacional da Cultura é um momento de reflexão. “O que falta ser implementado? O que falta ser discutido em relação a nossa cultura local?”, questiona.


Apesar dos anseios, Anderson enfatiza que o audiovisual vem passando por uma boa fase no estado, diferentemente de 10 anos atrás. “Estamos num momento interessante se pensarmos numa projeção de 10 anos atrás. Estamos vivenciando uma fase em que a produção do audiovisual é mundial. Mas, atualmente o nosso maior objetivo é atingir o grande público”, finaliza o presidente da ABD.


Eloísa Galdino defende ainda que o objetivo de democratizar e promover o acesso à cultura avance cada vez mais. E isso vai acontecer porque esse projeto conta com o total apoio do governador Marcelo Déda, um político sensível e que entende o valor da Cultura para a sociedade. “Teatro, cultura popular, ciclo junino, música clássica e muitas outras manifestações, preservação do patrimônio e modernização da gestão são eixos e linguagens que estão em nossa agenda. O desafio é continuar este trabalho que promove o acesso da população ao fazer cultural. Quem ganha com tudo isso é a nossa cultura”, avalia a gestora.

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