26/03/2010 - 08h44
fonte: portal UOL
Heloisa discute o futuro do livro como suporte nos meios digitais
Um ensaio autobiográfico intelectual que não destaca os aspectos pessoais da própria autora, mas do entorno de seus estudos sobre cultura e tecnologia no século 20. Em "Escolhas: uma Autobiografia Intelectual", Heloisa Buarque de Hollanda acompanha boa parte das inovações nos últimos 50 anos nesses campos e expõe para o leitor as mudanças --dos estudos sobre os livros mimeografados dos poetas marginais ao uso criativo da escrita deles na web.
Neste livro, a autora mergulha no universo da cultura digital desde o seu surgimento. Heloisa discute o futuro do livro como suporte e o da leitura como percepção. Examina ainda as periferias culturais e sua produtividade.
A pesquisadora relata como comprou seu primeiro computador, em 1983, no período em que dava aulas em Stanford, no Sillicon Valley. A partir desse período, começou a pesquisar e a escrever sobre cultura e tecnologia. Depois recebeu um convite dos cadernos da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) para escrever sobre a cultura hospedada na web. Resolveu tratar da poesia e da produção cultural de negros/as e mulheres para conferir se esses segmentos tinham pouquíssimos canais de expressão disponíveis.
Heloisa fez uma pesquisa precária com as ferramentas de busca disponíveis à época e identificou uma vasta quantidade de sites de poetas, cultura negra, cultura de mulheres e, inclusive, um uso tático de guerrilha de informação elaborado pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
Com a cientista da informação Yonne Chastinet, ela criou a Biblioteca Virtual de Estudos Culturais, a primeira do Prossiga --projeto de ponta do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) criado em 1995 com o objetivo de utilizar serviços de informação na internet voltados para as principais áreas do governo.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha/ult10082u711804.shtml
Observatório Sergipano de Politicas Culturais. Espaço de mobilização, articulação e (in)formação em politicas culturais
sexta-feira, 26 de março de 2010
quinta-feira, 25 de março de 2010
Inscrições para o Prêmio Vivaleitura 2010 estão abertas
Estão abertas as inscrições para o Prêmio Vivaleitura 2010, iniciativa que tem como objetivo estimular, fomentar e reconhecer experiências relacionadas à leitura. Esta é a quinta edição do Vivaleitura, que tem duração inicial prevista para dez anos (2006-2016) e é a maior premiação individual para o fomento à leitura no Brasil. Durante as quatro edições anteriores, cerca de 8,5 mil projetos já foram inscritos.
O Vivaleitura é uma iniciativa da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), dos ministérios da Cultura e da Educação. O Prêmio tem execução e patrocínio da Fundação Santillana.
Trabalhos em prol da leitura desenvolvidos por instituições, empresas, órgãos públicos e pessoas físicas do Brasil inteiro podem ser inscritos em três categorias distintas, concorrendo a um prêmio de R$ 30 mil por categoria. São elas: (1) Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; (2) Escolas públicas e privadas; e (3) Sociedade: empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais.
Mais informações em: http://www.premiovivaleitura.org.br/
O Vivaleitura é uma iniciativa da Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), dos ministérios da Cultura e da Educação. O Prêmio tem execução e patrocínio da Fundação Santillana.
Trabalhos em prol da leitura desenvolvidos por instituições, empresas, órgãos públicos e pessoas físicas do Brasil inteiro podem ser inscritos em três categorias distintas, concorrendo a um prêmio de R$ 30 mil por categoria. São elas: (1) Bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; (2) Escolas públicas e privadas; e (3) Sociedade: empresas, ONGs, pessoas físicas, universidades e instituições sociais.
Mais informações em: http://www.premiovivaleitura.org.br/
terça-feira, 23 de março de 2010
A cultura dos sebos
fonte: portal UOL
http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11977
Criador do portal Estante Virtualdiz que os alfarrábios superaram as livrarias como estimuladores de leitura no Brasil e viraram reserva cultural da memória literária brasileira
Luiz Costa Pereira Junior
O administrador André Garcia tinha 26 anos quando abandonou uma promissora carreira na área de inteligência de mercado em operadoras de celular, no Rio. Estava farto do mundo corporativo. Na dúvida do rumo a seguir, buscou a vida acadêmica. Mas, ao procurar livros para um mestrado, notou uma lacuna no mercado que mudaria sua trajetória.
Garcia não achava os títulos que queria em bibliotecas e livrarias, perdia-se nos sebos e na falta de oferta de usados na internet. Veio então o estalo. Em um ano, lançou o Estante Virtual, portal de compra de livros usados, que completa quatro anos com 1.670 sebos, com 22 milhões de obras reunidas.
Aos 31 anos, Garcia comanda um negócio que vende 5 mil livros diários, em 300 mil buscas (12 buscas por segundo em horário de pico). Para ele, os sebos devem ser valorizados como agentes de democratização da leitura. "Ela tem de estimular a imaginação e a reflexão.
Qualquer leitura não é leitura", diz com a autoridade conquistada pelo sucesso da iniciativa inédita de intermediação. Garcia diz ser um erro achar que só à escola cabe estimular a leitura. É desafio do país, afirma, fazê-la vista como prazer. O Estante Virtual quer provar que até uma iniciativa de negócio pode fazer a sua parte.
O brasileiro não gosta de ler ou não compra livros por achar muito caro?
Os dois. Há muita gente que poderia gostar e não gosta, mas há ainda mais gente disponível à leitura se o livro fosse barato. Para quem não gosta de ler, há a razão educacional: a escola ensina a não gostar, usa uma metodologia que tem êxito inverso. Temos uma base pedagógica em que ler é obrigatório e a biblioteca é vista como lugar de castigo. Mas leitura é subjetividade, é ver o que agrada à sensibilidade e se ajusta à sua forma de ser, ao seu momento. A escola nunca me deu esse espaço e duvido que, salvo exceção, garanta isso a muito aluno. Para os que driblam a escola e aprendem a gostar de ler, há um preço alto a ser encarado. Se você considerar só a lista dos dez mais vendidos, a média é de R$ 43 o exemplar. Lê esses livros quem tem mais recurso.
Muitos acham que best-seller estimula a leitura.
Tudo bem, o cara lê 800 páginas de Harry Potter. Mas esse tipo de livro leva mesmo a outra leitura que não seja a mais coisa parecida com Harry Potter? Outro dia, um membro da Câmara Brasileira do Livro disse num evento que se o brasileiro ler bula de remédio, ou revista de fofoca, já está ótimo. Na minha opinião, isso é só tecnicamente leitura. A leitura tem de estimular a imaginação e a reflexão. Qualquer leitura não é leitura.
O livro pode virar fator de exclusão social?
Sem estímulo à escolha, sim. Há essa segmentação, em que uma minoria de livros é bem mais apresentada que todo o resto. A leitura termina aberta a um universo restrito de não mais que uns vinte livros. Uma derrota para a cultura. As pessoas leem só isso? O.K., melhor que não ler. Mas é um quadro de pauperização preocupante. Não basta democratizar a leitura. É preciso democratizar os autores de qualidade.
Daí o papel dos sebos...
Drummond tem uma crônica, O Sebo, em que diz que o sebo é o verdadeiro templo da democracia literária. As livrarias se concentram nos 20% de produtos responsáveis por 80% das vendas. Fazem isso não porque são "malvadas", mas por não haver espaço para tudo. Não há como dar vazão a 1.500 títulos novos todo mês, 52 por dia, fora as reedições. Já o sebo virou uma reserva cultural. Nele, há os de agora, os de antes, os fora de catálogo. Estamos falando da história editorial do país, não só dos livros do momento.
Muitos evitam sebos pela poeira e desordem, não é?
Quem vê o sebo como o lugar de obras raras ou esgotadas deixa de usufruir o que ele tem a oferecer, pois trabalha com livro novo, seminovo ou em edição. À medida que as livrarias priorizaram os mais vendidos, os sebos viram que a demanda por eles cresceu. Boa parte se modernizou, está organizada. Os sebos com bagunça, obras empilhadas, empoeiradas, hoje são minoria.
Mas esse "preconceito" não impediu o avanço...
Se livro não fosse tão caro, sebos não teriam o papel que têm no Brasil. Em Portugal, os alfarrábios são só para obras raras e esgotadas, mesmo. Não se vai a um sebo português para comprar um novo Lobo Antunes ou Saramago, pois a loja não terá. Terá o exemplar raro, o autografado, a edição há muito esgotada. Aqui não, o sebo tem tudo, e o que a livraria de novos não tem mais, pois se concentrou nos mais vendidos e nos lançamentos recentes.
Qual o tamanho real desse mercado?
O Brasil tem hoje 1.800 livrarias em meio a 2.300 pontos de venda de livros. A estimativa de sebos é de 2 mil pontos de livros usados no país, 1.670 dos quais estão no Estante Virtual. Deste número, metade é de lojas de rua e a outra metade, de virtuais.
Quem toca esses virtuais?
Em geral, ex-professores, intelectuais aposentados, com muitos livros em casa, que ampliam o acervo e vendem. A gênese desse mercado ocorreu conosco. Antes, ia-se ao Mercado Livre ou montavam um blog, mas sem movimentação, pois ficavam perdidos na rede.
E aí surgiu o Estante.
Atuava na área de inteligência em operadoras de celular, mapeando mercados, mas cansei da hipercompetição, dos valores focados em maximizar lucros, das relações pessoais pouco saudáveis nas empresas e de brigar com concorrentes por um produto que era, de fato, igual ao deles. Chutei o balde, queria virar professor e me preparei para um mestrado em Psicologia Social na PUC-SP. Procurei livros para estudar quando veio o estalo.
Criar o lugar dos sebos...
Eu ia a bibliotecas e livrarias, e não achava o que queria. Nos sebos, vi uma forma de busca elementar. Olhava as lombadas, umas com as letras subindo; outras, descendo; mesmo com paciência, não achava. Vi, então, que o sebo era mais um lugar para deixar o livro encontrar você do que encontrar o livro que de antemão se deseja. É lugar de garimpagem, não busca. Fui à internet e só achei uns seis sites de sebos. Todos caros. Aquilo me chamou a atenção. Pelo desperdício de um acervo inalcançável - o cliente não conseguia uma mera busca. Eu me perguntei porque só uma elite de sebos estava na rede. Mas sabia a resposta: montar um site com acervo e sistema de busca não é barato, uns R$ 5 mil à época. Minha ideia era resolver a procura e criar uma vitrine para sebos sem visibilidade.
O início foi difícil?
No um ano que levou para preparar o site, mapeei o mercado. No final de 2005, quando lancei o Estante, contávamos com 68 sebos. Hoje temos 600 mil clientes a quem vendemos 5 mil livros ao dia. É mais do que as lojas de rua da Travessa, rede tradicional do Rio, ou do serviço on-line da Cultura, de São Paulo. Não vendemos o livro diretamente, fazemos a intermediação entre o livreiro e o comprador. A cada mil livros on-line, cada sebo fatura em média R$ 600 mensais.
Que livro é procurado?
Literatura estrangeira e brasileira, uns 20% e uns 15% da procura cada, o resto é pulverizado. O livro mais vendido é Vidas Secas, do Graciliano Ramos, que não chega a 900 cópias vendidos. É pouco, claro. No Estante, a venda é pulverizada, não há a discrepância das livrarias, em que um livro dispara milhares de cópias e o 50º mais vendido não passa de dezenas de exemplares. Nos sebos, não. O consumo é bem mais equilibrado. Considero isso uma vitória deles, que têm acervos diversificados e servem a todo gosto, não a um ou outro autor, editora ou tipo de leitura.
Tecnologias como kindle tornarão o sebo obsoleto?
Se livro impresso é caro, imagine depender de um intermediário de leitura que custa bem mais. Sebos atuam em nicho inverso, o de pessoas que querem uma leitura mais barata.
Para além da venda, a internet estimula a leitura?
Autores que não conseguem editora escoam sua produção em blogs. Nessa hora, a internet ajuda a ler e a criar. Mas o gênero mais lido da rede é o jornalístico, leitura informacional, utilitária, não uma ordem de leitura, digamos, mais preciosa. A internet atrapalha, de fato, quando a ênfase da leitura é nos simulacros de interação, como orkut, MSN, Twitter. Eu me pergunto se essas são reais formas de interação, se as comunidades interagem como comunidade. No Orkut, são muito usadas como decalque para a pessoa inserir em seu perfil. Não há convivência genuína.
Não é julgamento severo?
Não podemos apenas rejeitar essa interação, mas não se deve só endossá-la. Pois podemos virar a civilização dos simulacros de interação e dos protótipos de leitura. A escola precisa mostrar que ler dá prazer e nem tudo é interação genuína. Dizem que, como os tempos são dinâmicos, as pessoas não param para ler, daí ser preciso coisas mais dinâmicas, com jogos e tal. É desistir cedo demais. É preciso opor alguma resistência a essa temporalidade imediata.
O problema é a educação.
Não é só a educação. Há um grau de precarização da vida contemporânea, da mente ocupada o tempo inteiro, o dia todo tomado, sem tantas zonas de pausa, tudo se junta para o sujeito chegar em casa e não ter energia para ler. Exercitar a imaginação dá trabalho. O sistema de vida que levamos não facilita. A leitura está condicionada a fatores que talvez não consigamos de fato mudar. Não será só a escola a ser obstáculo, mas mudá-la é um começo.
Como estimular a leitura, nesse contexto?
De cara, a escolha do que ler, o processo da leitura, deve dizer algo ao leitor. Damos um sinal errado ao aluno ou filho quando o fazemos ler só para fazer prova. Quando perguntamos o que o personagem falou ou fez, só para saber se houve leitura por parte do garoto. Ler não é isso. Tem de haver prazer envolvido. Devemos nos opor a certos dogmas intelectuais, de que os clássicos devem ser venerados sem restrições, os livros precisam ser lidos até o final etc. Por mim, começaria as primeiras séries proibindo provas sobre não didáticos. Se o garoto não ler, pior pra ele. Mas não se deve puni-lo. Senão, começa a odiar. A ver o tempo na biblioteca como castigo. Isso não forma leitores, só os afasta.
http://www.estantevirtual.com.br/
http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=11977
Criador do portal Estante Virtualdiz que os alfarrábios superaram as livrarias como estimuladores de leitura no Brasil e viraram reserva cultural da memória literária brasileira
Luiz Costa Pereira Junior
O administrador André Garcia tinha 26 anos quando abandonou uma promissora carreira na área de inteligência de mercado em operadoras de celular, no Rio. Estava farto do mundo corporativo. Na dúvida do rumo a seguir, buscou a vida acadêmica. Mas, ao procurar livros para um mestrado, notou uma lacuna no mercado que mudaria sua trajetória.
Garcia não achava os títulos que queria em bibliotecas e livrarias, perdia-se nos sebos e na falta de oferta de usados na internet. Veio então o estalo. Em um ano, lançou o Estante Virtual, portal de compra de livros usados, que completa quatro anos com 1.670 sebos, com 22 milhões de obras reunidas.
Aos 31 anos, Garcia comanda um negócio que vende 5 mil livros diários, em 300 mil buscas (12 buscas por segundo em horário de pico). Para ele, os sebos devem ser valorizados como agentes de democratização da leitura. "Ela tem de estimular a imaginação e a reflexão.
Qualquer leitura não é leitura", diz com a autoridade conquistada pelo sucesso da iniciativa inédita de intermediação. Garcia diz ser um erro achar que só à escola cabe estimular a leitura. É desafio do país, afirma, fazê-la vista como prazer. O Estante Virtual quer provar que até uma iniciativa de negócio pode fazer a sua parte.
O brasileiro não gosta de ler ou não compra livros por achar muito caro?
Os dois. Há muita gente que poderia gostar e não gosta, mas há ainda mais gente disponível à leitura se o livro fosse barato. Para quem não gosta de ler, há a razão educacional: a escola ensina a não gostar, usa uma metodologia que tem êxito inverso. Temos uma base pedagógica em que ler é obrigatório e a biblioteca é vista como lugar de castigo. Mas leitura é subjetividade, é ver o que agrada à sensibilidade e se ajusta à sua forma de ser, ao seu momento. A escola nunca me deu esse espaço e duvido que, salvo exceção, garanta isso a muito aluno. Para os que driblam a escola e aprendem a gostar de ler, há um preço alto a ser encarado. Se você considerar só a lista dos dez mais vendidos, a média é de R$ 43 o exemplar. Lê esses livros quem tem mais recurso.
Muitos acham que best-seller estimula a leitura.
Tudo bem, o cara lê 800 páginas de Harry Potter. Mas esse tipo de livro leva mesmo a outra leitura que não seja a mais coisa parecida com Harry Potter? Outro dia, um membro da Câmara Brasileira do Livro disse num evento que se o brasileiro ler bula de remédio, ou revista de fofoca, já está ótimo. Na minha opinião, isso é só tecnicamente leitura. A leitura tem de estimular a imaginação e a reflexão. Qualquer leitura não é leitura.
O livro pode virar fator de exclusão social?
Sem estímulo à escolha, sim. Há essa segmentação, em que uma minoria de livros é bem mais apresentada que todo o resto. A leitura termina aberta a um universo restrito de não mais que uns vinte livros. Uma derrota para a cultura. As pessoas leem só isso? O.K., melhor que não ler. Mas é um quadro de pauperização preocupante. Não basta democratizar a leitura. É preciso democratizar os autores de qualidade.
Daí o papel dos sebos...
Drummond tem uma crônica, O Sebo, em que diz que o sebo é o verdadeiro templo da democracia literária. As livrarias se concentram nos 20% de produtos responsáveis por 80% das vendas. Fazem isso não porque são "malvadas", mas por não haver espaço para tudo. Não há como dar vazão a 1.500 títulos novos todo mês, 52 por dia, fora as reedições. Já o sebo virou uma reserva cultural. Nele, há os de agora, os de antes, os fora de catálogo. Estamos falando da história editorial do país, não só dos livros do momento.
Muitos evitam sebos pela poeira e desordem, não é?
Quem vê o sebo como o lugar de obras raras ou esgotadas deixa de usufruir o que ele tem a oferecer, pois trabalha com livro novo, seminovo ou em edição. À medida que as livrarias priorizaram os mais vendidos, os sebos viram que a demanda por eles cresceu. Boa parte se modernizou, está organizada. Os sebos com bagunça, obras empilhadas, empoeiradas, hoje são minoria.
Mas esse "preconceito" não impediu o avanço...
Se livro não fosse tão caro, sebos não teriam o papel que têm no Brasil. Em Portugal, os alfarrábios são só para obras raras e esgotadas, mesmo. Não se vai a um sebo português para comprar um novo Lobo Antunes ou Saramago, pois a loja não terá. Terá o exemplar raro, o autografado, a edição há muito esgotada. Aqui não, o sebo tem tudo, e o que a livraria de novos não tem mais, pois se concentrou nos mais vendidos e nos lançamentos recentes.
Qual o tamanho real desse mercado?
O Brasil tem hoje 1.800 livrarias em meio a 2.300 pontos de venda de livros. A estimativa de sebos é de 2 mil pontos de livros usados no país, 1.670 dos quais estão no Estante Virtual. Deste número, metade é de lojas de rua e a outra metade, de virtuais.
Quem toca esses virtuais?
Em geral, ex-professores, intelectuais aposentados, com muitos livros em casa, que ampliam o acervo e vendem. A gênese desse mercado ocorreu conosco. Antes, ia-se ao Mercado Livre ou montavam um blog, mas sem movimentação, pois ficavam perdidos na rede.
E aí surgiu o Estante.
Atuava na área de inteligência em operadoras de celular, mapeando mercados, mas cansei da hipercompetição, dos valores focados em maximizar lucros, das relações pessoais pouco saudáveis nas empresas e de brigar com concorrentes por um produto que era, de fato, igual ao deles. Chutei o balde, queria virar professor e me preparei para um mestrado em Psicologia Social na PUC-SP. Procurei livros para estudar quando veio o estalo.
Criar o lugar dos sebos...
Eu ia a bibliotecas e livrarias, e não achava o que queria. Nos sebos, vi uma forma de busca elementar. Olhava as lombadas, umas com as letras subindo; outras, descendo; mesmo com paciência, não achava. Vi, então, que o sebo era mais um lugar para deixar o livro encontrar você do que encontrar o livro que de antemão se deseja. É lugar de garimpagem, não busca. Fui à internet e só achei uns seis sites de sebos. Todos caros. Aquilo me chamou a atenção. Pelo desperdício de um acervo inalcançável - o cliente não conseguia uma mera busca. Eu me perguntei porque só uma elite de sebos estava na rede. Mas sabia a resposta: montar um site com acervo e sistema de busca não é barato, uns R$ 5 mil à época. Minha ideia era resolver a procura e criar uma vitrine para sebos sem visibilidade.
O início foi difícil?
No um ano que levou para preparar o site, mapeei o mercado. No final de 2005, quando lancei o Estante, contávamos com 68 sebos. Hoje temos 600 mil clientes a quem vendemos 5 mil livros ao dia. É mais do que as lojas de rua da Travessa, rede tradicional do Rio, ou do serviço on-line da Cultura, de São Paulo. Não vendemos o livro diretamente, fazemos a intermediação entre o livreiro e o comprador. A cada mil livros on-line, cada sebo fatura em média R$ 600 mensais.
Que livro é procurado?
Literatura estrangeira e brasileira, uns 20% e uns 15% da procura cada, o resto é pulverizado. O livro mais vendido é Vidas Secas, do Graciliano Ramos, que não chega a 900 cópias vendidos. É pouco, claro. No Estante, a venda é pulverizada, não há a discrepância das livrarias, em que um livro dispara milhares de cópias e o 50º mais vendido não passa de dezenas de exemplares. Nos sebos, não. O consumo é bem mais equilibrado. Considero isso uma vitória deles, que têm acervos diversificados e servem a todo gosto, não a um ou outro autor, editora ou tipo de leitura.
Tecnologias como kindle tornarão o sebo obsoleto?
Se livro impresso é caro, imagine depender de um intermediário de leitura que custa bem mais. Sebos atuam em nicho inverso, o de pessoas que querem uma leitura mais barata.
Para além da venda, a internet estimula a leitura?
Autores que não conseguem editora escoam sua produção em blogs. Nessa hora, a internet ajuda a ler e a criar. Mas o gênero mais lido da rede é o jornalístico, leitura informacional, utilitária, não uma ordem de leitura, digamos, mais preciosa. A internet atrapalha, de fato, quando a ênfase da leitura é nos simulacros de interação, como orkut, MSN, Twitter. Eu me pergunto se essas são reais formas de interação, se as comunidades interagem como comunidade. No Orkut, são muito usadas como decalque para a pessoa inserir em seu perfil. Não há convivência genuína.
Não é julgamento severo?
Não podemos apenas rejeitar essa interação, mas não se deve só endossá-la. Pois podemos virar a civilização dos simulacros de interação e dos protótipos de leitura. A escola precisa mostrar que ler dá prazer e nem tudo é interação genuína. Dizem que, como os tempos são dinâmicos, as pessoas não param para ler, daí ser preciso coisas mais dinâmicas, com jogos e tal. É desistir cedo demais. É preciso opor alguma resistência a essa temporalidade imediata.
O problema é a educação.
Não é só a educação. Há um grau de precarização da vida contemporânea, da mente ocupada o tempo inteiro, o dia todo tomado, sem tantas zonas de pausa, tudo se junta para o sujeito chegar em casa e não ter energia para ler. Exercitar a imaginação dá trabalho. O sistema de vida que levamos não facilita. A leitura está condicionada a fatores que talvez não consigamos de fato mudar. Não será só a escola a ser obstáculo, mas mudá-la é um começo.
Como estimular a leitura, nesse contexto?
De cara, a escolha do que ler, o processo da leitura, deve dizer algo ao leitor. Damos um sinal errado ao aluno ou filho quando o fazemos ler só para fazer prova. Quando perguntamos o que o personagem falou ou fez, só para saber se houve leitura por parte do garoto. Ler não é isso. Tem de haver prazer envolvido. Devemos nos opor a certos dogmas intelectuais, de que os clássicos devem ser venerados sem restrições, os livros precisam ser lidos até o final etc. Por mim, começaria as primeiras séries proibindo provas sobre não didáticos. Se o garoto não ler, pior pra ele. Mas não se deve puni-lo. Senão, começa a odiar. A ver o tempo na biblioteca como castigo. Isso não forma leitores, só os afasta.
http://www.estantevirtual.com.br/
domingo, 21 de março de 2010
Baile de Integração
3º Baile de Danças Circulares faz desconhecidos darem as mãos e proporciona um mosaico cultural
Tá certo.... o final de todo baile é o silêncio. Mas o desse baile foi diferente. Não foi somente a música que acabou. Era um silêncio diferente, daqueles que faz a gente olhar para dentro, refletir. Vamos rodar a roda do tempo... antes do fim... vamos ao começo.
Findou que num sábado1 à noite, entre opções culturais noturnas de Aracaju – é possível citar bandas de rock independente no pub do Capitão Cook ou comer crustáceos e bater papo com os amigos nos barulhentos bares da Passarela do Carangueijo – surgiu uma curiosa: um Baile de Dança Circular.
Para ler a matéria completa, clique aqui.
Tá certo.... o final de todo baile é o silêncio. Mas o desse baile foi diferente. Não foi somente a música que acabou. Era um silêncio diferente, daqueles que faz a gente olhar para dentro, refletir. Vamos rodar a roda do tempo... antes do fim... vamos ao começo.
Findou que num sábado1 à noite, entre opções culturais noturnas de Aracaju – é possível citar bandas de rock independente no pub do Capitão Cook ou comer crustáceos e bater papo com os amigos nos barulhentos bares da Passarela do Carangueijo – surgiu uma curiosa: um Baile de Dança Circular.
Para ler a matéria completa, clique aqui.
quinta-feira, 18 de março de 2010
A Cia. O Mínimo tem o prazer de informar, mais uma de suas ações artísticas:
Workshops com Julieta Zarza (Argentina)
Palhaço-Clown-Dias 7 e 8 de abril das 14h às 17h
Tango Dança -Dias 7 e 8 de abril das 18h30 às 21h30
Local: SESC - Centro
Investimento:
R$ 40,00 (Taxa única podendo ser dividida em até 2x nos cartões Master, Hiper e Banese Car)
Ah! A informação completa dos Cursos de Julieta consta no site: www.sesc-se.com.br
http://julizarza.blogspot.com/Cia. O mínimo-ominimo@yahoo.com.br
Tel:79 99744358
Palhaço-Clown-Dias 7 e 8 de abril das 14h às 17h
Tango Dança -Dias 7 e 8 de abril das 18h30 às 21h30
Local: SESC - Centro
Investimento:
R$ 40,00 (Taxa única podendo ser dividida em até 2x nos cartões Master, Hiper e Banese Car)
Ah! A informação completa dos Cursos de Julieta consta no site: www.sesc-se.com.br
http://julizarza.blogspot.com/Cia. O mínimo-ominimo@yahoo.com.br
Tel:79 99744358
terça-feira, 16 de março de 2010
Exclusão digital pode prejudicar economia brasileira, dizem especialistas
fonte: BBC Brasil
Com apenas um terço de sua população com acesso à internet e uma índice de penetração de banda larga menor que o de países como Argentina, Chile e México, o Brasil corre o risco de ver seu crescimento econômico comprometido devido a este atraso, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
De acordo com dados do IBGE, mais de 65% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não acessa a rede mundial, sendo que a grande maioria destes (60%) não o faz por não saber como ou por não ter acesso a computadores.
O número de desconectados no Brasil é muito maior, por exemplo, que o da Coreia do Sul - onde quase 78% da população tem acesso à rede -, que de grande parte dos países da Europa Ocidental e até mesmo que o do Uruguai, onde cerca de 40% das pessoas acessa a internet.
A situação do acesso a conexões de banda larga, fundamentais para que se possa aproveitar todas as possibilidades multimídia da internet, ainda é mais grave.
A União Internacional de Telecomunicações, agência da ONU para questões de comunicação e tecnologia, estima que apenas 5,26% dos brasileiros tenham acesso a conexões rápidas.
O número é bem inferior à penetração da banda larga na Argentina, que é de 7,99%, Chile, onde a penetração é de 8,49%, e México, onde este índice é de 7%.
Com o objetivo de corrigir este deficit, o governo chegou a anunciar um Plano Nacional de Banda Larga, que pretende elevar a penetração das conexões rápidas no país para 45% até 2014. A implementação do programa, no entanto, deve ficar para o próximo governo.
Desenvolvimento e preço
Mas não é só no ranking de penetração de banda larga que o Brasil está atrás de países com estrutura e economia similares.
Um estudo divulgado pela União Internacional de Telecomunicações no final de fevereiro coloca o Brasil atrás de Argentina, Uruguai, Chile e até Trinidad e Tobago em um ranking de desenvolvimento de Tecnologias de Informação e Comunicação, área conhecida pela sigla TIC.
Entre os motivos que levam o Brasil a registrar tal atraso estão problemas institucionais, de infraestrutura e as dimensões territoriais do país, que dificultam a instalação de uma grande rede de banda larga, por exemplo.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, apontam os altos custos de conexão como um dos principais entraves para que a maioria dos brasileiros tenha acesso à internet.
"O Brasil tem os custos de conexão mais caros do planeta. Hoje, nosso maior problema de infraestrutura é o 'custo Brasil de telecomunicação' e, este é um dos grandes problemas para aumentar o uso da internet", diz o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República.
De fato, a União Internacional de Telecomunicações aponta que Brasil está no grupo de países onde mais se paga para ter acesso a serviços como internet, telefone fixo e celular.
José Carlos Cavalcanti, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco e ex-secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior do Estado, atribui os custos à elevada carga tributária e diz que pequenas variações no preço de acesso à internet poderiam já ter impacto na demanda.
"Para cada 1% de redução no preço de um computador ou na tarifa de internet, a demanda aumenta 0,5%. Já se houver um aumento de 1% na renda das pessoas, a demanda aumenta 0,5%", diz Cavalcanti, citando um estudo de 2006 conduzido por ele para a Microsoft.
Crescimento perdido
É difícil mensurar o quanto o Brasil vem perdendo em termos de crescimento econômico e de empregos com este atraso.
Dados da consultoria McKinsey&Company, no entanto, apontam que um aumento de 10% nas conexões de banda larga pode levar a um crescimento entre 0,1% e 1,4% no PIB de um país. Uma outra pesquisa, do Banco Mundial, indica que este crescimento pode ser de 1,38% em países subdesenvolvidos.
Segundo a pesquisa da McKinsey, este crescimento econômico se dá por cinco fatores: primeiro devido ao impacto direto do investimento na rede de banda larga, depois pelo efeito da melhoria na indústria, seguido por aumento nos investimentos estrangeiros diretos e na produtividade e por uma melhora no acesso da população a informações.
O mesmo estudo diz que se a penetração da banda larga na América Latina atingisse o mesmo nível da Europa Ocidental, 1,7 milhão de empregos poderiam ser criados na região.
Autor de estimativas mais cautelosas, Raul Katz, professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, afirma que se o Brasil superasse seu déficit de banda larga - que ele estima ser de 5 milhões de conexões - nosso PIB poderia ter um crescimento de 0,08 pontos percentuais.
'PIB, PIB Virtual e FIB'
Mas não é só crescimento do PIB que o Brasil perde com o fato de a maior parte de sua população ainda estar desconectada.
Para Gilson Schwartz, coordenador do centro de pesquisas Cidade do Conhecimento, da Universidade de São Paulo, esta perda causada pela desconectividade se dá em três categorias distintas.
A primeira é a perda em termos de emprego e renda. Outra categoria, mais difícil de mensurar, é o que ele chama de 'PIB virtual', ou seja, toda a produção, negócios e os serviços que poderiam ser feitos completamente dentro da rede e que não são feitos devido aos altos níveis de desconexão.
Schwartz aponta ainda que as dificuldades de acesso à internet no Brasil trazem perdas em um "campo social, que mistura entretenimento, sexualidade, cidadania e identidade".
"Quando você não tem banda larga, desenvolvimento digital, você está tirando trabalho e lazer. Nesse sentido você pode dizer que o déficit provocado pelo atraso digital é ainda maior do que o de qualquer setor tradicional", diz.
"Sem dúvida alguma, sociabilidade, sexualidade, amizade e alegria estão cada vez mais disponíveis nas novas mídias, e quem não está acessando isso está perdendo aquele outro PIB, o FIB, felicidade interna bruta. Assim (com a exclusão digital), a gente perde no PIB, no PIB virtual e no FIB".
Com apenas um terço de sua população com acesso à internet e uma índice de penetração de banda larga menor que o de países como Argentina, Chile e México, o Brasil corre o risco de ver seu crescimento econômico comprometido devido a este atraso, segundo especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
De acordo com dados do IBGE, mais de 65% dos brasileiros com mais de dez anos de idade não acessa a rede mundial, sendo que a grande maioria destes (60%) não o faz por não saber como ou por não ter acesso a computadores.
O número de desconectados no Brasil é muito maior, por exemplo, que o da Coreia do Sul - onde quase 78% da população tem acesso à rede -, que de grande parte dos países da Europa Ocidental e até mesmo que o do Uruguai, onde cerca de 40% das pessoas acessa a internet.
A situação do acesso a conexões de banda larga, fundamentais para que se possa aproveitar todas as possibilidades multimídia da internet, ainda é mais grave.
A União Internacional de Telecomunicações, agência da ONU para questões de comunicação e tecnologia, estima que apenas 5,26% dos brasileiros tenham acesso a conexões rápidas.
O número é bem inferior à penetração da banda larga na Argentina, que é de 7,99%, Chile, onde a penetração é de 8,49%, e México, onde este índice é de 7%.
Com o objetivo de corrigir este deficit, o governo chegou a anunciar um Plano Nacional de Banda Larga, que pretende elevar a penetração das conexões rápidas no país para 45% até 2014. A implementação do programa, no entanto, deve ficar para o próximo governo.
Desenvolvimento e preço
Mas não é só no ranking de penetração de banda larga que o Brasil está atrás de países com estrutura e economia similares.
Um estudo divulgado pela União Internacional de Telecomunicações no final de fevereiro coloca o Brasil atrás de Argentina, Uruguai, Chile e até Trinidad e Tobago em um ranking de desenvolvimento de Tecnologias de Informação e Comunicação, área conhecida pela sigla TIC.
Entre os motivos que levam o Brasil a registrar tal atraso estão problemas institucionais, de infraestrutura e as dimensões territoriais do país, que dificultam a instalação de uma grande rede de banda larga, por exemplo.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil, no entanto, apontam os altos custos de conexão como um dos principais entraves para que a maioria dos brasileiros tenha acesso à internet.
"O Brasil tem os custos de conexão mais caros do planeta. Hoje, nosso maior problema de infraestrutura é o 'custo Brasil de telecomunicação' e, este é um dos grandes problemas para aumentar o uso da internet", diz o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e ex-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, órgão ligado à Casa Civil da Presidência da República.
De fato, a União Internacional de Telecomunicações aponta que Brasil está no grupo de países onde mais se paga para ter acesso a serviços como internet, telefone fixo e celular.
José Carlos Cavalcanti, professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco e ex-secretário executivo de Tecnologia, Inovação e Ensino Superior do Estado, atribui os custos à elevada carga tributária e diz que pequenas variações no preço de acesso à internet poderiam já ter impacto na demanda.
"Para cada 1% de redução no preço de um computador ou na tarifa de internet, a demanda aumenta 0,5%. Já se houver um aumento de 1% na renda das pessoas, a demanda aumenta 0,5%", diz Cavalcanti, citando um estudo de 2006 conduzido por ele para a Microsoft.
Crescimento perdido
É difícil mensurar o quanto o Brasil vem perdendo em termos de crescimento econômico e de empregos com este atraso.
Dados da consultoria McKinsey&Company, no entanto, apontam que um aumento de 10% nas conexões de banda larga pode levar a um crescimento entre 0,1% e 1,4% no PIB de um país. Uma outra pesquisa, do Banco Mundial, indica que este crescimento pode ser de 1,38% em países subdesenvolvidos.
Segundo a pesquisa da McKinsey, este crescimento econômico se dá por cinco fatores: primeiro devido ao impacto direto do investimento na rede de banda larga, depois pelo efeito da melhoria na indústria, seguido por aumento nos investimentos estrangeiros diretos e na produtividade e por uma melhora no acesso da população a informações.
O mesmo estudo diz que se a penetração da banda larga na América Latina atingisse o mesmo nível da Europa Ocidental, 1,7 milhão de empregos poderiam ser criados na região.
Autor de estimativas mais cautelosas, Raul Katz, professor da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, afirma que se o Brasil superasse seu déficit de banda larga - que ele estima ser de 5 milhões de conexões - nosso PIB poderia ter um crescimento de 0,08 pontos percentuais.
'PIB, PIB Virtual e FIB'
Mas não é só crescimento do PIB que o Brasil perde com o fato de a maior parte de sua população ainda estar desconectada.
Para Gilson Schwartz, coordenador do centro de pesquisas Cidade do Conhecimento, da Universidade de São Paulo, esta perda causada pela desconectividade se dá em três categorias distintas.
A primeira é a perda em termos de emprego e renda. Outra categoria, mais difícil de mensurar, é o que ele chama de 'PIB virtual', ou seja, toda a produção, negócios e os serviços que poderiam ser feitos completamente dentro da rede e que não são feitos devido aos altos níveis de desconexão.
Schwartz aponta ainda que as dificuldades de acesso à internet no Brasil trazem perdas em um "campo social, que mistura entretenimento, sexualidade, cidadania e identidade".
"Quando você não tem banda larga, desenvolvimento digital, você está tirando trabalho e lazer. Nesse sentido você pode dizer que o déficit provocado pelo atraso digital é ainda maior do que o de qualquer setor tradicional", diz.
"Sem dúvida alguma, sociabilidade, sexualidade, amizade e alegria estão cada vez mais disponíveis nas novas mídias, e quem não está acessando isso está perdendo aquele outro PIB, o FIB, felicidade interna bruta. Assim (com a exclusão digital), a gente perde no PIB, no PIB virtual e no FIB".
SID/MinC lança cinco editais de premiação
A Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID/MinC) lança nesta quinta-feira, dia 11, cinco novos editais de premiação para alguns dos segmentos apoiados pela Secretaria. O lançamento será realizado durante a abertura da II Conferência Nacional de Cultura, na sala Villa Lobos do Teatro Nacional. Os editais terão investimento de mais de R$ 5 milhões e suas inscrições estarão abertas a partir do dia 6 de abril.
O Projeto Vidas Paralelas, uma parceria dos Ministérios da Cultura e da Saúde, da Universidade de Brasília e da Rede Escola Continental em Saúde do Trabalhador, também marca presença na II CNC com uma exposição digital de 20 fotos. A mostra, que retrata o olhar dos trabalhadores brasileiros sobre o seu cotidiano de trabalho e vida, será realizada na abertura do evento no Teatro Nacional e permanecerá durante os três dias da Conferência no Foyer do Brasil 21.
Dentro da programação da II Conferência Nacional de Cultura será realizado o lançamento do livro “Nada sobre nós sem nós”. A publicação é o resultado da Oficina Nacional de Indicação de Políticas Públicas Culturais para Inclusão Cultural de Pessoas com Deficiência promovida pela SID/MinC em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fundação Oswaldo Cruz. O lançamento será no Foyer do Espaço Brasil 21, no dia 13, às 18 horas.
Editais de Premiação
Dos cinco editais, que serão anunciados, dois deles são inéditos: O Prêmio Cultura Hip-Hop - Edição Preto Ghóez e o Prêmio Cultural “Nada Sobre Nós Sem Nós”. Este último premiará iniciativas culturais de pessoas com ou sem deficiência que desenvolvam produtos, ações ou espaços culturais com acessibilidade. A SID anunciará, ainda, o 2º Edital Prêmio Culturas Ciganas 2010; o 2º Edital Prêmio Cultural da Pessoa Idosa; e o 3º Prêmio Culturas Indígenas - Edição Marçal Tupã-y.
O Edital Prêmio Hip Hop será divulgado na abertura do show do rapper brasiliense Gog, no domingo (dia 14), às 19 horas, no Palco Brasília, no Complexo Cultural da Funarte.
Prêmio Cultura Hip Hop - Edição Preto Ghóez
O concurso premiará iniciativas da cultura Hip Hop, contribuindo para sua continuidade e para o fomento de artistas, grupos e comunidades praticantes dos diferentes elementos do gênero no Brasil.
Serão 135 iniciativas contempladas, com o valor de R$ 13.000,00 para cada uma, com o valor total de R$ 1. 755. 000,00 distribuídos, nas seguintes categorias: Reconhecimento (10 prêmios, dois para cada Estado da Federação); Escola de Rua (27 prêmios, um para cada Estado da Federação); Correria (27 prêmios, um para cada Estado da Federação); Conhecimento - Quinto Elemento (35 prêmios, sete para cada macrorregião do país); e Conexões (35 prêmios, sete para cada macrorregião do país).
Parcerias: Secretaria da Cidadania Cultural (SCC/MinC), Instituto Empreender e Ação Educativa.
Prêmio Nada sobre Nós sem Nós
O concurso premiará iniciativas culturais exemplares apresentadas por pessoas com deficiência ou por grupos artísticos que tenham, em sua composição, pelo menos uma pessoa com deficiência. Serão premiadas também iniciativas de pessoas com ou sem deficiência que desenvolvam produtos, ações ou espaços culturais com acessibilidade.
Serão 30 iniciativas contempladas com o valor de R$ 12.500,00 para cada uma, totalizando R$ 375.000,00 distribuídos, nas seguintes categorias:
I - Teatro, Dança, Música, Literatura, Artes Visuais e outras formas de expressão artística: 20 prêmios, sendo quatro para cada região do país; e
II - Desenvolvimento de Produtos, Ações e Espaços Culturais com Acessibilidade: 10 prêmios, sendo dois para cada região do país.
Parcerias: Fundação Nacional de Artes (Funarte), Presidência da República (PR) - Secretaria Especial dos Diretos Humanos (SEDH) e Escola de Gente - Comunicação em Inclusão, com recursos da Petrobras, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Prêmio Culturas Ciganas 2010
O concurso premiará ações que envolvam trabalhos, individuais ou coletivos, que fortaleçam as expressões culturais ciganas, contribuindo para sua continuidade e para a manutenção das identidades dos diferentes clãs e povos presentes no Brasil; atividades de retomada de práticas ciganas ameaçadas ou em processo de esquecimento; e a difusão das expressões ciganas para além dos limites de suas comunidades de origem, em todas as suas formas e modos próprios.
Serão 30 iniciativas contempladas com o valor de R$ 10.000,00 para cada uma, totalizando R$ 2.000.000,00.
Parcerias: Ministério da Saúde (MS) - Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP); Presidência da República (PR) - Secretaria Especial de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (SEPPIR), Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (SubCom); Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) - Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos; e Pastoral dos Nômades do Brasil.
Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa
O concurso premiará iniciativas culturais apresentadas por pessoas físicas ou jurídicas de natureza cultural que beneficiem, diretamente, pessoas idosas. Serão premiadas também iniciativas de pessoas não idosas que desenvolvam ações e produtos culturais destinados a esse público alvo.
Serão 40 iniciativas contempladas com o valor de R$ 20.000,00 para cada uma, totalizando R$ 800.000,00 distribuídos, nas seguintes categorias:
I - Teatro, Dança, Música, Literatura, Artes Visuais e outras formas de expressão artística: 30 prêmios, doze para cada macrorregião do país;
II - Desenvolvimento de Produtos, Ações e Espaços Culturais Destinados aos Idosos: 10 prêmios, quatro para cada macrorregião do país.
Parcerias: Instituto Empreender, com recursos da Petrobras por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Prêmio Culturas Indígenas - Edição Marçal Tupã-y
O concurso premiará 125 iniciativas que foram habilitadas na 2ª Edição do Prêmio Culturas Indígenas realizado em 2008. O Edital pagará um total de R$ 2.000.000,00 em prêmios e cada premiado receberá o valor de R$ 16.000,00.
Parcerias: Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), com recursos da Petrobras (renúncia fiscal).
(Heli Espíndola -Comunicação/SID)
Comunicação SID/MinC
Telefone: (61) 2024-2379
E-mail: identidadecultural@cultura.gov.br
Acesse: www.cultura.gov.br/sid
Nosso Blog: blogs.cultura.gov.br/diversidade_cultural
Nosso Twitter: twitter.com/diversidademinc
O Projeto Vidas Paralelas, uma parceria dos Ministérios da Cultura e da Saúde, da Universidade de Brasília e da Rede Escola Continental em Saúde do Trabalhador, também marca presença na II CNC com uma exposição digital de 20 fotos. A mostra, que retrata o olhar dos trabalhadores brasileiros sobre o seu cotidiano de trabalho e vida, será realizada na abertura do evento no Teatro Nacional e permanecerá durante os três dias da Conferência no Foyer do Brasil 21.
Dentro da programação da II Conferência Nacional de Cultura será realizado o lançamento do livro “Nada sobre nós sem nós”. A publicação é o resultado da Oficina Nacional de Indicação de Políticas Públicas Culturais para Inclusão Cultural de Pessoas com Deficiência promovida pela SID/MinC em parceria com o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Fundação Oswaldo Cruz. O lançamento será no Foyer do Espaço Brasil 21, no dia 13, às 18 horas.
Editais de Premiação
Dos cinco editais, que serão anunciados, dois deles são inéditos: O Prêmio Cultura Hip-Hop - Edição Preto Ghóez e o Prêmio Cultural “Nada Sobre Nós Sem Nós”. Este último premiará iniciativas culturais de pessoas com ou sem deficiência que desenvolvam produtos, ações ou espaços culturais com acessibilidade. A SID anunciará, ainda, o 2º Edital Prêmio Culturas Ciganas 2010; o 2º Edital Prêmio Cultural da Pessoa Idosa; e o 3º Prêmio Culturas Indígenas - Edição Marçal Tupã-y.
O Edital Prêmio Hip Hop será divulgado na abertura do show do rapper brasiliense Gog, no domingo (dia 14), às 19 horas, no Palco Brasília, no Complexo Cultural da Funarte.
Prêmio Cultura Hip Hop - Edição Preto Ghóez
O concurso premiará iniciativas da cultura Hip Hop, contribuindo para sua continuidade e para o fomento de artistas, grupos e comunidades praticantes dos diferentes elementos do gênero no Brasil.
Serão 135 iniciativas contempladas, com o valor de R$ 13.000,00 para cada uma, com o valor total de R$ 1. 755. 000,00 distribuídos, nas seguintes categorias: Reconhecimento (10 prêmios, dois para cada Estado da Federação); Escola de Rua (27 prêmios, um para cada Estado da Federação); Correria (27 prêmios, um para cada Estado da Federação); Conhecimento - Quinto Elemento (35 prêmios, sete para cada macrorregião do país); e Conexões (35 prêmios, sete para cada macrorregião do país).
Parcerias: Secretaria da Cidadania Cultural (SCC/MinC), Instituto Empreender e Ação Educativa.
Prêmio Nada sobre Nós sem Nós
O concurso premiará iniciativas culturais exemplares apresentadas por pessoas com deficiência ou por grupos artísticos que tenham, em sua composição, pelo menos uma pessoa com deficiência. Serão premiadas também iniciativas de pessoas com ou sem deficiência que desenvolvam produtos, ações ou espaços culturais com acessibilidade.
Serão 30 iniciativas contempladas com o valor de R$ 12.500,00 para cada uma, totalizando R$ 375.000,00 distribuídos, nas seguintes categorias:
I - Teatro, Dança, Música, Literatura, Artes Visuais e outras formas de expressão artística: 20 prêmios, sendo quatro para cada região do país; e
II - Desenvolvimento de Produtos, Ações e Espaços Culturais com Acessibilidade: 10 prêmios, sendo dois para cada região do país.
Parcerias: Fundação Nacional de Artes (Funarte), Presidência da República (PR) - Secretaria Especial dos Diretos Humanos (SEDH) e Escola de Gente - Comunicação em Inclusão, com recursos da Petrobras, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Prêmio Culturas Ciganas 2010
O concurso premiará ações que envolvam trabalhos, individuais ou coletivos, que fortaleçam as expressões culturais ciganas, contribuindo para sua continuidade e para a manutenção das identidades dos diferentes clãs e povos presentes no Brasil; atividades de retomada de práticas ciganas ameaçadas ou em processo de esquecimento; e a difusão das expressões ciganas para além dos limites de suas comunidades de origem, em todas as suas formas e modos próprios.
Serão 30 iniciativas contempladas com o valor de R$ 10.000,00 para cada uma, totalizando R$ 2.000.000,00.
Parcerias: Ministério da Saúde (MS) - Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP); Presidência da República (PR) - Secretaria Especial de Promoção de Políticas para a Igualdade Racial (SEPPIR), Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (SubCom); Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH) - Subsecretaria de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos; e Pastoral dos Nômades do Brasil.
Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa
O concurso premiará iniciativas culturais apresentadas por pessoas físicas ou jurídicas de natureza cultural que beneficiem, diretamente, pessoas idosas. Serão premiadas também iniciativas de pessoas não idosas que desenvolvam ações e produtos culturais destinados a esse público alvo.
Serão 40 iniciativas contempladas com o valor de R$ 20.000,00 para cada uma, totalizando R$ 800.000,00 distribuídos, nas seguintes categorias:
I - Teatro, Dança, Música, Literatura, Artes Visuais e outras formas de expressão artística: 30 prêmios, doze para cada macrorregião do país;
II - Desenvolvimento de Produtos, Ações e Espaços Culturais Destinados aos Idosos: 10 prêmios, quatro para cada macrorregião do país.
Parcerias: Instituto Empreender, com recursos da Petrobras por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Prêmio Culturas Indígenas - Edição Marçal Tupã-y
O concurso premiará 125 iniciativas que foram habilitadas na 2ª Edição do Prêmio Culturas Indígenas realizado em 2008. O Edital pagará um total de R$ 2.000.000,00 em prêmios e cada premiado receberá o valor de R$ 16.000,00.
Parcerias: Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), com recursos da Petrobras (renúncia fiscal).
(Heli Espíndola -Comunicação/SID)
Comunicação SID/MinC
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E-mail: identidadecultural@cultura.gov.br
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sexta-feira, 12 de março de 2010
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