domingo, 8 de novembro de 2009

Nosso corpo nos pertence! Repúdio a violência na UNIBAN!

Nosso corpo nos pertence!


Desde os anos 70 a bandeira “Nosso corpo nos pertence” tem sido eixo central do movimento feminista. É uma bandeira direta: queremos ter autonomia para exercer nossos desejos! Questionamos a imposição de padrões de beleza, o controle exercido pela família, pelo Estado ou instituições religiosas sobre nossos corpos.

Somos constantemente representadas nos meios de comunicação, e na publicidade em particular, num padrão perfeito. Jovens, loiras, magras, altas, cabelos longos, etc. A consequência disso é um país em segundo lugar no ranking de cirurgias plásticas, aumento de jovens sofrendo com transtornos alimentares, aumento no número de cirurgias de redução do estômago.

Somos ensinadas a buscar um padrão de beleza, a seguir a moda do momento e a estar preparadas para qualquer “situação de emergência” que aparecer. O estilo de vida da super-mulher, aquela que é mãe, profissional, mulher gostosa 24 horas por dia é vendido como se fosse a conquista da independência da mulher na nossa sociedade.

Essa visão liberal de nossa bandeira encobre, na realidade, uma ideologia que naturaliza as relações sociais de poder em tudo que envolve reprodução e maternidade.

E a hipocrisia é uma das coisas que vem junto a tudo isso.

O ocorrido na UNIBAN do ABC, em São Paulo, na semana passada é um exemplo explícito disto tudo. Na mídia nos dizem todos os dias que a mulher ideal é a mulher gostosa. A moda dita que a grande tendência do verão serão os vestidos, em sua maioria, curtos. Atrizes, modelos são vistas todos os dias em comercias, novelas usando a tendência da estação. Mas, quando a jovem tenta seguir a ditadura da moda a qual é submetida sofre pressão violenta da sociedade e é taxada de vagabunda.

O pior de toda a situação é que o espaço no qual a jovem sofreu violência foi numa universidade! A Universidade que deveria ser um espaço privilegiado do diálogo, do exercício democrático e da civilidade.

Para combater estas atitudes e contribuir para a organização das mulheres na sociedade é preciso muito mais que uma nota de repúdio ao ocorrido na UNIBAN.

É preciso uma política permanente das entidades estudantis nas universidades na luta contra o machismo! A organização de núcleos, grupos de mulheres nas universidades que façam debates com o conjuntos dos estudantes, organizem campanhas contra a violência e exposição das mulheres nos trotes, que façam a luta pela participação das mulheres nos espaços de poder e que também defendam núcleos e fomento de pesquisas das relações de gênero é uma ação necessária e que se mostra urgente.

As bandeiras da participação e do protagonismo das mulheres e da defesa da autonomia sobre os nossos corpos devem ser eixo central dessa organização.

A luta contra o machismo e pela emancipação das mulheres deve ser feita todos os dias e em todos os lugares.

Contra a hipocrisia e a violência: Nosso corpo nos pertence!



Coletivo ParaTodos – Construindo um Novo Brasil

www.uneparatodos.blogspot.com




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Juliana Borges
(11) 95058408
Diretora de Comunicação da UEE-SP
coord. municipal de organização da JPT-SP
ParaTodos - Por um Movimento Estudantil do tamanho do Brasil!

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