Zezito de Oliveira
Acima, grupo de alunas (os) na bica de São Cristóvão e o autor desse texto. Em 03 de dezembro, no final da tarde.
Bem que tentei elaborar um texto de natal mais completo, como feito nos anos de 2008 e 2009, o X da questão é o esforço mental para tanto, exigindo mais tempo e concentração, e isso lamentavelmente nos faltou neste novembro/dezembro de 2010.
Mas, não faltará oportunidade de produzir os textos sobre os dois temas ou motes que chegaram até nós, já que pelo fato de serem atemporais, podem ser escritos e divulgados em outras épocas do ano.
Por outro lado, este tema/mote “ainda transformo este mundo em festa, trabalho e pão” me surgiu após a conversa com uma amiga durante a celebração da criatividade musical dos sergipanos (as) por ocasião do aniversário dos 15 anos da rádio FM Aperipê.
E por falar em celebração, desde o meu aniversário (11 de novembro), em uma das turmas da escola onde trabalho e a noite no clube flamengo circulista até os dias da celebração do aniversário do Menino Deus, cujo ponto alto é o 25 de Dezembro aconteceram alguns momentos que merecem gratidão da nossa parte.
Em primeiro lugar, gratidão a Deus e a todos os seres que habitam o universo, tanto visiveis, como invisiveis. Lembro em especial a roda de dança do dia 05 de novembro, em razão de fortes momentos orante, seja dançando o toré do som das vogais do nosso nome ou através dos pedidos verbais de proteção e cura, além das novas danças aprendidas.
Outro momento muito especial, foi a festa de confraternização de final de ano de uma das turmas da escola, bem como a viagem a cidade de São Cristóvão, quando após a visita aos museus, fomos eu e um grupo de 12 alunas (os) concluir o passeio com um banho na bica de São Cristóvão, o que representou uma decisão ousada em função da distancia percorrida a pé e do horário da chegada (quase no final da tarde).
Acima, foto tirado por uma aluna ou aluno (ainda não identificado)após visita ao palácio-museu Olimpio Campos, no centro de Aracaju. A foto é da estátua de Fausto Cardoso, importante lider politico sergipano do inicio do século. Fim de tarde de um dia de novembro de 2010.
Por último, nos dias mais próximos a data do aniversário do Menino Deus, três momentos encheram a minha alma de alegria e de esperança. O primeiro foi o já citado show musical dos 15 anos da FM Aperipê, - Caramba!! Como é bom ver o nivel de qualidade e diversidade a que Sergipe chegou em termos musicais, e também perceber um grupo grande de presentes, jovens em sua maioria.
Foto de divulgação do show de 15 anos da FM Aperipê em 21 de dezembro de 2010.
veja/ouça música da cantora Patricia Polayne AQUI
& AQUI
Veja foto da festa dos 15 anos da FM Aperipê. AQUI
Ainda como parte desta programação pude ter a alegria de conhecer um amigo , cuja admiração reciproca foi cultivada através dos artigos publicados no Overmundo. O nome dele é Alê Barrreto, produtor cultural, natural do Rio Grande do Sul e que mora há cerca de dois anos no Rio de Janeiro.
Nestes dias mais próximo do natal merece registro especial o encontro que reuniu a maior parte dos integrantes que iniciaram o consórcio cultural e que nos cobrou, tanto da nossa parte, como da Irene, um momento orante, como foi realizado no pouco, mas intenso periodo em que estive a frente do Gonzagão, cerca de dois anos e dois meses.
E então, fomos nós com um roteiro celebrativo preparado, como aprendido através da nossa experiência nas Comunidade Eclesiais de Base e na Pastoral da Juventude, com a narração da cena do nascimento de Jesus, velas, incenso, reprodução de uma pintura da sagrada familia, folha de cânticos, (José, na tradução gravada por Rita Lee, Anunciação de Alceu Valença, bem como na versão do Padre Reginaldo Veloso e Oração da Familia).
E como não poderia faltar, a deliciosa comida preparada pelas mulheres e a forma criativa como Irene preparou a brincadeira do amigo secreto. Quem nos visitou foi Renato Russo, através da lembrança espontânea do refrão “Quando tudo está perdido, sempre existe uma luz” de um trecho parcial do restante da letra e da melodia, por parte de Rogério. Outra visita através das perguntas do mesmo Rogério e de outros presentes, foi a dos queridos amigos e amigas da Caravana Internacional Arcoiris por La Paz, força de criatividade e de luz para o consórcio cultural. Também um agente cultural integrante da Renovação Carismática e presença firme no Consórcio Cultural desde o inicio, nos brindou com uma música da sua autoria.
Por último, o encontro celebrativo com um grupo de padres, ex-freira, jovens e casados, cerca de 10 pessoas, que insistem em sonhar e realizar outra igreja diferente, semente de outros mundos diferentes. O sonho que o menino Jesus veio nos recordar e que os artistas, misticos e revolucionários buscam construir. Que sejamos mais artistas, misticos e revolucionário. È assim que ajudamos a transformar este mundo em festa, trabalho e pão, como escreveu o poeta, compositor e comunista José Carlos Capinam.
Mais Viramundo com Gil.
Muito mais pode ser escrito com o tema/mote “Natal é transformar este mundo em festa, trabalho e pão”, porém como já disse...................(ir até o primeiro parágrafo).
+ NATAL
Natal: ver com os olhos do coração
É o que mais nos falta hoje: a capacidade de resgatar a imaginação criadora para projetar melhores mundos e ver com o coração. Se isso existisse, não haveria tanta violência, nem crianças abandonadas nem o sofrimento da Mãe Terra devastada.
Leonardo Boff
Somos obrigados a viver num mundo onde a mercadoria é o objeto mais explícito do desejo de crianças e de adultos. A mercadoria tem que ter brilho e magia, senão ninguém a compra. Ela fala mais para os olhos cobiçosos do que para o coração amoroso. É dentro desta dinâmica que se inscreve a figura do Papai Noel. Ele é a elaboração comercial de São Nicolau – Santa Claus - cuja festa se celebra no dia 6 de dezembro. Era bispo, nascido no ano 281 na atual Turquia. Herdou da família importante fortuna. Na época de Natal saia vestido de bispo, todo vermelho, usava um bastão e um saco com os presentes para as crianças. Entregava-os com um bilhetinho dizendo que vinham do Menino Jesus.
Santa Claus deu origem ao atual Papai Noel, criação de um cartunista norte-americano Thomas Nast em 1886, posteriormente divulgado pela Coca-Cola já que nesta época de frio caía muito seu consumo. A imagem do bom velhinho com roupa vermelha e saco nas costas, bonachão, dando bons conselhos às crianças e entregando-lhes presentes é a figura predominante nas ruas e nas lojas em tempo de Natal. Sua pátria de nascimento teria sido a Lapônia na Finlândia, onde há muita neve, elfos, duendes e gnomos e onde as pessoa se movimentam em trenós puxados por renas.
Papai Noel existe? Esta foi a pergunta que Virgínia, menina de 8 anos, fez a seu pai. Este lhe respondeu:”Escreva ao editor do jornal local! Se ele disser que existe, então ele existe de fato”. Foi o que ela fez. Recebeu esta breve e bela resposta:
Sim, Virgínia, Papai Noel existe. Isto é tão certo quanto a existência do amor, da generosidade e da devoção. E você sabe que tudo isto existe de verdade, trazendo mais beleza e alegria à nossa vida. Como seria triste o mundo se não houvesse o Papai Noel! Seria tão triste quanto não existir Virgínias como você. Não haveria fé das crianças, nem a poesia e a fantasia que tornam nossa existência leve e bonita. Mas para isso temos que aprender a ver com os olhos do coração e do amor. Então percebemos que não há nenhum sinal de que o Papai Noel não exista. Se existe o Papai Noel? Graças a Deus ele vive e viverá sempre que houver crianças grandes e pequenas que aprenderam a ver com os olhos do coração.
É o que mais nos falta hoje: a capacidade de resgatar a imaginação criadora para projetar melhores mundos e ver com o coração. Se isso existisse, não haveria tanta violência, nem crianças abandonadas nem o sofrimento da Mãe Terra devastada.
Para os cristãos vale a figura do menino Jesus que tirita sobre as palhinhas sendo aquecido pelo bafo do boi e do jumento. Disseram-me que ele misteriosamente através de um dos anjos que cantaram nos campos de Belém enviou a todas as crianças do mundo uma cartãozinho de Natal no qual dizia:
Queridos irmãozinhos e irmãzinhas:
Se vocês olhando o presépio e me virem aí, sabendo pelo coração que sou o Deus-criança que não veio para julgar mas para estar, alegre, com todos vocês,
Se vocês conseguirem ver nos outros meninos e meninas, especialmente no mais pobrezinhos, a minha presença neles,
Se vocês conseguirem fazer renascer a criança escondida no seus pais e nos adultoss para que surja nelas o amor a ternura,
Se vocês ao olharem para o presépio perceberem que estou quase nuzinho e lembrarem de tantas crianças igualmente pobres e mal vestidas e sofrerem no fundo do coração por esta situação desumana e desejarem que ela mude de fato,
Se vocês ao verem a vaca, o boi, as ovelhas, os cabritos, os cães, os camelos e o elefante pensarem que o universo inteiro recebe meu amor e minha luz e que todos, estrelas, pedras, árvores, animais e humanos formamos a grande Casa de Deus,
Se vocês olharem para o alto e virem a estrela com sua cauda e recordarem que sempre há uma estrela sobre vocês, acompanho-os, iluminando-os, mostrando-lhes os melhores caminhos,
Então saibam que eu estou chegando de novo e renovando o Natal. Estarei sempre perto de vocês, caminhando com vocês, chorando com vocês e brincando com vocês até aquele dia que só Deus sabe quando estaremos todos juntos na Casa de nosso Pai e de nossa Mãe de bondade para vivermos bem felizes para sempre.
Belém, 25 de dezembro do ano 1.
Leonardo Boff é teólogo e escritor.
Meus sonhos de Natal
Há poucos dias sonhei que o mundo estava todo colorido e brilhante. Árvores com luzes e estrelas, bonecos lindos de papel e de barro. Um sonho fantástico. Pouca correria, muita solidariedade e partilha. Quase não havia pobres esmolando e nem violência como alunos espancando os professores e nas igrejas muito compromisso com as atividades sociais. Uma beleza. Ufah, acordei.
Um sonho. Na verdade faltam três dias para o Natal, talvez está expectativa tenha me inebriado. Perçebo que a soceidade do consumo e da pressa vive inebriada com a véspera. Tudo hoje é comemorado na véspera. Aniversário natalício, festa de casamento, carnaval e até Natal. Tudo com antecedência e sem muita ênfase no sentido daquilo que se faz. A sociedade do descartável está acima dos valores perenes. Na cidade e no sítio, no deserto e na companhia dos mais finos castelos, todas as pessoas e tudo se esvai rapidamente.
O sonho está acima dos nossos esquemas humanos invadidos pelo desejo de gozar a vida sem deixá-la revelar-se. O sonho está além de nossas estruturas sóciais, políticas e religiosas. Está no horizonte da transcendência, está na figura dos pastores de Bélem de Judá, nos vaqueiros do Nordeste brasileiro, no choro da criança haitiana. O sonho projeta nossa esperança. Nos faz ver além do material, nos ajuda a divinizar a manjedoura da nossa existência.
Creio que preciso sonhar mais, lutar mais. Não será preciso adormecer. O tempo urge. Basta viver e sonhar mais. Quem sabe meu sonho, seu sonho, nosso sonho, nos permitirá crer mais, apostar mais, defender mais a vida que se manifesta numa criança tão indefesa e na nostalgia de idosos fragilizados que todos os anos acordam para celebrar Natal.
Para você que acompanha esse blog - Feliz Vida no Natal do Menino-Deus.
José Soares de Jesus
http://jose.soaresdejesus.zip.net/index.html
5 comentários:
Zezito!
Conhecê-lo foi ótimo!
Muito obrigado pela parceria, feliz natal! Ótimo 2011!
Alê
ZEZITO, obrigada por sua reflexão. É sempre muito bom ter a certeza que a transformação acontece cada dia atraves de milhoes de pessoas, mas tb de uma pessoa. Que em 2011 a busca seja bonita, livre e carregada de esperança desde quando a PALAVRA se tornou Gente com a gente (Jo 1,1) Meu abraço sororal Rosali
É mister que cada um de nós faça a sua parte, mas que faça, não que diga que a mãe o está chamando, ou que não tem tempo ou que o trabalho o ocupa demaisssssssssss !
Quem quer vai !
Ideal seria ter um idealista por estado aqui no Brasil,eu & e tu já temos o nosso quinhão, cada qual representaria o seu estado, puxaria as suas sardinhas para a respectiva brasa, procuraria incentivos do Governo, mas não, fica um esperando o outro fazer a parte dele e daí num rola !
e quando rola é capaz de alguém ainda vir fazer piadinhas de você com as meninas no meio do mato !
Tem gente maldosa, pelo mundo, Zezito, cê sabe disso !
Cara, um ano 'daqueles' pra você e essa sua turminha aew !
vamos brilhar, meu irmão !
atrás vem gente ( completamente desinteressada... que percam o bonde, o trem e oônibus da Cultura, da Arte e dsa Tecnologia que vem por aí ! )
Um beijo ! Alcanu
Zezito, companheiro e irmão, como é lindo tudo quanto você faz e comunica! Como tem sabor de Natal!
Vai aqui meu grande abraço de Natal, com o desejo de que a luz da Estrela de Belém continue iluminando seu Ano Novo.
Reginaldo Veloso
Alcanu,
E não é que você tem razão. Quando me despedia de uma amiga com as meninas (os) na praça São Francisco (São Cristóvão) ela também deixou esta questão “maliciosa” subentendida em tom de brincadeira e eu respondi no mesmo tom que só se fosse com eu e ela.
No mais, você tem toda a razão e quem sabe através da forma como fazemos, outros seguem no mesmo diapasão, sem esperar todas as condições objetivas favoráveis.
Afinal o modo como fazemos, (eu e você) é fruto também dessa atitude de olhar como alguns “ousados” fizeram/fazem.
Todavia é necessário ter paciência e não ligar muito para o que disserem. Como um dia cantor o grande Simonal.
Tudo de bom em 2011!!
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